ESPIRITUALIDADE BÍBLICA

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Transcrição da apresentação:

ESPIRITUALIDADE BÍBLICA

Recordando A espiritualidade Bíblica é a espiritualidade que traz como base de toda a vivência, conhecimento, prática, relação interpessoal a experiência do Povo de Deus relatada na Bíblia. Não só parte do texto bíblico, a partir da meditação, mas retorna constantemente a ele como critério de discernimento e de decisão.

Nasce entre os séc. XIII e XII a.C. - salto qualitativo Israel faz uma experiência paradigmática de Deus na sua história. Esta experiência é relatada nos vários livros da Bíblia, tornando-se uma experiência modelo para as pessoas e povos que querem experimentar Deus na sua história Experiência fundante Nasce entre os séc. XIII e XII a.C. - salto qualitativo A experiência fundante é a confluência “ecumênica” da realidade de grupos diferentes, mas que sofriam a mesma opressão infligida pelo Egito. No encontro desses grupos, vindo da fuga e resistência, acontece o Êxodo, dando origem a um novo povo, o qual traz consigo a força do Deus dos pobres, do Go'el.

Seminômades da Palestina: Grupos que formaram o Povo de Deus Mosaico: Escravos no Egito. Seu Deus é libertador dos marginalizados El – Go'el Dele virá a experiência mais forte Seminômades do Sinai: Javé Seu Deus é epifânico, se manifestando na história, migrante. Militante. Seminômades da Palestina: Seu Deus paterno atua na defesa dos espoliados e lascados Tem um projeto anti-Estado e anti-cidade. Isra-el. Deus da companhia e da promessa. Não intermediário entre Deus e a pessoa.

A fundição da experiência fundante do Deus Bíblico a) Por um lado o javismo tribal se enucleava em torno de experiências históricas com o divino. Seu eixo era a interpretação da história, não a interpretação da natureza. O javismo é, desde as origens, uma hermenêutica, uma leitura da história. b) Por outro lado, o javismo era estritamente relacionado à gente espoliada. É o caso dos lavradores emigrados das planícies, após séculos de sofrimentos pelos saques egípcios. É o caso dos seminômades como Sara e Abraão, para quem a simples aproximação das cidades significava um perigo. É o caso dos beduínos do Sinai. É o caso dos escravos, extorquidos junto a Ramsés e Pitom. O javismo é, claramente, uma interpretação da história a partir dos excluídos, de mulheres e homens massacrados.

Os “dogmas do credo" histórico do povo bíblico "Meu pai era um arameu errante: ele desceu ao Egito e aí residiu com poucas pessoas. Depois tornou-se uma nação grande, forte e numerosa. Os egípcios, porém, nos maltrataram e humilharam, impondo uma dura escravidão sobre nós. Clamamos então a Javé, Deus de nossos antepassados, e Javé ouviu a nossa voz. Ele viu nossa miséria, nosso sofrimento e nossa opressão. E Javé nos tirou do Egito com mão forte e braço estendido, em meio a grande terror, com sinais e prodígios. E nos trouxe a este lugar, dando-nos esta terra: uma terra onde corre leite e mel. Por isso, aqui estou, Javé, com os primeiros frutos da terra que tu me deste" (Dt 26, 5b - 10a).

Meu pai era um arameu errante O povo recordará para sempre que era peregrino, sem terra, sem teto, sem chão, frágil, desprotegido, vagante...

Éramos escravos no Egito e clamamos a Javé "Os egípcios nos maltrataram e humilharam, impondo uma dura escravidão sobre nós" (Dt 6,21; 26,6). O credo inicia declarando a condição de espoliado e explorado, de pobre, itinerante e marginalizado. O povo revela a Deus sua situação de grande necessidade: vive na miséria, luta pela sobrevivência. Sente-se joguete dos grandes impérios que usam as pessoas em função de seus interesses econômicos, políticos e militares. É o povo todo nesta situação! E Javé vê esta situação (Ex 3, 7).

Ele (Javé) ouviu nossa voz Ele viu nossa miséria, nosso sofrimento e nossa opressão (Dt 26,7). Javé "ouve" o grito: "conhece" os sofrimentos. [...] O Deus Bíblico é um Deus sensível ao sofrimento, um Deus que não se conforma com o sofrimento injusto. É um Deus "humano", o Deus da compaixão, que tem entranhas de misericórdia, incapaz de esquecer seus filhos (Os 11,8). Não é indiferente aos pequenos e sem voz e vez. [...] Ele toma o partido dos indefesos. Ele é o verdadeiro Go'el do povo, o padrinho que resgata da escravidão, como o livro do Levítico o apresenta (25,25.39-40).

Javé nos tirou com mão forte e braço estendido com sinais e prodígios contra o Faraó (Dt 6,22;26,8). O povo reconhece a força de Deus intervindo no processo de libertação. Não fosse Ele não teria havido a libertação. Sentiram que Deus os impelia a lutar, a buscar a libertação de todas as formas: unindo-os por serem muito dispersos e desentrosados; fortificando-os por não terem nenhuma experiência de luta contra as astúcias e a força dos grandes, etc. Não por uma intervenção mágica ou milagrosa na história, mas mediante a força das lideranças humanas como Moisés, Aarão, Míriam, Josué, etc. Os egípcios confiavam em forças exteriores (carros e cavalos), ao passo que os hapirús, confiavam em Deus presente neles.

Javé introduziu-nos na terra que havia prometido a nossos antepassados Não bastou tirar da escravidão; Javé conduziu o povo a uma nova terra que também pode significar aqui, uma pátria, uma organização sócio-político-econômica em função da vida. Muitas vezes na Bíblia aparece a menção de Jerusalém como símbolo de uma nação/povo organizado em favor de seus cidadãos e não em favor do dinheiro ou do poder. De fato, não existe vida sem terra e trabalho para todos. O compromisso de Deus com o povo é conceder-lhe terra abundante e boa (onde "corre leite e mel") para plantar, morar, organizar-se (sem necessidade de esconder-se), sentir-se em casa, ter um lugar ao sol, ter uma identidade político-social. A promessa e a utopia são parte inerente da Espiritualidade Bíblica. O Evangelho falará em cêntuplo e abundância de vida.

Então Javé nos ordenou cumprir todos estes estatutos Não basta estar numa terra fértil. Faz-se mister responder de modo mais efetivo e compromissado. É preciso chegar a uma organização social mais justa, instituir um compromisso, criar um "ethos" que faça respeitar e promover a verdadeira vida. Os mandamentos são, por um lado, o fruto da sabedoria do povo porque levam à convivência pacífica e fraterna, onde todos, especialmente os mais fracos, são respeitados e amparados. Uma legislação social adequada é, assim, o outro lado da medalha do presente da terra e de sua garantia. Por outro lado, a LEI é o símbolo da sabedoria de Deus, pois por meio dela o povo tem uma garantia de vida, como expressa e canta muito bem o maior salmo 119 (118) - e também o salmo 19 (18). Neste sentido os mandamentos são assim a melhor expressão da aliança de Deus com seu povo e, da parte deste, um compromisso de caminhar para a felicidade.

Por isso, aqui estou, Javé, com os primeiros frutos da terra que tu me deste Quando se está na terra, colhendo dos seus frutos, com uma aliança selada com Javé, vivendo na liberdade do Povo de Deus, celebrar é apresentar-se diante de Deus e reconhecer a presença dele na história e no cotidiano, sua proximidade e sua dádiva de vida.