Sistema solar: da era Apollo às descobertas recentes

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
O Som dos Pulsares César Vasconcellos.
Advertisements

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE FÍSICA Mestrado Profissional em Ensino de Física Ensino de Astronomia Profª: Dra. Maria de Fátima.
Comentários sobre concepções alternativas em astronomia e erros conceituais em livros didáticos Profª Daniela B. Pavani IF/UFRGS.
Matéria Escura. Introdução Cerca de 90% do Universo é escuro, ou seja, não emite radiação eletromagnética, só sabemos da existência dessa matéria escura.
Modelagem computacional no ensino de Física
Planisfério Celeste Graziela Luzia.
Levando a Astronomia para a Sala de Aula
Introdução à Astromia FIS /1 Professor: Basílio Santiago Aluno: Telmo Gutteres Pacheco SATÉLITES NATURAIS DO SISTEMA SOLAR.
O Eletromagnetismo. James Clerk Maxwell.
Modelo planetário: errado Elétrons são descritos por meio de funções de onda Mecânica Quântica : probabilidades.
Poluição do ar INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
CLIMATOLOGIA NO BRASIL
“No mundo nada se cria, nada se perde, tudo se transforma…”
INTRODUÇÃO À GEOMETRIA DO ESPAÇO-TEMPO
Ondas Espirais em Discos Elípticos
1 III - CONDIÇÕES FÍSICAS NO INTERIOR ESTELAR »» Teoria da estrutura estelar === extremamente complexa: (exige Conhecimentos sobre:) Reações nucleares;
ESTIMATIVAS DE DISTÂNCIA
►► outras formas dessa equação:
1 III - CONDIÇÕES FÍSICAS NO INTERIOR ESTELAR »» Teoria da estrutura estelar === extremamente complexa: Reações nucleares; Transformações químicas ? estrutura.
Aula 8 A Escada Cósmica: escalas de distância em astronomia
1 3.5: Equilíbrio Termodinâmico Equilíbrio Termodinâmico parâmetros termodinâmicos (P,T) constantes A existência de equilíbrio termodinâmico (ET) ou E.T.
Estudo da Relação entre Indicadores de Dinâmica e Metalicidade em Galáxias Tipo Early Paulo Pellegrini (OV/UFRJ, ON/MCT) Beatriz Ramos (IF/UFRJ) Ricardo.
1 3.5: Equilíbrio Termodinâmico 1 A existência de equilíbrio termodinâmico (ET) ou equilíbrio termodinâmico local (ETL) no interior estelar grandes simplificações:
ALGUNS CONCEITOS DE TERMODINÂMICA
LEI DE HUBBLE: Vradial= Ho×distância
Ronaldo E. De Souza Depto. Astronomia, IAG/USP. Como podemos ter uma percepção das distâncias astronômicas em termos da nossa experiência diária? Unidade.
1- Grandezas Observáveis
Aula 2 Órbitas e Gravidade.
QUESTÕES S/ AULAS 1 E 2   1) De que áreas de estudo depende a Astrobiologia? 2) Quais são as questões básicas que ela procura responder? 3) Procurar vida.
1 ASTROFÍSICA ESTELAR (AGA 293) 1º SEMESTRE/2007 Eduardo Janot Pacheco Depto. de Astronomia, I.A.G. – U.S.P.
Instituto de Geociências Universidade de São Paulo Causas e conseqüências das mudanças climáticas no Brasil O que o Instituto de Geociências têm feito.
DISPONÍVEL EM: tema 1.1. Elabore uma dissertação, com cerca de 20 linhas, na qual você discuta a relação do progresso tecnológico do.
Tema 1 Considerando o texto acima e outras informações sobre catástrofes no período chuvoso brasileiro, elabore uma dissertação, com cerca de 20 linhas,
Registro de Carta Topográfica
Os Limites do Universo.
Publicidade e Propaganda – Conceitos e Categoria
A Indústria de Intermediários de Síntese Desempenho em 2006 Isaac Plachta Presidente do C.A. da IQT 21 de novembro de 2006.
Técnicas de Processamento Imagens
PotenCial ElÉTRICO Universidade Federal do Paraná
Computação Ambiental e seus desafios Gilberto Câmara Diretor Geral, INPE Licença de Uso: Creative Commons Atribuição-Uso.
Planejando seu site Objetivos Abordagem Sílvia Dota.
ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE Poluição do ar
Água. Alguns conceitos de hidrologia.
CRISTALIZADOR Equipamento: Acadêmica: Jaque B Viacelli
O clima e as paisagens naturais
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego - PRONATEC MONTADOR E REPARADOR DE COMPUTADOR MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/FNDE UNIVERSIDADE FEDERAL.
DISCIPLINA: GEOGRAFIA
A Árvore dos meus COLEGAS e por que não, AMIGOS..
TRANSFORMADOS NA SUA IMAGEM
TA 733 A – Operações Unitárias II
Transferência de Calor por Radiação Térmica
TA 733 A – Operações Unitárias II
TA 733 A – Operações Unitárias II
Sistema Solar.
Disciplina: CIÊNCIAS DO AMBIENTE
Igor S. França Rocha. A Energia e suas Fontes Fontes de Energia Renováveis Fontes de Energia Não-Renováveis Conclusões.
ÁSIA ASPECTOS FÍSICOS.
App mobile de voluntariado com Geolocalização
Desempenho A rápida taxa de melhoria na tecnologia de computadores veio em decorrência de dois fatores: avanços na tecnologia utilizada na construção.
CARACTERIZAÇÃO DO ENSINO MÉDIO
Função Exponencial.
Função Afim O propósito desta sessão é estudar a função afim por meio de atividades interdisciplinares e contextualizadas. Pretende-se: analisar a dependência.
Cartografia.
DINÂMICA CLIMÁTICA.
CLIMATOLOGIA.
Introdução à Mecânica Bibliografia:
Visão Computacional Formação da Imagem
Introdução ao controle de robôs
Prof. André Laurindo Maitelli DCA-UFRN
Transcrição da apresentação:

Sistema solar: da era Apollo às descobertas recentes Jorge Ricardo Ducati Departamento de Astronomia Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Astronomia: a Missão Pode-se falar em uma Missão para a Astronomia? A História da Astronomia: ganho constante na percepção do Mundo, do Cosmos, do Universo :

Astronomia, História de Perguntas e Respostas desde tempos imemoriais: Onde estamos (como o Mundo é organizado) >>> Copérnico, Kepler, Galileu Como o Mundo funciona (as Leis da Física) >>> Newton De onde veio o Mundo (como o Mundo foi feito) >>> Laplace, Kant, século XX

A História Humana é a história da expansão de horizontes, com a essencial participação de conhecimentos astronômicos: >>> Navegações: Astronomia Náutica >>> Conquista dos pólos: Orientação astronômica >>> a Expansão continuada, Outros Mundos: a Astronaútica

A conquista da Lua no Século XX é mera consequência do advento da capacidade (técnica, econômica) que permite prosseguir na expansão histórica de horizontes Independentemente de quaisquer considerações políticas, havendo tal capacidade, a expansão acontece, e continua: alguém vai fazer!!! A Lua é apenas o início!!!

Qual o desafio de ir à Lua? A Gravitação e a Distância, o problema real:

O sistema Terra-Lua, proporções reais

Terra - Lua: órbita de mínima energia, viagem de ida de 4,5 dias; volta, idem

O conhecimento do Universo, como fronteira humana, começa pelo conhecimento da vizinhança imediata, o Sistema Solar: é mais perto, e mais parecido com a Terra Como são os planetas? Como é a Terra?

Planeta Terra: Caracterização O que caracteriza a Terra? Alguns tipos de planetas:

Terra Atmosfera Água líquida Temperatura característica: ~ 20° C Planeta tipo “terrestre”

Marte Atmosfera tênue (1% da terrestre) Sem líquidos Mais frio que a Terra: ~ -50° C Superfície medianamente craterizada Planeta tipo “terrestre”

Venus Atmosfera espessa (100X a terrestre) Mais quente que a Terra: ~ 400 ° C Coberto de nuvens Muita atividade atmosférica Planeta tipo “terrestre”

Jupiter Planeta tipo “gasoso” Massa muito grande Formado em maioria por gases Frio (-100° C, a 1atm)

Saturno Urano Netuno Também planetas gasosos

São planetas profundamente diferentes. Então... O que diferencia a Terra? Algumas peculiaridades: 1. Atmosfera 2. A relação (massa de sólidos)/(massa de gases) é alta: planeta de tipo “terrestre” 3. Líquidos na superfície 4. Temperatura por volta de 20 C (aprox. 300 K) 5. Gravidade superficial de aprox. 9,8 m/s2 (1 g)

Ainda sobre a atmosfera terrestre: Composição: Nitrogênio, 79%; Oxigênio, 21% Outros gases (CO2, CH4, He, NOx,...) Primeiro fato: A atmosfera terrestre contém um gás com grande atividade: o oxigênio, constantemente reciclado pela atividade biológica Segundo fato: a interação Sol/Terra modula as condições atmosféricas terrestres (energização da atmosfera, interação atmosfera/solo/oceano)

A estrela Sol tem emissão de luz característica; o que chega à superfície foi filtrado pela atmosfera

O equilíbrio energético (equilíbrio radioativo) entre o Sol e a Terra é o fator dominante para a temperatura da Terra, influenciada também pelo efeito estufa Terceiro fato: a atmosfera, além de permitir a vida, também protege a Terra Exemplos de outros planetas e satélites:

Lua Mercúrio

Ganimede (Jupiter) Marte

Lua: crateras Sem atmosfera, as crateras permanecem inalteradas O “nascer” da Terra?

Cratera do Meteoro – Arizona, EUA

Por que alguns planetas têm a superfície coberta por crateras, e outros não? A atmosfera possibilita a ação do intemperismo, o desgaste das superfícies expostas à chuva, vento, além da ação biológica. a atmosfera age não só como interface entre a superfície (mares e terras) e o espaço, mas também como escudo contra impactos de meteoritos.

Meteoróides → meteoros (estrelas cadentes) → meteoritos cc Meteoróides → meteoros (estrelas cadentes) → meteoritos

ccc

A atmosfera também é local de fenômenos eletromagnéticos devidos à interação Sol-Terra: o vento solar interage com nossa atmosfera, gerando as auroras polares

Aurora boreal – Terra; mas também em outros planetas:

Auroras em Jupiter

Alguns aspectos sobre o sistema Terra-Lua: 1. Acoplamento rotacional: o período da órbita da Lua é igual ao período de sua rotação. Consequência: a Lua tem sempre o mesmo hemisfério voltado para a Terra (como demonstrar ?) 2. A relativa proximidade entre a Terra e a Lua (comparada com a distância Terra-Sol) faz com que as marés na Terra sejam basicamente devidas à Lua 3. O par Terra-Lua é único no Sistema Solar interno (há um par similar mais externamente: Plutão-Caronte)

É fato que... A proximidade da Lua (400.000 km) faz com que sua influência sobre as marés seja maior do que a influência do Sol, que está bem mais distante (150 milhões de km) Mas há muitas outras influências da Lua sobre eventos na Terra que pertencem ao domínio da superstição! - Crescimento de plantas; - Crescimento de cabelos; - Nascimento de bebês - Surtos de loucura

Novidades no Sistema Solar 2005: Nave Cassini chega ao sistema de Saturno Exploração do sistema de Saturno pelo orbitador Cassini e pela sonda Huygens A exploração do sistema de Saturno (e também do sistema de Júpiter!) revela uma inesperada diversidade!

Exploração de Titan, satélite de Saturno Maior que a Lua Atmosfera: Pressão ~ 1,5 atm Composição: nitrogênio; nuvens de metano e etano; névoa Frio: -170 ° → Líquidos na superfície (hidrocarbonetos: etano)

Imagens na superfície: semelhança a rios, lagos Superfície: rochas (gelo?), neblina

Lagos em Titan: etano líquido Mosaico de imagens formando uma faixa sobre o satélite; escala de centenas de quilômetros

Vulcões, I: Jatos de gelo em Encelado (Saturno); lago interno?

Encelado (Saturno): superfície congelada, com fendas; crateras

Vulcões, II: Io (Jupiter): superfície em mutação constante

2006: O que houve com Plutão? Com o astro, nada... mudança na categorização (como nós o classificamos) Nova categoria de astros no Sistema Solar: os planetas anões

O sistema de Plutão: Caronte, Nix, Hydra (2005),...

Imagem de Plutão, primeiro objeto transneptuniano; à espera das imagens da New Horizons (2015). Recentemente, muitos outros vêm sendo descobertos...

O planeta que atualmente recebe mais atenções: Marte Marte: dia de 24 horas, ano de 687 dias com estações como as da Terra. Atmosfera, nuvens,... Novos resultados da Phoenix (2008): água! Janeiro 2009: Metano! ESA Mars Express 2005

Por que explorar Marte? 1. Conhecimento astronômico 2. Futura colonização 3. Para melhor conhecer a Terra √ Por que? No passado remoto (1 bilhão de anos?), Marte teria sido ainda mais semelhante à Terra. O que houve? Como Marte evoluiu? “Se queres conhecer a Terra, estuda Marte” No entanto, voltamos à Lua...

Após 40 anos, prepara-se a volta humana à Lua. Por que? Pólo Sul: conquista em 1911 (expedição de Amundsen) Retorno somente em 1956 (45 anos depois!!!), estabelecimento de base permanente Base na Lua: Teste de tecnologias, preparação para maiores viagens.

Fim! Páginas Internet importantes: http://www.boston.com/bigpicture/2008/06/martian_skies.html http://www.google.com/mars Fim!

Superfície dinâmica: Avalanches próximas à calota polar Norte marciana (2008)