Nada esteve tão próximo de Deus como esteve a bem- aventurada Virgem Maria... Haverá algo mais puro do que ela, mais perfeito?
Ela foi tão apaixonadamente amada por Deus, luz suprema e infinitamente pura, que se combinou substancialmente a ela, por irrupção do Espírito Santo e nasceu dela, homem perfeito, mantendo sua própria natureza imutável, sem mistura.
Que maravilha! Em seu imenso amor aos homens, Deus não se dedigna tomar por Mãe aquela que era sua serva. Que condescendência! Em sua infinita bondade, de forma alguma hesitou fazer-se filho daquela que ele mesmo havia formado.
Estava verdadeiramente apaixonado pela mais graciosa das criaturas e se apoderou daquela, cujo valor superava o de todas as potências do céu.
A ela se aplicam as palavras de Zacarias: “Canta e alegra –te, filha de Sião; pois eis que venho para morar em teu meio, diz o Senhor”.
E é também a ela, parece- me, que se dirige o bem- aventurado Joel, quando escreve: “Não temas, terra, exulta e alegra-te, porque o Senhor realizou em ti grandes coisas” (2,21).
Com efeito, Maria é uma terra: aquela terra sobre a qual o homem de Deus, Moisés, recebeu ordem de descalçar-se, figura da lei que cederá lugar a graça.
Ela é ainda aquela terra sobre a qual se estabeleceu, por obra do Espírito Santo, aquele do qual celebramos : “assentou a terra sobre suas bases”(Sl 103). È uma terra tal que, sem ser semeada, fez eclodir o fruto, que dá a todos o alimento.
Terra sobre a qual jamais cresceu o espinho do pecado, muito pelo contrario ela deu à luz aquele que a absorveu até a raiz.
4229/07/2007