O Modernismo em Portugal

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Transcrição da apresentação:

O Modernismo em Portugal

No início do Séc. XX, havia um sentimento geral de que não era mais possível renovar a arte tradicional. As escolas literárias repetiam suas fórmulas. No entanto, um movimento  forte e amplo – o Modernismo - viria dar fim a este marasmo e implantar o inconformismo.

O Modernismo não foi apenas produto de uma evolução estética: ele decorreu de todo um estado de espírito formado pela cultura da época e que repercutiria em todas as artes, integrando literatura, pintura, música arquitetura, cinema, etc. A primeira Guerra Mundial foi o grande divisor das águas... Nesse contexto surgiram as vanguardas européias, que antecederam e originaram o Modernismo literário. A literatura de vanguarda foi realmente combativa, polêmica, desbravadora e irreverente. Os vanguardistas da época valiam-se do deboche, da ironia e da luta verbal com o objetivo de substituir a arte passadista pela arte moderna.  

Cubismo, Futurismo, Dadaísmo, Surrealismo e Expressionismo As principais vanguardas européias foram:   Cubismo, Futurismo, Dadaísmo, Surrealismo e Expressionismo Todas essas vanguardas tiveram um caráter agressivo, experimental, demolidor e inovador. Combatiam o racionalismo e o objetivismo das teorias científicas do Realismo/Naturalismo/Parnasianismo e pregavam o irracionalismo. Com isso, buscavam uma compreensão mais subjetiva do homem, voltada mais para seu interior que para seu exterior.

Características:   atitude irreverente em relação aos padrões estabelecidos; reação contra o passado, o clássico e o estático; temática mais particular, individual; preferência pelo dinamismo e velocidade; busca do imprevisível e insólito; abstenção do sentimentalismo fácil e falso; comunicação direta das ideias: linguagem cotidiana; esforço de originalidade e autenticidade; interesse pela vida interior (estados de alma, espírito..); valorização do vulgar e bom humor; liberdade formal 

Principais autores:   1ª geração - o Orfismo : Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros 2ª geração - o Presencismo: José Régio, João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca

3ª geração - o Neo-Realismo: Alves Redol, Ferreira de Castro e Jorge de Sena. Foi da primeira fase que participou um dos maiores poetas da história de Portugal, e o que melhor soube apresentar em versos, os íntimos da contradição do ser humano.

Fernando Pessoa

O movimento artístico chamado Modernismo, em Portugal, deu seus primeiros passos em 1910.Porém, o ponto alto de início desse movimento deu-se em 1915, com a publicação da revista Orpheu, que tinha entre seus escritores Mário de Sá Carneiro, Fernando Pessoa, Luís de Montalvor, Almada Negreiros e até o brasileiro Ronald de Carvalho, todos com o objetivo de revolucionar e de atualizar a cultura portuguesa no cenário europeu.

Fernando Pessoa – “ele mesmo” – o ortônimo Fernando Antônio Nogueira Pessoa participou da primeira geração do modernismo português e foi considerado, junto a Camões, o maior poeta de Portugal. Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.

Um dos dramas de Pessoa foi o de ser extremamente lúcido, de sonhar em ser inconsciente, porém sem perder a lucidez. Para Pessoa existia coerência entre sentir e pensar. Sentir e pensar constituiam “atos indissociáveis de um órgão íntimo que só por absurdo poderia deixar de sentir e, portanto, de pensar simultaneamente: sentir é pensar, pensar é sentir. Fernando Pessoa faleceu em 30 de novembro de 1935, no mesmo país em que nasceu, sem ter noção exata da dimensão que sua obra alcançaria, e do enigma que sua pessoa deixaria a todos.

Fernando Pessoa e os heterônimos No dia 8 de março de 1914, Fernando Pessoa explodiu em três diferentes poetas: um mestre bucólico (Alberto Caeiro), um neoclássico estóico (Ricardo Reis), e um poeta futurista (Álvaro de Campos). E foi de onde pôde afirmar: “E tudo me parece que fui eu, criador de tudo, o menos que ali houve”. Talvez criados apenas como estratégia de marketing do poeta (no que poucos conseguem acreditar), o objetivo com os heterônimos era formar em si uma unidade: Sentir tudo de todas as maneiras, Viver tudo de todos os lados, Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo, Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.

Conforme, ainda, palavras de Álvaro de Campos: Multipliquei-me, para me sentir, Para me sentir, precisei sentir tudo. Transbordei, não fiz senão extravasar-me, despi-me, entreguei-me, E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente. O fato é que sua poesia, seus sentimentos, suas idéias e suas vontades de ser – e, conseqüentemente, de viver – angustiavam-no e dessa angústia, então, “nasceram” três personalidades completas, distintas e semelhantes em alguns aspectos, que, se não conseguiram dar ao poeta a unidade buscada, muito próximo disso chegaram.

Alberto Caeiro O Pai dos heterônimos, o “mestre”. Aquele cuja poesia mais se aproximou da do próprio Fernando Pessoa, por encontrar no sentir a base mais sólida de se viver. Para o mestre, o que importava era viver o mundo, era nele estar presente, sem querer saber o porquê de estar- se ali naquele momento, sem interrogar-se do que se vive. Para Caeiro, o objetivo era aprender a desaprender, aprender a não pensar, a silenciar a mente, a somente viver o contato direto com a realidade que se tinha à frente, palpável. A vida para ele era o puro sentir. O que valia para Caeiro era o hoje, era o presente, era o agora. Era solitário e neutro. Contrário ao misticismo. Camponês, de linguagem simples e paradoxal.

Ricardo Reis A veia clássica dos heterônimos de Fernando Pessoa. Monarquista, educado em colégio de jesuístas, amante das culturas grega e latina. Buscou sempre o mais alto, o impossível em sua poesia, esta refinada, concisa, com linguagem bem trabalhada e vocabulário rebuscado. Participou bastante da revista Presença, da denominada 2ª fase do modernismo português. Seus poemas eram odes, poemas líricos, com métrica, estrofes regulares e variáveis. Suas odes voltavam-se aos deuses da mitologia grega. Ao contrário de seu mestre, Reis pensava bastante nos deuses, esses que, para ele, controlavam o destino dos homens e estavam acima de tudo.

Álvaro de Campos Apresentou-se como o mais moderno entre os heterônimos. E, pode-se dizer também, o mais indisciplinado. Homem voltado para o impulso das emoções, para o presente, para as modernidades que o mundo apresentava, aberto à realidade. Foi o heterônimo que mais se aproximou da terceira fase do modernismo português. O mais próximo do realismo. .

“Com uma tal falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer senão inventar os seus amigos, ou quando menos, os seus companheiros de espírito?” Dizem que finjo ou minto Tudo o que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto Com a imaginação Não uso o coração. Tudo o que sonho ou passo, O que me falha ou finda É como que um terraço Sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda. Por isso escrevo em meio Do que não está ao pé, Livre do meu enleio, Sério do que não é. Sentir? Sinta quem lê!. Fernando Pessoa