Rodrigo Luís Bispo Souza

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
PSICANALISE NA EDUCAÇÃO
Advertisements

Construções em análise
PSICANÁLISE Disciplina: Psicologia Organizacional
Mundo Interno(Id) Mundo Externo
O nascimento da psicanálise
A clínica kleiniana: estilo, técnica e ética
ÉTICA, MORAL E ENGENHARIA
NEUROSE E PSICOSE (1924) Volume XIX – Sigmund Freud
Freud e a Psicanálise.
O MÉTODO PSICANALÍTICO
Os progressos da psicanálise
Transferência e Contratransferência em Winnicott
STERIAN, A. (2001) Esquizofrenia
AS ORIGENS DA TRANSFERÊNCIA
Psicanálise.
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL APARENTE E SUBJACENTE
Fases do Desenvolvimento Psicossexual
CAPÍTULO 3 - O DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL
Estrutura de personalidade em Freud
O fenômeno da transferência na clínica freudiana
Freud, psicanálise (introdução geral)
Mecanismos de Defesa Keli Steffler.
Aspectos clínicos da regressão dentro do setting psicanalítico
Cristiele Rodrigues, Elisamar Salbego, Janaina Polon, Weric Cosmo.
SEGUNDA LIÇÃO.
Primeira Tópica Freudiana
PSICOTERAPIA BREVE DE ORIENTAÇÃO PSICANALÍTICA
18/03/13 Universidade Católica de Goiás Departamento de Psicologia Matrizes do Pensamento psicológico III.
TEORIAS DA PERSONALIDADE
SIGMUND FREUD.
CARGA PSÍQUICA NO TRABALHO
PERSONALIDADE Sigmund Freud ( ) Estruturou a personalidade em:
“Se fosse preciso concentrar numa palavra a descoberta freudiana, essa palavra seria incontestavelmente inconsciente” A Psicanálise.
Fundamentos da Técnica Psicanalítica
ENFOQUE PSICANALÍTICO DA ANSIEDADE
Posição Esquizoparanóide e Depressiva
A DINÂMICA DA TRANSFERÊNCIA
Posições do sujeito frente à castração
PSICOTERAPIA PSICODINAMICA Grupos
Angélica Rosa Psicóloga
A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE
INTRODUÇÃO À PSICANALISE FREUD E MELANIE KLEIN e REVIÈRE
CONCEPÇÃO DO APARELHO PSIQUICO E TÉCNICA PSICANALÍTICA EM FREUD
Segunda Teoria do Aparelho Psíquico / 2ª Tópica
Prof. Mauro Hegenberg Psicoterapia Breve – Instituto Sedes Sapientiae
Psicoterapia Breve Psicodinâmica ou de Orientação Psicanalítica
Psicanálise Professora Marcia Monteiro.
Terceira Lição.
Profª Ms Sandra Diamante Dezembro
A Psicanálise de Sigmund Freud ( )‏
Aplicação da Psicanálise
Principais Mecanismos de Defesa
Psicoterapia e Psicanálise
O processo de INTROJEÇÃO
Desdobramentos da técnica psicanalítica
A Teoria do Aparelho Psíquico segundo a Teoria Psicanalítica
Psicanálise- Sigmund Freud
TEORIA PSICANALÍTICA.
PSICANÁLISE.
ESTRUTURAS DA PERSONALIDADE
Quando o limite é do profissional ‘PAIXÕES DO SER’: quando o limite é do profissional Profa. Dra. Maria Virgínia F. Cremasco Grassi Depto Psicologia Universidade.
Contratransferência (1960).
O Homem dos Ratos: um caso de neurose obsessiva
Freud, “Leonardo da Vinci e uma lembrança de sua infância”.
Psicologia da Educação (Filosofia)
REAÇÕES EMOCIONAIS DIANTE DO SOFRIMENTO / MORTE
Psicanálise Gilmaro Nogueira.
Mulher e mãe, “novos papéis”, velhas exigências: experiência de psicoterapia breve grupal Grupo: Camila Schultz de Amorim, Nathacha Ferreira da da Silva.
Terapia familiar A terapia familiar evoluiu a partir de uma multiplicidade de influências tendo recebido contribuições de diferentes áreas do conhecimento.
O diagnóstico Estrutural:Neurose Psicose
Transcrição da apresentação:

Rodrigo Luís Bispo Souza "Transferência na clínica: encontros e desencontros na relação terapêutica psicanalítica" Rodrigo Luís Bispo Souza

Histórico Freud: em Ana O. não percebe a transferência 1895 – em “Estudos sobre a Histeria” empregou o termo pela primeira vez, como uma forma de resistência (obstáculo à análise) 1905 – em “Dora” – o paciente não recorda o que reprimiu, mas “repete” (pela atuação); reproduz o reprimido por uma ação repetitiva. No pós-escrito deste trabalho coloca como “novas edições revistas” e “necessidade inevitável” 1909 – em “Homem dos Ratos” – caminho penoso e necessário para reviver conflitos. No estudo das neuroses obsessivas, primeira referência da transferência como agente terapêutico

Histórico 1910 – Afirma que os sintomas dissolvem-se pela transferência 1912 – em “A Dinâmica da Transferência” afirma que a cura da neurose é uma conquista 1914 – somente a repetição na transferência libera lembranças reprimidas – evita a compulsão à repetição. Está introduzida a “neurose de transferência” 1915 – fala em “amor de transferência” – classifica a transferência em amorosas e sexuais (estas ligadas às resistências)

Histórico Interelação entre transferência e resistência: resistência à transferência e transferência como forma de resistência Vai valorizando o envolvimento emocional do analista 1916-17 – faz a diferença entre neuroses de transferência e neuroses narcísicas (nestas o paciente não transfere) 1920 – (introdução da pulsão de morte) - a transferência é uma compulsão a uma repetição penosa e infantil (paciente atua o material infantil reprimido)

Histórico 1923 – (O ego e o Id) – deste trabalho em diante amplia o conceito, incluindo aspectos do superego e das defesas do ego. 1938 – (Esquema da Psicanálise) – transferência é ambivalente e perigosa, ao mesmo tempo é o mais poderoso instrumento da psicanálise.

A Dinâmica da Transferência (1912) Trabalho extremamente teórico Busca a solução de 2 problema Qual a origem da Transferência? Qual a função da Transferência no processo psicanalítico? O fenômeno transferencial não é restrito ao Setting analítico, mas é ali que ela pode ser elaborada!

A dinâmica da transferência 1912 Como acontece a transferência: Disposição inata e/ou adquirida para o caminho da libido Disposição tende a repetir-se na vida cotidiana Parte desta expressão da libido é consciente e parte inconsciente. O indivíduo transfere para o terapeuta sua carga libidinal

A dinâmica da transferência 1912 Como aparece como resistência: Porque se repete (porque alude a um conteúdo patogênico; quanto mais próximo do conteúdo, mais resistência) A transferência, como resistência, relaciona-se a 2 tipos de transferência: a negativa e a positiva erótica (mais próximas do conteúdo recalcado)

A dinâmica da transferência 1912 Apresenta 2 tipos de transferência: positiva e negativa Transferência positiva sentimentos amistosos (+ conscientes, cooperam com o tratamento) Transferência. Positiva sentimentos eróticos Transferência negativa sentimentos hostis (+ inconscientes, aparecem como resistência à cura)

Transferência É fantasia; já estava no paciente e é ensejada pelo tratamento Pode expressar-se como um desejo de ser amado ou de uma grande amizade Pode ser hostil ou negativa Está presente desde o início do tratamento É o mais poderoso móvel do progresso do tratamento

Transferência Na clínica: Analista não cede às exigências do paciente Analista não rejeita a transferência Analista não fica indignado com ela Analista mostra que os sentimentos do paciente não vêm da atualidade, estão sendo repetidos Analista mostra a necessidade de transformá-la em lembrança De empecilho, torna-se instrumento A doença anterior tornou-se uma doença atual Eliminar a neurose atual equivale a eliminar a neurose original

Base da Transferência Desenvolvimento psíquico completo = dirigido para a realidade -> conscientes Pulsões Fixação ao longo do desenvolvimento, distantes das realidade -> inconscientes Clichês, modelos, esteriotipos Equação etiológica Disposição inata + vivências dos primeiros anos

Base da Transferência “Conjunto de todas as formas pelas quais o paciente vivencia com a pessoa do psicanalista, na experiência emocional da relação analítica, toas as “representações” que ele tem do seu próprio self, as “relações objetais” que habitam o seu psiquismo e os conteúdos psíquicos que estão organizados como “fantasias inconscientes”, com as respectivas distorções perceptivas, de modo a permitir “interpretações” do psicanalista, as quais possibilitem a integração do presente com o passado, o imaginário como real, o inconsciente com o consciente.” (Zimerman , 1999, p. 331)

Necessidades pulsionais insatisfeitas na vida real e atual Estado de busca visando a satisfação Busca racional e realista Lógica do processo primário = busca da descarga