PROSA CONTEMPORÂNEA (MESCLA DE GÊNEROS)

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PROSA CONTEMPORÂNEA (MESCLA DE GÊNEROS)
Transcrição da apresentação:

PROSA CONTEMPORÂNEA (MESCLA DE GÊNEROS) Obras filiadas ao chamado “realismo fantástico” ou “realismo mágico” – que discutem questões relativas à condição humana, por meio de alegorias, metáforas e paródias; Narrativas curtas como o miniconto; Narrativas experimentais: que mesclam linguagens diversificadas, flashbacks, gêneros, signos verbais e visuais; Romance policial: mescla de reportagem policial e ficção; Romance reportagem: mescla de reportagem jornalística e ficção; 

Romance histórico: mescla de narrativa dos fatos históricos e ficção; Romance biográfico: descrição/narração “romanceada” dos acontecimentos biográficos de uma personagem importante e famosa; Romance científico ou de ficção científica: que mescla fatos, acontecimentos e descobertas do mundo da ciência a enredos romanescos; Literatura de auto-ajuda: que mescla elementos da ficção romanesca a fatos e situações ligadas ao mundo espiritual, esotérico, religioso ou cabalístico (no entanto não é considerada literatura arte) 

O TEATRO BRASILEIRO

Terceira geração (1945 - 1960) ARIANO SUASSUNA VIDA Ariano Suassuna nasceu em João Pessoa em 16 de junho de 1927, formou-se em Direito e em Filosofia. É professor universitário, advogado, dramaturgo, romancista e poeta brasileiro. Ariano foi o idealizador do Movimento Armorial, que tem como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro. Tal movimento procura orientar para esse fim todas as formas de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, entre outras expressões. Suas obras já foram traduzidas para inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês.

Terceira geração (1945 - 1960) ARIANO SUASSUNA Características de suas Obras A concepção do texto teatral baseia-se na finalidade do mesmo: a representação por atores. Já o texto literário é concebido para ser lido e meditado pelo leitor, assumindo, portanto, outra feição. Feita essa observação, vamos reparar que sua obra procura definir a forma final do texto através dos seguintes elementos: . Não propõe, nas indicações que servem de base para a representação, nenhuma atitude de linguagem oral que seja regionalista. Busca encontrar uma expressão uniforme para todas as personagens, na presunção de que a diferença entre os atores estabeleça a diferença nos chamados registros da fala. A composição da linguagem é a mais próxima possível da oralidade, isto é, o texto serve de caminho para uma via oral de expressão

Terceira geração (1945 - 1960) ARIANO SUASSUNA - OBRA TEATRO Uma mulher vestida de Sol (1947) O desertor de princesa (1948) Os homens de barro (1949) Auto de João da Cruz (1950) Torturas de um coração (1951) O arco desolado (1952) O castigo da soberba (1953) O Auto da Compadecida (1955) O casamento suspeitoso (1957) O santo e a porca (1957) A pena e a lei (1959) Farsa da boa preguiça (1960) As cochambranças de Quaderna (1988) A história de amor de Romeu e Julieta (1996) Poesia O pasto incendiado, (1945-1970) Ode, (1955) Sonetos com mote alheio, (1980) Sonetos de Albano Cervonegro, (1985) Poemas (antologia), (1999) Romance A História de amor de Fernando e Isaura (1956) O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971). História d'O Rei Degolado nas caatingas do sertão/Ao sol da Onça Caetana, (1976).

Auto da compadecida = modelo = Gil Vicente = comédia de substrato religioso = Todos os mortos são submetidos ao julgamento divino. Sob a interferência da Compadecida, João Grilo (o herói picaresco) tem a permissão de voltar para a vida terrena e reencontrar seu amigo Chicó.

Terceira geração (1945 - 1960) « « NELSON RODRIGUES VIDA «  Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico (desde menino). «  NELSON RODRIGUES VIDA Teatrólogo nascido em Recife, considerado criador de uma obra revolucionária, um divisor de águas para o teatro brasileiro. Sua vida pessoal foi marcada por tragédias, como o assassinato do irmão e o choque por saber que seu filho fora torturado pela ditadura militar, regime que Nelson apoiou. É considerado pela crítica o fundador do moderno teatro brasileiro.

Invejo a burrice, porque é eterna. Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos... Não existe família sem adúltera. Nem todas mulheres gostam de apanhar, só as normais. O brasileiro, quando não é canalha na véspera, é canalha no dia seguinte. O dinheiro compra até o amor verdadeiro. Só o cinismo redime um casamento. É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de prata. Só o inimigo não trai nunca. Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém.

Terceira geração (1945 - 1960) Obra Realista – criticou o casamento. NELSON RODRIGUES Características da obra Obra Realista – criticou o casamento. O erotismo está muito presente na obra de Nelson Rodrigues Mescla de personagens reais com imaginários Desvenda de forma quase psicanalítica a interioridade das personagens Os instintos arrastam as personagens dentro do próprio quadro familiar ao incesto, perversão, crime... Ao mesmo tempo em que o sonho de uma pureza impossível segue atormentando-os.

Elementos marcantes de sua obra: O comportamento obsessivo e paranoico dos personagens; O clima mórbido, que embaralha as noções do normal e do doentio; O diálogo enxuto, direito, com o ritmo e o sabor da fala carioca; A trama folhetinesca, tornada complexa pelos dilemas morais e ambiguidades comportamentais dos personagens. Nelson Rodrigues, na verdade, é um moralista. Sua concepção de mundo mostra os seres como vítimas de paixões selvagens e ruinosas. Os instintos (sobretudo o sexual) são abomináveis.

Boca de ouro é uma tragédia carioca em três atos escrita por Nelson Rodrigues em 1959. O chofer de um ônibus que Nelson Rodrigues pegava para ir almoçar na casa mãe tinha todos os 27 dentes de ouro. Orgulhoso de seu xodó, dizia sempre que os dentes eram de ouro maciço, 24 quilates. Impressionado com a história, o dramaturgo resolveu escrever uma peça que combinasse a dentadura dourada do motorista com uma personagem real do submundo carioca, o bicheiro Arlindo Pimenta. 

Assim nasceu Boca de Ouro, o bicheiro de Madureira que mandou trocar todos os dentes brancos e perfeitos de sua boca por pivôs de ouro puro. Malandro e cheio da legítima ginga carioca, Boca de Ouro nasceu numa pia de gafieira e seu primeiro banho foi com água de bica. Morre de complexo por causa da sua origem. Ele mostra a impossibilidade do homem de, pelo furor destrutivo, chegar a salvar-se. O ressentimento, como paixão existencial, e a raiva cega que dele decorre arrastam o ser humano para o abismo do aniquilamento da morte. Mas este milagre só se opera na medida em que o homem se aceita e se ama na sua fragilidade, na argila perecível e corruptível que ele também é, para além de qualquer ressentimento.