SAÚDE E SOCORRISMO HEPATITE D
O que é a Hepatite D A hepatite D foi conhecida em 1977, ano em que foi descoberto o vírus que a provoca, o VHD ou vírus Delta como também é designado. A hepatite D só se manifesta em conjunto com a hepatite B, isto é, surge por co-infecção ou por super infecção. O problema é que uma pessoa nunca sofre apenas de hepatite D: ou é infectada em simultâneo com o VHD e o VHB ou só contrai esta doença quando já tem hepatite B. No caso de uma co-infecção, a hepatite D aguda pode ser severa, ou mesmo fulminante, no entanto, raramente evolui para uma forma crónica ao contrário do que sucede com a super infecção que provoca hepatite crónica em 80 por cento dos casos, dos quais 40 por cento evoluem para cirrose.
O Vírus O VHD ou Delta é o agente infeccioso da chamada hepatite D, tem 35 mm, pertence à família dos Viróides e o seu genoma é constituído por ácido ribonucleico (ARN) circular, de uma só cadeia. É único no seu género em patologia humana e não se consegue multiplicar senão na presença do vírus da hepatite B. O período de incubação dura entre 15 a 45 dias e a sua presença no sangue é prolongada, podendo mesmo permanecer para sempre no organismo, o que pode originar formas mais graves de doença hepática.
Quais são os sintomas? A hepatite D aguda revela-se após um período de incubação de três a sete semanas. Começa com sintomas de fadiga, letargia, falta de apetite e náuseas, depois a pele ganha um tom amarelado que é o sinal de icterícia e, então, os outros sintomas desaparecem, com excepção da fadiga e das náuseas, a urina torna-se escura e as fezes claras, enquanto os níveis de bilirrubina no sangue sobem. A hepatite D fulminante é rara, mas é dez vezes mais comum do que noutros tipos de hepatite viral e caracteriza-se por encefalopatia hepática: mudanças de personalidade, distúrbios do sono, confusão e dificuldade de concentração, comportamentos anormais, sonolência e, por último, estado de coma.
Diagnóstico As conclusões só são possíveis de tirar, com alguma fiabilidade, depois de terem sido feitos os testes serológicos. No caso de se tratar de uma co-infecção, o diagnóstico é feito com base no aparecimento de anti génios e de anticorpos específicos no sangue, durante o período de incubação ou já no despoletar da doença. Na super infecção, o VHB já se encontra no organismo antes da fase aguda, surgem anticorpos contra o VHD das classes IgM e IgG, sendo que estes últimos persistem por tempo indefinido.
Transmissão As relações sexuais e os contactos com sangue infectado são os dois meios mais habituais de transmissão da hepatite D.
Como prevenir? Face às vias de transmissão, para prevenir, é necessário evitar o contacto com sangue humano, em especial, quando se desconhece o estado de saúde do portador, mas, se for mesmo necessário, devem usar-se luvas. Não podem ser partilhados artigos de uso pessoal que sejam cortantes ou perfurantes. O uso de preservativo diminui o perigo de contágio, portanto, não se deve dispensar o preservativo.
Vacinação e Tratamento Não existe qualquer vacina contra a hepatite D, mas como o vírus só pode infectar alguém na presença do VHB, a vacina para a hepatite B protege contra o vírus da hepatite Delta. A vacinação não deve ser encarada como uma urgência se não ocorreram contactos sexuais ou sanguíneos suspeitos. Caso esta situação se verifique, deve administrar-se a vacina e uma injecção de Imunoglobulina HB o mais cedo possível após a exposição. Até agora, ainda não surgiu qualquer tratamento cem por cento eficaz, apenas o interferão alfa tem proporcionado alguns resultados positivos: somente num em cada dois casos se assiste a uma redução significativa da multiplicação do vírus mas, geralmente, a doença recidiva quando se interrompe o tratamento.
SAÚDE E SOCORRISMO NOME: Rui Costa Tª: A Ano: 11º