ACIDENTES POR LACHESIS

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Escorpionismo na Região de Caetité, Bahia Resultados e Discussão
Advertisements

REUNIÃO NACIONAL DE MULHERES DIRETORAS DA FORÇA SINCAL.
DADOS DO CENSO 2010 Prof. Igor O. Franco - Geógrafo -
A busca das mulheres para alcançar seu espaço dentro das organizações
O Trabalho Infantil no Estado de São Paulo Desafios e Perspectivas Fórum Paulista de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil Mário Parreiras.
1 RESULTADO DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS Novembro/2010 Brasília, dezembro de 2010 SPS – Secretaria de Políticas de Previdência Social.
Aids no Brasil 1980 – 2007 Novembro, 2007
COBRAS VENENOSAS E NÃO VENENOSAS Prof. Evandro Marques
Dias sem SOMBRA Versão: Jorge Hönel Apresentação Diego P. de A. Gonçalves.
Crescimento Econômico Brasileiro : Uma Visão Comparada de Longo Prazo Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS.
Morbidade, hospitalizações e letalidade por dengue:
Serpentes e o Homem.
DENGUE Vírus RNA. Gênero Flavivírus. Família Flaviviridae.
Número de casos de leishmaniose distribuídos no Brasil
Estudos retrospectivos de zoonoses no Estado do Paraná e municípios da Região Metropolitana de Curitiba Nathalia Terra Ferreira e Souza Iniciação Científica.
AUDHOSP 2008 SIH: A Tabela unificada e as modificações no Sistema de Informações Hospitalares.
Répteis Reptare= rastejar
Estudo de prevalência de base populacional das infecções pelos vírus das hepatites A,B e C no Brasil Brasília, outubro de 2009.
Diabetes Mellitus Diabetes Mellitus.
Queixas músculo-esqueléticas como causa de alto índice de absenteísmo
SBN - Jan, 2007 Distribuição dos Pacientes em Diálise no Brasil, por Região, Jan (N=73.605), censo SBN Sul 16% (N=11.657) Sudeste 54% (N=39.499)
Medidas para melhorar a adesão ao tratamento da asma
Kit Pesquisa Junho 2007.
Caso 01 Paciente feminino, 11 anos de idade realizou exames radiográficos para iniciar tratamento ortodôntico Cisto ósseo traumatico Paciente femenino.
Choque tóxico: relato e caso
PROF. ALEXANDRE S. OSÓRIO
Mídia Kit Dezembro de 2013.
Mídia Kit Novembro de 2013.
Diagnósticos Educativos = Diagnósticos Preenchidos 100% = 1.539
(CESPE/ Técnico Judiciário do TRT 17ª Região/ES) O Superior Tribunal de Justiça entende que o candidato aprovado em concurso público dentro do limite.
Serpentes Brasileiras
ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS
LINHAS MAIS RECLAMADAS Ranking Negativo para Fiscalização Direcionada Conservação - Frota ANO IV – Nº 06.
Caso 1. DNot: 08/02/12, 6 meses, IS: 04/02/12, sem doenças pré- existentes. Sinais e Sintomas: febre, vômito.
ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS
RÉPTEIS.
INTRODUÇÃO GERAL AOS ACIDENTES POR DOENÇAS DE DIFÍCIL DIAGNÓSTICO
ENFRENTAMENTO EPIDEMIA DE DENGUE
PATOLOGIAS DE DIFÍCIL DIAGNÓSTICO EM INFECTOLOGIA
PATOLOGIAS DE DIFÍCIL DIAGNÓSTICO EM INFECTOLOGIA
Projeto Medindo minha escola.
Contatos: – AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO COGNITIVA DE PACIENTES RENAIS CRÔNICAS EM FUNÇÃO DA IDADE Tzanno-Martins.
CALENDÁRIO SEXY Ele & Ela. CALENDÁRIO SEXY Ele & Ela.
Censo de leitura Escola pública: 35 alunas e 16 alunos. Escola particular: 38 alunas e 23 alunos. Faixa etária: maior parte dos alunos entre 15 e 20 anos.
12. Rede de Tratamento ao Usuário do Programa de Diabetes
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Rio Verde - Goiás - Brasil
Lilian l. bonfim costa e tatiane b. da silva
SISTEMA DE HEMOVIGILÂNCIA 3º Encontro de Gerentes de Risco
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS: Hematológicas Renais Neurológicas
Material expositivo para as capacitações
Programa Hábitos Noturnos
1º SIMPÓSIO BAIANO DE DENGUE E LEPTOSPIROSE: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Raquel Adriana M. Salinas S. Takeguma Orientador: Dr. Jefferson A. P. Pinheiro Brasília, 06 de dezembro de ARTIGO DE MONOGRAFIA.
Mordedura de Cobra Dr. Wingi M. Olivier Maputo (Moçambique)
PREVENÇÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA NA INFÂNCIA
ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS
DENGUE Carolina Romero.
Acidentes por Animais Peçonhentos (cobras)

ACIDENTES OFÍDICOS Gabriela G. Silveira
TRATAMENTO DOS ACIDENTES POR SERPENTES
ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS
ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS
Sintomas Clínicos Locais dor aguda com irradiação e prurido Eritema e edema progressivo necrose Gerais (natureza diversas) Urticária Tontura, desmaio,
RÉPTEIS.
Febre Amarela Caio Capelasso Danilo Costa Penélope Aquino Neto Ricardo Henry Samuel Holder Vanessa Monte.
Fabiano Silva Martins Enfermeiro - Hemodinâmica Curso
Transcrição da apresentação:

ACIDENTES POR LACHESIS GUSTAVO MUSTAFA TANAJURA Centro de Informações Antiveneno da Bahia – CIAVE 07/06/2007

http://www. bushmastersonline. com/images/mutagood. jpg http://www.bushmastersonline.com/images/mutagood.jpg . Acessado em 03/06/2007

Identificação Maior serpente peçonhenta das Américas (> 3 m). Cabeça triangular, fosseta loreal, presa inoculadora de veneno; Pupilas verticais e Dentição solenóglifa;

Identificação Cauda com as últimas fileiras de subcaudais modificadas e eriçadas, terminando num espinho.

ESPÉCIES ENCONTRADAS Gênero Lachesis (Família Viperidae). 3 espécie: L. muta rhombeata, mata atlântica, entre os Estados de Pernambuco e Rio de Janeiro e L. muta muta, na Floresta Amazônica. L.stenophrys, costa atlântica da Costa Rica e Panamá, presumivelmente na Nicarágua. L. melanocephala, na Costa Rica.

SINONÍMIA Surucucu, Surucucu-pico-de-jaca (Para e Bahia), Surucucu de fogo (Nordeste), Verrugosa, Surucutinga, Surucucutinga (Centro – Oeste).

SINONÍMIA Bolivia: cascabel púa, diamante, pucarara; Colômbia: abáaca, cuiama, diamante, mapaná, surucucu, dentre outros; Costa Rica, Nicarágua e Panamá: cascabela muda, mapaná, verrugosa; Guiana Francesa: maitre de la brousse; Venezuela: maparé verrugosa, pararaipú.

ACIDENTES LAQUÉTICOS NA AMÉRICA CENTRAL E LATINA EPIDEMIOLOGIA ACIDENTES LAQUÉTICOS NA AMÉRICA CENTRAL E LATINA 1980 - Primeira descrição clínica detalhada (Haad*): 02 acidentes na Colômbia. 1981 - Costa Rica e Panamá - período 10 anos: 04 acidentes, 03 óbitos, 01 hospitalização de 20 dias com seqüela funcional (Roger Bolaños). *Mem Inst Butantan 1980/1981;44-45:403-23

O OPHIDISMO no Brasil. Brazil-Medico, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p O OPHIDISMO no Brasil. Brazil-Medico, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 7-8, 150-156, 1906. Vital Brazil. “...O verdadeiro surucucú - lachesis mutus, - surucucú bico de jaca, como é conhecido no norte do Brazil, surucútinga como é conhecido nos Estados do Rio e Minas, é a especie venenosa que attinge a maiores dimensões, chegando alguns exemplares a 3 metros de comprimento. E' uma cobra rara, felizmente, sendo encontrada apenas em alguns dos Estados do Brazil...”

ACIDENTES LAQUÉTICOS NO BRASIL EPIDEMIOLOGIA ACIDENTES LAQUÉTICOS NO BRASIL 1902 - 1945: 16 acidentes, 01 óbito ( Fonseca*) Junho de 1986 a Dezembro 1987: Acidentes ofídicos: 27.000 Acidente laquético: 2,9% (Alves et al) FNS - MS. *FONSECA, F., 1949. Animais Peçonhentos. São Paulo:Empresa Gráfica da Revista dos Tribunais/Instituto Butantan.

ACIDENTES LAQUÉTICOS NA BAHIA EPIDEMIOLOGIA ACIDENTES LAQUÉTICOS NA BAHIA 1985 a 2000: 18 acidentes laquéticos atendidos pelo CIAVE Fonte: Fichas de Notificação.

Trabalhadores rurais 56,6%; Sexo masculino 89,9%; ACIDENTES POR LACHESIS REGISTRADOS PELO CIAVE – BAHIA JANEIRO 1985 A DEZEMBRO 2000. Total de acidentes: 18 casos*: Trabalhadores rurais 56,6%; Sexo masculino 89,9%; Faixa etária: 40 - 49 ( 27,8%); Local: MMII (38,9%). *Na atualização do CIAVE, até 2004 já existiam 47 casos.

ACIDENTES POR LACHESIS REGISTRADOS PELO CIAVE – BAHIA JANEIRO 1985 A DEZEMBRO 2000. Regiões sul e baixo sul do Estado ( 82 % ). Diagnóstico: manifestações clínicas e resposta à soroterapia ( 88,9% ); Dois casos (11,1%) ocorreu identificação biológica da serpente Lachesis muta rhombeata.

DISTRIBUIÇÃO DOS ACIDENTES LAQUÉTICOS QUANTO A EVOLUÇÃO JANEIRO DE 1985 A DEZEMBRO DE 2000. Fonte: Ciave - Ba

EPIDEMIOLOGIA Hábitos preferencialmente noturnos. Florestas tropicais de baixa densidade populacional.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Distribuição Vertical: Ao nível do mar e de 1.000 m (América Central) até 1.800m (América do Sul). Distribuição na Bahia : Toda a faixa costeira; Fragmentos de mata conservada; Sul e baixo Sul do Estado.

O veneno: Fosfolipase A2 (LM-PLA2) – Atividade inibidora de atividade plaquetária e miotóxica local; Metaloproteinases (LHF–I e LHF–II): Fatores hemorrágicos, atividade inflamatória local; Giroxina: atividade tipo trombina; Cininogenina: alterações neurotóxicas.

QUADRO CLÍNICO - Manifestações Locais Dor e edema progressivos que ocorrem 01 ou 02 horas após o acidente. Equimose extensa, sangramento, flictemas de conteúdo seroso ou serosanguinolento, nas primeiras 05 horas. Menor frequência: sangramentos em ferimentos existentes, gengivorragia, epistaxes, hemoptise, hematúria, oligúria e anúria.

QUADRO CLÍNICO - Manifestações Locais

QUADRO CLÍNICO – MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS: Manifestações neurotóxicas*: bradicardia, hipotensão arterial precoce, cólicas abdominais e diarréia. Sudorese, náuseas, vômitos; Choque. * Compatíveis com ativação do sistema nervoso autônomo parassimpático e estimulo vagal.

QUADRO CLÍNICO – MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS: Síndrome cardiocirculatória: logo após a picada (acidente botrópico cerca de 10 h). Hipovolemia devido a hemorragias e diminuição ou consumo de diferentes fatores de coagulação (Haad).

DIAGNÓSTICO: Tempo de Coagulação: Incoagulabilidade sanguínea pelo consumo de protrombina e fibrinogênio; Leucocitose, hemoconcentração, elevação de hematócrito e hemoglobina; Níveis de creatinoquinase aumentados e elevação de transaminases; Comprometimento função renal.

Snakebite by the bushmaster (Lachesis muta) in Brazil: case report and review of the literature. ...28-year-old man, bitten by a 1.82 m long L. m. muta in Brazil, developed pain and oedema at the bite site, nausea, vomiting, diarrhoea and sweating. There was peripheral neutrophil leucocytosis and evidence of fibrinogen consumption with secondary activation of the fibrinolytic system. Two hours after the bite, eight ampoules of Instituto Butantan Lachesis antivenom was administered, and haemostasis was normal 24 hr later. Toxicon. 1997 Apr;35(4):545-54.

COMPLICAÇÕES: Infecção secundária; Síndrome compartimental; Necrose; Déficit funcional do membro.

COMPLICAÇÕES

CLASSIFICAÇÃO QUANTO A GRAVIDADE

TERAPÊUTICA: Especifica: SAL ou SABL. Casos moderados: 10 ampolas; Casos graves: 20 ampolas. A eficácia do Soro Antibotrópico é discutível. Nos casos atendidos pelo CIAVE, em que foram utilizadas ampolas de soro antibotrópico não houve regressão dos sintomas, o que ocorreu após a utilização do soro SABL ou SALQ.

Ineficácia do antiveneno botrópico na neutralização da atividade coagulante do veneno de Lachesis muta muta. Relato de caso e comprovação experimental Relato de um caso de acidente por L m. muta tratado com 20 ampolas do soro antibotrópico que permaneceu com o sangue incoagulável até o 13º dia após o acidente. Experimentos foram realizados para obtenção das potências do soro antibotrópico para as atividades coagulante e hemorrágica dos venenos de L. m. muta e de B. atrox. Os resultados mostram que as potências do soro para a atividade hemorrágica dos venenos de L. m. muta e de B. atrox foram similares enquanto que a potência, para a atividade coagulante do veneno de L. m. muta, foi 9,2 vezes menor. Devido a ineficácia do soro antibotrópico em neutralizar, principalmente, a atividade coagulante do veneno de L. m. muta, sugerimos a não utilização do antibotrópico no tratamento dos acidentes por L. m. muta. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo v.36 n.1  São Paulo jan./fev. 1994.

Clinical trial of two antivenoms for the treatment of Bothrops and Lachesis bites in the north eastern Amazon region of Brazil. ... Results indicated that both antivenoms were equally effective in reversing all signs of envenoming detected both clinically and in the laboratory. Venom-induced haemostatic abnormalities were resolved within 24 h after the start of antivenom therapy in most patients. The extent of local complications, such as local skin necrosis and secondary infection, was similar in both groups. There were no deaths. The incidence of early anaphylactic reactions was 18% and 19%, respectively for specific and standard antivenoms; none was life-threatening. Measurement of serum venom concentrations by enzyme immunoassay (EIA) confirmed that both antivenoms cleared venom antigenaemia effectively. 2004. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, 98 (1), pp. 28-42.

TERAPÊUTICA: Analgésicos; Hidratação; Elevação do membro picado; Antibioticoterapia quando houver infecção; Sulfato de atropina para bradicardia.

TERAPÊUTICA: Simpaticomiméticos para controle da pressão arterial; Antiespasmódicos para alivio da cólica; Transfusões sanguíneas, se necessário.

TRATAMENTO DAS COMPLICAÇÕES: Desbridamento de áreas necrosadas; Drenagem de abscesso; Fasciotomia na síndrome compartimental; Cirurgias reparadoras.

As Cobras do Verissimo...

Obrigado! gustavomustafa@yahoo.com.br