POLÍTICA DE FUNDOS Desafios para a construção de um Sistema Nacional de Educação Luiz Araújo.

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Transcrição da apresentação:

POLÍTICA DE FUNDOS Desafios para a construção de um Sistema Nacional de Educação Luiz Araújo

VIRTUDES DA POLÍTICA DE FUNDOS Promoveu maior equidade dentro de cada estado; Formou uma cultura de que cada aluno tem um dado custo; Recursos com maior facilidade de fiscalização.

PECADOS DA POLÍTICA DE FUNDOS O valor por aluno depende do perfil econômico de cada estado, mantendo a desigualdade regional existente. Em Roraima o valor é de R$ 2.666,53 e no Maranhão é de R$ 1.415,97;

PECADOS DA POLÍTICA DE FUNDOS Participação da União foi oscilante e aquém do seu potencial, mesmo que no último período (Fundeb) tenha melhorado e de 2010 em diante represente 10% do montante depositado por estados e municípios.

GASTOS DIRETOS MUITO LONGE DO DESEJÁVEL No atual PNE estava previsto que em 2011 o gasto deveria chegar a 7% do PIB, mas foi vetado; A Sociedade Civil, reunida na CONED, queria uma meta de 10% em Estudo feito por Comissão Governamental (2003) calculou o ritmo que deveríamos crescer para cumprir as metas do PNE. Em 2011 estaríamos aplicando 7,95% do PIB.

GASTOS DIRETOS MUITO LONGE DO DESEJÁVEL Recentemente o MEC divulgou que o gasto direto de 2008 foi de 4,7% do PIB e que em 2010 chegaremos a 5%. Este crescimento pífio provocou: –O não cumprimento das metas do PNE –A manutenção da necessidade de investimentos maiores para garantir acesso e padrão mínimo de qualidade.

DESAFIOS Para alcançarmos um padrão mínimo de qualidade é necessário: –Garantir acesso, especialmente na educação infantil e ensino superior; –Garantir o ingresso dos jovens na idade correta no ensino médio; –Garantir que as escolas possuam os insumos básicos para viabilizar a qualidade;

DESAFIOS Para alcançarmos um padrão mínimo de qualidade é necessário: – A existência de um piso salarial nacional para o magistério que represente uma valorização efetiva da profissão; –A existência de planos de carreira que tornem a profissão atrativa.

O QUE ESTÁ SENDO DISCUTIDO NA CONAE? O documento base, após reconhecer somente as virtudes do Fundeb, apresenta as seguintes propostas: –Garantir recursos financeiros adequados por estudante e incorporar, de forma adequada, impostos, taxas e contribuições. –Considerar as condições reais de cada etapa e modalidade de ensino, nos fatores de ponderação.

O QUE ESTÁ SENDO DISCUTIDO NA CONAE? O Bloco II apresenta várias emendas: –Manter o valor do custo-aluno mesmo quando cair a arrecadação; –Retirar o sistema de balizas que limitam os fatores de ponderação do fundo; –Complementação da união ao Fundeb deve avançar imediatamente para uma transferência equivalente a 1% do PIB/ ano.

O QUE ESTÁ SENDO DISCUTIDO NA CONAE? O Bloco III apresenta várias emendas: Transformar o FUNDEB em fundo nacional, com igual per capita para todos os Estados, com a ampliação dos recursos vinculados à educação e incorporando outras formas de arrecadação e não só os impostos, tomando como referência o maior per capita existente no país.

ALGUMAS REFLEXÕES A contribuição da União aumentou, mas sua participação ainda é pequena, tendo em vista o potencial de arrecadação. Em 2009 representou 0,16% do PIB. Um sistema nacional precisa rever as responsabilidades dos entes federados no financiamento da educação básica.

ALGUMAS REFLEXÕES Apenas aumentar o percentual vinculado dos estados e municípios não é suficiente para superar os desafios descritos no início desta exposição, por que: –Continuamos com uma demanda reprimida de acesso que exige gastos extraordinários; e –Estamos longe de um padrão mínimo de qualidade que torne a oferta escolar mais justa socialmente.

PROPOSTAS Estabelecer um ritmo mais audacioso de crescimento do gasto direto em relação ao PIB nos primeiros anos de vigência do novo PNE; Rever o papel complementar da União, tornando este ente federado parte integrante do financiamento.

PROPOSTAS Estabelecer que o valor mínimo por aluno crescerá progressivamente até alcançar o valor do custo aluno-qualidade; Isso significa uma maior complementação da União, dos estados e municípios para a educação. Estabelecimento de fatores de ponderação reais, garantindo incentivo a ampliação das matrículas na educação infantil, por exemplo.

PROPOSTAS Para implantar o CAQ, ou seja, para levar ao patamar mínimo os estados e municípios que estão abaixo são necessários gastos equivalentes a 1% do PIB (31,4 bilhões referenciados em 2009). Este recursos precisa vir majoritariamente da União.

ALGUMAS PERGUNTAS Qual o ente federado que arrecada mais recursos no Brasil? Qual o ente federado que menos investe na educação básica? Qual ente federado pode diminuir as desigualdades regionais? Então... Quem tem condições de pagar a CONTA?

Obrigado. Blog rluizaraujo.blogspot.com