BARROCO BRASILEIRO PROFESSORA: PATRÍCIA.

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Transcrição da apresentação:

BARROCO BRASILEIRO PROFESSORA: PATRÍCIA

GREGÓRIO DE MATOS “BOCA DO INFERNO”         

BIOGRAFIA   Foi tão tumultuada a vida do poeta baiano que um biógrafo chamou-a de “vida espantosa”.       Como filho de senhor de engenho, Gregório pôde estudar em Portugal,para onde se mudou aos 14 anos de idade. Lá passou 32 anos, prósperos e tranqüilos.

Retornou ao Brasil, em 1682, nomeado para funções na burocracia eclesiástica da Sé da Bahia. Durou pouco no cargo, do qual foi destituído em 1683. Iniciou-se, então, a última fase de sua vida. O casamento com Maria dos Povos, a quem dedicou belíssimos sonetos.  Mais famosas ainda eram suas sátiras. Talvez por causa delas, foi deportado para Angola, em 1694. Pôde retornar ao Brasil, no ano seguinte, mas para o Recife, onde morreu aos 59 anos de idade.

Alcunha A alcunha boca do inferno foi dada a Gregório por sua ousadia em criticar a Igreja Católica, muitas vezes ofendendo padres e freiras. Criticava também a "cidade da Bahia", ou seja, Salvador, como neste soneto:

A cada canto um grande conselheiro. que nos quer governar cabana, e vinha, não sabem governar sua cozinha, e podem governar o mundo inteiro. Em cada porta um freqüentado olheiro, que a vida do vizinho, e da vizinha pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha, para a levar à Praça, e ao Terreiro. Muitos mulatos desavergonhados, trazidos pelos pés os homens nobres, posta nas palmas toda a picardia Estupendas usuras nos mercados, todos, os que não furtam, muito pobres, e eis aqui a cidade da Bahia.

I. Poesia sacra Como autor barroco, não poderia faltar a poesia, religiosa em sua obra. Essa temática abrange um amplo conjunto, desde os poemas circunstanciais em comemoração a festas de santos até os poemas de contrição e de reflexão moral.

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,       Da vossa piedade me despido,       Porque quanto mais tenho delinqüido,       Vós tenho a perdoar mais empenhado.       Se basta a vos irar tanto um pecado,       A abrandar-vos sobeja um só gemido,       Que a mesma culpa, que vos há ofendido,       Vos tem para o perdão lisonjeado.       Se uma ovelha perdida, e já cobrada       Gloria tal, e prazer tão repentino       vos deu, como afirmais na Sacra História:       Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada       Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino,       Perder na vossa ovelha a vossa glória

II- Lírica amorosa A lírica amorosa na obra de Gregório de Matos abrange um amplo leque temático. Às vezes é a mais pura idealização do amor:

“Quem a primeira vez chegou a ver-vos,    Nise, e logo se pôs a contemplar-vos,       Bem merece morrer por conversar-vos      E não poder viver sem merecer-vos”.

Outras, uma requintada exploração da psicologia amorosa, como, por exemplo, na expressão da timidez do amante, temeroso do desprezo da amada:

“Largo em sentir, em respirar sucinto, Peno, e calo, tão fino, e tão atento, Que fazendo disfarce do tormento, Mostro que o não padeço, e sei que sinto”.

O poeta teve uma paixão não correspondida pela filha de um senhor engenhoso, D. Ângela de Sousa Paredes Rabelo organizou um ciclo dos poemas que seriam expressão desse caso amoroso. Entre eles estão alguns dos mais belos da obra de Gregório de Matos.

Anjo no nome, Angélica na cara. Isso é ser flor, e Anjo juntamente, A mesma Dona Angêla Anjo no nome, Angélica na cara.       Isso é ser flor, e Anjo juntamente,       Ser Angélica flor, e Anjo florente,       em quem, senão em vós se uniformara?       Quem veria uma flor, que a não cortara       De verde pé, de rama florescente?       E quem um Anjo vira tão luzente,       Que por seu Deus, o não idolatrara?       Se como Anjo sois dos meus altares,       Fôreis o meu custódio, e minha guarda,       Livrara eu de diabólicos azares.       Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,       Posto que os Anjos nunca dão pesares,       Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.

III- Poesia satírica   O “Boca do Inferno” não perdoava ninguém: ricos e pobres, negros, brancos e mulatos, padres, freiras, autoridades civis e religiosas, amigos e inimigos, todos, enfim, eram objeto de sua “lira maldizente”.

A UMA QUE LHE CHAMOU “PICA FLOR” Se Pica flor me chamais Pica flor aceito ser mas resta agora saber se no nome que me dais meteis a flor que guardais no passarinho melhor. Se me dais este favor sendo só de mim o Pica e o mais vosso, claro fica que fico então Pica flor.

E ainda quando rogava pragas e xingava condenando os viciosos, também mostrava toda sua virulência e rebaixamento escatológico, como nesses versos dirigidos ao Governador Câmara Coutinho, que faz em tom de oração:   Sal, cal e alho Caiam no teu maldito caralho. Amém. O fogo de Sodoma e de Gomorra Em cinza te reduzam essa porra. Amém. Tudo em fogo arda, Tu, e teus filhos, e o Capitão da Guarda

Padre Antônio Vieira

orador sacro e missionário português (Lisboa, 1608 - Salvador, 1697) orador sacro e missionário português (Lisboa, 1608 - Salvador, 1697). Foi o maior escritor da língua portuguesa no séc. XVII. Viveu no Brasil 52 dos 89 anos de sua vida. Além de admirável orador, cuja fama se estendeu por toda a Europa, prestou serviços diplomáticos ao governo português e deixou cartas que se constituem no maior monumento do gênero em língua portuguesa. Na obra de Vieira coexistem elementos barrocos, místicos e nacionalistas, em uma linguagem rebuscada, carregada de alegorias e antíteses e riquíssimos recursos estilísticos, léxicos e sintáticos.

Na década de 1650, Vieira começou a escrever sua História do Futuro, visão sebastianista da história, cuja derradeira forma, embora incompleta, deixaria na Claris Prophetaram (Chave dos Profetas), do fim da vida. Mais importantes, contudo, são os Sermões, editados entre 1679 e 1748, e as Cartas, publicadas entre 1735 e 1746. Sua obra completa abrange cerca de 200 sermões, mais de 500 cartas e muitos estudos políticos e literários, havendo ainda muitos escritos inéditos.