Reflexão sobre o filme: “Daens: um grito de justiça”

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Transcrição da apresentação:

Reflexão sobre o filme: “Daens: um grito de justiça” Contexto em que se passa; Problemas que levanta; Relação entre o filme e a questão social; Relação com a questão política; Política, Politicagem, Corrupção, Participação; Ideologias.

A Revolução Industrial e a origem da sociedade capitalista Século XIV – Europa caminha para o mundo urbano-industrial (passagem do feudalismo para o capitalismo) – por ser uma mudança radical em todos os seus aspectos, muitos chamaram de Revolução. “A Sociedade Industrial é resultado de um movimento civilizador, que contém a contradição entre dominantes e dominados, não mais na mesma dimensão da sociedade escravista”.

REVOLUÇÃO ECONÔMICA Comércio faz surgir a divisão social do trabalho; Surgem as classes sociais: burguesia (proprietários dos m.p.) x proletariado(força de trabalho)

Revolução Política Nobreza feudal perde seu domínio para a classe economicamente mais forte: política será organizada pelos empresários e industriais; Nasce o Estado Moderno e a Democracia Burguesa; Divisão dos poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário (Montesquieu);

Revolução Cultural e Social Surge a Escola Moderna; Migração Rural – desintegração cultural do mundo rural, transformação de valores; Superpopulação nas cidades, desemprego, prostituição, miséria, abusos, preconceitos, conflitos; Desmantelamento da família patriarcal;

… … SOBREVIVÊNCIA

Revolução Científica e Ideológica A idéia de progresso e enriquecimento se propaga: individualismo; Instituições (escola, polícia, igrejas,) a serviço da classe dominante: ordem; A técnica científica trazia a cura para doenças outrora incuráveis, mas também o desenvolvimento da indústria bélica;

Situação de Crise: a sociedade se torna um problema Surge uma pergunta: “liberdade, igualdade, justiça”... Para todos???? A burguesia, assustada com o crescimento do povo como força revolucionária, vai procurar controlar a situação...

Duas correntes O Liberalismo: a harmonia é fundamentada na ordem privada – ORDEM. O Socialismo: a harmonia é fundamentada na supressão da propriedade privada e da exploração – MUDANÇA.

O discurso da ideologia é um conjunto lógico de prescrições coercitivas do saber e agir sociais, cuja coerência está, justamente, em suas lacunas, pois não explica tudo e esconde as intenções predominantes.

O que tudo isso tem a ver com a POLÍTICA???

O Analfabeto Político "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio depende das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais." Bertold Brecht

Aline Maboni Política é a ciência, arte e virtude de criar o bem estar de todos e por ele zelar. É portanto, uma atividade nobre. Tudo no dia a dia das pessoas é, sob algum aspecto, fruto de decisões políticas.

Anelise A política é um exercício, é um poder que deve ser exercido em todas as ocasiões e circunstâncias onde alguém vive.

Felipe Scherer Política é participar, ter atitude. É pensar um pouco além do nosso próprio umbigo nos posicionando e lutando por causas que beneficiem toda uma comunidade. Está presente nas 24 horas de nossos dias e por isso devemos nos empenhar em conhecê-la cada vez melhor.

Juliano Amaral É impossível não ser político ou colocar-se fora da política pelo simples fato de vivermos em sociedade. Todos nossos atos são essencialmente políticos. Também podemos entender a política como um “mal” necessário.

Neimar Scheid Arte de governar. A luta pelo poder, conquista e manutenção do poder. O exercício de uma atividade transformadora da consciência e das suas relações com o mundo. Uma atividade social pela qual se visa realizar certos fins utilizando-se de determinados meios. Enfim, um instrumento de que há ‘precisão’ na vida em sociedade.

Ricardo Görgen A política está em todo o lugar, seja onde você trabalha, estuda, ou em nossas próprias casas. E é essa política que resolve alguns problemas e causa outros. A política na minha opinião é necessária.

Uma visão histórica O que a política significa aqui e agora é resultado de um longo processo histórico. A atividade política continua em movimento, aberta a novas transformações.

Política de Gregos e Romanos O termo política foi cunhado a partir da atividade social desenvolvida pelos homens da pólis, a Cidade-Estado grega. Falar em Grécia é falar em democracia; Reflexão sobre a Democracia: exercício e características – conflito, abertura e rotatividade; A fragilidade da Democracia.

A Política Normativa Platão: as questões políticas não podem ser assunto de decisão de qualquer pessoa, pois só os homens preparados devem se ocupar delas; Aristóteles: critica os exageros do mestre Platão e desenvolve a clássica divisão das formas de governo: monarquia, aristocracia e república.

Explique: “A politicagem muitas vezes se deve à não-separação entre o público e o privado, cuja conseqüência perversa é a corrupção”...

Politicagem: Política exercida de má fé, a fim de proporcionar benefícios para o próprio político, seu partido, sua família ou até mesmo de seus companheiros de um modo geral, em detrimento dos direitos do povo a quem representa.

? Como a politicagem consegue existir e se proliferar tão facilmente?

Fatores que contribuíram ou que contribuem: Ditadura Militar Nossa História Educação/Cultura

Poder e Força: “a mosca azul” Política e Poder Poder e Força: “a mosca azul” Estado e Poder; O Poder legítimo; Participação nos diferentes espaços políticos: família, escola, empresa, sindicatos, cooperativas, ONGs, conselhos (educação, saúde, assistência)...

O Elefante cresce amarrado.

Descobrir o tamanho de nossa força e nos livrarmos da politicagem pode demorar gerações, mas é preciso começar.

Para que Votar? Frei Betto

Principais causas da não participação das eleições se o voto não fosse obrigatório Falta educação para a cidadania: temas da realidade, debate, controvérsia, desafio; Cai a fronteira entre o público e o privado: a mídia, ao dar mais ênfase aos erros do que aos acertos dos políticos, desencanta o mundo da política;

Principais causas da não participação das eleições se o voto não fosse obrigatório A desideologização da política: direita e esquerda confundem as linhas que definiam seus perfis; O eleitoreirismo dos partidos: não se faz mais política por ideais, mas por interesses; A defasagem entre poder e povo: eleitores não percebem mudanças substanciais.

Algumas reflexões de Frei Betto: A INDIFERENÇA do eleitor inviabiliza a DIFERENÇA na política; Repudiar o voto é demitir-se da cidadania. É uma forma de suicídio cívico; Até que se invente outro sistema, é o voto que decide desde o preço e a qualidade do pão até o direito de tornar sonhos em realidade. “Quem se abstém de votar, deveria abster-se também do direito de se queixar”.

A politicagem começa na falta de interesse político da grande maioria da população e apenas com uma educação que desenvolva um gosto por política “não igual, mas ao menos similar ao tido pelo futebol no Brasil”...

João Ubaldo Ribeiro

"Precisa-se de Matéria Prima para construir um País"

Agora dizemos que Lula não serve. A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula não serve.

 E o que vier depois de Lula também não servirá para nada...

Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no ladrão corrupto que foi Collor, ou na farsa que é o Lula.

O problema está em nós. Nós como POVO. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a "ESPERTEZA“ é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar.

Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais.   Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as "EMPRESAS PRIVADAS" são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos... E para eles mesmos.

Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu "puxar" a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos impostos.

Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.

Onde pessoas fazem "gatos" para roubar luz e água e nos queixamos de como esses serviços estão caros. Onde não existe a cultura pela leitura e não há consciência nem memória política, histórica, nem econômica.

Onde nossos  congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis  que só servem para afundar ao que não tem, encher o saco ao que tem pouco e  beneficiar só a alguns. Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser "comprados", sem fazer nenhum exame.

Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar.

Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos do Fernando Henrique e do Lula, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem "molhei" a mão de um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Dirceu é culpado, melhor sou eu como brasileiro, apesar de ainda hoje de manhã ter passado para trás um cliente através de uma fraude, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não.  Não.  Já basta.

 Como "Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa.

Esses defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS.

Entristeço-me. Nascidos aqui, não em outra parte...  Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.

E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.

Qual é a alternativa? Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem serve Lula, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?

Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... Igualmente sacaneados!

É muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilinidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda... Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias.

Somos nós os que temos que mudar. Nós temos que mudar, um novo governador com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada.. Está muito claro... Somos nós os que temos que mudar.

É a indústria da Desculpa e da estupidez. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda nos acontecendo: desculpamos a mediocridade mediante programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da Desculpa e da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.  

NÃO PRECISO PROCURÁ-LO AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.  E você, o que pensa?...

OS POLÍTICOS NEM TANTO ASSIM.” É O QUÊ EU SEMPRE DIGO. “O GOVERNO SOMOS NÓS, OS POLÍTICOS NEM TANTO ASSIM.” (PAULO BUSKO) "MEDITE!!!!!"