Tendências Recentes do Investimento Industrial

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Transcrição da apresentação:

Tendências Recentes do Investimento Industrial Marcelo Sadaki Kawakami 07518-1 Mateus Scrocaro Gullo 04233-1 Michel Rodrigues S. Pereira 06133-1

Introdução Este artigo analisa as mudanças na dimensão espacial da indústria nacional, que mostra uma desconcentração das últimas décadas, e o aumento da heterogeneidade interna das regiões brasileiras: Surgimento de ilhas de produtividade; Crescimento relativamente maior das antigas periferias nacionais; Aumento da importância das cidades médias perante as áreas metropolitanas. Este artigo analisa as mudanças na dimensão espacial do desenvolvimento brasileiro, que mostra uma desconcentração das últimas décadas, e o aumento da heterogeneidade interna das regiões brasileiras, com o surgimento de ilhas de produtividade, em quase todas as regiões, o crescimento relativo maior das antigas periferias nacionais e importância maior do conjunto das cidades médias perante as áreas metropolitanas.

Dados do Ministério da Indústria, Comércio e do Turismo.

Tabela com as novas tendencias sobre os novos investimentos, elaborada a partir de empresas, associações de classe, dos governos estaduais.

Considerações Essas informações são problemáticas, pois não são posições concretas, são baseadas apenas em intenções (projeto) e oportunidades (estudo), cuja implantação depende de fatores econômicos e de mercado. Ainda assim, essa é uma informação crucial para indicar mudanças mais significativas para os próximos anos, na medida em que sinaliza quais seriam as localizações desejadas para novos investimentos, se fossem implementados. Essas informações são problematicas, pois não são posições concretas, são apenas intenções (projeto) e oportunidades (estudo), e esses projetos podem ser sujeitos à mudanças devido à alterações no quadro macroeconomico ou de seus mercados especificos.

Perda da participação de SP O quadro retratado pelas tabelas reafirma a tendência para a desconcentração: 614 intenções de investimento identificadas, 293 estariam no Sudeste (47,7% do total); 159 em São Paulo (25,9% do país e 54,3% da região SE); em termos de valores (Tabela 20), dois terços desses investimentos estariam alocados no Sudeste, com menos de 30% para São Paulo; Há sobretudo a sinalização de perda da participação de São Paulo no produto industrial para outros estados do Sudeste. Ainda assim, essa é uma informação crucial para indicar mudanças mais significativas para os próximos anos, na medida em que sinaliza quais seriam as localizações desejadas para novos investimentos, se fossem implementados. O quadro retratado pelas tabelas reafirma a tendência para a desconcentração: das 614 intenções identificadas, 293 estariam no Sudeste, e 159, em São Paulo; em termos de valores, dois terços desses investimentos estariam alocados no Sudeste, com menos de 30% para São Paulo. Há sobretudo a sinalização de perda da participação de São Paulo no produto industrial para outros estados do Sudeste.

Destaques de cada região Região Norte Material eletrônico e de comunicações (38,7%); Somente no estado do Amazonas (Zona Franca de Manaus). (a) embora com montante reduzido, os investimentos para calçados, vestuário e têxtil estão fortemente concentrados no Nordeste, em especial em Ceará e Paraíba; (b) é também elevada a concentração de investimentos no Nordeste nos casos de material elétrico, móveis, papel e celulose, instrumentos hospitalares e material plástico; (c) nos segmentos mais relevantes da metal-mecânica, verifica-se forte concentração no Sul e Sudeste, como em máquinas e equipamentos, autopeças e veículos automotivos; (d) em eletrônica e material de comunicações, há grande concentração de investimentos em Manaus e em São Paulo, enquanto em informática praticamente todas as intenções estão distribuídas entre São Paulo e Espírito Santo; e (e) em setores como química, os investimentos distribuem-se em função dos pólos petroquímicos já existentes – Sudeste, Nordeste (Bahia) e Sul.

Destaques de cada região Região Nordeste Concentração da indústria de calçados e artigos de couro (CE e PB principalmente); Materiais elétricos (especialmente PE); Produtos químicos na BA devido a existência do pólo petroquímico.

Destaques de cada região Região Centro-Oeste Pouca participação, mas destaque para os produtos alimentares.

Destaques de cada região Região Sudeste Forte concentração da indústria metal-mecânica: autopeças, eletrodomésticos, informática, etc; São Paulo concentra todas as intenções de investimento em reciclagem do país.

Destaques de cada região Região Sul Destaque para a indústria do fumo no RS; Máquinas e equipamentos em SC; Materiais elétricos no PR.

Perfil do investimento anunciado Grande parte do aumento da capacidade instalada está voltada para bens intermediários (química, extrativa mineral, metalurgia, papel e celulose, minerais não metálicos). Há também que se chamar atenção para o perfil do investimento anunciado: ao lado de segmentos voltados para o mercado interno (automotivo, alimentos, têxtil, bebidas, etc.), cuja demanda foi potencializa pela estabilização, grande parte do aumento da capacidade instalada está voltada para bens intermediários (química, extrativa mineral, metalurgia, papel e celulose, minerais não metálicos). Parte da expansão da produção de duráveis de consumo deverá se orientar por um processo de desconcentração concentrada, em que a logística é fundamental, mas que também estará muito sujeito ao ritmo da guerra fiscal. Nos segmentos de bens de consumo leve, além dos problemas de custo de mão-de-obra, há que se ter em vista que a proximidade com os mercados finais ou matérias-primas ainda será importante em gêneros como bebidas ou alimentos. A ampliação da capacidade na produção de bens intermediários deve-se pautar por um reforço marginal da desconcentração, ainda que a siderurgia pesada e a química apenas ratifiquem as opções locacionais tomadas na segunda metade dos anos 70. Por fim, outro segmento importante em termos do volume de investimento é o de telecomunicações e informática. Nesse caso, a participação de São Paulo é ilustrativa de um perfil regionalmente muito concentrado dos investimentos.

Perfil do investimento anunciado Parte da expansão da produção de duráveis de consumo (TV, celular, veículos...) deverá se orientar por um processo de desconcentração concentrada, em que a logística é fundamental, mas que também estará muito sujeito ao ritmo da guerra fiscal. Há também que se chamar atenção para o perfil do investimento anunciado: ao lado de segmentos voltados para o mercado interno (automotivo, alimentos, têxtil, bebidas, etc.), cuja demanda foi potencializa pela estabilização, grande parte do aumento da capacidade instalada está voltada para bens intermediários (química, extrativa mineral, metalurgia, papel e celulose, minerais não metálicos). Parte da expansão da produção de duráveis de consumo deverá se orientar por um processo de desconcentração concentrada, em que a logística é fundamental, mas que também estará muito sujeito ao ritmo da guerra fiscal. Nos segmentos de bens de consumo leve, além dos problemas de custo de mão-de-obra, há que se ter em vista que a proximidade com os mercados finais ou matérias-primas ainda será importante em gêneros como bebidas ou alimentos. A ampliação da capacidade na produção de bens intermediários deve-se pautar por um reforço marginal da desconcentração, ainda que a siderurgia pesada e a química apenas ratifiquem as opções locacionais tomadas na segunda metade dos anos 70. Por fim, outro segmento importante em termos do volume de investimento é o de telecomunicações e informática. Nesse caso, a participação de São Paulo é ilustrativa de um perfil regionalmente muito concentrado dos investimentos.

Perfil do investimento anunciado Nos segmentos de bens de consumo leve, além dos problemas de custo de mão-de-obra, há que se ter em vista que a proximidade com os mercados finais ou matérias-primas ainda será importante em gêneros como bebidas ou alimentos. Há também que se chamar atenção para o perfil do investimento anunciado: ao lado de segmentos voltados para o mercado interno (automotivo, alimentos, têxtil, bebidas, etc.), cuja demanda foi potencializa pela estabilização, grande parte do aumento da capacidade instalada está voltada para bens intermediários (química, extrativa mineral, metalurgia, papel e celulose, minerais não metálicos). Parte da expansão da produção de duráveis de consumo deverá se orientar por um processo de desconcentração concentrada, em que a logística é fundamental, mas que também estará muito sujeito ao ritmo da guerra fiscal. Nos segmentos de bens de consumo leve, além dos problemas de custo de mão-de-obra, há que se ter em vista que a proximidade com os mercados finais ou matérias-primas ainda será importante em gêneros como bebidas ou alimentos. A ampliação da capacidade na produção de bens intermediários deve-se pautar por um reforço marginal da desconcentração, ainda que a siderurgia pesada e a química apenas ratifiquem as opções locacionais tomadas na segunda metade dos anos 70. Por fim, outro segmento importante em termos do volume de investimento é o de telecomunicações e informática. Nesse caso, a participação de São Paulo é ilustrativa de um perfil regionalmente muito concentrado dos investimentos.

Reestruturação Produtiva e novos determinantes da localização industrial O ajuste que vem ocorrendo na Grande São Paulo, mas também em outras metrópoles, traz, em termos da localização espacial da atividade econômica, inúmeras conseqüências relevantes, em especial no caso de empresas que também contam com unidades fabris fora da metrópole.

Reestruturação Produtiva e novos determinantes da localização industrial De maneira geral, a tendência é manter nas antigas áreas industriais exclusivamente as linhas que demandem mão-de-obra de maior qualificação. Isso, evidentemente, não descarta os prováveis efeitos negativos de uma reestruturação produtiva mais intensa sobre as metrópoles brasileiras, sobretudo na região metropolitana de São Paulo.

Conclusão Continuidade da desconcentração econômica, ainda que de forma amena; a Grande de São Paulo e o estado do Rio de Janeiro são os que mais perderam peso na indústria. Em paralelo, essa trajetória mostrou crescente heterogeneidade no desenvolvimento interno das regiões brasileiras, com o surgimento de ilhas de produtividade em quase todas as regiões, crescimento relativo maior das antigas periferias nacionais e importância maior do conjunto das cidades médias.

Conclusão Essa própria tendência locacional, sobretudo em São Paulo, tendeu a favorecer municípios de porte médio, dotados de infra-estrutura e próximos à malha de transportes, mas distantes dos problemas crônicos das grandes cidades. Exemplo: cidades do Vale do Paraíba