Ednei G., Elizabeth R., Fabiana T., Filipe F., Priscila X., Sabrina F.

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Transcrição da apresentação:

Ednei G., Elizabeth R., Fabiana T., Filipe F., Priscila X., Sabrina F.

a Sexualidade Com o surgimento do cristianismo, o ato sexual deveria ser praticado apenas com a finalidade de reprodução. Todo ato sexual que não tinha por finalidade a reprodução, era considerado como errado, mau, pecaminoso e perverso. Atualmente alguns discursos religiosos mantêm os mesmos critérios, proibindo o uso de preservativos, a prática do sexo (heterossexual e homossexual), mantendo uma proibição incondicional de tais atos e condenando aqueles que os praticam.

Freud revoluciona a sociedade quando aborda sobre uma sexualidade infantil, fazendo a distinção entre sexual e genital. Para ele, o complexo de Édipo consistia em um momento inicial incestuoso, seguindo da operação de castração, da interdição através da lei, permitindo a criança a ingressar no mundo da cultura, da sociedade. Considerava como normal a curiosidade das crianças pelo sexo oposto, realizando comportamentos de toque físico, voyeurismo e exibicionismo. Sendo tais comportamentos importantes para um aprendizado através das primeiras informações espontâneas, sadias e não traumáticas, sobre a diferença anatômica, os mistérios da vida e da sexualidade.

Já a perversão é considerada como um desvio de intenções devido a problemas psíquicos. Na medida em que uma finalidade é dada à sexualidade humana, toda prática sexual que desvia desta finalidade é dita perversa. A perversão pode ser compreendida como errância de caminho. O perverso não consegue se adequar as regras da sociedade, não conseguindo conter seus impulsos, transgredindo as leis impostas pela sociedade, criando suas próprias leis e buscando a satisfação a qualquer custo. Portanto, o pedófilo pode ser compreendido como um perverso, que coloca a realização dos seus desejos e fantasias acima da lei, transgredindo as regras da sociedade.

Pedofilia A Pedofilia (origem grega paedo=criança e philia=afinidade, atração) caracteriza-se pelo desejo sexual que o indivíduo adulto sente por crianças ou pré-adolescentes, sendo ele compulsivo e de caráter homossexual ou heterossexual. Para a psiquiatria, pedófilo é o indivíduo que preferencialmente tem a sua libido aflorada na presença de criança, sendo considerado como um ato intrinsecamente mau.

A pedofilia é considerada como um transtorno parafílico(antigamente chamadas de perversões sexuais), podendo ou não envolver um ato criminoso, alguns pedófilos podem manter seus desejos em segredo durante toda a vida, constituir família, nunca chegando a realizar seus desejos. As parafilias podem ser compreendidas por vontade, desejo ou comportamentos sexuais frequentes e intensos que envolvem objetos, atividades ou situações incomuns e causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

Para ser considerado portador de uma parafilia, o sujeito deve possuir as seguintes características: Caráter opressor - tendo perda de liberdade de opções e alternativas. Os parafílicos costumam atuar sempre da mesma forma. Excitação sexual - só se dá de uma determina maneira, ocorrendo através de circunstâncias pré- estabelecidadas por uma forma de ser. Ações impulsivas, ou seja, necessidade de repetir a experiência.

Quando há envolvimento com atos ilícitos (comportamentos criminosos), os pedófilos podem ser diferenciados em dois tipos: os abusadores e os molestadores. Pedófilo abusador Geralmente o pedófilo abusador é um indivíduo imaturo. Em um momento da vida, ele descobre que poderá satisfazer-se sexualmente com crianças, obtendo níveis que não conseguiria alcançar de outra maneira. Trata-se de uma pessoa solitária, e a falta de habilidade social leva-o a aprofundar e fantasiar cada vez mais na pedofilia. Expressa seu comportamento de forma menos invasiva (usando carícias discretas) e raramente age com violência, não sendo notado pelas pessoas ao seu redor. Tende a se envolver com pornografia infantil pela internet ou utilizando fotografias.

Pedófilo molestador A característica marcante do pedófilo molestador é que ele expressa seu comportamento de forma invasiva com utilização frequente de violência. Este tipo de pedófilo é dividido em dois grupos: molestadores situacionais (a criança não é especialmente o objeto central de sua fantasia). molestadores preferenciais (a gratificação sexual só será alcançada se a vítima for uma criança).

Diagnóstico De acordo com o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), a pedofilia é uma desordem psicológica que envolve preferência sexual por crianças pré-púberes (geralmente com 13 anos ou menos). Deve ter desejos repetitivos por um período de 6 meses. Tais desejos devem provocar sofrimento expressivo ou perda significativa social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do sujeito.

Deve ter idade igual ou superior a 16 anos e ser no mínimo cinco anos mais velho que a pessoa com a qual ele tem relação sexual ou desejo de se relacionar. O pedófilo é compulsivo, mas tem consciência da suas atitudes, apesar de visar apenas à satisfação do seu prazer.

Na maioria dos casos de pedofilia, o agressor é uma pessoa próxima da criança, é uma pessoa na qual ela confia. O pedófilo compreende as necessidades da criança com a intenção de obter seu afeto, interesse e lealdade e evitar que seja denunciado.

TRATAMENTO O tratamento da pedofilia é divergente, pois tem como opções a intervenção química (remédios), o acompanhamento psicológico ou a combinação dos dois tipos de terapia. Atualmente o caminho mais eficaz para combater o transtorno seria a terapia comportamental cognitiva (CBT – Cognitive Behaviour Treatment), que tem sido aplicada no Canadá durante o cumprimento da pena de molestadores e após a saída da prisão. “Quando intervenções farmacológicas (inibidores hormonais) mostram-se úteis, elas são apenas uma parte de um programa global efetivo, que tem no CBT seu principal foco”, ressalta o psiquiatra José Raimundo Lippi.

A CBT se baseia na pressuposição de que os padrões de comportamento e pensamento se constroem durante a experiência de vida dos indivíduos. Com uma participação mais ativa do que em outros tipos de tratamento psicológico, o terapeuta estimula o paciente a perceber em quais situações suas reações são inadequadas. A partir daí, o pedófilo é encorajado a desenvolver mecanismos para substituir essas condutas por outras que podem melhorar seu convívio social e bem-estar psicológico.

É importante garantir tanto o tratamento de abusadores já condenados quanto o de indivíduos que ainda não cometeram algum crime do tipo, mas se sentem atraídos sexualmente por crianças. Contudo, um trabalho preventivo junto aos pedófilos é dificultado em função de todo o horror relacionado a casos de abuso e aos tabus da sexualidade. O terapeuta deve procurar compreender as prováveis angústias e desejos do pedófilo e não simplesmente recriminá-lo ou julgá-lo.

O pedófilo possui fantasias sexuais e interpessoais, devendo o profissional de psicologia avaliar a prática em seu contexto, sendo ela considerada como criminosa, não tendo diferença ou atenuantes para o agressor. Sua postura ética deve seguir não ao código profissional em si (com referência ao sigilo), mas aos princípios estabelecidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, refletidos no ECA.

De acordo com a Lei 8.072/90, a pedofilia, é considerada como um crime hediondo, o que determina rigor absoluto, inafiançável ou possibilidade de liberdade provisória para o agressor, devendo responder ao processo preso em regime fechado e cumprir a pena integralmente, sendo amparada legalmente pelo artigo 24 do ECA, cujo agressor cumpre apenas de 1 a 4 anos de detenção.

Estudo de caso Procedimento O caso de pedofilia foi selecionado e avaliado num Hospital Psiquiátrico de São Paulo. No primeiro contato com o examinando, explicou-se o objetivo da aplicação dos testes, solicitando a colaboração e permissão para divulgação dos dados, assegurando que sua identidade seria preservada. Optou-se iniciar o estudo pelo teste projetivo HTP, aplicando- se o Método de Rocharch na semana seguinte. O teste e a entrevista ocorreram em uma sala bem iluminada e arejada, estando presentes o Examinador e o Examinado.

Histórico Sexo masculino, divorciado, branco, 48 anos, brasileiro natural de Presidente Prudente, exercia a profissão de entalhador. Acusado de cometer crime de estupro com traços sádicos e de cunho pedofílico. Em 1989, atraiu uma menina de 3 anos de idade para um barracão, realizando ato de felação(sexo oral) com tentativa de penetração anal e vaginal sem êxito. Foi pego em flagrante por uma pessoa que acionou a polícia local. Detido há 10 anos, encontrava-se em regime de reintegração social num Hospital de custodia e tratamento psiquiátrico de São Paulo.

Conclusão A avaliação psicológica de um caso de pedofilia por meio do Método de Rorschach e do teste projetivo HTP, permitiu concluir que o examinando revelou: * controle interno extremamente precário, com reações explosivas, impulsivas e egocêntricas. * conflitos nas relações interpessoais e fortes traços de insegurança. * contato com o meio externo subjetivo com fuga para o devaneio(sonhos, fantasias, ficções) e adaptação intelectual precária. * Distúrbios no desenvolvimento psicossexual.

Ser pedófilo não é crime, mas praticar atividades sexuais com crianças e adolescentes é.