Acompanhamento Terapêutico Maria do Rosário Dias Varella.

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Transcrição da apresentação:

Acompanhamento Terapêutico Maria do Rosário Dias Varella

Tópicos de discussão conceito histórico funções contrato relação com a família relação com a rede

Conceito Intervenção de atendimento que objetiva estar com o paciente no seu cotidiano, explorando com o mesmo as possibilidades transformadoras de uma situação.

Histórico Por volta da década de 1960, ocorreram movimentos político- ideológicos de reformas psiquiátricas, na Europa Ocidental e nos Estados Unidos, na tentativa de acabar com os hospícios, os ditos manicômios. A primeira imagem que tem o acompanhante terapêutico (que ainda nem era chamado assim) que nasce neste período, quando profissionais da área da saúde interessados em redimencionar o lugar ocupado pelos loucos que agora rompem o muro da clausura, é de fazer-se cargo do paciente, acompanhando-o, cotidianamente, na trajetória por essa rede de equipamentos institucionais espalhados pela cidade, articulando, facilitando e promovendo a utilização de papéis sociais, incluindo a criação de novos papéis, e também dos recursos próprios do urbano, na invenção de projetos de saúde. Como se vê a origem do acompanhamento é institucional."(Károl Cabral, 1998)

Histórico "No Brasil, o AT começou em Porto Alegre na Clínica Pinel, depois chegou ao Rio de Janeiro, na Clínica Vila Pinheiros, e finalmente em São Paulo. Posteriormente, este recurso passou a ser utilizado também por pacientes não psiquiátricos que apresentavam diferentes quadros clínicos." (CAT)

Histórico Movimento antipsiquiátrico - discussão sobre os tratamentos em saúde mental (60) Inglaterra ( Laing e Cooper ) - Comunidades Terapêuticas Alemanha e E.U.A. ( Szazs ) - Comunidades Terapêuticas Itália ( Basaglia ) França ( Oury ) - Psicoterapia Institucional América Latina - Argentina ( atendentes terapêuticos - final de 60 ) Brasil - Comunidades Terapêuticas - Acompanhantes Terapêuticos (70 )

FUNÇÕES Não existem atividades padrão para acompanhar, assim como não existem interpretações padrão em psicanálise. Acompanhar é poder escutar a particularidade da experiência de cada paciente pondo-se ao lado, sem pressa, sem um dever ser. Não existe um dever ser no acompanhamento. Sair com um paciente é tão operativo quanto ficar em casa. desde que a escolha do gesto do acompanhante parta do que este entenda ser o momento particular de seu paciente. Sabemos que o projeto do acompanhamento terapêutico diz respeito a restabelecer pontes com o mundo. “As atividades no acompanhamento tem valor de interpretação. Mas produzi-la não é simples". (Berger, 2002)

Tipos de Acompanhamento Medicação Transporte Internação Domiciliar Situações Críticas Acompanhamento em Instituições Férias Pacientes Clínico-Médicos

Demanda de AT busca de tratamento para o psicótico freqüentemente se dá através de terceiros; especialmente no caso do acompanhamento, este costuma ser demandado por familiares, psiquiatra ou psicanalista

Contrato o contrato terapêutico e algumas regras de trabalho devem ser estabelecidos desde o início do tratamento, funcionando como um terceiro, um testemunho das regras sociais exteriores às relações duais, pessoais e afetivas

A Família e o AT O papel do acompanhante, aqui, é não só compartilhar com a família os projetos e responsabilidades quanto ao tratamento (o engajamento da família no processo é de crucial importância), como fazer com que o paciente seja reconhecido por ela como sujeito

A questão da Rede enfoque do tratamento em saúde mental é exatamente a tentativa de inclusão de um terceiro, que permita ao sujeito uma reorganização narcísica O importante na rede, é que sua composição seja feita de amarrações, que permita um deslocamento, uma passagem de um ponto a outro