Crise internacional e a resposta do Brasil

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Crise internacional e a resposta do Brasil Como enfrentar a crise internacional? A crise na economia mundial colocava as seguintes opções ao País: ajuste recessivo; manter a expansão econômica à custa do endividamento externo; e comprimir o consumo a favor do investimento. Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho

Como o Brasil respondeu à crise? A resposta foi por meio do II PND (Plano Nacional de Desenvolvimento). O Plano consistia de um amplo programa de investimentos cujos objetivos eram transformar a estrutura produtiva e superar os desequilíbrios externos, conduzindo o Brasil a uma posição de potência intermediária no cenário internacional. Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho

Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho O que foi o II PND? II PND previa pesados investimentos na indústria de bens de capital, petróleo, produtos químicos, fertilizantes, siderurgia e outros. Houve investimentos na produção de energia (elétrica e nuclear). A agricultura também recebeu incentivos (juros subsidiados). Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho

Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho O que foi o II PND? Em outros termos, o II PND pretendia desenvolver o departamento I (bens de capital e bens intermediários) superando a dependência do País em relação a bens de capital e, também, aço, cimento, fertilizantes, petróleo, produtos químicos e outros. Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho

Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho Padrões de acumulação Existem dois departamentos na economia: departamento I (bens de capital e bens intermediários); e departamento II (bens de consumo). Da articulação entre estes departamentos depende o crescimento da economia. Historicamente, o crescimento das economias industrializadas foi impulsionado pelo maior crescimento do departamento I. Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho

Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho Padrões de acumulação O departamento I é responsável pela produção dos insumos indispensáveis ao desenvolvimento do setor de bens de consumo (departamento II). Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho

Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho Padrões de acumulação O departamento II está subdividido em departamento produtor de bens de consumo dos capitalistas (bens duráveis) e bens de consumo dos trabalhadores (bens não duráveis). Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho

Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho II PND A estratégia governamental propunha uma “fuga pra frente” (e não um ajuste recessivo), assumindo os riscos de aumentar provisoriamente a dívida externa, a dívida interna, e os desequilíbrios no balanço de pagamentos. Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho

Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho Críticas ao II PND O momento de realização do II PND foi inadequado em razão da conjuntura internacional recessiva e da desaceleração cíclica interna; o programa carecia de maior articulação entre os investimentos públicos e privados; recorreu-se excessivamente ao financiamento externo; e a excessiva preocupação com a manutenção do crescimento acelerado a qualquer preço. Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho

Resultados alcançados A preocupação mais geral do II PND era alterar o coeficiente de exportações e importações do País em relação ao PIB (indicador de transformações padrão de desenvolvimento). Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho

Resultados alcançados A redução do coeficiente de importações e, consequentemente, o aumento do coeficiente de exportações, indicaria, de um lado, que estava ocorrendo a transformação da estrutura produtiva e, de outro, que o País estava superando os desequilíbrios externos. O que aconteceu? Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho

Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho O que aconteceu? Não houve alterações no coeficiente importado e nem no coeficiente exportado. Isto porque, o modelo histórico de desenvolvimento foi preservado. Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho

Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho O que aconteceu? Por meio do II PND buscava-se completar e aproximar a estrutura produtiva do paradigma prevalecente nos países centrais. Todavia, faltava conhecimento. A montagem pura e simples dos novos setores, cada vez mais complexos em termos da tecnologia utilizada, não possibilita ao País ganhar de maneira automática a capacidade de reproduzi-los internamente. Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho

Resultados alcançados Outro problema estava no padrão do financiamento do II PND. A base financeira doméstica, estava assentada na poupança compulsória. Os investimentos do II PND eram dependentes de financiamentos externo (de curto prazo e com taxas de juros flutuantes). Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho