A Ética nas massas dominantes

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Transcrição da apresentação:

A Ética nas massas dominantes

Ética: uma definição Filosófica e Etimológica A origem da palavra ética vem do grego “ethos”, que quer dizer o modo de ser, o caráter. Os romanos traduziram o “ethos” grego, para o latim “mos” (ou no plural “mores”), que quer dizer costume, de onde vem a palavra moral. Tanto “ethos” (caráter) como “mos” (costume) indicam um tipo de comportamento propriamente humano que não é natural, o homem não nasce com ele como se fosse um instinto, mas que é “adquirido ou conquistado por hábito” (VÁZQUEZ). Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”. Portanto, ética e moral, pela própria etimologia, diz respeito a uma realidade humana que é construída histórica e socialmente a partir das relações coletivas dos seres humanos nas sociedades onde nascem e vivem.

Os Sete Pecados Capitais A IRA: “quero destruir” ou “eu quero e você deve”. Como será o processo de tomada de decisão sob o impacto da ira? A GULA: “necessito aprender tudo” ou “preciso ter o controle de tudo”. A INVEJA: “eu tenho que ser melhor do que ele”. Estamos preparados para trabalhar com este processo negativo? O ORGULHO: “eu sou melhor do que os outros” ou “eu não sei fazer esta avaliação, mas não vou dar o braço a torcer”. A AVAREZA: Como vou trabalhar o apego? “isto não é ético, mas me dá lucro!” A PREGUIÇA: aversão ao trabalho, negligência. “este trabalho é muito chato, vou dar por encerrada esta entrevista”. A LUXÚRIA: um prazer pelo excesso. “desfruto do poder do controle que me foi dado”.

“Os sentimentos envolvidos nos Pecados capitais por si só não são negativos. O negativo é alimentá-los e agir sob o efeito deles, sem trazer novas alternativas de comportamento...” (Monteiro, 2008)

Maquiavel e o postulado ético. Os fins determinam os meios. “Os sentimentos vivos do homem vinham à tona, não sendo mais o homem uma figura idealizada, mas a crueza de sua realidade mesquinha e egoísta, agindo, Um homem individualizado, não mais como paciente, mas sujeito da história. Essa ação humana é do príncipe e também do povo...” (BOURDIEU , 1990)

Contexto histórico. Nicolau Maquiavel (1469-1527), Florença. Período de mudanças e conquistas. A Itália encontrava-se num processo de desestabilização do poder. O papado começava a perder forças. A burguesia afirmava-se na sociedade. Ditaduras exercidas pelos detentores econômicos. Período de instabilidade política.

A Renascença Valorização do indivíduo. Descobertas técnicas, científicas e marítimas. As idéias medievais começam deixar de ser inquestionáveis.

“O Príncipe” Desejo de uma Itália unificada. Um manual prático destinado ao Príncipe Lorenzo de Médice. Analisa o poder de uma forma objetiva e realista. Não coloca o homem como uma figura idealizada. Deixa de ser um homem individualizado e passa a ser sujeito da história. Mostra que um “Príncipe” deve acima de tudo zelar pelo bem estar de seu povo.

Epistemologia Dentro da prática empírica, usou como coordenada os personagens históricos. Compara as instituições da antiguidade com as de Florença. A partir da obra de Tito Lívio (59, a.C.), analisa como surgem, se mantém e se extinguem os estados. Seu estudo divide-se em 3 partes: fundação e organização, enriquecimento e expansão e por fim a decadência do estado.

A Ética para Maquiavel. Aristóteles: a política é um desdobramento natural da Ética. Maquiavel: separa a Ética da política. Um universo ideológico centrado no homem. “...os fenômenos ressurgem, permitindo-se por sua vez preservar o futuro...” (Skinner, p. 189) A natureza humana, tanto dos dominadores quanto dos dominados, é corrupta. Deve haver uma mobilidade, uma flexibilidade comportamental diante da Ética (devido a condição má da natureza humana).. A Ética governamental se difere da Ética do povo. A Ética que é virtuosa para uns, pode ser a ruína para outros (governos). A neutralidade moral decorreria da adequação do agir à realidade.

“A prudência está justamente em saber conhecer a natureza dos inconvenientes e adotar o menos prejudicial como sendo bom”. (Maquiavel, p.123)

Realidade concreta. “Teríamos por um lado a ética de princípios ou valores, e por outro a que leva em conta os efeitos previsíveis da ação. O homem privado poderia dar-se ao luxo de seguir os princípios, em sua pureza? “ (Ribeiro, 2004)

A Ética corporativa A busca pela Ética nas empresas também impõe limites. É formada por indivíduos unidos por um fim comum de pensamentos e idéias. Uma sociedade capitalista. “A satisfação das aspirações morais faz parte integrante do conjunto dos desejos humanos...” (Silva, 1995)

Reflexão É possível buscar um equilíbrio entre a norma e a subjetividade? Podemos trabalhar a consciência como uma “síntese ativa”? O bem e o mal, para quem? É relevante uma reflexão vinculada à prática profissional? É possível definir um comportamento padrão? Código de Ética, uma imposição ou reflexão de valores? Como ser dinâmico baseado em algo estático?

“Se o homem é um ser de relações, sujeito a contínuas mudanças na sua luta por ocupar, a cada momento, o espaço que lhe compete no mundo e se, ao mesmo tempo, ele é sujeito e objeto de estudo da psicologia, segue que qualquer norma só será real se sujeito, também ele, a essa transitoriedade, que é própria do homem à procura do seu destino e significação”. (Silva, 1995)

Seminário de Ética Ana Adelaide Carla Claudia Cristiane César Psicologia – 9º Período

Um pensador da Ética: Artigo publicado na revista Cult, em dezembro de 2004 Renato Janine Ribeiro. Silva, M. V. de O. (1995) . Conselho Federal de Psicologia: Código de Ética do Profissional do Psicólogo. Monteiro, L. G. Os Sete Pecados Capitais nas organizações. Obtido em 28 da agosto de 2009 do World Wide Web: http://www.guiarh.com.br/PAG21H.htm BOURDIEU, P. Coisas Ditas. São Paulo: Brasiliense, 1990, p. 98 Gomes, A. Maquiavel e a Política Contemporânea. Jornal de São Carlos (SP) Obtido em 28 da agosto de 2009 do World Wide Web: http://maquiaveli.blogspot.com/2009/07/maquiavel-e-politica-contemporanea.html Maquiavel, N. O Príncipe. São Paulo: Ed. Escala Educacional, 2006. Almeida, Letícia Laurino; Merlo, Álvaro Roberto Crespo. Manda quem pode, obedece quem tem juízo: prazer e sofrimento psíquico em cargos de gerência. In: Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 2008, vol. 11, n. 2, pp. 139-157. Bezerra, Ciro. A ética e teoria política um estudo sobre Maquiavel, Locke, Gramsci e Lefort. Obtido em 07 de setembro de 2009em: World Wide Web: www.cedu.ufal.br/grupopesquisa/gepstufal/textos/texto.13.pdf Skinner, Quentin: As Fundações do pensamento político moderno – São Paulo:Companhia Das Letras, 1999. VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. 18. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.