Profa. Dra. Dione Mari Morita Dra. Zeila Chittolina Piotto

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Transcrição da apresentação:

Profa. Dra. Dione Mari Morita Dra. Zeila Chittolina Piotto

Percepção Da Degradação Ambiental Histórico ambiental recente Escala delimitada Criação de agências de controle Licenciamento de indústrias; Criação programa como a atuação responsável; Sistemas de gestão ambiental; Selos verdes; Escala global Fóruns mundiais de discussão; Criação de organizações para discussão de temas ambientais (OECD:UNEP,WBCSD) Tratados, acordos, etc. Percepção Da Degradação Ambiental

Desenvolvimento sustentável “O desenvolvimento conduzido responsavelmente por indivíduos, empresas, governos e outras instituições, cuidando do futuro como se ele lhes pertencesse, dividindo e partilhando eqüitativamente os recursos naturais dos quais os seres humanos e as demais espécies dependem, de forma a garantir que aqueles que hoje existem, estejam presentes também no futuro para satisfazer as necessidades e aspirações humanas” Objetivos Econômicos Objetivos sociais Ecológicos Dr. John R. Ehrenfeld da Universidade da Noruega

Viabilizar a sustentabilidade Escala Governamental -institucional Como medir e monitorar em escala global? Estabelecer políticas públicas? Inclusão do terceiro mundo? Qual o papel dos países do primeiro mundo ? Quem paga ou financia ?

Conceito de Ecoeficiência Ecoeficiência é obtida pela produção de produtos e serviços competitivos; de modo a satisfazer as necessidades humanas com aumento da qualidade de vida; enquanto se reduz os impactos ambientais adversos e o uso dos recursos naturais durante todo o ciclo de vida do produto, em consonância com a capacidade da terra.

Política ambiental Governo Mercado Comunidade

Política ambiental Governo Poder público Empresas Controle pelo governo Elementos: Leis e normas Políticas públicas Taxação, subsídios e incentivos Acordos voluntários Empresas Poder público Necessidade de mudança da Forma de atuação do poder Público para controle e prevenção da poluição. A abordagem comando e controle Voltada para ar, água e solo se mostra ineficaz Exemplo de abordagem diferenciada: O Programa PROPER- Indonésia Redução da poluição Baixo custo

Política ambiental Controle pelo mercado Controle Informal Cidadãos Elementos: Reputação Crédito e financiamento Lucros Empresas Investidores Controle pelo mercado Consumidores Comunidade Controle Informal Empresas Cidadãos ONGs Elementos: Poder Regras sociais Negociação

Ecoeficiência Viabilizar a sustentabilidade Empreendimento público ou privado

Dimensões da Ecoeficiência Sete dimensões da eco-eficiência: 1- Reduzir a intensidade do uso de materiais em produtos e serviços; 2- Reduzir a intensidade do uso de energia em produtos e serviços; 3- Reduzir a dispersão de produtos tóxicos; 4- Permitir/estimular a reciclabilidade dos produtos; 5- Maximizar o uso sustentável de recursos renováveis; 6- Estender a durabilidade dos produtos; 7- Aumentar a intensidade dos serviços

CP-Produção mais limpa (cleaner production) Ferramentas da Eco-eficiência CP-Produção mais limpa (cleaner production) LCA- Análise de ciclo de vida EMS- Sistemas de gestão ambiental Relatórios de desempenho ambiental Selos verdes Indicadores ambientais Contabilidade ambiental

5- Políticas, protocolos e Agenda 21 Visão integrativa Vida útil do produto Duração da empresa CP- Produção limpa DfE- Design ambiental EMS- Sistema de gestão ambiental EPE- Avaliação de desempenho ambiental 4 5 Fabricação Descarte/ disposição Uso Ciclo de vida de um produto N produtos Uma fábrica/processo N fábricas Sociedade Planejamento Uso Disposição Tempo Vida Humana 2- LCA, DfE, Ecolab. 1-CP, EAc 3-EMS, EPE 4- Eco-efciência 5- Políticas, protocolos e Agenda 21 Ecolab- Selos verdes LCA- Análise de ciclo de vida EAc- Contabilidade ambiental

Melhor tecnologia disponível Define-se BAT - como as técnicas mais eficientes e avançadas disponíveis para execução de atividades, aplicáveis a processos específicos, de forma a evitar emissões e os impactos ambientais adversos, ou quando isso não for possível, pelo menos reduzí-los.  

Produção mais limpa Produção Mais Limpa É uma estratégia Preventiva e Contínua Para modificar Produtos Processos Serviços Assegurando Melhoria do Desempenho Ambiental e redução Dos custos Instrumentos De Gestão Regulatórios (governo) Tecnológicos

Produção mais limpa-Evolução Gestão passiva de resíduos Gestão reativa: “end-of-pipe” Gestão proativa: produção mais limpa Evolução da gestão: A maior parte das instituições ainda se está na fase “end-of-pipe”; Poucas adotaram a gestão ambiental integrada ao negócio Evolução da legislação ambiental Visão de curto prazo e segmentada está evoluindo para uma visão de longo prazo, integrada com tendências de mercado e com uma visão de parceria.

Produção mais limpa -Visão tecnológica Tecnologia “end-of-pipe” Remediação Otimização de processos existentes Novos processos e tecnologias Melhores tecnologias disponíveis Racionalização do uso de energia Seleção de insumos e matérias-primas Reciclagem e reuso Uso racional de insumos LCA e design ambiental Inovação de produtos Abordagem tecnológica 1960 1970 1980 1990 Corretiva Integrativa Orientada para Fonte ou insumos Preventiva e orientada Para produto Desenvolvimento sustentável

Produção mais limpa- Implementação Identificação da necessidade de implementar Produção Mais Limpa 4- Estudo de viabilidade 5- Implementação 1 - Planejamento e organização 2- Etapa de Pré avaliação 3 - Avaliação Avaliação dos resultados Continuação Do Programa

Alternativas para produção mais limpa Processo Mudança tecnológica Boas práticas de operação nos Produtos nos insumos Reuso e reciclagem interna Etapa de avaliação

Produção mais limpa Razões para implementar CP: Exigência legal (ainda pouco utilizada); Instrumentos econômicos ou (incentivos/subsídios ou taxas); Adesão voluntária (selos verdes; acordos setoriais ou outros sistemas de gestão )

Principais barreiras para implementar: Internas Externas Falta de conhecimento e mão de obra capacitada Dificuldade de acesso a TL Dificuldade de financiamento ext. Falta de conscientização ambiental Falta de incentivos Priorização de lucro em curto prazo Ausência de mercado para produtos reciclados Inércia ambiental (média gerência) Ausência de regulamentação Dificuldade de implementação

Produção mais limpa no mundo País Setor Austrália Industria de celulo se e papel, automotiva, petrolífera, plásticos e resinas, municípios, programas para pequenas e médias empresas. Bulgária Industria química; siderurgia; programas para pequenas e médias empresas. Canadá Público, pequenas e médias empresas, hospitalar. China Celulose e papel República Tcheca Serviços de água e esgotos, transportes, alimentício e agricultura. Dinamarca Têxtil, galvanoplastia e gráfica Hungria Automobilístico, gráfico e indústria química. Israel Indústria química e farmacêutica Itália Têxtil e beneficiamento de couro Lituânia Têxtil, eletroeletrônico e alimentício. Polônia Setor público (água e esgotos), alimentício, agricultura e tratamentos metálicos. Portugal Galvanoplastia e indústria química Romênia Celulose e papel e têxtil Slovênia Público, indústria química e alimentícia, agricultura Turquia Têxtil, galvanoplastia e indústria de alvejantes Inglaterra Indústria química, gráfica e de impressão, galvanoplastia. Estados Unidos Indústria química, galvanoplastia e celulose e pa pel

Produção mais limpa no Brasil No Brasil, ainda existem poucas iniciativas estruturadas voltadas para produção mais limpa. O Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável possui atualmente 7 Núcleos de Produção Mais Limpa no Brasil, com as primeiras experiências voltadas para pequenas e médias empresas A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) do Estado de São Paulo desenvolve programas voltados para a prevenção à poluição.

Materiais e métodos Estudo de caso Unidade Jacareí – Grupo VCP – Votorantim celulose e papel São apresentados os principais projetos de expansão da Unidade e as evoluções tecnológicas associadas à melhoria do desempenho ambiental no período de 1992-2001. Também são apresentados os principais projetos de gestão ambiental que conduziram a melhoria do desempenho ambiental. Projeto P 600 Projeto ECF Projeto P 1200

Materiais e métodos A produção de celulose Madeira Celulose ESTAR ETA Cozimento (Digestor) Deslignificação Preparo de madeira ( picador) Madeira Licor preto Branqueamento Extração Celulose Plantas químicas Caldeiras auxiliares Sistema de recuperação

Vista da Unidade

Principais aspectos ambientais associados ao processo Emissões hídricas (DBO, DQO e AOX) Emissões atmosféricas (TRS, SO2, NOx, MP) Geração de resíduos (Classe II) Consumo de água e de energia

P – 600 (1992-1994) Objetivo : Dar continuidade operacional a unidade Nova caldeira de recuperação Novo sistema de evaporação Novo sistema de caustificação Turbogerador Principais problemas ambientais: Elevada emissão de gases reduzidos de enxofre (TRS); Elevada emissão de MP; Cor elevada das águas residuárias; Consumo elevado de água e alta geração de efluente industrial

Rio Jaguari Rio Paraíba do Sul

P – ECF (1995-1997) Objetivo : Ampliar a produção de celulose de mercado Escopo: Novo digestor (BAT) Sistema de deslignificação (BAT) Nova linha de branqueamento (ECF e TCF) (BAT) Nova máquina extratora de celulose Novo sistema de caustificação e evaporação (BAT) Foi o projeto mais importante do ponto de vista de melhoria do desempenho ambiental em virtude do uso das melhores tecnologias disponíveis

P – 1200 (1998-2000) Objetivo : Otimização ambiental e pequeno aumento na produção de celulose     Eliminação do estágio de hipocloração da linha de fibras, Conversão do branqueamento (possibilidade de produção de polpa ECF), Nova ESTAR- Estação de tratamento de águas residuárias, Instalação do 7o estágio de evaporação e reforma no stripper, Instalação do precipitador eletrostático na caldeira de biomassa, Alteração no branqueamento (linha B), Fechamento de circuitos, Torre de resfriamento, e Otimização da extratora de celulose

Resultados

Matriz energética

Conclusões Redução no custo de produção de celulose de 30%; Redução de 84% das emissões de AOX-compostos orgânicos halogenados (de 1,26 kg Cl/ADT para 0,20 kg Cl/ADT); Redução de 87% da cor da água residuária tratada por sistema de lodos ativados (de 184 kg Pt-Co /ADT para 24kg PT-Co/ ADT); Redução de 50% na vazão de água captada no Rio Paraíba e de 57% na vazão de águas residuárias;

Conclusões Redução de 27% na DBO5,20 do efluente industrial (de 26,0 kg O2/ADT para 19,1 kg O2/ADT); Redução de 31% na DBO5,20 da água residuária tratada por sistema de lodos ativados (de 2,8 kgO2/ADT para 1,9 kg O2/ADT); Redução de 53% na DQO do efluente industrial (de 90,6 kg O2/ADT para 42,5 kg O2/ADT); Redução de 65% na DQO da água residuária tratada por sistema de lodos ativados (de 31,5 kg O2/ADT para 11,1 kg O2/ADT); Redução da emissão de material particulado de 25 kg/t para 1,66 kg/t;

Conclusões Redução de 20% das emissões de compostos reduzidos de enxofre (de 0,043 kg S/ADT para 0,034 kg/ADT); Aumento da cogeração de energia elétrica de 52% para 74%; Mudança na matriz energética por intermédio da substituição de 50% do óleo combustível consumido na Unidade por gás natural; Mais de 70% dos produtos químicos usados no processo passaram a ser fornecidos em embalagens retornáveis;

Conclusões Redução de mais de 60% na quantidade de resíduo sólido encaminhada ao aterro municipal; Redução de mais de 90% do resíduo oleoso gerado no sistema de lubrificação (cilindros secadores) da máquina de papel; Redução de 100% do resíduo gerado no picador - resíduo classe I com alto teor de chumbo; Substituição de 100% dos trapos utilizados para limpeza de peças por toalhas retornáveis.