Foto: Bart Kruijt Ciclo de Nitrogênio em Florestas Secundárias da Amazônia: uma abordagem isotópica Michela Figueira Lab. Ecologia Isotópica – CENA/USP.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Os fenômenos atmosféricos
Advertisements

Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA)
As principais propostas do MAPA que foram apresentadas em Copenhagen referem-se a cinco tecnologias que têm forte diferencial na redução de emissões de.
Aluno: Bruno Mena Barreto Bastos
ESTIMATIVAS DAS DIMENSÕES ESPACIAIS,
Biomas brasileiros.
Entrada de nutrientes para o ecossistema
Recursos.
Ler e escrever, um compromisso de todas as áreas
ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS E TERRESTRES
CAPÍTULO 03 - O MEIO AQUÁTICO
A UFPa e o Projeto LBA: uma Parceria Estratégica para a Amazônia
Análise isotópica do oxigênio em folhas, ramos e vapor d’água em uma área de vegetação primária submetida à exclusão parcial de chuva na Flona Tapajós,
Sucessão Ecológica Processo gradativo de colonização de um habitat, no qual a composição das comunidades - e do próprio ambiente – se altera ao longo do.
Universidade de São Paulo Centro de Energia Nuclear na Agricultura
Universidade de São Paulo – Campus “Luiz de Queiroz”
Fatores Ambientais e a Composição Isotópica das Plantas
Biogeoquímica do Nitrogênio em Ecossistemas Tropicais
Resultados Físico-químicos
Nutrientes: nitrogênio
Química!!!??? Data: 29/02/2012.
Rita Mesquita, Tony Vizcarra Bentos, Bruce Williamson, e Catarina Jakovac.
Gabriela Bielefeld Nardoto
NITROGÊNIO.
Alteração e Perfis de Solo
CLIMAS DO BRASIL Tempo e Clima no Brasil Cavalcanti et al. (2009)
OCORRÊNCIA DE BACTÉRIAS SOLUBILIZADORAS DE FOSFATO EM RAÍZES DE PLANTAS UTILIZADAS NA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NA PROVÍNCIA PETROLÍFERA DE URUCU.
PI2 – CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DA DINÂMICA DO SOLO
Sucessão Ecológica Prof. Regis Romero.
BIOLOGIA – YES, WE CAN! Prof. Thiago Moraes Lima
Agroecossistemas: Tipos Básicos de Agroecossistemas
Formações Herbáceas Alunas: Carolina Sofia da Silva Larissa Barbieri da Silva Letícia Felile Sabrina Richartz 1M1.
PROFESSORA: Marise Rabelo
Substituição de combustíveis fósseis: aspectos ambientais
Bem manejadaskg C m -2 ) Balanço de carbono após 20 anos da conversão de floresta para pastagem bem manejadas na Amazônia (kg C m -2 ) 11 a
GEOGRAFIA I – 3º BIMESTRE
Produção de material didático
Módulo 18 – Brasil: Climas e Domínios Vegetais
As políticas florestais para o desenvolvimento sustentável devem reflectir um conhecimento aprofundado das consequências das alterações climáticas Medidas.
4º Ano Professora Alessandra Stock
Manejo de bacias hidrográficas
II CONGRESSSO DE ESTUDANTES E BOLSISTAS DO EXPERIMENTO LBA
Variabilidade de crescimento e idade das árvores da floresta Amazônia Simone Ap. Vieira; Diogo Selhorstb, Plínio B. De Camargoa, Niro Higuchic; Jeff Chambersd.
DIVERSIDADE DE ABELHAS (HYMENOPTERA, APINA) EM FRAGMENTOS DE MATA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM UBERLÂNDIA-MG. UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Isabel Farias.
DISCIPLINA: BIOLOGIA PROFA. CRISTINA DE SOUZA 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
Δ 18 O como marcador paleoambiental Disciplina: Mudanças Paleambientais 2008.
quentes/ G.jpg ALÉM DAS “SAMAMBAIAS”, QUANTAS ESPÉCIES SERÁ QUE EXISTEM NO PLANETA?
Translocação de uma espécies de roedor XXX da área a ser suprimida por um empreendimento para uma outra área Área do Empreendimento Área do Fragmento FFF.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
BIOGEOGRAFIA.
Manejo de solo no sistema plantio direto
Floresta Tropical "Nunca vi nada de tamanha beleza; árvores formosas e verdes, diferentes das nossas, com flores e frutos de vários tipos, e muitos passarinhos.
Orientador: Marcos Silveira
Variação da composição isotópica do CO2 relacionada a fatores edafo- climáticos em florestas e pastagem da Amazônia Central Françoise Yoko Ishida Plínio.
A S COMUNIDADES EM T RANSFORMAÇÃO : S UCESSÃO E COLOGIA Professor: Hélcio Marques Junior Biólogo - (Licenciado) Especialista em Docência Universitária.
Ciclos Biogeoquímicos Globais
Aula 2. Relações entre organismos nos Agroecossistemas
VARIAÇÃO SAZONAL DA BIOMASSA MICROBIANA-C E DA UMIDADE DO SOLO SOB DIFERENTES COBERTURAS VEGETAIS NA AMAZÔNIA CENTRAL O fluxo de CO 2 do solo é um dos.
Fluxos de carbono inorgânico dissolvido em igarapés na Amazônia Ocidental Eliete dos Santos Sousa- Universidade Federal do Acre Cleber.
CICLAGEM DE NUTRIENTES NOS TRÓPICOS
Ciclos Biogeoquímicos
BIOMAS DO BRASIL.
DINÂMICA CLIMÁTICA.
As grandes paisagens vegetais da Terra e as Questões ambientais
Ecossistemas Mundiais e Brasileiros
2015/16 VEGETAÇÃO BRASILEIRA EMERSON MODESTO.
OFICINA DE CLIMATOLOGIA
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Escola de Agricultura Luiz de Queiroz LGN 478 Genética e Questões Socioambientais Gabrielle Ferrari
Biomas Prof. ª Bruna Damiani.
Transcrição da apresentação:

Foto: Bart Kruijt Ciclo de Nitrogênio em Florestas Secundárias da Amazônia: uma abordagem isotópica Michela Figueira Lab. Ecologia Isotópica – CENA/USP Jean Pierre Ometto, Gabriela Nardoto, Ima Vieira, Cláudio Carvalho, Eric Davidson, A. Almeida, Luiz A. Martinelli

Por quê??? … Florestas secundárias … nitrogênio … Isótopos (15N) Aumento no desmatamento: agricultura, exploração madeireira… Aumento nas áreas de florestas secundárias (“capoeira”) na Amazônia nos últimos anos Banco de diversidade genética, reguladoras de funções hidrológicas, corredores ecológicos O que acontece com a floresta em regeneração? Como ocorre a ciclagem de nutrientes diante deste novo sistema? Nitrogênio  ciclagem influenciada pelas interações bióticas, limitante da produção primária Isótopos (15N )  ferramenta de estudo (Caráter Integrador)

O que pretendemos? Investigar a dinâmica de nitrogênio em florestas secundárias de diferentes idades na região Amazônica. O que fizemos? Amostragem de espécies vegetais em áreas de diferentes idades de abandono e em floresta primária. Determinação da concentração de N e C e razão isotópica do nitrogênio (δ15N)

Ciclo de Nitrogênio Atmosfera Sistema Terrestre Sistema Aquático N2 NH3 N2O + N2 Sistema Terrestre MO NH4+ NO3- mineralização imobilização nitrificação redução fixação denitrificação volatilização Sistema Aquático argilas lixiviação Ciclo de Nitrogênio

Isótopos: Elementos com mesmo número de prótons e # número de nêutrons , ou seja mesmo número atômico e diferentes números de massa. O uso de isótopos estáveis em estudos ambientais baseia-se no fato de que a relação isotópica varia de uma forma previsível conforme o elemento cicla na natureza.     Para que essa relação seja modificada é preciso que algum fenômeno altere a quantidade de isótopos pesados e leves de uma amostra  FRACIONAMENTO ISOTÓPICO

N2 NH3 N2O + N2 OM NO3- NH4+ Fixação biológica volatilização -2 to +2‰ volatilização 29‰ N2O + N2 denitrificação 0 to 33‰ OM NH4+ NO3- Mineralização nitrificação 0‰ 15 to 35‰

O que esperamos encontrar? A maior demanda por nutrientes na fase de estabelecimento da floresta secundária determina: Ciclagem de nitrogênio mais fechada nessas florestas MENOR PERDA DE NITROGÊNIO pelo sistema Menor perda de N pelo sistema determina: Menor fracionamento isotópico do nitrogênio remanescente  Menor 15N quando comparado ao da floresta primária.

Ciclagem fechada Ciclagem aberta 15N <<< 15N >>> Perdas gasosas (N2O + N2) 15N 14N 15N <<< 15N >>> FLORESTA PRIMÁRIA Ciclagem fechada Ciclagem aberta Lixiviação Imobilização FLORESTA SECUNDÁRIA

Onde??? Desmatamento 2002/2003 Desmatamento até 2002 Fonte: INPE PRODES Digital, 2004.

Florestas Secundárias de São Francisco do Pará - Estado do Pará, Brasil Características gerais: Vegetação predominante: floresta secundária Clima quente e úmido com duas estações: chuvosa e “menos” chuvosa Precipitação média: 2200mm/ano Temperatura média: 260C Umidade relativa: 78% a 93% Mudança no uso do solo: agricultura de subsistência (roça e queima) Fonte: Vieira et al., 2003

Fisionomias amostradas: Áreas de florestas secundárias com uso anterior exclusivo por agricultura de subsistência (roça e queima). Florestas secundárias “jovens”: 6 anos Florestas secundárias intermediárias: 20 anos Florestas secundárias avançadas: 40 anos Floresta Primária

Caracterização físico-química dos solos superficiais (0-10cm de profundidade) das áreas estudadas.

Coleta de dados: Folhas: ~= 30 indivíduos em cada área Indíviduos/espécies escolhidos levando em conta seu Índice de Valor de Importância IVI = FR+DR+DoR (Frequência, Densidade e Dominância relativas) Análises químicas: Determinação isotópica de N e determinação de N e C total.

Resultados

Valores de concentração de N total das plantas coletadas em floresta primária e florestas secundárias estudadas (média  erro padrão).

Razão C:N das plantas coletadas em floresta primária e florestas secundárias estudadas (média  erro padrão).

Emissões de N2O do solo - São Francisco do Pará (dados não publicados) 3-6 anos 40-70 anos 10-20 anos Floresta Primária Emissões de N2O do solo - São Francisco do Pará (dados não publicados) Fonte: Françoise Ishida

Valores de 15N foliar das plantas coletadas em floresta primária e florestas secundárias estudadas (média  erro padrão).

Conclusão Estes resultados indicam que as florestas secundárias tornam-se mais ricas em N à medida que o sistema recupera-se da perturbação, sugerindo uma mudança na ciclagem de N, de mais fechada nos primeiros estágios da sucessão, à mais aberta à medida que esta se aproxima da fisionomia original.

Muito obrigada!!!