SARAMPO, CAXUMBA RUBÉOLA
FAMÍLIA PARAMYXOVIRIDAE Subfamília Paramyxovirinae Gênero: Paramyxovirus Gênero: Rubulavirus-CAXUMBA Gênero: Morbillivirus- SARAMPO Subfamília Pneumovirinae Gênero: Pneumovirus Gênero: Metapneumovirus VIROSES SISTÊMICAS
FAMÍLIA TOGAVÍRUS (VIROSE CONGÊNITA) RUBÉOLA
FAMÍLIA PARAMYXOVIRIDAE
ESTRUTURA Espículas de glicoproteína (hemaglutinina H/Neuraminidase N responsáveis pela adsorção) Espículas de proteína F, responsável pela fusão e penetração do vírus Nucleocapsídeo de simetria helicoidal (RNA filamentoso único com polaridade negativa, nucleoproteína N e fosfoproteína P) Envelope lipoproteico Complexo da RNA polimerase- transcriptase (L) +nucleoproteína (N) Proteína matriz M no capsídeo interno- interage com H e F
PARAMIXOVÍRUS
Estrutura dos Paramixovírus Envelope viral lipoproteico: Associado com glicoproteínas virais Proteína Hemaglutinina/Neuraminidase (HN): Ligação viral ao receptor celular; hemadsorção e hemaglutinação Proteína de fusão F: Promove a fusão da membrana da célula do hospedeiro com o envelope viral além de provocar a formação dos sincícios (células gigantes multinucleadas)
Etapas de replicação dos Paramíxovirus Replicação citoplasmática Genoma transcrito em mRNA positivo pela RNA polimerase viral (transcriptase viral) Tradução das proteínas virais Replicação do genoma (intermediário + e a seguir cópia -) Liberação viral por brotamento There is now a global vaccination campaign which aims to eliminate measles. Documented deaths due to measles have started to decrease.
SARAMPO HOMEM E PRIMATAS HOSPEDEIROS NATURAIS DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL ÚNICO SOROTIPO VACINA VIVA ATENUADA DISPONÍVEL TÍPICA DE CRIANÇAS- DENOMINADA DOENÇA INFANTIL (PRÉ-VACINAÇÃO) DOENÇA NOTIFICÁVEL
Período prodrômico (incubação viral): febre, mal-estar, anorexia, tosse, coriza, conjuntivite. Dura 2 a 3 dias. Surgem as manchas de Koplik que fecha o diagnóstico Período virêmico: Exantema, erupção cutânea eritematosa e maculopapular com início na cabeça e pescoço e rapidamente se espalha. Surgem os anticorpos neutralizantes e o vírus é eliminado rapidamente Adapted from Mims, Playfair, Roitt, Wakelin and Williams (1993) Medical Microbiology
INFECÇÃO pelo vírus do Sarampo AEROSSÓIS SECREÇÕES RESPIRATÓRIAS MUITO CONTAGIOSO INCUBAÇÃO: 10 a 14 DIAS PROPAGADO NAS CÉLULAS DO TRATO RESPIRATÓRIO PARA OS TECIDOS LINFÓIDES: TIMO, BAÇO E LINFONODOS,AMÍGDALAS, ADENÓIDES, APÊNDICE, GALT E MALT ATINGE A CORRENTE SANGÜÍNEA-VIREMIA
SARAMPO - Koplik’s spots (manchas esbranquiçadas na mucosa da boca e garganta ) Murray et al. Medical Microbiology
SARAMPO – RASHES CUTÂNEOS (EXANTEMAS) CDC - B.Rice Murray et al. Medical Microbiology
SARAMPO E DEPLEÇÃO DA RESPOSTA IMUNE Infecta células da resposta imune, interfere com a resposta imune celular e humoral e com a proliferação de linfócitos deprimindo a imunidade celular Ocorre ativação policlonal de LB, e aumento de proliferação de LT CD8+ Depressão generalizada da resposta imune celular que pode resultar em reativação de infecções latentes (ex: tuberculose e herpes) Aumenta a susceptibilidade a infecções bacterianas secundárias que podem ser fatais
A DOENÇA É MAIS SEVERA EM ADULTOS!!! Sarampo- Recuperação RELATIVAMENTE RÁPIDA Resposta de LT importante Anticorpos IgM, IgA e IgG Pacientes deficientes em LT tem a doença mais severa e com risco de vida A DOENÇA É MAIS SEVERA EM ADULTOS!!!
COMPLICAÇÕES DO SARAMPO PNEUMONIA COM APARECIMENTO DE CÉLULAS GIGANTES (sincícios) CARACTERÍSTICAS Histopathology of measles pneumonia. CDC/Dr. Edwin P. Ewing, Jr. Giant cell with intracytoplasmic inclusions
Mims et al., Medical Microbiology 1993
PROBLEMAS Deficiência de vitamina A na dieta – baixa defesa de mucosa dieta pobre em proteínas; imunidade deficiente Falta de antibióticos para tratar as infecções secundárias Baixa adesão à vacinação Falta de condições de higiene
ENCEFALITE PELO SARAMPO Complicação pós sarampo 1/1000 casos Ocorre 2 semanas após o exantema seqüelas Surdez doenças mentais
PEES- Panencefalite esclerosante subaguda Complicação tardia e rara do sarampo Rara (7/1.000.000 casos) Doença neurológica crônica com progressão lenta e fatal como resultado da infecção crônica com o vírus (pode demorar anos para aparecer) Diminuíu com a vacinação
DIAGNÓSTICO Normalmente clínico (febre, exantema, coriza, tosse, conjuntivite e as manchas de Koplik) Sorodiagnóstico Pesquisa de IgG e IgM no soro e saliva Isolamento viral (cultura de células embrionárias de rim de macacos ou humanas e RT-PCR) Todos os casos suspeitos devem ser confirmados por pesquisa laboratorial
EPIDEMIOLOGIA Quase todos os indivíduos infectados ficam doentes Único sorotipo A infecção natural dá proteção pela vida toda Mais contagioso antes de aparecerem os rashes cutâneos
Brasil: cepa atenuada Biken Cam-70 PREVENÇÃO VACINA VIVA ATENUADA Brasil: cepa atenuada Biken Cam-70 Não é contagiosa Pode ser problemática para imunosuprimidos Profilaxia com imunoglobulina: recomendada para imunocomprometidos que tenham entrado em contacto com doentes.
Vacina http://www.cdc.gov/nip/ed/slides/slides.htm
TRATAMENTO Tratamento sintomático de suporte (antimicrobianos para controlar as infecções secundárias)
PARAMYXOVIRUS CAXUMBA
CAXUMBA Principais sintomas: Dor de cabeça, anorexia, calafrios, mal-estar e inflamação das glândulas parótidas em 95% dos casos CDC - B.Rice
Mims et al., Medical Microbiology 1993
INFECÇÃO pelo vírus da Caxumba AEROSSÓIS DE SALIVA (PERDIGOTOS) FOMITES (ROUPAS, UTENSÍLIOS, ETC) MUITO CONTAGIOSO INCUBAÇÃO: 18 DIAS- elimina-se vírus 6 dias antes e 5 dias depois dos sintomas clínicos na saliva, vias respiratórias e urina PROPAGADO NAS CÉLULAS EPITELIAIS DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR, ATINGE OS LINFONODOS ATINGE A CORRENTE SANGÜÍNEA-VIREMIA E DISSEMINAÇÃO PARA AS GLÂNDULAS SALIVARES,SUBLINGUAL, SUBMANDIBULARES E OUTRAS GLÂNDULAS COMO TESTÍCULOS, OVÁRIOS E PÂNCREAS SISTEMICAMENTE PODE ATINGIR RINS, CORAÇÃO, FÍGADO BAÇO, MEDULA ÓSSEA, OLHOS, TIMO, ARTICULAÇÕES, PRÓSTATA, TIREÓIDE, MAMAS, PULMÕES e SNC .
Mims et al., Medical Microbiology 1993
RESPOSTA IMUNE RESPOSTA IMUNE MEDIADA POR CÉLULAS T ANTICORPOS NEUTRALIZANTES IgA, IgM IMUNIDADE É PERMANENTE APÓS A INFECÇÃO
Complicações pela Caxumba Envolvimento do SNC em 17% dos infectados Pode ocorrer encefalite, meningite asséptica e meningoencefalite Orquite unilateral (inflamação dos testículos) mais comum em jovens (1/4 dos infectados) Ooforite (inflamação dos ovários em mulheres) Pancreatite, miocardite e nefrite são raras mas podem ocorrer
DIAGNÓSTICO 30% DAS INFECÇÕES SÃO SUB-CLÍNICAS E ASSINTOMÁTICAS ISOLAMENTO VIRAL ATRAVÉS DE SALIVA, URINA OU LÍQUOR EM CÉLULAS OU OVOS EMBRIONADOS PESQUISA DE ACS IgM OU IgG POR ELISA
EPIDEMIOLOGIA O HOMEM É O ÚNICO HOSPEDEIRO ÚNICO SOROTIPO VIRAL INFECÇÕES SUBCLÍNICAS CONTAGIOSO ANTES E APÓS OS SINTOMAS
PREVENÇÃO VACINA VIVA ATENUADA (MMR) aos 15 meses de vida com reforço aos 4 e 6 anos. NÃO É INFECCIOSA PARA OUTRAS PESSOAS Contra-indicada em imunosuprimidos Mulheres grávidas Pode-se utilizar soro hiperimune em imunodeprimidos
FAMÍLIA TOGAVIRIDAE Gênero Rubivirus RUBEOLA
RUBÉOLA Espículas de Glicoproteínas E1 e E2 Nucleocapsídeo icosaédrico composto de proteína C RNA (simples fita de senso positivo com 9,7 kb) Envelope viral lipoproteico
RUBEOLA Etapas de replicação Glicoproteínas do envelope se ligam aos receptores celulares Liberação do nucleocapsídeo no citoplasma RNA acessível à transcrição Tradução das proteínas não estruturais para replicação do RNA viral Replicação do genoma (intermediário - e a seguir cópia+) Tradução das proteínas estruturais Liberação viral por brotamento
RUBÉOLA ESPALHA-SE POR AEROSSÓIS SENDO QUE A MUCOSA RESPIRATÓRIA É A PORTA DE ENTRADA DO VÍRUS HOMEM É O ÚNICO HOSPEDEIRO ATINGE CRIANÇAS E ADULTOS Possui sintomas leves ÚNICO SOROTIPO A INFECÇÃO NATURAL PROTEGE PELA VIDA TODA NO FETO PODE SER MUITO SEVERA!!
RUBEOLA (sarampo alemão) Murray et al. Medical Microbiology
INFECÇÃO pelo vírus da Rubéola REPLICAÇÃO OCORRE NOS TRATO RESPIRATÓRIO E DISSEMINA-SE PARA OS GÂNGLIOS SECUNDÁRIOS VIA SANGUE/LINFA (entre 5 e 10 dias antes do exantema) Vírus detectado no sangue entre 7 e 9 dias e excretado nas secreções nasofaríngeas e fezes sendo esta a fase contagiosa Fase prodrômica: sintomas inespecíficos e mal-estar Exantema macular entre os dias 16 e 21 após início da replicação viral Aparecimento de anticorpos neutralizantes e cura
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA RUBEOLA PÓS- NATAL Branda e subclínica na maioria dos casos Exantema macular, linfadenopatia, febre baixa, conjuntivite, faringite e artralgia Duram de 12 horas a 5 dias Nem sempre presentes
COMPLICAÇÕES ENCEFALOMIELITE OU ENCEFALITE PÓS –INFECÇÃO (RARAS-1: 6.000 casos)
RESPOSTA IMUNE IgM principalmente contra a proteína E1 IgG contra todos os determinantes antigênicos do vírus (E1, E2, C) IgA neutralizante MEDIADA POR LINFÓCITOS T
SÍNDROME DA RUBEOLA CONGÊNITA (SRC) Conseqüências devastadoras para o feto no primeiro trimestre de gestação 65-85% dos neonatos apresentam seqüelas graves no primeiro trimestre de gestação 25-35% quando a infecção ocorre no segundo trimestre de gestação 10-0% quando a infecção ocorre no terceiro trimestre de gestação
SÍNDROME DA RUBEOLA CONGÊNITA (SRC) Infecção das células durante a embriogênese resulta na diminuição da mitose e atrofia dos órgãos Infecção persistente das células-tronco gerando uma diminuição da resposta aos fatores de crescimento epidérmicos A infecção da placenta gera necrose do endotélio vascular, hipoplasia e placentite.
EFEITOS NO FETO MORTE DO FETO PERDA DE AUDIÇÃO DEFEITOS CONGÊNITOS NO CORAÇÃO ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS DANOS NEUROLÓGICOS PSICOMOTOR E/OU RETARDAMENTO MENTAL OFTÁLMICO CATARATA, GLAUCOMA, RETINOPATIAS
EFEITOS MAIS RAROS NO FETO trombocitopenia hepatomegalia esplenomegalia retardamento de crescimento intrauterino lesões ósseas pneumonia
EFEITOS NO FETO 1964-65 (pré-vacina) 1969 até o presente 20.000 casos de CRS nos EUA (congenital rubella syndrome) surdez – 11.600 cegueira- 3.580 Retardamento mental – 1.800 1969 até o presente máximo de 67 casos de rubéola congênita/ano Most of these cases in unvaccinated women born outside the US.
INFECÇÕES CONGÊNITAS PROBLEMAS OCULARES COMPLICAÇÕES GLANDULARES diabetes Problemas de tireóide Deficiências no crescimento
DIAGNÓSTICO Sorológico Isolamento viral Aumento de IgG Positividade para IgM Isolamento viral
TRATAMENTO ~50% das infecções são subclínicas Tratamento de apoio e o curso da doença é rápido Prescrição de corticóides pode ser feita em alguns casos
SINTOMAS “RUBEOLA-LIKE” OUTRAS CAUSAS: PARVOVÍRUS HUMANO B19 ALGUNS ALFAVÍRUS ALGUNS ENTEROVÍRUS ALGUNS ADENOVÍRUS VÍRUS EPSTEIN-BARR FEBE ESCARLATINA REAÇÕES TÓXICAS A DROGAS
PREVENÇÃO VACINAS VIVAS ATENUADAS-MMR INTRODUZIDA EM 1972 E REALIZADA NO 9 MÊS E REFORÇO AOS 15 MESES NÃO É INFECCIOSA ADMINISTRADA EM CRIANÇAS NÃO CONFERE IMUNIDADE PARA A VIDA TODA MULHERES SUSCEPTÍVEIS NÃO GRÁVIDAS
PARVOVIRUS B-19 (ERITEMA INFECCIOSO) Murray et al. Medical Microbiology
PARVOVIRUS B19 Muito pequeno, não-envelopado, icosahedrico, genoma DNA simples fita Eritema infeccioso, Exantema leve, artrite aguda Replica-se nos precursores dos eritrócitos Pode causar anemia crônica e imuno-supressão Causa comum de abortos expontâneos