TRAUMATOLOGIA FACULDADE DE MEDICINA DEPATAMENTO DE PATOLOGIA DISCIPLINA DE MEDICINA LEGAL TRAUMATOLOGIA Guaraciaba Ribeiro Duarte de Sousa

CONCEITO Lesões produzidas por violência sobre o corpo humano.São produzidas por algum tipo de energia.

Energias: Mecânica Física Química Físico-química Bioquímica Biodinâmica Mista

Mecânica Aquelas capazes de modificar o estado de repouso ou de movimento de um corpo. MEIO ATIVO: OBJETO EM MOVIMENTO MEIO PASSIVO: CORPO HUMANO EM MOVIMENTO MEIO MISTO: OS DOIS EM MOVIMENTO.

CLASSIFICAÇÃO DO MEIO: PERFURANTES PUNTIFORMES CORTANTES CORTANTE CONTUNDENTES CONTUSA PÉRFURO-CORTANTES PÉRFURO-CORTANTE PÉRFURO-CONTUNDENTES PÉRFURO-CONTUSAS CORTO-CONTUNDENTES CORTO-CONTUSA

LESÕES SIMPLES

SUMÁRIO: TIPOS DE LESÕES: * INSTRUMENTO PERFURANTE: Ferida punctória; 1a e 2a Lei de Filhos; Lei de Langer; * INSTRUMENTO CORTANTE: Ferida cortante ou incisa; Cauda de escoriação; * INSTRUMENTO CONTUNDENTE: Rubefação; Edema traumático; Equimose Hematoma; Escoriação; Ferida contusa; Fratura; Luxação; Entorse; Roturas viscerais.

INSTRUMENTO PERFURANTE: INSTRUMENTO PERFURANTE: Ferida punctória; 1a de Filhos : Semelhante a ferida produzida por instrumento de dois gumes. (casa de botão) 2a Lei de Filhos: Lesão na mesma região, linhas deforça no mesmo sentido Lei de Langer: confluência de linhas de força diferentes, extremidade da lesão co aspecto de ponta de flecha.

FERIDAS PRODUZIDAS POR AÇÃO PERFURANTE: Mecanismo de ação: percussão ou pressão afastamento das fibras do tecido Instrumentos: estilete, agulha, furador de gelo. Características: “abertura estreita”, raramente sangra, pouca nocividade na superfície e, às vezes, de grande gravidade na profundidade (varia com o órgão atingido) e menor diâmetro que o instrumento (elasticidade e retratilidade tecidual).

LESÕES PRODUZIDAS POR AÇÃO CORTANTE: Meios: gume mais ou menos afiado. Mecanismo de ação: deslizamento sobre tecido Características: bordos regulares, regularidade do fundo, ausência de trauma na periferia do ferimento, grande hemorragia, maior em comprimento que em profundidade, afastamento das bordas, “CAUDA DE ESCORIAÇÃO” voltada para a extremidade final da lesão.

LESÕES PRODUZIDAS POR AÇÃO CONTUNDENTE: Instrumentos:produzidos por um corpo de superfície Mecanismos de ação:pressão explosão, deslizamento, compressão, descompressão, distensão, torção, contragolpe. LESÕES PRODUZIDAS: Rubefação: congestão momentânea, mancha avermelhada Escoriação:arracamento de epiderme e desnudamento da derme. Equimose: infiltração hemorrágica nas malhas dos tecidos Quanto a forma: sugilação: forma de grãos. víbice: forma de estrias. petéquias: pontilhado hemorrágico.  

Evolução cromática da equimose (oxidação da hemoglobina): 1o dia 2o dia 4o dia 7o dia 12o dia  

Diagnóstico diferencial da equimose com o livor hipostático Equimose apresenta sangue coagulado, malhas de fibrina, infiltração hemorrágica, sangue fora dos vasos. Livor mostra sangue não coagulado, ausência de malhas de fibrina, ausência de infiltrado hemorrágico.

Hematoma Extravasamento de sangue de um vaso calibroso. Não há difusão nas malhas do tecido

Bossa sangüínea: Sempre sobre um plano ósseo   Feridas cutâneas: Lesões abertas. Características: Forma sinuosa e estrelada, Bordas irregulares, Pontes de tecidos íntegros ligando as vertentes pouco sangrantes

Fraturas Fratura: Decorrem de mecânismos de compressão, flexão ou torção TIPOS: Quanto à exposição: fechada ou aberta; Quanto à extensão: completa ou incompleta;

INSTRUMENTOS CORTANTES!

BISTURI USADO EM INCISÃO!

DIAGRAMA DAS LESÕES CORTANTES / INCISAS:

TIPOS ESPECIAIS DE LESÕES INCISAS ***: ESQUARTEJAMENTO X ESPOSTEJAMENTO.

RUBEFAÇÃO (FUGAZ):

ESCORIAÇÃO !

EQUIMOSE!

Roturas viscerais internas: Predisponentes Luxação: deslocamento de dois ossos cujo a superfície de articulaçao deixam de manter suas relações de contato que lhes são comuns   Entorses: lesões articulares provocadas por movimentos exagerados. Incide somente sobre os ligamentos. Roturas viscerais internas: Predisponentes  Teoria sobre as roturas: 1 – pressão hidrostática; 2 – hipercurvatura da víscera; 3 – modificação da forma. .

Encravamento: penetração de objeto afiado e consistente em qualquer parte do corpo. Empalamento: tipo de encravamento onde o objeto penetra no ânus ou no períneo. Geralmente as lesões são múltiplas e variadas.

Lesões por cinto de segurança:   Lesões por cinto de segurança: Cinto em pelve: traumatismos crânio-faciais, rotura de visceras internas e fratura de coluna Cinto tóraco-diagonal: lesões de joelho, pernas e coluna cervical Cinto combinado hiperflexão ou hiperdistensão brusca da região cervical. Traumatismo da mandíbula. Fraturas e luxações das vértebras cervicais.

Lesão por atropelamento: * fraturas de MMII. * 1o choque = contusão com o veículo 2o choque = queda ao solo. * Impressão de rodas sobre o corpo Estrias pneumáticas de Simonin.  

LESÕES MISTAS

OBS: Pérfuro-cortante ou Pérfuro-incisa? Instrumento: FERIDAS PRODUZIDAS POR AÇÃO PÉRFURO-CORTANTE OBS: Pérfuro-cortante ou Pérfuro-incisa? Instrumento: Um gume: forma de botoeira Dois gumes:dois Ângulos agudos Três gumes:.ferimento de forma triangular. Gravidade: as feridas penetrantes são geralmente graves Causa mais freqüente:. Homicídio.

Instrumento perfuro-cortante: faca Bowie / um gume

Lesões produzidas por ação cortocontundente:   Instrumentos: foice, facão, machado, enxada, serra elétrica ... Características: forma variável. Quase sempre graves não apresentam cauda de escoriação nem pontes de tecidos íntegros entre as vertentes da ferida, o que as diferencia das feridas cortantes e contusas

Lesões produzidas por ação pérfuro-contundente:   Características: mecanismos de ação que perfuram e contundem ao mesmo tempo, são mais perfurantes que contundentes Instrumento padrão: projétil de arma de fogo Noções de balística forense: Raias : saliências na face interna do cano Estrias: impressões das raias no projétil da arma de fogo raiada. Lesões: considerar o ferimento de entrada  trajeto  e ferimento de saída. Ferimento de entrada: Resultante: tiro encostado, tiro a curta distância (queima-roupa) ou a distância.

Armas de fogo: Revólver calibre 38 (E) e Pistola 9 mm (D)

Tiros encostados: Obs: se houver plano ósseo abaixo, as bordas serão irregulares, denteadas ou com entalhes, podendo (através dos gases da explosão) gerar “câmara de mina de Hoffmann”, com crepitação gasosa ao redor do ferimento. Efeito de “mina”: quando, as vezes, as bordas ficam evertidas pelo efeito dos gases de explosão. Geralmente não há zona de tatuagem ou esfumaçamento, mas vertentes enegrecidas ou desgarradas, tal qual a cratera de mina. Desenho do cano e da massa de mira “sinal de Werkgaertner”.  

Representação de um cano de alma raiada: com saltos e covados

Tiros de curta distância: Características: Sinais de resíduos da combustão da arma. *Forma: arredondada ou ovalar. *Orla de escoriação: desnudamento de orla de epiderme periorificial. *Bordas: invertidas. *Halo de enxugo: resíduos de materiais que a bala carreia em seu trajeto. *Halo de tatuagem: resíduos de pólvora que impregnam a derme. *Orla de esfumaçamento: fumaça dos gases na periferia da lesão/ obs: sai com água e fricção. *Zona de queimadura: tecido / pele periorificial de aspecto apergaminhado. *Aréola equimótica: *Zona de compressão de gases.  

Disparo à distância: Características: bordas invertidas, de forma circular ou ovalar, com orla de escoriação e orla de enxugo. Obs: no caso das munições com múltiplos projeteis (arma de caça), forma-se a “rosa de tiro”, onde se formarão múltiplos ferimentos de entrada, concêntricos, sendo o diâmetro da “rosa de tiro” diretamente proporcional à distância com que foi deflagrada a munição.

Ferimento de saída: Características: bordas evertidas, de forma irregular, maior sangramento que o orifício de entrada e não apresenta orla de escoriação nem orla de enxugo. Tem o diâmetro maior que o orifício de entrada. Trajeto: Características: sangue e corpos estranhos de outras regiões no interior do trajeto. Obs: para seguir o trajeto do projeteis, rastrea-se a infiltração de sangue

Miscelânia: Gráficos comparativos quanto a distância do tiro e efeitos no crânio