Deus Pai: Estudo apologético (FERREIRA&MYATT, págs. 246-249)
Os testemunhas de Jeová Os arianos afirmam que houve um tempo em que Deus não era Pai. Esta é uma dupla negação: 1) Nega que o Pai seja Deus junto com o Filho desde a eternidade; 2) Nega que Deus seja Pai, no sentido de ter um Filho que compartilhe sua natureza divina.
Embora não exista uma afirmação de que Deus não deva ser chamado de Pai, a literatura das testemunhas de Jeová deixa a impressão de que isto seja, no mínimo, algo incomum.
O islamismo Para o islamismo, Deus, não sendo Pai de Jesus, também não entra em relações paternais com as pessoas.
Candomblé e Umbanda No candomblé e na umbanda, os adeptos não são filhos de Deus, mas sim “cavalos” dos orixás, que os controlam durante ritos de possessão. Os adeptos não experimentam a paternidade de Deus, tampouco o seu amor. Olorum é indiferente à situação e à vida das pessoas. Ele não pode ter um filho divino, muito menos filhos humanos.
Os mórmons O oposto da redução de Deus a uma nômada é a divisão do Deus único em muitos deuses, como no sistema politeísta dos mórmons. O antropomorfismo extremo dos mórmons faz uma separação ontológica entre o Pai e o Filho, o que faz com que a paternidade do Pai em relação a Jesus não seja diferente da paternidade dele quanto aos demais seres humanos. De fato, mesmo Lúcifer, que é agora Satanás, é igualmente filho do Pai, segundo essa doutrina.
Além disso, a paternidade de Deus se torna uma forma de blasfêmia contra o Pai, ao dizer que ele teve relações sexuais com Maria, a mãe de Jesus. É claro que essas idéias, e também a noção de uma mãe celestial, não têm respaldo, nem nas Escrituras e nem na lógica. O pai de carne e osso, que é a divindade mórmon, é um ser finito. Para que ele gerasse os bilhões de pessoas que fazem parte da raça humana, relacionando-se com muitas esposas, implicaria uma doutrina absurda e grosseira de relações sexuais quase que ininterruptas. E esta é uma noção indigna do Deus eterno, que faz com que ele seja escravo das paixões humanas. O cristão consciente rejeita este ensinamento repulsivo, não só por ser contrário às Escrituras, mas por ser também ilógico e blasfemo.
O liberalismo teológico Não é possível entender o deus das religiões afro-brasileiras como um deus de amor. Os liberais afirmam a paternidade de Deus, mais tipicamente reduzem o Filho a apenas um homem mortal, um mero professor de moral.
As feministas liberais As feministas liberais acreditam que as imagens masculinas de Deus são opressivas. Portanto, teólogas como Rosemary Radford Ruether propõem a substituição do Deus Pai da Bíblia por uma deusa, muitas vezes segundo o modelo das religiões pagãs da Antiguidade.