1º Censo e Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua

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Transcrição da apresentação:

1º Censo e Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua Júnia Quiroga Diretora do Departamento de Avaliação (DA/SAGI/MDS) Seminário Nacional sobre Direitos e Garantias da População em Situação de Rua Mesa: Perfil da População em Situação de Rua Brasília, 30 de novembro de 2010 1

Estrutura da Apresentação Antecedentes do 1º Censo e Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua Características do levantamento Preparação para o campo Trabalho de campo

Antecedentes do 1º Censo e Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua Centralidade do tema na agenda social do Governo Federal Compromisso assumido pelo MDS de elaborar políticas públicas voltadas para a população em situação de rua Setembro de 2005: I Encontro Nacional de População em Situação de Rua Desdobramentos do I Encontro Nacional de População em Situação de Rua Político-institucionais Técnico-operacionais

Antecedentes: Desdobramentos técnico-operacionais Identificação dos desafios e proposição de estratégias para a construção da Política Nacional para a População em Situação de Rua. Ação prioritária: realização de estudos que pudessem quantificar e permitir a caracterização socioeconômica da população em situação de rua, de modo a orientar a elaboração e a implementação de políticas públicas direcionadas a essa parcela da população. Junho de 2006 – Elaboração de Termo de Referência especificando o desenho do estudo e licitação da empresa para realizar a pesquisa. Março de 2007 – Definição da Instituição Executora: Meta Pesquisa de Opinião

Características do levantamento Objetivo geral: obter informações que permitissem caracterizar a população em situação de rua, subsidiar a implantação e/ou redimensionamento de políticas públicas dirigidas a esse segmento e suscitar comparações posteriores, com vistas a aferir a evolução ou a inibição do número de pessoas em situação de rua.

Características do levantamento Coleta de dados em 71 municípios, entre outubro e dezembro de 2007 (conclusão em um município em janeiro de 2008). O levantamento abrangeu todas as capitais (excetuadas aquelas em que já haviam ocorrido estudos semelhantes – São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife) e todas as cidades com mais de 300 mil habitantes. A base de dados utilizada para esta seleção foi a estimativa populacional para o ano de 2004.

Demarcação conceitual e metodológica Sistematização do conhecimento disponível sobre a temática. Análise dos levantamentos e contagens realizados previamente em quatro capitais – São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife. Debate com especialistas e representantes do movimento nacional acerca dos instrumentos de coleta de dados e abordagens metodológicas, em oficinas e reuniões organizadas pelo MDS. Processo de validação dos instrumentos de coleta de dados aberto a contribuições externas. Encaminhamento dos resultados das discussões à Comissão Intergestores Tripartite (CIT), para obter o apoio das gestões locais no decorrer da pesquisa.

Conceito operacional da pesquisa "O conceito de população em situação de rua refere-se às pessoas que estão utilizando, em um dado momento, como local de moradia ou pernoite, espaços de tipos variados, situados sob pontes, marquises, viadutos, à frente de prédios privados e públicos, em espaços públicos não utilizados à noite, em parques, praças, calçadas, praias, embarcações, estações de trem e rodoviárias, à margem de rodovias, em esconderijos abrigados, dentro de galerias subterrâneas, metrôs e outras construções com áreas internas ocupáveis, depósitos e prédios fora de uso e outros locais relativamente protegidos do frio e da exposição à violência. São também considerados componentes da população em situação de rua aqueles que dormem em albergues e abrigos, de forma preferencial ou ocasional, alternando o local de repouso noturno entre estas instituições e os locais de rua” (Relatório Final, I Censo Nacional e Pesquisa Amostral sobre a População em Situação de Rua).

População em situação de Rua costuma dormir Em albergues Nas ruas

Preparação para o campo Discussões sobre metodologia e instrumentos de coleta junto a especialistas, movimento e entidades de defesa de direitos. Realização de oficinas de capacitação para a formação de coordenadores municipais da pesquisa, com a presença de técnicos do MDS e de representantes do movimento nacional. Desenvolvimento de ações de planejamento do campo, recrutamento de equipes e treinamento, em cada cidade selecionada, com colaboração de atores específicos em cada município. Rastreamento nas ruas das cidades para identificação de pontos de pernoite de pessoas em situação de rua.

Trabalho de campo O trabalho de campo foi realizado por 55 coordenadores, 269 supervisores e 926 entrevistadores, totalizando 1250 profissionais. Apoiaram o trabalho de campo 147 pessoas em situação de rua (presente ou pregressa) e 86 educadores ou profissionais, que trabalham com população em situação de rua, totalizando 233 apoiadores. Ao todo, 1483 pessoas atuaram nas atividades de campo.

Trabalho de campo O levantamento de campo foi censitário (questionário com 19 perguntas) e amostral (questionário com 62 perguntas). A amostra de 10,4% do universo foi selecionada a partir da técnica de amostragem probabilística sistemática. Conduzido em período noturno, quando, em geral, a população já estava acomodada nos pontos de pernoite mapeados na fase de pré-campo.

Trabalho de campo: filtros Através da questão “1 – ONDE COSTUMA DORMIR?”, os entrevistadores selecionaram os componentes da população em situação de rua. Outro filtro refere-se à seleção de pessoas com idade igual ou superior a 18 anos (Questão 2).

Trabalho de campo: distribuição dos 71 municípios Região Total de municípios Centro-Oeste 6 Norte 8 Nordeste 12 Sudeste 36 Sul 9

Trabalho de campo: caracterização da recusa Taxa de recusa: 13,4% (4.275 casos) / No censo 2005 de BH = 20,4% Motivos de recusa incluem: negativa ou interrupção da aplicação, não acordar, embriaguez, transtorno mental, deficiência auditiva e outros. Trabalho de campo: pessoas identificadas De acordo com este levantamento, há 31.922 pessoas em situação de rua nas 71 cidades pesquisadas. Proporção de população em situação de rua em relação à população total das cidades pesquisadas: 0,061%. Buscou-se a identificação de questionários duplicados e foi procedida a exclusão das base de dados.

Principais Resultados

Características sócio-demográficas e econômicas População em situação de rua por sexo Fonte: Dados do CENSO

Características sócio-demográficas e econômicas População em Situação de rua por idade Fonte: Dados do CENSO 1,0% 28,2% 16,2% 24,8% 16,5% 13,3% 18 a 24 anos 25 a 34 anos 35 a 44 anos 45 a 54 anos 55 anos ou mais Não sabe/Não lembra

Características sócio-demográficas e econômicas População em situação de rua por escolaridade           Fonte: Dados do CENSO   Escolaridade F % %a Nunca estudou 4.175 15,1 1º grau incompleto 13.385 48,4 63,5 1º grau completo 2.854 10,3 73,8 2º grau incompleto 1.045 3,8 77,6 2º grau completo 881 3,2 80,8 Superior incompleto 190 0,7 81,5 Superior completo 194 82,2 Não sabe/Não lembra 2.136 7,7 89,9 Não informado 2.787 10,1 100,0 Total 27.647

Características sócio-demográficas e econômicas População em situação de rua por raça/cor Fonte: Dados do CENSO 1,3% 1,0% 39,1% 29,5% 27,9% 1,2% Branco Preto Pardo Amarelo/oriental Indígena Não definido/Não declarado

Características sócio-demográficas e econômicas População em situação de rua por ganho médio semanal Fonte: Dados da AMOSTRA   Ganho semanal médio F % %a Até R$20,00 505 17,5 Mais de R$20,00 até R$40,00 473 16,4 33,9 Mais de R$40,00 até R$80,00 538 18,7 52,6 Mais de R$80,00 até R$120,00 221 7,7 60,3 Mais de R$120,00 213 7,4 67,7 Não sabe 348 12,1 79,8 Não respondeu 584 20,2 100,0 Total 2.882

Rua e Albergue População em situação de rua por local onde costuma dormir Fonte: Dados do CENSO 22,1% 69,6% 8,3% rua albergue ambos

Rua e Albergue População em situação de rua por local de preferência para dormir Fonte: Dados do AMOSTRA 43,8% 46,5% 9,7% Rua Albergue Não Sabe/Não respondeu/Não se aplica

Rua e Albergue Motivos pela não preferência por dormir na rua Motivos Obs: Percentual estimado sobre o total de entrevistados que responderam preferir dormir na rua (1.340 respondentes). Motivos F % (*)   Violência 875 69,3 Desconforto 571 45,2 Aspectos climáticos 482 38,2 Dificuldade para higiene pessoal 284 22,5 Ação Policial 185 14,6 Outro 77 6,1

Rua e Albergue Motivos pela não preferência por dormir em albergue Obs: Percentual estimado sobre o total de entrevistados que responderam preferir dormir na rua (1.340 respondentes). Fonte: Dados do AMOSTRA Motivos f % (*)   Falta de liberdade 594 44,3 Horários 363 27,1 Proibição de uso de álcool e/ou drogas 287 21,4 Dificuldade em conseguir vagas 277 20,7 Maus tratos/violência 255 19,0 Proibição de sexo 80 6,0 Banho obrigatório 50 3,7 Outro 107 8,0

Trajetória e deslocamentos Último local de moradia: Município Último local de moradia: Área 6,9% 71,9% 21,2% Urbano Rural Não informado Último município de moradia F %   Sempre viveu no município atual 12.641 45,7 Município do estado atual 8.379 30,3 Município de outro estado 6.405 23,2 Município de outro país 36 0,1 Não sabe/Não lembra/Informações incompletas 186 0,7 Total 27.647 100,0 Fonte: Dados do CENSO

Trajetória e deslocamentos Número de cidades em que já viveu Nº de cidades f % % a   Apenas 1 cidade 563 30,1 2 cidades 346 18,5 48,6 3 cidades 212 11,3 59,9 4 a 5 cidades 165 8,8 68,7 6 cidades ou mais 223 11,9 80,6 Não sabe e/ou não informou 364 19,4 100,0 Total 1.873 Obs: tabela referente ao total de pessoas que já viveram em outra cidade. Fonte: Dados do AMOSTRA

Trajetória e deslocamentos População em situação de rua segundo o tempo em que se encontra nesta situação Tempo F % % a   Menos de 1 mês 2.163 7,8 Mais de 1 mês até 6 meses 4.017 14,6 22,4 Mais de 6 meses até 1 ano 3.017 10,9 33,3 Mais de 1 ano até 2 anos 3.818 13,8 47,1 Mais de 2 anos até 5 anos 5.211 18,8 65,9 Mais de 5 anos 8.181 29,6 95,5 Desde que nasceu 365 1,3 96,8 Não sabe/Não lembra 583 2,1 98,9 Não Respondeu 292 1,1 100,0 Total 27.647 Fonte: Dados do CENSO

Razões da ida para a rua População em situação de rua segundo motivos para a ida à rua (respostas múltiplas) Motivos f %   Alcoolismo/drogas 9.827 35,5 Desemprego 8.249 29,8 Problemas com pai/mãe/irmãos 8.042 29,1 Perda da moradia 5.653 20,4 Separação/decepção amorosa 4.454 16,1 Ameaça / Violência 2.137 7,7 Preferência/opção própria 2.102 7,6 Trabalho 1.878 6,8 Tratamento de Saúde 1.583 5,7 Outro 1.251 4,5 Obs:percentual estimado sobre o total de entrevistas válidas (27.647) Fonte: Dados do CENSO

Histórico de internações em instituições População em situação de rua segundo histórico de internação em instituições 60,0 28,1 27,0 17,0 16,7 15,0 12,2 10 20 30 40 50 60 % Instituições Pelo menos uma instituição CRD químicos Abrigo institucional Casa de detenção Hosp psiquiátrico Orfanato/Internato Febem

Vínculos familiares Freqüência de contato Possui parentes que moram na cidade? Freqüência f % %a   Não mantém contato 583 38,9 Diariamente 108 7,3 46,2 Semanalmente 190 12,7 58,9 Mensalmente 215 14,4 73,3 Bimestralmente 50 3,3 76,6 Trimestralmente 30 2,0 78,6 Quadrimestralmente 11 0,7 79,3 Semestralmente 32 2,1 81,4 Anualmente 96 6,4 87,8 Outra freqüência 31 89,9 Não sabe/ Não lembra 54 3,6 93,5 Não informado 97 6,5 100,0 Total 1.497 45,7% 51,9% 2,3% Sim Não Não sabe/não lembra/Não respondeu Freqüência de contato Relacionamento F % %a   Muito Bom 118 7,9 Bom 468 31,2 39,1 Ruim 274 18,3 57,4 Muito Ruim 165 11,0 68,4 Não tem relacionamento 416 27,8 96,2 Não sabe / Não lembra 19 1,3 97,5 Não respondeu 37 2,5 100,0 Total 1.497 Fonte: Dados do AMOSTRA

Trabalho e renda Principais atividade geradoras de renda Atividades f %   Catador de material reciclável 7.592 27,5 Pede dinheiro 4.336 15,7 Cuida de carros/flanelinha 3.907 14,1 Nada/Desempregado 1.779 6,4 Construção civil/pedreiro 1.741 6,3 Vendas 1.616 5,8 Limpeza 1.165 4,2 Carregador/estivador 864 3,1 Aposentado 644 2,3 Artesanato 299 1,1 Profissional da indústria/Comércio 256 0,9 Bico/Biscate 240 Profissional do sexo 232 0,8 Mantido por instituição/albergue 212 Benefícios do governo 131 0,5 Pintor 76 0,3 Artista 56 0,2 Trabalho rural 48 Mecânico 44 Distribui panfletos 42 Marceneiro 33 0,1 Outros 1.019 3,7 Não Respondeu 1.315 4,7 Total 27.647 100,0

Trabalho e renda Há quanto tempo? Já trabalhou com carteira assinada? F % %a   Há menos de 6 meses 49 3,6 De 6 meses a 1 ano 78 5,7 9,3 Mais de 1 ano a 2 anos 153 11,2 20,5 Mais de 2 anos a 5 anos 312 22,9 43,4 Mais de 5 anos 682 50,1 93,5 Não sabe/Não lembra 99,2 Não respondeu 11 0,8 100,0 Total 1.363 47,7% 48,2% 4,1% Sim Não Não sabe/não lembra/Não respondeu Fonte: Dados do AMOSTRA

Acesso aos programas governamentais População em situação de rua segundo acesso aos programas governamentais Programa F % (*)   Aposentadoria 885 3,2 Bolsa Família 625 2,3 LOAS/BPC 357 1,3 Cesta Básica de alimentos 240 1,0 Vale Transporte 50 0,2 Outro 337 1,2 Fonte: Dados do CENSO

Acesso à alimentação População em situação de rua segundo acesso à alimentação diária 1,5% 79,6% 19,0% Sim Não Não respondeu Fonte: Dados do AMOSTRA

Como consegue seu alimento Acesso à alimentação População em situação de rua segundo forma de acesso à alimentação Como consegue seu alimento F %   Compra com seu próprio dinheiro 789 27,4 Programas Assistenciais (sopas, etc.) 469 16,3 Pede para pessoas que circulam pela rua 394 13,7 Pede para comerciante/estabelecimento comercial 316 11,0 Em instituições 279 9,7 Pede em residências 234 8,1 Restaurante Popular 126 4,4 Cata em lixeiras 91 3,2 Outro 73 2,5 Não respondeu 111 3,7 Total 2.882 100,0 Fonte: Dados do AMOSTRA

Documentos de identificação Posse de documentos de identificação 58,9 49,5 42,2 39,7 37,9 24,8 21,9 10 20 30 40 50 60 % Documentos possui Carteira de identidade possui Certidão de nascimento/casamento possui CPF possui Carteira de trabalho possui Título eleitoral sem documento algum possui todos os documentos Fonte: Dados do CENSO

Condições de saúde População em situação de rua segundo problemas de saúde 8,0% 29,7% 62,3% Sim Não Não sabe/Não lembra/Não respondeu Fonte: Dados do AMOSTRA

Recursos utilizados para higiene População em situação de rua segundo recursos utilizados para o banho Costuma tomar banho F %   Rua 940 32,8 Albergue / Abrigo 904 31,4 Banheiro público 410 14,2 Casa de parentes / amigos 151 5,2 Casas de convivência 125 4,3 Estabelecimentos comerciais 79 2,7 Pensão/Hotel/Motel 24 0,8 Igreja 21 0,7 Outro 94 3,3 Não respondeu 134 4,6 Total 2.882 100,0 Fonte: Dados do AMOSTRA

Recursos utilizados para higiene População em situação de rua segundo recursos utilizados como banheiro Costuma usar banheiro F %   Rua 938 32,6 Albergue / Abrigo 725 25,2 Banheiro público 613 21,3 Estabelecimento comercial 271 9,4 Casa de parentes / amigos 79 2,7 Casas de convivência 55 1,9 Outro 108 3,7 Não respondeu 93 3,2 Total 2.882 100,0 Fonte: Dados do AMOSTRA

Discriminações sofridas Já foi impedido de entrar em ... 31,8 31,3 29,8 26,7 21,7 18,4 13,9 5 10 15 20 25 30 35 % Já foi impedido de... entrar em estabelecimento comercial entrar em Shoping center entrar em transporte coletivo entrar em bancos entrar em órgãos públicos receber atendimento na rede de saúde tirar documentos Fonte: Dados do AMOSTRA

Participação em movimentos sociais População em situação de rua segundo proporção de participação em algum movimento social 2,6% 2,9% 94,5% Sim Não Não respondeu Fonte: Dados do AMOSTRA

Conclusões Idéias refutadas pelos dados As pessoas em situação de rua são oriundas de outros municípios e estados. As pessoas em situação de rua vieram de áreas rurais e perderam suas referências nas grandes cidades. As rupturas na família constituem o principal fator explicativo unitário.

Conclusões Novo perfil da população em situação de rua Existe um novo perfil de população em situação de rua, distinto daquele presente na percepção senso comum e também diferente do perfil tradicionalmente indicado pela literatura especializada. Estamos nos referindo ao trabalhador pobre sem uma moradia convencional. É provável que tenha ocorrido o alargamento da base constituinte da população em situação de rua, com a inclusão deste segmento.

Cristalização da situação de rua e institucionalização dos albergados Conclusões Cristalização da situação de rua e institucionalização dos albergados Os dados apontam elevado grau de cristalização da situação de rua e elevado grau de institucionalização de pessoas que dormem em albergues. A cristalização da situação de rua conduz a um quadro crônico de difícil reversão, pois se trata dos mais pobres, analfabetos, sem profissão, que nunca estiveram inseridos no mercado de trabalho formal e se encontram socialmente isolados.

Contato: junia.quiroga@mds.gov.br Obrigada! Contato: junia.quiroga@mds.gov.br