A Taxa de Desemprego e a Curva de Phillips

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Transcrição da apresentação:

A Taxa de Desemprego e a Curva de Phillips

A Taxa de Desemprego e a Curva de Phillips Inflação versus desemprego nos Estados Unidos, 1900-1960 No período 1900-1960, nos Estados Unidos, uma taxa de desemprego baixa estava tipicamente associada a uma alta taxa de inflação e, inversamente, o alto desemprego a uma inflação baixa ou negativa. A curva de Phillips, baseada nos dados acima, mostra uma relação negativa entre inflação e desemprego.

Oferta Agregada 7-1 A relação de oferta agregada expressa os efeitos do produto sobre o nível de preços. Ela deriva do comportamento dos preços e salários. Lembre-se das equações para a determinação do salário e dos preços do Capítulo 6:

Derivando a Relação de Oferta Agregada Passo 1: Elimine o salário nominal de e , então: Em palavras: o nível de preço depende do nível de preço esperado e da taxa de desemprego. Supomos que m e z são constantes.

Derivando a Relação de Oferta Agregada Passo 2: Expresse a taxa de desemprego em termos de produto: Portanto, para uma dada força de trabalho, quanto maior o produto, menor a taxa de desemprego.

Derivando a Relação de Oferta Agregada Passo 3: Substitua a taxa de desemprego na equação obtida no passo 1: Em palavras: o nível de preço depende nível de preço esperado, Pe, e do nível de produto, Y (e também de m, z e L, considerados constantes aqui).

Propriedades da Relação AS A relação AS tem duas propriedades importantes: Um aumento no produto leva a um aumento do nível de preço. Esse é o resultado de quatro passos:

Propriedades da Relação AS A relação AS tem duas propriedades importantes: Um aumento no nível de preço esperado leva a um aumento de mesma proporção no nível de preço corrente. Esse efeito ocorre através do reajuste salarial:

Oferta Agregada A curva da oferta agregada Dado o nível de preço esperado, um aumento no produto leva a um aumento no nível de preço. Se o produto for igual ao seu nível natural, o nível de preço será igual ao nível de preços esperado.

Propriedades da Curva AS A curva AS tem inclinação ascendente. Conforme o explicado anteriormente, um aumento no produto leva a um aumento no nível de preço. A curva AS passa pelo ponto A, onde Y = Yn e P = Pe. Essa propriedade tem duas implicações: Quando Y > Yn, P > Pe. Quando Y < Yn, P < Pe. Um aumento em Pe desloca a curva AS para cima e uma redução em Pe desloca a curva AS para baixo.

Oferta Agregada Efeito de um aumento no nível de preços esperado sobre a curva de oferta agregada Um aumento no nível de preços esperado desloca a curva de oferta agregada para cima.

Inflação, Inflação Esperada e Desemprego 8-1 A equação acima é a relação de oferta agregada deduzida no Capítulo 7. Essa relação pode ser reescrita para estabelecer uma relação entre inflação, inflação esperada e taxa de desemprego. Primeiro, a função F, assume a forma: Agora, substitua esta função na forma acima:

Inflação, Inflação Esperada e Desemprego Vamos dividir ambos os lados dessa expressão por P-1 . Resulta na seguinte expressão:

Inflação, Inflação Esperada e Desemprego Como e Temos que Fazendo o mesmo para a outra expressão Conseguimos:

Vamos dividir ambos os lados por Chegamos a: Uma aproximação da expressão do lado esquerdo é:

Logo: Rearranjando temos

Inflação, Inflação Esperada e Desemprego Segundo esta equação: Um aumento da inflação esperada, pe, leva ao aumento da inflação, p. Dada a inflação esperada, pe, um aumento no markup, m, ou um aumento nos fatores que afetam a determinação do salário, z, leva a um aumento na inflação. Dada a inflação esperada, pe, um aumento na taxa de desemprego, u, leva a uma queda na inflação, p.

Inflação, Inflação Esperada e Desemprego Para referir-se a inflação, inflação esperada ou desemprego em um ano específico, a equação acima precisa incluir um indicador de tempo, como se segue: A variáveis p, pet, e ut referem-se a inflação, inflação esperada e desemprego no ano t; m e z são consideradas constantes e não têm indicador de tempo.

A Curva de Phillips 8-2 Definimos pet = 0, então: Esta é a relação inversa entre desemprego e inflação que Phillips constatou para o Reino Unido e Solow Samuelson para os Estados Unidos (ou a curva de Phillips original).

Mutações A relação negativa entre desemprego e inflação perdurou ao longo da década de 1960, mas desapareceu depois desse período, por duas razões: Um aumento no preço do petróleo. Uma mudança na forma como os fixadores de salário formavam suas expectativas, devido a uma mudança no comportamento da taxa de inflação. A taxa de inflação tornou-se consistentemente positiva. A inflação tornou-se mais persistente.

Mutações Inflação versus desemprego nos Estados Unidos, 1948-1969 O declínio contínuo do desemprego nos Estados Unidos durante a década de 1960 esteve associado a um aumento também contínuo da inflação.

Mutações Inflação versus desemprego nos Estados Unidos, 1970-2000 A partir de 1970, a relação entre a taxa de desemprego e a taxa de inflação desapareceu nos Estados Unidos.

Mutações Inflação nos Estados Unidos, 1900-2000 Desde a década de 1960, a inflação americana esteve consistentemente positiva. A inflação também tornou-se mais persistente: a inflação alta de um ano provavelmente será alta no ano seguinte.

Formação de Expectativas Suponha que as expectativas sobre a inflação sejam formadas de acordo com O parâmetro q captura o efeito da taxa de inflação do ano passado, pt-1, sobre a taxa de inflação prevista para este ano, pet. O valor de q aumentou continuamente na década de 1970, de zero a um.

Formação de Expectativas Na equação acima, quando q é igual a zero, a relação entre inflação e taxa de desemprego é : Quando q é positivo, a taxa de inflação depende tanto da taxa de desemprego como da taxa de inflação do ano anterior: Quando q é igual a 1, a relação de oferta agregada torna-se:

Formação de Expectativas Quando q = 1, a taxa de desemprego não afeta a taxa de inflação, mas sim a variação da taxa de inflação. A partir de 1970, surgiu uma relação negativa entre a taxa de desemprego e a variação da taxa de inflação nos Estados Unidos.

Formação de Expectativas Variação da inflação versus desemprego nos Estados Unidos, 1970-2000 Desde 1970, há uma relação negativa entre a taxa de desemprego e a variação da taxa de inflação nos Estados Unidos. A reta que melhor se ajusta aos pontos dispersos no período 1970-2000 é:

Formação de Expectativas A curva original de Phillips é: A curva de Phillips modificada, ou curva de Phillips aumentada pelas expectativas, também chamada de curva de Phillips aceleracionista, é:

De Volta à Taxa Natural de Desemprego Friedman e Phelps questionaram a existência dessa alternância entre desemprego e inflação. Eles argumentaram que a taxa de desemprego não poderia ser mantida abaixo de um determinado nível que chamaram de "nível natural de desemprego". O nível natural de desemprego é a taxa de desemprego em que a taxa inflação corrente é igual à taxa de inflação esperada. então,

De Volta à Taxa Natural de Desemprego então, Dado , então: Finalmente, supondo que pet é bem aproximado por pt-1, então: Esta é uma relação importante porque proporciona outra maneira de pensar sobre a curva de Phillips, em termos de taxa de desemprego atual, da taxa natural de desemprego e da variação da inflação.

De Volta à Taxa Natural de Desemprego A equação acima proporciona outra maneira de pensar sobre a taxa natural de desemprego: A taxa de desemprego não-aceleradora da inflação, (ou TDNAI), é a taxa de desemprego necessária para manter a inflação constante.

Um Resumo e Muitas Ressalvas 8-3 Diferenças na Taxa Natural de Desemprego entre os Países Os fatores que afetam a taxa natural de desemprego acima diferem entre os países. Portanto, não há razão para esperar que todos os países tenham a mesma taxa natural de desemprego.

Variações da Taxa Natural de Desemprego ao Longo do Tempo Na equação acima, os termos m e z podem não ser constantes, mas sim variar ao longo do tempo, levando a mudanças na taxa natural de desemprego. A taxa natural de desemprego dos EUA caiu para um nível em torno de 4% a 5% hoje. Uma taxa de desemprego alta não necessariamente reflete uma taxa natural de desemprego alta. Por exemplo: Se a inflação está caindo rapidamente, a taxa de desemprego real está bem acima da sua taxa natural. Se a inflação é estável, as taxas real e natural de desemprego são aproximadamente iguais.

Variações da Taxa Natural de Desemprego ao Longo do Tempo Variação da inflação versus desemprego na União Européia, 1961-2000 A relação da curva de Phillips entre a variação da inflação e a taxa de desemprego deslocou-se para a direita ao longo do tempo, sugerindo um aumento contínuo da taxa natural de desemprego na União Européia desde 1960.

Inflação Alta e a Curva de Phillips A relação entre desemprego e inflação tende a mudar com o nível e a persistência da inflação. Quando a taxa de inflação está elevada, tende a variar mais. A estrutura dos acordos salariais também varia com o nível de inflação. A indexação dos salários, regra que atrela o aumento dos salários à inflação, passa a prevalecer quando a inflação está alta.

Termos-Chave curva de Phillips espiral de salários e preços curva de Phillips modificada ou curva de Phillips aumentada pelas expectativas ou aceleracionista taxa de desemprego não-aceleradora de inflação (TDNAI) indexação dos salários