1º. ProjESimpósio de setembro 2013 – RNV – Linhares, ES

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MATERIAIS E MÉTODOS Foram estabelecidos 5 pontos amostrais, com amostragens realizadas durante o inverno de 2007, quando a barra da lagoa esteve fechada,
Transcrição da apresentação:

1º. ProjESimpósio 21-22 de setembro 2013 – RNV – Linhares, ES Boas – vindas ! Objetivos – Expansão do ProjES “Baú do ProjES” – Publicações atuais... Livro ProjES (help!) - Atlas digital para pólen ! Publicação revista ABEQUA – Quaternary and Environmental Geosciences – “Paleoambientes no Holoceno” – Abdel & Pessenda (dead-line, abril 14)

XIV CONGRESSO DA ABEQUA PALINOFÁCIES E ISÓTOPOS ESTÁVEIS (C E N) DE UMA SEQUÊNCIA SEDIMENTAR HOLOCÊNICA NA COSTA NORTE DO ESPÍRITO SANTO (ES – BRASIL) Flávio L. LORENTE; Luiz Carlos R. PESSENDA; Antônio A. BUSO JUNIOR; Karin E. B. MEYER; Marcos A. BOROTTI FILHO José A. BENDASSOLLI & Kita MACARIO pessenda@cena.usp.br

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS 1. Palinofácies

Palinofácies  caracterização da matéria orgânica particulada (MOP) presente nos sedimentos e rochas sedimentares; Estado de preservação, transporte e origem biológica dos componentes orgânicos particulados  inferências sobre as condições ambientais nos registros sedimentares; Classificação da MOP (Tyson, 1995): Fitoclastos; Palinomorfos; Matéria Orgânica Amorfa (MOA).

MOA Palinomorfos Fitoclastos Derivado de ataque microbiológico Grãos de pólen, esporos, algas, etc MOA Palinomorfos Derivados de tecidos vegetais e/ou fungos Fitoclastos

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

Identificar a MOP recuperada do testemunho lacustre e caracterizar o ambiente deposicional durante o Holoceno; Utilizar dados isotópicos e elementares (13C, 15N e C/N) para caracterizar a origem da matéria orgânica; Correlacionar as mudanças paleoambientais observadas com as datações obtidas pelo método do 14C; Correlacionar os dados paleoambientais obtidos com trabalhos prévios na região costeira do Estado do Espírito Santo e outras regiões brasileiras.

1. Localização e vegetação ÁREA DE ESTUDO 1. Localização e vegetação

Figura 2. Mapa da cobertura vegetal do estado do Espírito Santo (modificado de IBGE, 2004). A. Floresta Ombrófila Densa. B. Floresta Ombrófila Aberta. C. Floresta Estacional Semidecidual. D. Áreas pioneiras (Manguezal). Figura 1. Mapa de localização da área de estudo, indicando o litoral norte do estado do Espírito Santo.

Mata de Tabuleiros Lagoa do Macuco

1. Geologia e Geomorfologia ÁREA DE ESTUDO 1. Geologia e Geomorfologia

Figura 4. Características geomorfológicas da planície costeira do Rio Doce (modificado de Suguio et al., 1982). A. Região serrana. B. Planície de tabuleiros. C. Planície costeira. Figura 3. Mapa geológico simplificado da planície costeira do Rio Doce (modificado de Martin et al., 1996).

MATERIAL E MÉTODOS 1. Amostragem

Plataforma flutuante e amostrador Livingstone (Livingstone, 1955)

Testemunho sedimentar MAC-A

2. Procedimentos físicos e químicos MATERIAL E MÉTODOS 2. Procedimentos físicos e químicos

2. Análise elementar e isotópica: 1. Palinofácies: 24 amostras + 5g + HF + HCl 10% + ZnCl2 (d=1,9-2,0 g/cm3) Decantação (sem uso de centrífuga) + peneiramento (5 micra) + lâminas com gelatina glicerinada e/ou Entellan Análise Qualitativa (Tyson, 1995) + Análise Quantitativa (500 componentes da MOP) + Análise estatística de % e agrupamentos por índice de similaridade (Tilia e CONISS) 2. Análise elementar e isotópica: Remoção física dos contaminantes + secagem em estufa 50°C + pesagem das amostras em cápsulas de estanho  Lab. Isótopos Estáveis CENA-USP 3. Datação 14C: Remoção física dos contaminantes + flutuação HCl 0,02M + hidrólise HCl 2-4% durante 4 horas a 60°C  Cintilação Líquida (CENA-USP) e AMS (EUA e Brasil) 4. Granulometria: H2O2 + HCl 10% + Ultrasom + Granulômetro a laser

RESULTADOS E DISCUSSÃO 1. Datações 14C

Média da idade calibrada Tabela 1. Datações 14C das amostras do testemunho MAC-A. Número do laboratório Profundidade (cm) Idade (anos AP) Idade calibrada (anos cal AP) Média da idade calibrada Taxa de sedimentação (cm/ano) LACUFF13024 LACUFF13025 LACUFF13017 UGAMS3409 UGAMS3410 17 55 63 113 191 3367 ± 23 4438 ± 54 4273 ± 31 6430 ± 30 6640 ± 30 3558-3648 4871-5089 4818-4877 7289-7424 7467-7576 ~ 3603 ~ 4980 ~ 4847 ~ 7356 ~ 7521 0,03 ------ 0,02 0,40

RESULTADOS E DISCUSSÃO 2. Estratigrafia e granulometria

Figura 5. A. Granulometria e estratigrafia do testemunho MAC-A. B Figura 5. A. Granulometria e estratigrafia do testemunho MAC-A. B. Diagrama de Shepard mostrando a distribuição das amostras sedimentares (modificado de Shepard, 1954).

RESULTADOS E DISCUSSÃO 3. Análise isotópica e elementar

Figura 6. Datações 14C, estratigrafia, granulometria, Carbono Orgânico Total (COT), δ13C, Nitrogênio total (NT), δ15N e razão C/N.

Predomínio de plantas C3 Influência do fitoplâncton de água doce Figura 7. A. Diagrama de δ13CxC/N. B. Diagrama de δ15Nxδ13C

RESULTADOS E DISCUSSÃO 4. Análise de palinofácies

Palinofácies 1 (192 – 106 cm; ~7521 anos cal AP a ~7054 anos cal AP – idade interpolada): - MOA (± 55,62%); NOP (± 29,2%); PAL (± 8,8%); OP (± 6,38%).

Palinofácies 2 (106 – 65 cm; ~7045 anos cal AP idade interpolada a ~4847 anos cal AP): - NOP (± 41,6%); MOA (± 38,2%); PAL (±10,96%); OP (± 9,24%).

Palinofácies 3 (65 – 27 cm; ~4847 anos cal AP a ~3800 anos cal AP idade interpolada): - NOP (± 59,4%); OP (± 15,45%); MOA (±13,85%); PAL (± 11,3%).

Palinofácies 4 (27 cm – 0 cm; < ~3800 anos cal AP idade interpolada): - MOA (± 44,1%); NOP (± 27,5%); OP (±15,16%); PAL (± 13,12%).

Palinoforaminíferos e dinoflagelado (Spiniferites sp.); Grãos de pólen de manguezal (Rhizophora sp. e Avicennia sp.). INFLUÊNCIA MARINHA MOA  ambientes anóxicos; Sedimentos finos (argila e silte); NOP  próximo de fontes fluviais; Razão C/N  alóctone e autóctone. Fase 1: Palinofácies 1 e 2 MOA  ambientes anóxicos; Sedimentos finos (argila e silte); NOP  próximo de fontes fluviais; Razão C/N  alóctone e autóctone. INFLUÊNCIA FLUVIAL

ESTUÁRIO – FASE TRANSGRESSIVA

Elementos fluviais (NOP e OP) em relação inversa a MOA; Aumento da ação fluvial; Aumento de palinomorfos (grãos de pólen e esporos)  proximidade da vegetação. Fase 2: Palinofácies 3 Cutículas e NOP estriados  proximidade vegetação e transporte fluvial (e.g. períodos de inundação) OP  Transporte fluvial e oxidação devido a sazonalidade; δ13C e C/N  plantas C3; Desaparecimento de palinoforaminíferos e dinocistos, mas presença de poucos grãos de pólen de Rhizophora sp.

ESTUÁRIO – FASE REGRESSIVA

Fase 3: Palinofácies 4 Aumento de MOA  condições de menor energia; Algas de água doce e colônias de Botryococcus braunii; Altos valores de TOC; Fase 3: Palinofácies 4 Altos valores % de grãos de pólen, esporos de pteridófitas e fungos; Desaparecimento total de elementos de manguezal.

LAGOA DO MACUCO E PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO DO RIO BARRA SECA

CONCLUSÕES No Intervalo entre ~7521 e ~4847 anos cal AP os componentes da MOP foram constituídos principalmente por MOA e NOP, refletindo um ambiente de baixa energia com condições redutoras; Influência marinha e fluvial no mesmo intervalo, representando assim, um sistema estuarino em fase transgressiva; Um estuário em fase regressiva caracteriza o intervalo entre ~4847 e ~3800 anos cal AP. NOP e OP foram predominantes indicando maior influência fluvial no depósito; Deslocamento do estuário e do manguezal em direção ao mar durante este intervalo; Começo da formação da Lagoa do Macuco em condições semelhantes às atuais após 3800 anos cal AP.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS IBGE. Mapa de vegetação do Brasil – 2004. Disponível em: http://mapas.ibge.gov.br/vegetação. Acesso em: 08 jun. 2012. Livingstone, D.A. A lightweight piston sampler for lake deposits. Ecology 36 (1), 137-139, 1955. Martin, L. et al. Coastal quaternary formations of the southern part of the state of Espírito Santo (Brazil). Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 68, n.3, p. 389-404, 1996. Tyson, R.V. Sedimentary organic matter: organic facies and palynofacies. Chapman & Hall, London, 615 p. 1995. Shepard, F.P. Nomenclature based on sand-silt-clay ratios. Journal of Sedimentary Petrology 24, 151-158, 1954. Suguio, K. et al. Evolução da planície costeira do Rio Doce (ES) durante o Quaternário: influência das flutuações do nível do mar. In: SIMPÓSIO DO QUATERNÁRIO DO BRASIL, 4, 1982, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Simpósio do Quaternário do Brasil, 1982. p. 93-116.

AGRADECIMENTOS