Processos de independência na América Espanhola

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Transcrição da apresentação:

Processos de independência na América Espanhola Capítulo 03 – Livro 01 – Américas Independentes Prof. Dr. Américo Couto

No início do século XIX a América hispânica, inspirada nas ideias liberais do Iluminismo, travou sua guerra de independência vitoriosa contra colonialismo espanhol para, em seguida, fragmentar-se em um grande número de jovens repúblicas oprimidas por caudilhos militares, exploradas por oligarquias rurais e acorrentadas a uma nova dependência econômica imposta pelo capitalismo industrial inglês.

O fim do Antigo Regime nas últimas décadas do século XVIII foi consequência das transformações ideológicas, econômicas e políticas produzidas pelo Iluminismo, pela Revolução Industrial, pela independência dos Estados Unidos e pela Revolução Francesa. Estes acontecimentos, que se condicionaram e se influenciaram reciprocamente, desempenharam um papel decisivo no processo de independência da América espanhola. As elites da América colonial encontraram na filosofia iluminista o embasamento ideológico para seus ideais autonomistas. A luta pela liberdade política encontrava sua justificativa no direito dos povos oprimidos à rebelião contra os governos tirânicos e á luta pela liberdade econômica na substituição do monopólio comercial pelo regime de livre concorrência.

Havia uma certa liberdade nas colônias espanholas que permitiu a fundação de universidades e favoreceu o desenvolvimento científico em algumas regiões da América Latina. As universidades do México e do Peru são exemplos de que foi desenvolvida uma intensa atividade intelectual nas colônias. As ideias iluministas eram mais conhecidas e difundidas por quem tinha acesso tanto à universidades quanto a livros, publicações e jornais, que divulgavam frequentemente essa ideia. Contudo, o ideal de liberdade também inspirou e influenciou as classes populares na luta pela independência. Movidos e unidos pela liberdade diferentes grupos sociais questionaram o domínio espanhol.

Contexto Geral INFLUÊNCIAS EXTERNAS Contexto interno ►Iluminismo; ► Independência dos EUA; ► Revolução Francesa; ► Período Napoleônico e Bloqueio Continental; ► Revolução Industrial. ► Crise do Sistema Colonial ; ► Crise na mineração; ► Descontentamento da elite criolla .

Tratado de Ultrecht ( 1713) foi uma decorrência da derrota da Espanha na "Guerra de Sucessão Espanhola", sendo forçada a fazer concessões à Inglaterra, garantindo-lhes a possibilidade de intervir no comércio colonial através do asiento - fornecimento anual de escravos africanos - e do permiso - venda direta de manufaturados às colônias. Esse tratado marca o início da influência econômica britânica sobre a região e ao mesmo tempo, o fim do monopólio espanhol sobre suas colônias na América.

Fatos decisivos ► Invasão da Espanha pelas tropas francesas: Carlos IV e seu herdeiro Fernando VII foram destituídos e José Bonaparte assumiu o trono espanhol. ► Na América a elite criolla transformou os Cabildos em Juntas Governativas, as quais em várias cidades passaram a defender a idéia de ruptura definitiva com a metrópole.

Grandes líderes ►Precursor: Tupac Amaru / Peru ,1780/81 ► Simon Bolívar “o Libertador”: republicano defendia uma América do sul livre, unida e forte (partiu da Venezuela e Peru em direção ao sul) ► José de San Martín: Monarquista, partiu da Buenos Aires em direção ao norte (MOVIMENTO SULISTA)

Características Gerais ► a grande participação popular, porém sob liderança dos criollos; ► o caráter militar, envolvendo anos de conflito com a Espanha; ► a fragmentação territorial, processo caracterizado pela transformação de 1 colônia em vários países livres; ► adoção do regime republicano - exceção feita ao México. ► influência dos interesses ingleses e estadunidenses .

Bolivarismo "Eu desejo, mais do que qualquer outro, ver formar-se na América a maior nação do mundo, menos por sua extensão e riquezas do que pela liberdade e glória (...) Trecho CARTA DA JAMAICA Simon Bolívar

O caso haitiano ► Colonização: espanhola até 1697, posteriormente francesa. ► Produção açucareira. ► Maioria da população: negros africanos escravizados ► 1791 a 1803: Toussaint Louverture liderou as lutas pela independência ► 1803: Jean Jacques Dessalines assume o papel de Toussaint ► 1804: proclamação da independência do HAITI ► O processo haitiano gerou grande temor no restante da América

A elite criolla aproveitou a situação ainda de batalhas na Espanha e rompeu o pacto colonial, comercializando com a Inglaterra e EUA, grandes apoios nas guerras da independência. Quando a Espanha recuperou o poder após as derrotas dos franceses, pressionou as colônias. Porém, a elite criolla não quis mais aceitar o domínio da Espanha, passando, assim, a liderar em vários lugares da América. Nessas lutas, vários líderes se destacaram (sobretudo Simón Bolívar), percorrendo praticamente toda a América espanhola. Havia o sonho de manter todo o território das antigas colônias num país só (o que nunca foi feito). E decidiram adotar o regime republicano após a independência. A Inglaterra e os próprios Estados Unidos, recém independentes, apoiaram os colonos, vendo novas oportunidades de comércio. A primeira colônia espanhola a se tornar independente foi o México, adotando, primeiramente o governo monárquico, e depois o governo republicano. Na América do Sul, a primeira independência foi a da Venezuela, que se completou com a independência da Colômbia e Equador. Na América Central, a região foi dividida em cinco países: Honduras, Guatemala, El Salvador, Nicarágua e Costa Rica. Depois de alguns anos, foi a vez das ilhas da América Central (as do Mar do Caribe): a República Dominicana, Porto Rico e de Cuba.

Atos de Independência México Agustín Itúrbide e o Plano Iguala – Independência do México; Tentativa de Monarquia com Agústin I Levante Republicano (1824) e a vitória do General Guadalupe Vitória Paraguai (1813) – Garpar Francia Argentina (1816) – Manuel Belgrano e San Martín Uruguai (1812-1828) – Anexado ao Brasil – Província da Cisplatina República Oriental do Uruguai

Ideal de Liberdade Geral - Sul – Norte (San Martín) - Norte – Sul (Bolívar) _ Principal foco de resistência Espanhola – Peru (Riquezas Minerais – Minas de Prata de Potosí) – 1824 - Independência 1822 – Encontro de Guayaquil (San Martín desiste do ideal Monárquico se aderindo a Bolívar no sonho da Grande América) Problemática: Diferenças estruturais na América (Cultura) Congresso do Panamá (Tentativa de Bolívar de concretizar seu Ideal de Unidade Política diante de quase toda América Independente) BOLIVARISMO PAN-AMERICANISMO _ 1830 – Morte de Bolívar e fim do ideal integralista - Princípio “Dividir para reinar”

AMÉRICA CENTRAL Independência em Bloco (1838) – Formação das Províncias Unidas da América Central ; Pressões externas (Ingleses e Norte Americanos) - Fragmentação na América Central; - Crises Diretas (Complexos pós colonial – problemas econômicos, sociais, políticos e culturais – ex: Haiti e demais países como Guatemala, Belize e El Salvador diante das pressões dos EUA e a American Fruit)

Formação do Caudilhismo PÓS INDEPENDÊNCIA Formação do Caudilhismo - Governo de Líderes Criollos com o objetivo de consolidarem ideais locais diante de possíveis interesses externos diferenciados – Presença Inglesa e Norte Americana. Chefias Caudilhos Pan-Americanismo O Pan-americanismo foi uma tentativa de unificar todos os territórios da América espanhola, formando uma superpotência. Ela foi idealizada em 1826 pelo criollo venezuelano Simón Bolívar depois de ter lutado junto com o governador da província de Medonça, San Martín, contra o domínio e a exploração espanhola, e de ter feito independente vários territórios da América espanhola. Porém, essa tentativa de unificação fracassou pela oposição da Inglaterra e dos Estados Unidos, pois eles eram contra a formação de uma nova superpotência, já que ela poderia ser uma nova concorrência para eles.

Caudilhismo é o exercício do poder político caracterizado pelo agrupamento de uma comunidade em torno do caudilho. Em geral, caudilhos são lideranças políticas carismáticas ligadas a setores tradicionais da sociedade (como militares e grandes fazendeiros) e que baseiam seu poder no populismo. Muitas vezes, líderes são chamados de caudilhos quando permanecem no governo por mais tempo do que o convencional. O caudilhismo se apresenta como forma de exercício de poder divergente da democracia representativa. No entanto, nem todos os caudilhos são ditadores: às vezes podem exercer forte liderança autocrática e carismática mantendo formalmente a normalidade democrática.

O caudilho é o líder de um grupo humano que exerce o seu poder de maneira autoritária, e as relações pessoais do líder com seus adeptos é estreita e emocional. Em geral, tem origens entre representantes das elites tradicionais, como fazendeiros e militares. É comum entre os caudilhos a tendência a se perpetuar no poder, seja por consecutivas reeleições ou por mandato vitalício. Seu carisma, embora nem sempre transferível em caso de sua morte, pode ser estendido para parentes, como esposa e filhos (como Papa Doc e seu filho Baby Doc no Haiti e Perón e suas espostas Evita e Isabelita na Argentina). O caudilho pode exercer o poder em todo um país ou apenas numa região ou província (assemelhando-se ao coronelismo). Fora do contexto latino-americano, houve também caudilhos na África (como Idi Amin) e na Europa (como o Almirante Horthy). O General Francisco Franco, ditador da Espanha entre 1939 e 1975, era tratado oficialmente como Caudilho. Na cultura e no imaginário popular, a figura do caudilho está associada a indivíduos brutos, violentos, corruptos, culturalmente ignorantes e extremamente apegados a valores tradicionais (como a religião). Não por acaso, a Igreja Católica deu apoio a muitos dos caudilhos.

A ideia de caudilho surgiu na América Hispânica para designar líderes conservadores que assumiam o poder por meio de golpes de Estado e implantavam ditaduras personalistas. Em muitos casos, eram militares ou grandes proprietários de terras. O surgimento de caudilhos era favorecido pela própria estrutura social das ex-colônias espanholas, nas quais latifundiários detinham grande poder político (a exemplo do coronelismo no Brasil). O sistema caudilhista favoreceu a implantação de ditaduras militares ao longo dos séculos XIX e XX, como ocorreu na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Haiti, Peru e Uruguai. O caudilhismo pode ser de índole militar, quando o ascendente ao poder é líder de grupos armados. O atual presidente da Venezuela, Hugo Chávez, é um militar de carreira, atualmente com a patente de tenente-coronel reformado. Acredita-se que a primeira geração de caudilhos se originou na época da independência das colônias hispano-americanas em torno de 1820, devido à mudança de poder sobre povos envolvidos, que deixavam de ser colônias das potências europeias. O caudilhismo na América Latina ocorreu porque as estruturas políticas da região eram fundamentalmente oligárquicas, e não havia o conhecimento da democracia pela população, na maioria analfabeta e alijada do poder. Isto dificultou o entendimento e a aceitação do princípio de equilíbrio entre os poderes legislativo, judiciário e executivo, além das diferenças entre as instâncias federal, estadual e municipal.

Na Argentina por exemplo, Juan Manuel de Rosas, representou os interesses dos proprietários rurais e latifundiários e não do povo, embora fosse um caudilho que tinha a população à sua vontade, e o federalismo como bandeira de propaganda.

São comumente considerados exemplos de caudilhos latino-americanos os seguintes presidentes ou líderes (com os respectivos anos de permanência no poder de fato entre parênteses): Argentina: Justo José de Urquiza (1854-1860), Bartolomé Mitre (1862-1868), Juan Domingo Perón (1946-1955; 1973-1974) Bolívia: Mariano Melgarejo (1864-1871) Brasil: Getúlio Vargas (1930-1945; 1951-1954) Cuba: Fulgencio Batista (1940-1959) Equador: José María Velasco Ibarra (1934-1972) Guatemala: José Rafael Carrera Haiti: Jean-Pierre Boyer (1818-1843), François Duvalier, o Papa Doc (1957-1971), Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc (1971-1986) México: Antonio López de Santa Anna (1834-1855[1]), Benito Juárez (1862-1872), Porfirio Díaz (1876-1911) Nicarágua: Anastasio Somoza García (1937-1947; 1950-1956); Anastasio Somoza Debayle (1967-1979) Paraguai: Gaspar Rodríguez de Francia (1813-1840), Solano López (1862-1869) República Dominicana: Buenaventura Báez (1849-1878), Rafael Leónidas Trujillo (1930-1962) Uruguai: Manuel Oribe (1835-1838; 1846-1851), José Batlle y Ordóñez (1899-1915) Venezuela: Cipriano Castro (1899-1909), Juan Vicente Gómez (1909-1935), Hugo Chávez (1999-...)