Os brasileiros e o mundo do trabalho

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Transcrição da apresentação:

Os brasileiros e o mundo do trabalho GEOGRAFIA Capítulo 14 – pág. 250 a 262 4º bimestre 6ª série – 7º ano

O mercado de trabalho no Brasil Participam do mercado de trabalho brasileiro cerca de 86 milhões de pessoas, praticamente a metade da população total do país, estimada em cerca de 172 milhões, segundo dados do IBGE de 2003. Esses milhões de trabalhadores constituem a População Economicamente Ativa (PEA), que engloba o conjunto da população entre 15 e 65 anos ocupada (mesmo em atividades não remuneradas) e os desempregados que estejam procurando colocações.

A divisão de trabalho no Brasil No Brasil, quase 70% do PEA estava ocupada no setor primário da economia na década de 1940. Nessa época, a maior parte dos trabalhadores brasileiros vivia no campo, exercendo atividades rurais. Em 2002, porém os empregos tipicamente urbanos do setor secundário e terciário já eram amplamente majoritários. No intervalo abrangido pelo gráfico, o Brasil se transformou em uma economia urbana e industrial. A distribuição da PEA por setor indica isso. O gráfico (próximo slide) revela que o setor secundário jamais empregou mais que 30% dos trabalhadores brasileiros. Desde a década de 1940, houve um crescimento da participação da indústria, que chegou ao pico em 1980. Depois, a modernização industrial passou a exigir menos mão-de-obra, que também precisou ser mais qualificada. O setor terciário envolve muitas atividades profissionais, entre elas algumas que exigem profissionais formados em curso superior ou pós-graduação, como geógrafos, engenheiros, arquitetos e administradores que trabalham em empresas prestadoras de serviços. Esse setor também engloba serviços domésticos e o do pequeno comércio. O mercado de trabalho no Brasil, assim como ocorre com outros aspectos sociais e econômicos do país, não é uniforme. Isso ocorre pela divisão do trabalho entre o campo e a cidade, mas também em virtude das diferenças regionais. Algumas regiões receberam mais indústrias no passado que outras. Além disso, alojam a sede de importantes empresas do setor comercial e de serviços atualmente, o que ampliou o desequilíbrio social e de desenvolvimento no país.

Brasil: evolução da distribuição setorial do pea

As grandes diferenças regionais A elevada concentração de renda no Brasil é uma das causas dos problemas sociais que o país enfrenta. A distribuição do PEA pelos setores econômicos revela desigualdades regionais no país. O Nordeste é a única região com mais de um terço da PEA no setor primário. A PEA do setor primário não é tão expressiva nas regiões Sudeste e Centro- Oeste, embora elas apresentem elevada produção agrícola. Nessas regiões, as máquinas já substituíram grande parte da força de trabalho no campo. A renda média dos trabalhadores também é muito desigual entre as regiões brasileiras. Em parte, isso acontece porque, no campo, predominam os pequenos produtores familiares, que trabalham com a ajuda dos membros de sua família. O salário mínimo foi criado em 1940. Inicialmente tinha um valor para cada região. Desde 1988, é o mesmo em todo país. Esse salário deveria garantir à trabalhadora ou ao trabalhador e a sua família recursos monetários suficientes para satisfazer às necessidades de moradia, alimentação, saúde, higiene, transporte, educação, vestuário e lazer.

Brasil: distribuição setorial da pea em 2003, por regiões

As diferenças segundo a cor e o sexo As diferenças regionais são grandes, mas há outras também graves. Os negros e seus descendentes recebem salários menores que os brancos. O mesmo acontece com as mulheres, quando comparadas aos homens.

As diferenças segundo a cor Pode parecer esquisito, mas algumas pessoas não são contratadas para trabalhar por serem negras. Isso acontece em nosso país, onde muita gente fala que não existe preconceito racial. Segundo o IBGE, em 2003, um negro ou um pardo recebia salário equivalente à metade do pago a um branco, em média, no Brasil. Já na Grande Salvador, onde a população negra é a maioria, registrava-se uma diferença salarial ainda maior: um negro ganhava por hora, em média, R$ 3,00, enquanto um branco recebia, em média, R$ 8,20. Uma das explicações para tais diferenças é a discriminação racial. É importante recuperar a história para entender a discriminação racial dos negros brasileiros. Os negros foram trazidos ao Brasil para trabalhar como escravos. Eram vistos como seres inferiores e considerados mercadoria, propriedade de brancos que podiam vendê-los a qualquer momento. No século XIX, uma série de leis passou a lhes dar liberdade. Em 1888, a Lei Áurea tornou livre todos os escravos. Mas essa liberdade, conquistada há mais de 100 anos, não significou o fim da discriminação. A população negra é mais pobre que a branca. Como resultado, o número de jovens negros que abandonam os estudos é maior que o de jovens brancos, pois precisam trabalhar para ajudar no sustento da casa. Para quebrar esse círculo, é preciso ampliar a todos o acesso à educação. Caso contrário, as diferenças não diminuirão. Por isso, uma das maiores reivindicações do movimento negro brasileiro é a introdução da discriminação positiva.

A discriminação positiva A discriminação positiva é uma política pública que busca compensar os grupos sociais que foram discriminados, como os negros. A compensação pode ocorrer de várias maneiras, garantindo, por exemplo, vagas a um determinado número de negros em universidades públicas ou postos de trabalho em empresas públicas e privadas. A população negra brasileira apresenta os piores indicadores de qualidade de vida do Brasil. No início do século XXI, a expectativa de vida dos negros brasileiros era de 65 anos, enquanto a dos brancos atingia 71 anos. 703

As diferenças segundo o sexo As mulheres brasileiras ganham menos que os homens, ainda que desenvolvam a mesma função. Das mulheres que trabalham, a maior parte atua no setor informal, que não registra o trabalhador. Assim, elas ficam sem garantias sociais, e trabalhistas, como aposentadoria e férias remuneradas. E a maioria, apesar de trabalhar fora de casa, continua cuidando das tarefas domésticas. Elas fazem “bicos”, recebendo baixos salários para complementar a renda.

Diferenças segundo sexo Existem profissões consideradas basicamente femininas. Em cada 10 pessoas que exercem as funções de costureiro, enfermeiro, professor do ensino fundamental, recepcionista e secretário, 8 são mulheres. Nos últimos anos, as mulheres têm também sido empregadas na indústria eletrônica. Elas atuam, por exemplo, na montagem de equipamentos eletrônicos. Raramente uma mulher ocupa um posto de chefia no Brasil. De cada 10 cargos de presidentes e diretores de empresas, apenas 1 é ocupado por mulher. Por causa de seus problemas específicos, as mulheres vêm exigindo mudanças nas relações de trabalho. As conquistas têm sido lentas, mas já resultaram, por exemplo, na instalação de creches nas empresas e em licenças para amamentar. Mas elas querem mais. Principalmente as que conseguiram romper os preconceitos e ocupam posições de destaque, que exigem ganhar o mesmo salário pago aos homens.

A organização sindical Outro fator que contribui para a desigualdade dos salários no país é a organização dos trabalhadores. No Sul e no Sudeste, sindicatos de trabalhadores conseguiram vitórias importantes a partir do final da década de 1970. Dentre elas, pode-se citar o dissídio coletivo, ou seja, a definição de um mês do ano para reajustar os salários de todos os trabalhadores de determinado setor, como os metalúrgicos do ABCD paulista (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema). A organização dos trabalhadores brasileiros avançou a ponto de surgirem centrais sindicais, que são organizações máximas que os trabalhadores podem alcançar dentro de um país. Ela reúne sindicatos e federações de todo país, independentemente da categoria que representem.

O trabalho infantil no brasil O trabalho infantil é proibido no Brasil. A Constituição de 1988 estabeleceu em seu artigo 7º que até os 14 anos de idade ninguém pode trabalhar. O Estatuto da Criança e do Adolescente, promulgado em 1990, dispõe que, entre os 14 e 16 anos, o adolescente só pode ser admitido na condição de aprendiz de determinado ofício, e desde que não seja submetido a trabalhos pesados ou a jornadas noturnas. As crianças atuam nas mais diferentes funções. Na agricultura, menores de 14 anos trabalham com seus pais em lavouras de cana, na colheita de laranja, tomate, fumo, algodão e café. Muitas vezes, seus pais, avós e bisavós também tiveram a infância “roubada” pela necessidade de trabalhar para que a família pudesse sobreviver. Outras crianças trabalham em carvoarias e olarias nos estados de MG, MS, PA e MA. Para receber meio salário mínimo por mês, uma família precisa queimar 15 toneladas de eucalipto por dia, produzindo 800 quilos de carvão.

Trabalho infantil Em Rondônia, meninos de 10 anos são usados para entrar nos poços e indicar os veios de cassiterita (minério usado para produzir o estanho). Na Bahia, crianças e adolescentes cortam granito para fazer paralelepípedo, recebendo de 1 a 25 reais por semana. Alguns adolescentes chegam a cortar mil paralelepípedos em 4 dias! Nos centros urbanos, as crianças são empregadas em firmas comerciais, na construção civil, além de atuarem como balconistas e auxiliares em serviços gerais. O trabalho infantil vem sendo combatido pelo governo federal por meio de um programa de fornecimento de bolsas de estudo em dinheiro para famílias carentes que mantiverem seus filhos na escola. Por causa desse programa, implementado em 1996, a situação melhorou, principalmente nas zonas rurais. Empresários também estão se mobilizando contra o trabalho infantil. A Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança tem desenvolvido programas para denunciar os problemas do trabalho infantil em empresas e junto aos pais.

GEOGRAFIA - CORREÇÃO PG 262 PASSANDO A LIMPO - 4ºBIMESTRE 1. PEA é a População Economicamente Ativa, ou seja, a parcela da população de um país entre 15 e 65 anos ocupada. Também faz parte da PEA os desempregados que estejam procurando colocações. 2. Os empregos do setor terciário, que engloba o comércio e os serviços, representam 58,8% da PEA no Brasil. As atividades do setor secundário e do setor primário representam 20,6% cada um. Estes dados demonstram que a economia brasileira é tipicamente urbana e industrial.

3. Esse equilíbrio está relacionado com a diferença de distribuição setorial da PEA por regiões do país. Nas regiões com maior porcentagem da PEA no setor primário, a renda dos trabalhadores é menor. 4. Resposta Pessoal 5. Trata-se de uma política pública que busca compensar os grupos sociais que foram discriminados, como negros.

6. A garantia de vagas a um determinado número de negros em universidades públicas ou postos de trabalho. 7. As mulheres também são discriminadas no mercado de trabalho, Além disso, a maior parte das mulheres que trabalha atua no setor informal, que não registra o trabalhador, sendo mal remuneradas.

8. Os atuais sindicatos surgiram da resistência de categorias de trabalhadores ao Regime Militar e da luta pela democratização do país. 9. O trabalho de crianças é aproveitado para as mais diferentes funções: na lavoura (colheita da cana, laranja, tomate, fumo, algodão e café), em carvoeiras, em olarias, em mineradoras. O trabalho precoce prejudica o desenvolvimento da criança, que abandona a escola e não tem tempo de brincar.