Razões para promover a atividade física
Conceito de saúde Não é só ausência de doença Seguro saúde ou seguro doença ? Comprende bem-estar físico, mental, social e espiritual Doença pode ser um estágio avaçado de maus hábitos
Continum da saúde Saúde Positiva (Aspectos físico, social, mental e espiritual) Comportamento de Risco (Sedentarismo, dieta rica em gorduras, tabagismo, abuso de álcool e drogas, estresse elevado, etc.) Doença (Coronariopatias, diabetes, hipertensão, obesidade, câncer, osteoporose, etc.) Saúde Negativa (Graves limitações funcionais e mortalidade
Definições Atividade física Qualquer movimento realizado pela musculatura esquelética que resulte em gasto energético Exercício físico Atividade física planejada, estruturada, repetitiva que objetiva o desenvolvimento da aptidão física Aptidão física Características que, em níveis adequados, possibilitam mais energia para o trabalho e o lazer, proporcionando, paralelamente, menor risco de desenvolver doenças ligadas ao sedentarismo Aptidão cardiorespiratória Força/resistência muscular Flexibilidade
Atividade Física Trabalho Transporte Lazer Atividades domésticas
Benefícios da atividade física para a saúde Melhoria da qualidade de vida Redução da morbidade e mortalidade Quarteto mortal: Obesidade Dislipidemias Diabetes Hipertensão
Quem faz atividade física, quem não faz homens curso superior 18 a 24 anos renda > 20 SM Não faz mulheres primeiro grau 45 a 60 anos renda < 10 SM Fonte: Datafolha 1997
Prevenção primária Conjunto de medidas dirigidas à população sadia para evitar a ocorrência de novos casos. Visa reduzir a incidência. Divide-se em promoção e proteção: Promoção da saúde: conjunto de medidas inespecíficas, orientads para população sadia, com o intuito de manter a saúde e prevenir, de maneira geral, a ocorrência de doença Proteção da saúde: conjunto de medidas dirigidas à população sadia, com o fito de prevenir uma única afecção ou um conjunto de doenças afins
Prevenção secundária Conjunto de medidas dirigidas à população doente, com o intuito de detectar os casos clínicos e subclínicos e tratá-los. Visa diminuir a duração da doença e sua prevalência. Divide-se em diagnóstico e tratamento precoce (3º nível de prevenção) e limitação do dano Diagnóstico e tratamento precoce: consiste em identificar e tratar a doença em evolução subclínica Limitação do dano: consiste em identificar e tratar a doença que se encontra em evolução clinicamente aparente, de reconhecimento mais tardio da doença
Prevenção terciária ou reabilitação Conjunto de medidas para desenvolver a capacidade residual e potencial do indivíduo após a passagem da doença. Visa promover o ajustamento da pessoa a situações irreversíveis, atenuar a invalidez e evitar o óbito
Mortalidade no Brasil
Cenário Brasileiro Prevalência de inatividade física* em adultos de 15 capitais e Distrito Federal. Brasil, 2002-2003. *Sedentários e irregularmente ativos Fonte: (SVS/INCA)
Cenário Brasileiro Prevalência de excesso de peso (IMC>25) por gênero nas 15 capitais e Distrito Federal. Brasil, 2002-2003 45 37 44 52 48 31 36 27 34 30 32 38 40 39 41 46 33 42 20 60 80 100 Manaus Belém Fortaleza Natal João Pessoa Recife Aracaju Campo Grande Distrito Federal Belo Horizonte Vitória Rio de Janeiro São Paulo Curitiba Florianópolis Porto Alegre Capitais Percentual Masculino Feminino Fonte: (SVS/INCA)
Conceitos básicos: medidas de freqüência/ocorrência Prevalência: número de casos existentes doença em um dado momento Incidência: freqüência com que surgem novos casos de uma doença em um intervalo de tempo
P = --------------------- Medidas de Freqüência Prevalência: “Volume” Medida Estática Número de casos P = --------------------- Total de pessoas
Medidas de Freqüência Incidência Acumulada: •Proporção de uma população fixa que adoece durante um determinado período de tempo número de casos no período IA= ------------------------------------------------------ número total pessoas expostas no período
Taxa (Densidade) de Incidência: Medidas de Freqüência Taxa (Densidade) de Incidência: •Razão entre o número de casos novos de uma doença e a soma dos períodos durante os quais cada indivíduo componente da população esteve exposto ao risco de adoecer e foi observado (quantidade de pessoa-tempo de exposição) Ex: 40 acidentes de trabalho Tempo empregado número Tempo x número Total 3 meses 200 200 . 0,25 50 6 meses 500 500 . 0,50 250 9 meses 200 . 0,75 150 12 meses 100 100 . 1
Medidas de Freqüência Mortalidade: Caso particular do conceito de incidência, quando o evento de interesse é a morte, e não o adoecimento. Letalidade: O evento de interesse é a morte por uma doença entre os doentes
Razões: prevalência Qual a prevalência da doença ? Na população total Doentes Não doentes Total Expostos 200 800 1000 Não expostos 100 900 300 1700 2000 Qual a prevalência da doença ? Na população total Nos expostos Nos não expostos?
Razões: prevalência x odds Doentes Não doentes Total Expostos 200 800 1000 Não expostos 100 900 300 1700 2000 Prevalência: Casos/Total Odds Casos/Não Casos
Razões de risco e odds Doentes Não doentes Total Expostos 200 800 1000 Não expostos 100 900 300 1700 2000 Prevalência ODDS Risco RR RP RO 200/1000 =0,2 200/800 =0,25 0,2/0,1 =2 0,25/0,11 =2,27 100/1000 =0,1 100/900 =0,11 300/2000 =0,15 300/1700 =0,18
Estudos analíticos Estudos experimentais Estudos de coorte (RP) Doente Não Doente Total Exposto a b a+b Não exposto c d c+d a+c b+d n Estudos experimentais Estudos de coorte (RP) Transversais (RR) Caso controle (RO)
Estudos descritivos Tipo de estudo Passado Presente Futuro Doença (exposição e não exposição) Não Doença (exposição e não exposição) Caso controle Coorte prospectivo Exposição Não exposição Doença Não Doença Não doença Não Exposição Transversal
Estudos longitudinais Intervenção Desfecho Não desfecho População Randomização Desfecho Não desfecho Placebo
FORTES MÉDIOS FRACOS Temporalidade Evidências experimentais Ordem de importância Temporalidade Evidências experimentais Gradiente Força da associação Plausibilidade biológica Consistência Coerência Analogia Especificidade FORTES MÉDIOS FRACOS
Tipos de evidência Categoria A: Estudos clínicos randomizados, bem delineados. Resultados consistentes. Ponto terminal. Grandes amostras e muitos estudos. Categoria B: Algumas falhas, resultados um pouco inconsistentes. Meta análise, poucos estudos, amostra limitada. Categoria C: Estudos não controlados, não randomizados ou estudos observacionais. Categoria D: Painéis, experts e consensos extraídos de estudos que não se enquadram nas categorias anteriores.
Surgeon General: Physical Activity and Health Executive Report 1996
Principais conclusões Benefícios para qualquer idade e sexos Atividade moderada provoca benefícios significativos para a saúde (30 min caminhada rápida, 15 min corrida, 45 min volei, em quase, senão, todos os dias da semana) Benefícios aumentam com maior duração ou intensidade
Principais conclusões AF reduz riscos de mortalidade em geral, particularmente: Doença coronariana Hipertensão Câncer de colon Diabete mellitus Saúde mental Músculos, ossos e articulações
Principais conclusões Mais de 60 % dos norte-americanos não são regularmente ativos Cerca de 25 % são totalmente inativos Quase a metade dos norte-americanos de 12 a 21 anos não são vigorosamente ativos AF diminui dramaticamente com a adolescência EF diária diminui de 42 para 25% entre 1991 e 1995 Algumas intervenções em escolas, local de trabalho e instalações de saúde são bem sucedidos para a promoção da AF
Resposta fisiológica e adaptação crônica AF é benéfica para os sistemas CV e mm.esquléticos além do metabólico, endócrino e imunológico Muitos efeitos diminuem dentro de 2 semanas e desaparecem totalmente entre 2 e 8 meses Benefícios são observados em qualquer idade para ambos os sexos
Efeitos para saúde e doença Mortalidade por todas as causas AF elevada reduz mortalidade Mesmo a AF moderada regular leva à menor mortalidade
Metas de Atividade Física Health People 2010 Efetividade da intervenção
Atividade física em adultos 22.1. Reduzir a proporção de adultos que não se envolvem em nenhuma atividade física nas horas de lazer. 1, 2 LB: 40% Nunca ou não sou capaz 20% 22.2 . Aumentar a proporção de adultos que se envolvem regularmente, de preferência diariamente, em atividades física moderadas durante pelo menos 30 minutos por dia. 2 LB: 15 % Pelo menos 5 x semana, 30 minutos por sessão 30% 22.3 . Aumentar a proporção de adultos que se envolvem regularmente, em atividades físicas que promovem o desenvolvimento e manutenção da aptidão cardiorrespiratório 3 ou mais vezes por semana durante 20 minutos ou mais por ocasião. 1 LB: 23 % Pelo menos 3 x semana, 20 minutos
Força/endurance muscular e flexibilidade 22.4. Aumentar a proporção de adultos que realizam atividade física que aumentam e mantém a força e endurance musculares 3 LB: 18% Pelo menos 2 x semana 30% 22.5. Aumentar a proporção de adultos que realizam atividade física que melhoram e mantém a flexibilidade 4 LB: 30% Sim durante as duas últimas semanas 43%
Atividade física em crianças e adolescentes 22.6. Aumentar a proporção de adolescentes que se envolvem em atividade física moderada de pelo menos 30 minutos em 5 ou mais dias nos últimos 7 dias 5 LB: 27% Número de alunos do ensino médio 35% 22.7. Aumentar a proporção de adolescentes que se envolvem em atividade física vigorosa que promove aptidão cardiorrespiratória 3 ou mais vezes por semana durante 30 minutos ou mais por ocasião 6 LB: 65% 85% 22.8 Aumentar a proporção de escolas públicas e privadas que exigem a educação física diária para todos os alunos. 7. LB: 17% Número de escolas públicas e privadas do ensino médio que oferecem educação física 5 dias por semana em número de anos igual ao número de séries 25%
Atividade física em crianças e adolescentes 22.9 Aumentar a proporção de adolescentes que participam da educação física diária 8 LB:29% Número de alunos que declaram comparecer a 5 aulas semanais de educação física 50% 22.10 Aumentar a proporção de adolescentes que gastam ativamente pelo menos 50 % do tempo de aula da educação física escolar 9 LB: 38% Número de alunos do ensino médio que gastam pelo menos 21 minutos em exercícios ou jogos, de 3 a 5 vezes por semana 22.11 Aumentar a proporção de adolescentes que assistem 2 horas ou menos de TV durante os dias de aula 10 LB: 57% Número de alunos do ensino médio que relatam assistir 2 horas ou menos de TV 75%
Acesso 22.12. Aumentar a proporção de escolas públicas e privadas que dão acesso aos seus espaços e instalações para atividade física para todas as pessoas fora do horário escolar (isto é, antes e após o horário escolar, nos finais de semana e durante as férias) 11 LB: não há 22.13. Aumentar a proporção de locais de trabalho que oferecem programas de atividade física para seus funcionários 12 LB: 46% Número de locais de trabalho não governamental com 50 ou mais funcionários que oferecem atividade física no local de trabalho ou através de convênios 75%
Acesso: deslocamentos a pé 22.14. Aumentar a proporção de deslocamentos realizados a pé. 22.14a. Adultos 13 LB: 17% Número de deslocamentos de 1 milha ou menos realizados a pé em relação ao total de deslocamentos 25% 22.14b. Crianças e adolescentes de 5 a 15 anos 14 LB: 31% 50%
Acesso: deslocamentos em bicicleta 22.15. Aumentar a proporção de deslocamentos realizados em bicicleta. 22.15a. Adultos 13 LB: 0,6% Número de deslocamentos de 5 milha ou menos realizados a pé em relação ao total de deslocamentos 2% 22.14b. Crianças e adolescentes de 5 a 15 anos 14 LB: 2,4% Número de deslocamentos de 2 milha ou menos realizados a pé em relação ao total de deslocamentos 5%
UM POUCO mais rápido que o normal Recomendações ‘’Todo adulto deve acumular 30 minutos ou mais de atividades físicas moderadas na maioria dos dias da semana, ou diariamente, de preferência’’ Ou também: 150 minutos de AF moderada acumulados na semana AF moderada: aquelas atividades que necessitam de ALGUM esforço e que fazem respirar UM POUCO mais rápido que o normal (CDC; ACMS)
Dose mínima de AF para: melhorar aptidão física usufruir de benefícios para saúde Doses um pouco maiores de AF podem produzir melhores resultados Doses ideais de AF (trabalho + transporte + lazer + atividades domésticas) deveriam promover um gasto calórico semanal entre 2.000 e 3.500 kcal
Intensidade: benefícios x riscos
Por que as pessoas não se exercitam regularmente??? Alguns fatores que afetam a aderência ao exercício: Tempo Dinheiro Disposição Apoio Social Exercitar-se em grupo Clima Desconforto Físico
Tempo Gerenciar o tempo Encontrar a hora de exercitar Sessões de 20 a 60 minutos Uma hora antes e após Relaxar e não sentir-se apressado
Dinheiro Custo de matrícula ou clube Existem atividades quase sem custo: Caminhar Correr
Disposição Maior desculpa Intensidade mais baixa Encontrar hora do dia com mais disposição Evitar fome Evitar exercício após refeições pesadas
Apoio social Vital para a adesão e aderência: Familiares Amigos
Exercitar-se em grupo Aumenta aderência Cobranças pelas faltas
Clima Ajustar exercício ao clima, sobretudo ao ar livre Clima adverso (calor, frio, umidade ou seco) afeta aderência Considerar alergia
Desconforto físico Todo exercício traz desconforto Desconforto x dor! Aquecimento e volta à calma reduzem desconforto
Estágios de Mudança de Comportamento: Atividade Física SIM SIM Você tem estilo de vida fisicamente ativo ? Pratica há mais de 6 meses ? Manutenção NÃO NÃO Ação Você considera a AF importante para a sua saúde e bem estar geral ? NÃO Pré-contemplação SIM Pretende começar a pratica de AF nos próximos meses ? NÃO Contemplação SIM Preparação
Estágios de Mudança de Comportamento: Atividade Física Manutenção: pratica AF por mais de seis meses. Ação: pratica AF por menos de seis meses. Preparação: pratica AF esporadicamente; tem a intenção de começar nos próximos 30 dias Contemplação: tem intenção de começar nós próximos 6 meses. Pré-contemplação: não tem intenção de realizar
Estratégias que podem influenciar um comportamento ANTECEDENTES: 1- Informação 2- Instruções 3- Experiência prévia 4- Modelos de papéis
Estratégias que podem influenciar um comportamento MANUTENÇÃO E AÇÃO: 1- Monitoramento 2- Reforço 3- Prevenção da recaída 4- Contratos
Eficácia, efetividade e eficiência Resultados de intervenção em situações ideais e controladas Estudos de epidemiologia Estudos teóricos Efetividade: Estudos de intervenções num “mundo real” Estudos de intervenção Eficiência: Recursos (i.e. custo-benefício, custo-efetividade, p.ex.).
Efetividade de intervenções para promover a atividade física Kahn et al. (2002) Informações Ponto de decisão Campanhas Intervenções comportamentais e sociais Educação Física escolar Apoio social na comunidade Mudança comportamental adaptada ao indivíduo (modelo transteorético) Ambiente e regulamentação Criação ou ampliação do acesso a locais para prática da AF + atividades que favoreçam as informações
Comportamento em Atividade Física Comportamentais e Sociais Modelo de intervenção Formas de intervenção Auto-monitorado Monitoramento Intervenção direta Resultados Intermediários Medidas fisiológicas Composição corporal Aptidão motora Aptidão Metabólica Humor/ânimo Aderência Intervenção Informações Resultados para a saúde Mortalidade Morbidade Qualidade de vida Comportamento em Atividade Física Comportamentais e Sociais Ambientais e política Pré-planejamento Planejamento Adoção Manutenção Determinantes modificáveis Adaptado de Kahn et al. AJPM, 2002
PAR-Q Sensibilidade 100% Identifica casos positivos corretamente Especificidade 80 % Identifica casos negativos corretamente
Questões do Par-Q Seu médico já lhe disse que você tem uma condição cardíaca e que somente deve realizar a atividade física recomendada por um médico ? Você sente dor no tórax quando realiza uma atividade física ? No último mês, você teve dor torácica quando não estava realizando uma atividade físca ? Você perde seu equilíbrio em virtude de uma vertigam ou já perdeu a consciência ? Seu médico está prescrevendo medicamentos atualmente (p.ex. Pílulas diuréticas) para sua pressão arterial ou condição cardíaca ? Você sofre de alguma condição óssea ou articular que poderia ser agravada por uma mudança na atividade física? Você conhece alguma outra razão para não realizar atividade física ?
Atividade física habitual Pedometria Sedentário < 5000/dia Pouco ativo – 5000 a 7500 Insuficientemente ativo 7500 a 10000 Ativo 10000 a 12500 Muito ativo acima de 125000 Kikuchi et al., 2005
Pedometria nos diferentes dias
Componentes da aptidão músculo-esquelética Aptidão relacionada à saúde Força muscular Resistência muscular Flexibilidade Resistência cardiorrespiratória Composição corporal Aptidão relacionada ao desempenho atlético Agilidade Potência Velocidade Equilíbrio
Importância da força e resistência musculares Aumenta capacidade para a AVD com maior eficiência e menos fadiga Proteção de articulações Melhor postura Reduz dor lombar Previne contra osteoporoso e quedas Principalmente MMSS
Força muscular Técnicas Tensiometria Dinamometria 1 RM Dinamômetros eletromecânicos ou isocinéticos