Máquinas hidráulicas e Análise de sistemas de recalque
Promovem as trocas entre as energias mecânicas e hidráulicas: Turbinas recebem energia hidráulica, via de regra de quedas d’água e transforma em energia mecânica Bombas recebem energia mecânica de motores e transforma em energia hidráulica
Descrição e condições gerais de instalação de turbinas
São constituídas, basicamente de: Distribuidor: orienta a água até o rotor e regula a vazão turbinada; 2. Rotor: peça dotada de um eixo sobre a qual estão dispostas pás. Nestas, a água provoca rotação, movimentando o eixo, gerando a potência do gerador Onde elas são aplicadas? Em instalações como as hidroelétricas
Os principais componentes são: Barragem; Tomada d’água; Conduto forçado; Casa de força; Canal ou túnel de fuga
Os principais componentes são:
Descrição e condições gerais de instalação de bombas
9
Quanto ao processo de transformação de energia no interior Classificação Quanto ao processo de transformação de energia no interior Bombas volumétricas Turbobombas Mais utilizadas dotadas de uma par móvel (rotor), que se movimentam dentro da carcaça
Quanto à trajetória da água no rotor radiais ou centrífugas trajetória normal ao eixo axiais segundo o eixo mistas Quanto ao no de rotores sobre o mesmo eixo Simples estágio Múltiplos estágios
As turbobombas podem admitir o líquido por um lado do rotor (sucção simples) Por dois lados do rotor (dupla) O eixo entre a bomba e o rotor pode estar na posição horizontal (custo menor) ou vertical (Hs menor)
O rotor cede energia cinética ao fluido desloca suas partículas para a extremidade periférica do rotor (força centrífuga) Cria-se uma zona de pressão baixa e uma zona de pressão alta As partículas são comprimidas entre as pás e a face interna do rotor energia de pressão Isto é reforçado pelo alargamento da área de escoamento e de características construtivas
Rotores fechado, semi-aberto ou aberto O rotor fechado pás compreendidas entre dois discos paralelos mais eficiente que os outros tipos, porém recomendado para água limpa
Qual o efeito de uma bomba na linha de energia?
Instalação elevatória típica
registro Válvula de retenção Motor de acionamento Bomba Redução excêntrica Válvula de pé com crivo
Componentes Válvula de pé: impedir o retorno do líquido bomba não trabalhar a seco Crivo: tem a finalidade de impedir a entrada de partículas sólidas; Redução excêntrica: evitar o acúmulo de bolhas de ar na seção de entrada da bomba;
Componentes Motor de acionamento: fornecer energia mecânica às bombas; Bomba: adicionar energia ao escoamento da água
Componentes Válvula de retenção: proteção contra o retorno da água e manutenção da coluna líquida na parada do motor; Válvula ou registro: logo após à válvula de retenção, visando à manutenção desta e o controle da vazão mais utilizado é o de gaveta cada 20 mH20 de Hm
Quando o eixo da bomba está acima do nível da água do poço de sucção sucção positiva. Caso contrário, sucção negativa ou afogada
Parâmetros hidráulicos de uma instalação de recalque
Altura manométrica energia de saída da bomba menos a energia de entrada Aplicando Bernoulli entre 2 pontos que contém uma bomba E1 + Hm = E2 Se os 2 pontos estiverem à patm (como no caso de 2 reservatórios) e se a diferença de carga cinética for desprezível ...
Hm=Z2-Z1+DH Hm=Hg+DH Altura geométrica Hm=Hs+Hr Hg=hs+hr DH=DHs+DHr Hs=hs+DHs Hr=hr+DHr
Hs altura manométrica de sucção Hr altura manométrica de recalque hs altura geométrica de sucção hs altura geométrica de recalque DHs perda de carga na sucção DHr perda de carga no recalque
Potência e rendimento do conjunto elevatório
Potência hidráulica (W) trabalho realizado sobre o líquido ao passar pela bomba em 1 segundo PH = gQHm g = 9810 N/m3 Potência hidráulica (cv) PH = gQHm/75 g = 1000 kgf/m3 Fonte de energia potência para o motor, com rendimento hM potência para a bomba menor que a da energia Bomba com rendimento hB diminui a potência que ela recebe do motor
Energia h = hM hB Motor = hM Energia Bomba = hB Motor h = hM hB hB varia bastante, estando normalmente entre 30% e 90% Perdas na bomba asperezas da superfície interna, recirculação do líquido no seu interior, vazamentos em junções, atrito entre suas partes, energia dissipada no atrito entre o fluido e a bomba
g = 1000 kgf/m3 g = 9810 N/m3 Potência do conjunto elevatório (cv) Potência do conjunto elevatório (W) g = 9810 N/m3
Na prática, adota-se ainda uma folga para os motores elétricos 50% para bombas até 2 HP 30% para bombas de 2 a 5 HP 20% para bombas de 5 a 10 HP 15% para bombas de 10 a 20 HP 10% para bombas acima de 20 HP
Dimensionamento econômico da tubulação
Determinação da tubulação de recalque realizada segundo um critério econômico, considerando não somente a tubulação, mas todo o conjunto elevatório Diâmetro mais conveniente menor custo total das instalações diâmetro econômico
Funcionamento contínuo (24 horas/dia) Fórmula de Bresse K varia entre 0,6 e 1,6 normalmente adota-se K = 1,2 É comum adotar o diâmetro comercial mais próximo Funcionamento descontínuo X No de horas de funcionamento por dia Quanto ao diâmetro de sucção, é comum adotar o diâmetro comercial imediatamente superior ao de recalque
Curvas características das bombas
Q x Hm forma geral: Hm = aQ2 + bQ + c Geradas com diversas informações obtidas a partir de ensaios Q x Potência Q x h Q x Hm Q x Hm Para vários diâmetros ou rotações forma geral: Hm = aQ2 + bQ + c
P Q x P Pmín Q x h
Q x Hm x D curvas de iso-rendimento Bomba KSB Meganorm 100-200 Q x Hm x D curvas de iso-rendimento Diagrama em colina Q x P x D Em forma de tabela
Influências nas CC das bombas
As CC das bombas são influenciadas Pelo tipo de fluido Pela rotação do rotor Pelo diâmetro do rotor Estas variações podem ser previstas observando catálogos de fabricantes e/ou por equações baseadas na teoria da semelhança mecânica
Exemplos de curvas em catálogos
Curva da bomba x curva do sistema
Hm Q Uma bomba pode operar em uma ampla faixa de valores Hm x Q Curva característica Hm x Q Q No entanto, sua operação é também definida, num dado sistema, em função das condições deste sistema
Hm=Hg+DH Para a situação onde 2 pontos estão sujeitos à patm Leva em conta as perdas singulares Fazendo Curva do sistema
Separando a perda total nas 2 parcelas K coeficiente de perda de carga singular contínua Singular para um conduto circular
Hm = aQ2 + bQ + c = Hg + r1Qn + r2Q2 Colocando as 2 curvas em um só gráfico Ponto de operação da bomba Hm No PO, a energia fornecida pela bomba é igual à energia requerida pelo sistema Q Hm = aQ2 + bQ + c = Hg + r1Qn + r2Q2 bomba sistema
Hm rQn resistência do sistema Q
Exemplos de curvas
Operação de múltiplas bombas centrífugas
Quando não é possível suprir as exigências somente com 1 bomba associação em série ou em paralelo Razões técnicas: desnível elevado rotor de grande D e alta rotação acelerações centrífugas altas e dificuldades na especificação de materiais Razões econômicas: custo de 2 bombas menores é inferior ao de 1 bomba maior para fazer o mesmo serviço
Bombas em paralelo e bombas em série
Paralelo Para o caso em que uma bomba somente não atende à elevatória ou quando se deseja aumentar a capacidade do sistema por partes
Paralelo
Paralelo CC obtida adicionando as abscissas Q das curvas características de cada bomba B A
Série Mais interessante para vencer uma altura manométrica muito elevada
Série Curva característica somam-se as ordenadas Hm das CC de cada bomba, para uma mesma vazão
Resumindo Série Hm Paralelo Q
Cavitação
Cavitação formação de cavas no líquido devido ao abaixamento da pressão até a pressão de vapor Se pabs ≤ pvapor parte do líquido se vaporiza se a pressão interna na bolha é maior que a externa aumento da bolha obstrução Se a bolha passa por um ponto onda a pressão externa volta a ser maior implosão da bolha poderá a haver danos na parede da tubulação
Avaliações das condições de cavitação
As bolhas resultantes podem ser levadas à carcaça Local de maior risco de cavitação num sistema elevatório ponto 1 da figura As bolhas resultantes podem ser levadas à carcaça Aplicando Bernoulli entre os pontos 0 e 1 1 patm/g absoluta ≈ 0 hs
∆HTS + ∆H* No limite de ocorrer a cavitação p1 = pv Na entrada do rotor
NPSHd Depende do líquido e da instalação Depende da bomba O engenheiro projetista tem o controle NPSHd Carga existente na instalação para permitir a sucção – NET POSITIVE SUCTION HEAD
NPSHr Carga que a bomba necessita para succionar o líquido Dado pelo fabricante
NPSHr Q Isolando hS Na prática hs ≤ 4 a 5m
Para avaliar as condições de cavitação: 1 – Calcula-se NPSHd = f(Q); 2 – Obtém-se do fabricante o NPSHr 3 – compara-se NPSHd com NPSHr Para que não haja cavitação NPSHd ≥ NPSHr A pressão atmosférica pode ser calculada em função da altitude Altitude (m)
Margem de segurança
Para que não haja cavitação NPSHd ≥ NPSHr Na prática, adota-se uma margem de segurança O escoamento real é muito mais complexo do que aquele no qual se aplica a equação de Bernoulli Recomenda-se uma folga de, pelo menos, 0,5 m entre NPSHd e NPSHr (PORTO, 1999) BAPTISTA E LARA (2003) recomendam: Mínimo de 0,6m 20% do valor teórico
Para avaliar as condições de cavitação: 1 – Calcula-se NPSHd = f(Q); 2 – Obtém-se do fabricante o NPSHr 3 – compara-se NPSHd com NPSHr Para que não haja cavitação NPSHd ≥ NPSHr A pressão atmosférica pode ser calculada em função da altitude Altitude (m)
Medidas para evitar entrada de bolhas
Ls menor possível, evitar estrangulamentos e pontos altos Ls menor possível, evitar estrangulamentos e pontos altos. Se necessário curvas raios longos menores perdas Submergência (h) para evitar formação de vórtices entrada de ar na tubulação Netto et al. (1998) h = V2/2g + 0,2 ou h > 3 Ds V < 0,9 m/s Porto(1999) h > 3 Ds
Escolha do conjunto motor-bomba – exemplos de catálogos
Características básicas dos escoamentos livres
Um escoamento pode ser classificado, quanto à pressão reinante em: forçado ou livre Forçado: pressão maior que a atmosférica
Um escoamento pode ser classificado, quanto à pressão reinante em: forçado ou livre livre: pressão atmosférica
forçado livre
Escoamentos livres Há uma superfície de contato com a atmosfera As condições de contornos não são tão bem definidas como nos condutos forçados variáveis no tempo e no espaço A maioria dos escoamentos livres ocorrem em grandes dimensões físicas grandes Re raramente laminares Deformabilidade extrema remansos, ressaltos Variabilidade de rugosidade
Rio Reginaldo ladeira da moenda, entre Feitosa e Pitanguinha Riacho Pau D’Arco Leste-Oeste
classificação
Escoamentos livres usam-se os mesmos princípios básicos: Continuidade Quantidade de movimento Energia
Representação da LE conduto forçado
Representação da LE canais
Parâmetros geométricos e hidráulicos
B largura superficial A área molhada P perímetro molhado Y profundidade (fundo à superfície) Yh = A/B Profundidade hidráulica Rh raio hidráulico
Y h Observação: O perímetro molhado leva em conta somente a parte em contato com o líquido
Seções com geometrias conhecidas
Seção circular
Seções retangulares e trapezoidais Comuns em canais abertos Trapezoidais preferidas algumas vezes por não necessitar de estruturas rígidas para estabilizar taludes Mas podem precisar de mais espaço nas laterais Canal do sertão em Alagoas
Canal do sertão em Alagoas Seção retangular aproveitando a rocha
Canal do sertão em Alagoas Seções triangulares Canais de pequenas dimensões sarjetas rodoviárias e urbanas Seções circulares Vazões mais reduzidas redes de esgotamento sanitário e pluvial, bueiros
Seções com geometrias irregulares
Supor um conjunto de trapézios, triângulos ou retângulos pequenos o suficiente Canais largos largura é muito maior que a profundidade Mostra-se que: A ≈ By P ≈ B e R ≈ y
Variação de pressão
Condutos forçados pressão praticamente constante em toda a seção canais pressão função da profundidade Se o escoamento for paralelo linhas de corrente sem curvatura Distribuição de Pressão hidrostática
Escoamento não for paralelo não é hidrostática Se o escoamento tiver declividade não desprezível PB = gycos2a Distribuição Pseudo-hidrostática
Subpressão (crista) Sobrepressão (pé) Em canais com declividades inferiores a 0,1 m/m diferença de 1% Canais com I > 10% PB = gycos2a Subpressão (crista) Sobrepressão (pé)
Variação de velocidade
Em canais a distribuição de velocidade não é uniforme As velocidades maiores ocorrem Longe da parede
Na vertical, o perfil é aproximadamente logarítmico Vmax ocorre entre 5% e 25% da profundidade Vmed é aproximadamente a média entre V20% e V80% Ou aproximadamente V60%
Perfil de velocidade média
Para levar em conta as irregularidades na distribuição de V a é o fator de correção de energia (Coriolis)
Para levar em conta as irregularidades na distribuição de V a é o fator de correção de Quantidade de movimento (Boussinesq)