Aula 7 Estrelas: massa, raio, temperatura

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Transcrição da apresentação:

Aula 7 Estrelas: massa, raio, temperatura O Diagrama HR Alex C. Carciofi

Censo Demográfico

O Sol e outras estrelas

Propriedades Fundamentais de uma Estrela - Luminosidade - Massa - Raio - Temperatura - Composição química - Idade Como são determinadas? Como estão relacionadas entre si? Quais as propriedades típicas das estrelas mais comuns? Hoje: um censo estelar

Estrelas de Diferentes Cores e Brilhos Aglomerado aberto “Caixa de Jóias”

Estrelas de Diferentes Cores e Brilhos Constelação de Orion

Estrelas de Diferentes Cores e Brilhos Aglomerado aberto “Plêiades”

Cor e Temperatura Vimos que a cor de um corpo negro está relacionada com sua temperatura. a fotosfera das estrelas avermelhadas é fria (~ 3000 - 4000 K) a fotosfera das estrelas azuladas é quente (> 10000 K) Fluxo luminoso emitido por corpos negros a diferentes temperaturas:

Estrelas de Diferentes Cores e Brilhos Betelgeuse () é vermelha (T=3000K) Orion: Rigel () é azul (T=15000K) Constelação de Orion

Magnitudes Hiparcos fez a um catálogo de aproximadamente 1000 estrelas, em que listou suas coordenadas e brilho aparente. A escala de magnitude de Hiparco é invertida, as menores magnitudes correspondem aos maiores brilhos. 1 2 3 4 5 6 Magnitude das estrelas (Hiparcos, séc. II a.C.) Hiparcos

Brilho Aparente F = L / Área = L/(4p d2) Luminosidade (L): potência luminosa emitida pela estrela em todas as direções. Ex: LSol = 3,8 x 1026 W Estrelas em geral são aproximadamente isotrópicas, i. e., emitem igualmente para todas as direções. A luminosidade é uma grandeza intrínseca das estrelas. Fluxo (F): potência por unidade de área que atinge uma superfície. Relação entre luminosidade e fluxo de uma estrela à distância d: F = L / Área = L/(4p d2) Portanto, o brilho aparente de uma estrela (ou seja, o fluxo que atinge a Terra) depende de quão brilhante é uma estrela, e da sua distância.

Relação entre magnitude e brilho aparente 1 2 3 4 5 6 Brilho aparente das estrelas (Hiparcos, séc. II a.C.) Fluxo medido F Magnitude 1 2 3 4 5 6 Experimentos mostraram que o fluxo de uma estrela de magnitude 1 era aprox. 100 vezes maior que o fluxo de uma estrela de magnitude 5.

Relação entre magnitude e brilho aparente 1 2 3 4 5 6 Brilho aparente das estrelas (Hiparcos, séc. II a.C.) Fluxo medido F Magnitude 1 2 3 4 5 6 m = C - 2,5 log F c: constante

Relação entre magnitude e brilho aparente Estrelas mais brilhantes 1a magnitude magnitude aparente m1  F1. Estrelas de menor brilho  6a magnitude, magnitude aparente m6  F6. Relaçao aproximada entre as escalas:  F1= 100 F6. F m 104 -4 100 1  F1 6  F6 1 Uma diferença entre magnitudes corresponde a uma data razão entre fluxos

Relação entre magnitude e brilho aparente Qual a relação entre o fluxo de duas estrelas com magnitudes m1 e m2? m1 = c - 2,5 log F1 m2 = c - 2,5 log F2 m2 - m1 = 2,5 (log F1 - log F2) Portanto, uma diferença entre magnitudes corresponde a uma razão entre fluxos.

Relação entre magnitude e brilho aparente Alguns exemplos:  m1 = 1 e m2 = 6: 6 - 1 = 2,5 log (F1/ F2) log (F1/ F2) = 2 F1/ F2 = 100  m1 = 1 e m2 = 5: F1/ F2 = 39,8  m1 = 1 e m2 = 4: F1/ F2 = 15,8  m1 = 1 e m2 = 3: F1/ F2 = 6,31  m1 = 1 e m2 = 2: F1/ F2 = 2,51

Escala de magnitude aparente estendida para incluir objetos mais fracos 30 – Telescópios Hubble, Keck (30 mag) Telescópio de 1m (18 mag) 20 – 10 – Binóculos (10 mag) Estrela de Barnard (9,5 mag) olho nu (6) Polaris (2,5) Betelgeuse (0.8) 0 – alfa Centauri (0)

Escala de magnitude aparente estendida para incluir objetos mais brilhantes 0 – Sirius (-1,5) Vênus (-4,4) -10 – Lua cheia (-12,5) -20 – Sol (-26,5) -30 – 30 – Telescópios Hubble, Keck (30 mag) Telescópio de 1m (18 mag) 20 – 10 – Binóculos (10 mag) Estrela de Barnard (9,5 mag) olho nu (6) Polaris (2,5) Betelgeuse (0.8) 0 – alfa Centauri (0)

O olho humano é um detetor logarítmo! Qual a

magnitude vs. luminosidade e distância m = C - 2,5 log F Vimos que: Lembrando que o fluxo depende da luminosidade e da distância: Obtemos: Essa fórmula relaciona as observações (m) com as propriedades da estrela (L e d). C’=C +(2,5 log 4 )

Magnitude Absoluta (M) Para comparação entre diversas estrelas supõe-se uma mesma distância para todas: m, d, L*, Fd M, 10pc, L*, F10 M = m(d=10pc)

Exercício Duas estrelas A e B têm luminosidades 6,4 e 0,4 L, respectivamente. Se ambas têm a mesma magnitude aparente, qual é relação entre suas distâncias? LA= 6,4 L e LB= 0,4 L ; mA=mB

Conclusão até aqui: A fotometria é a técnica da astrofísica que mede o brilho (fluxo) das estrelas. A magnitude aparente (ou o fluxo) é uma quantidade que depende da luminosidade, uma grandeza intrínsica da estrela, e da distância. Em resumo: Se conhecemos a distância, podemos determinar L a partir de m ou F.

Índices de Cor Para se estudar a cor de uma estrela, mede-se sua magnitude através de diferentes filtros (bandas) Ex: Sistema fotométrico de Johnson: bandas U (=350nm), B (= 450nm) e V (= 550nm) Um telescópio equipado com esses filtros pode medir as magnitudes aparentes (mU, mB , mV) nas bandas do ultravioleta, azul e visível. Para simplificar, denota-se mU como U, simplesmente. Os sistemas fotométricos também se estendem para outras faixas espectrais como o vermelho (ex: R, I)

B - V = mB - mV = -2,5 log (FB / FV) Índices de Cor O índice de cor é a diferença entre magnitudes aparentes (brilhos) de duas bandas. Por exemplo: U – B, B – V, V – R, etc... Por convenção, fazemos: (banda mais azul – banda mais vermelho) Pela definição de magnitude: B - V = mB - mV = -2,5 log (FB / FV)

Índices de Cor e Temperatura O índice de cor: depende da temperatura da estrela. Considere três estrelas a, b, c : Ta > Tb > Tc (a) T= 30.000 K: fluxo na banda azul (B) maior que fluxo no visível (V) (b) T=10.000 K: fluxos em B e V são semelhantes (c) T=3.000 K: fluxo em B menor que fluxo em V

B - V = mB - mV = -2,5 log (FB / FV) FB > FV  B < V (B-V) < 0 Estrela quente, azulada, tem índice de cor negativo

B - V = mB - mV = -2,5 log (FB / FV) FB > FV  B < V (B-V) < 0 Estrela quente, azulada, tem índice de cor negativo FB < FV  B > V (B-V) > 0 Estrela fria, avermelhada, tem índice de cor positivo

Relação Cor-Temperatura +quente e +azul temperatura [K] +frio e +vermelho U – B

Relação Cor-Temperatura log Tefetiva 4,2 16.000 K 4.0 10.000 3,8 6.000 3,6 4.000 B-V 3,4 2.500 0,4 0,8 1,2

Curva teórica de corpo negro Relação Cor-Cor U-B Alta temperatura - 0,8 B0 0,0 A0 F0 Curva teórica de corpo negro G0 K0 +0,8 Observacional M0 +1,6 Baixa temperatura B-V 0,8 1,6

Estrelas de Diferentes Cores e Brilhos Os índices de cor têm grande importância em astrofísica, pois são uma forma de se medir a temperatura da fotosfera com relativa facilidade

Recordando: como se mede a temperatura de uma estrela Lei de Wien: lmax = 2,9 x 106/T [nm] mede-se o comprimento de onda que corresponde à emissão do contínuo máxima e obtemos a temperatura (mais difícil...) Índice de cor: B - V = mB - mV = -2,5 log (FB / FV) mede-se o índice de cor e obtemos a temperatura (mais fácil) Lembrando: esta é a temperatura na fotosfera da estrela.

Classificação Espectral das Estrelas

Espectro de Uma Estrela fotográfico Linhas do Hidrogênio Fluxo Continuum Espectro gráfico Linhas de absorção Angstrom Comprimento de onda

Espectros muito diferentes! Em algumas estrelas as linhas do H são muito fortes (A0V, ao lado) Em outras, são quase inexistentes (M5V) A intensidade da linha de um dado elemento depende da composição química e temperatura da fotosfera brilho relativo comprimento de onda [Å]

Classificação espectral Primeira classificação: no Século XIX baseada na intensidade das linhas do hidrogênio Nomenclatura adotada: A, B, C, D, ..., P. Estrelas “A” teriam as linhas mais fortes. Estrelas “P”: as mais fracas.

Classificação espectral Novo esquema: desenvolvido no Observatorio de Harvard no início do Séc. XX. O trabalho começou por Henry Draper que fotografou o primeiro espectro de Vega em 1872.

Classificação espectral Annie J. Cannon estudou o espectro de mais de 400,000 estrelas e percebeu uma correlação entre o tipo espectral (A, B, C, etc.) e a cor da estrela (ou seja, sua temperatura) Ela propôs uma nova classificação, que ficou conhecida como classificação de Harvard

Classificação espectral temperatura aumenta comprimento de onda () aumenta A intensidade das linhas depende da temperatura!

Para lembrar: “Oh, Be A Fine Girl, Kiss Me” Classes Espectrais A nova a classificação, feita nos anos 1920, foi feita em termos da temperatura superficial da estrela. A ordem passa a ser: O B A F G K M Cada classe é subdividida em 10 sub-classes de 0 até 9 por exemplo: G0, G1, G2,..., G9 estrelas quentes tipos recentes (early types) estrelas frias tipos tardios (late types) Para lembrar: “Oh, Be A Fine Girl, Kiss Me”

Classificação espectral Intensidade das linhas em função da temperatura (ou tipo espectral) Nomenclatura: H I, He I, Ca I, etc.  átomo com todos os elétrons. H II, He II, O II, Ca II, etc.  átomo que perdeu 1 elétron. He III, O III, Ca III, etc.  átomo que perdeu 2 elétrons.

Classificação espectral de Harvard

Subdivisão da Classificação de Harward 0__B__A__F__G__K__M__ 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Não observado Sol

Intensidade Relativa das Linhas Intensidade das Linhas Metais neutros Metais ionizados He I He II TiO Si III Si II Si IV Tipo Espectral O_______B________A________F________G________K________M______

Estrelas tipo O Exemplos: Mintaka, Alnitaka Estrelas azul-esbranquiçadas Muito quentes Poucas linhas espectrais Fortes linhas de He II, às vezes, de emissão Linhas de absorção de He I começam a ser fortes

Estrelas tipo B Exemplos: Rigel, Spica Estrelas azul-esbranquiçadas Muito quentes Linhas de abrsorção de He I ficam mais fortes em B2 Linhas de absorção de H I (Balmer) ficam mais fortes

Estrelas tipo A Exemplos: Sirius, Vega Estrelas esbranquiçadas Linhas de absorção de Balmer (H I) mais fortes em A0 Linhas de absorção de Balmer (H I) enfraquecendo Linhas de absorção de Ca II se intensificam

Exemplos: Canopus, Procion Estrelas tipo F Exemplos: Canopus, Procion Estrelas amarelo-esbranquiçadas Linhas de Ca II se intensificam Linhas de Balmer (H I) enfraquecem Aparecem linhas de absorção de metais neutros: Fe I, Cr I

Exemplos: Sol, Alfa Centauri Estrelas tipo G Exemplos: Sol, Alfa Centauri Estrelas amarelas Estrelas com espectro tipo solar Linhas de Ca II se intensificam Linhas de Fe I e outros metais se intensificam

Exemplos: Aldebaran, Arcturus Estrelas tipo K Exemplos: Aldebaran, Arcturus Estrelas alaranjadas Temperaturas baixas Linhas de Ca II, H e K muito intensas em K0 Mesmas linhas enfraquecem além de K0 O espectro é dominado por linhas de absorção de metais

Exemplos: Antares, Betelgeuse Estrelas tipo M Exemplos: Antares, Betelgeuse As estrelas mais frias estrelas avermelhadas Espectro dominado por substâncias moleculares: TiO Linhas muito intensas de absorção de metais neutros

Classes espectrais e temperatura superficial Sol: é classificada como uma estrela G2. É um pouco mais fria que uma G1e mais quente que uma G3.

Classificação dos Espectros Estelares 700 400 nm Espectros de 7 estrelas:  = 400 a 700 nm. Estrelas com T>25.000 K: forte linha de absorção do He II (hélio uma vez ionizado) e de elementos mais pesados, com múltiplas ionizações (O, N e Si) . Essas fortes linhas não aparecem no espectro das estrelas mais frias: não atingem as temperaturas necessárias para excitar e ionizar esses elementos. As linhas de HI são mais fracas nas estrelas + quentes, pois a altas temperaturas, o hidrogênio encontra-se ionizado, restando poucos átomos intactos para produzirem essas linhas.

Classificação dos Espectros Estelares 700 400 nm Estrelas com T ~ 10.000K: as mais fortes linhas de absorção são do H excitado, onde os elétrons facilmente se movem entre o segundo e terceiro niveis orbitais (ex., linha vermelha em 656,3 nm - H). Linhas de Ca e Ti, que têm elétrons menos ligados, são mais comuns nessas estrelas do que as linhas de He, O e N, em que os elétrons são fortemente ligados.

Classificação dos Espectros Estelares 700 400 nm Nas estrelas + frias: novamente não encontramos as linhas do H excitado, porque os elétrons ficam preferencialmente no estado fundamental. Verificam-se linhas de elementos mais pesados fracamente excitados. não se encontram linhas de elementos ionizados. Como a energia dos fótons saindo das estrelas frias não é suficiente para destruir moléculas, ocorrem muitas linhas moleculares de absorção (ex. TiO).

Classificação espectral A classificação é função da temperatura superficial da estrela. Também é função do índice de cor. (B – V) 3.000 K +1,69 4.300 K +1,18 5.500 K +0,65 brilho relativo 6.700 K +0,45 8.200 K +0,15 16.000 K –0,16 50.000 K –0,32 comprimento de onda [Å]

Classificação espectral Intensidade de uma linha depende do número de átomos no nível inicial da transição. Este número depende da temperatura e da diferença de energia entre os níveis da transição atômica. A diferença de energia depende do elemento (H, He, C, N, O, etc...). Ex: para T = 10.000K A transição n=2 → n=3: provável no H mas difícil no He. linha H (absorção) n=4 n=3 n=2 n=1

Recordando: como se mede a temperatura de uma estrela Lei de Wien: lmax = 2,9 x 106/T [nm] Índice de cor: B - V = mB - mV = -2,5 log (FB / FV) Tipo Espectral Vemos, assim, que os astrônomos dispõem de várias formas de se medir a temperatura da fotosfera de uma estrela. Todas, claro, estão relacionadas com o espectro emitido pela fotosfera, que está, por sua vez, ligado às propriedades físicas do gás fotosférico.

Raios Estelares L = 4p R2 s Tef4 A fotometria permite determinar a luminosidade de uma estrela (desde que sua distância seja conhecida). Pode-se estimar a temperatura de uma estrela através do seu espectro ou da sua cor. Lembrando da relação: F = L / Área Usando a área da superfície da estrela (A = 4p R2) e lembrando que F = s Tef4, obtemos a seguinte relação entre a luminosidade, a temperatura efetiva e o raio de uma estrela (R) L = 4p R2 s Tef4

Raios Estelares L = 4p R2 s Tef4 A relação acima mostra que Tef, R, e L não são independentes! Se conhecemos 2 deles, podemos calcular o terceiro. Nota: raios estelares podem também ser determinados diretamente. Por exemplo, através de ocultacões lunares, estudo de sistemas binários eclipsantes e usando-se uma técnica chamada interferometria

Massas Estelares A massa de uma estrela é uma quantidade difícil de se determinar. Essa determinação só é possível usando-se a 3a lei de Kepler, e portanto só pode ser feita em sistemas binários ou múltiplos Binárias Visuais: São sistemas estelares próximos o suficientes para serem resolvidos com um telescópio. Estuda-se a órbita do sistema, determina-se a e P e calcula-se a massa usando-se a 3a Lei de Kepler (Na verdade é um pouco mais complicado do que isso...)

Propriedades Fundamentais de uma Estrela: determinação Luminosidade brilho aparente, compensado pela distância Massa sistemas binários Raio observação direta ou através de L e Tef_ Temperatura: cores ou tipo espectral Composição química Análise espectral

Censo Estelar (um exemplo)

Luminosidade das Estrelas da Vizinhança Solar As estrelas mais comuns são menos luminosas que o Sol

Fazendo Conexões...

Relação Massa-Luminosidade Uma das primeiras relações observadas foi a chamada relação massa-luminosidade. Estrelas mais massivas tendem a ser mais luminosas (e vice-versa)

Diagrama Hertzsprung-Russell O Diagrama HR Em 1905, Ejnar Hertzsprung descobre a existência das estrelas gigantes através das correlações entre a luminosidade e a temperatura de estrelas. Em 1913 Norris Russel dá seqüência a este trabalho com uma base de dados mais completa. Estes resultados, visualizados em um diagrama da luminosidade em função da temperatura: luminosidade temperatura ou tipo espectral Diagrama Hertzsprung-Russell ou Diagrama H-R

O Diagrama HR Neste diagrama, aparecem estrelas mais próximas do Sol, d < 5 pc. A maioria das estrelas são bem mais frias e menos brilhantes que o Sol. -Centauri: T e L semelhantes à do Sol Sirius A é bem mais quente e luminosa. Estrelas encontram-se ao longo de uma uma linha: Seqüência Principal (estrelas anãs, em fase de queima do H no núcleo)

Um diagrama HR mais completo Lembrando de L = 4p R2 s Tef4 vemos que as estrelas que têm o mesmo tipo espectral (mesma T) mas possuem L maiores devem necessariamente ter um raio maior!  gigantes e supergigantes O contrário vale para as anãs brancas

Diagrama HR: raios Vamos considerar novamente a lei de Stefan-Boltzman Tirando-se o logarítmo ou seja, linhas de mesmo raio são retas no diagrama HR

Diagrama HR das estrelas mais brilhantes do céu Estrelas Gigantes Classificação de Harvard incompleta! Exemplo Altair A7 (8000K) 2 R Canopus F0 (7500K) 65 R

Sistema MK de classificação espectral Proposto por William W. Morgan e Phillip C. Keenan em 1943 Neste sistema, uma classe de luminosidade, designada por um algarismo romano anexado ao tipo espectral de Harvard. Também conhecido como sistema de Yerkes Exemplo Altair: A7V Canopus: F0Ib

Sistema MK de classificação espectral Classe Tipo de Estrela Ia-0 Supergigantes extremamente luminosas (hipergigantes) Ia Sugergigantes luminosas Ib Supergigantes menos luminosas II Gigantes brilhantes III Gigantes normais IV Subgigantes V Estrelas da Sequência Principal (estrelas anãs) VI Sub-anãs VII Anãs brancas

Diagrama H-R Classes de luminosidade de Yerkes Sol: G2V Estrelas da Seqüência principal do tamanho ou menor que o Sol são chamadas anãs. (V) Sol: G2V

Classes de Luminosidade Classes Ia e Ib: supergigantes brilhantes e supergigantes. Classes II e III: gigantes brilhantes e gigantes. Classes IV e V: sub-gigantes e as estrelas da seqüência principal e anãs. Esse esquema introduzido por Morgan e Keenan (1937, Observatório de Yerkes) - classificação M-K.

Betelgeuse: supergigante vermelha M2Iab Tef = 3100 K L = 60000 L (variável) R = 630 R = 3 UA A estrela é 2 vezes maior que o raio da órbita de Marte!

Um enorme intervalo de raios estelares!

Relação Massa-Luminosidade

Massa e a Seqüência Principal Da relação M-L, podemos associar cada ponto da SP a um valor de massa. 35M 20M 7M Portanto a SP é uma seqüência de massas! 3M 2M A SP, no diagrama HR, ilustra graficamente a relação entre três propriedades fundamentais de uma estrela (L, T, M) 1M 0,5M 0,2M

Evolução Estelar: Visão Geral Sequência principal Primeiro estágio na vida de uma estrela Fonte de Energia  fusão dos átomos de hidrogênio em átomos de He no interior estelar Fase das Gigantes Vermelhas Quando o hidrogênio se extingue, a estrela deixa a SP e entra na fase de gigante vermelha. A estrela se expande, torna-se mais fria e luminosa. Fonte de energia  queima do He no núcleo e do H em uma camada ao redor do núcleo No fim da fase de gigante vermelha  exaustão completa do combustível nuclear  anã branca

Exemplo: a vida do Sol A, B, C  Seqüência Principal D, E  Gigante vermelha F  anã branca L Diferentes lugares do diagrama HR correspondem a diferentes fases evolutivas F Diagrama HR é um instrumento fundamental de visualização de modelos de evolução estelar. Tef

Tempos de Vida na Seqüência Principal Quanto tempo uma estrela fica na seqüência principal? Da relação massa-luminosidade, obtemos

Tempos de Vida na Seqüência Principal 35M (0,5 milhões de anos) 20M(2,3 milhões de anos) 7M(43 milhões de anos) 3M (460 milhõe de anos) 2M (1,4 bilhões de anos) 1M (10 bilhões de anos) 0,5M (60 bilhões de anos) 0,2M

Diagrama HR de aglomerados de estrelas Uma dificuldade comum para se montar um diagrama HR é a determinação da distância às estrelas. Essa dificuldade pode ser evitada se estudarmos estrelas que pertencem a aglomerados Aglomerados  grupos de estrelas ligadas gravitacionalmente. Neste caso, a distância que separa cada estrela é muito menor que a distância à Terra  pode-se considerar que todas as estrelas estejam à mesma distância! Ponto fundamental  as estrelas do aglomerado têm a mesma idade!

Hyades: um aglomerado jovem Idade: 100 milhões de anos Praticamente todas as estrelas na seqüência principal

M3: um aglomerado velho Idade: ~12 bilhões de anos Grande concentração no ramo das gigantes (estrelas evoluídas) Ponto de turnoff  fornece a idade do aglomerado Diagramas HR de aglomerado possibilitam um teste crítico de modelos de evolução estelar por fornecerem a idade das estrelas do aglomerado