Características e Especificidades do Modo de Produção Capitalista

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Transcrição da apresentação:

Características e Especificidades do Modo de Produção Capitalista Curso de Formação Política História, Teoria e Atualidade de Marx e do Marxismo Helder Molina (heldermolina@ig.com.br, professorheldermolina@gmail.com Blog: heldermolina.blogspot.com Rio de Janeiro, Maio de 2010

As bases do pensamento de Marx Filosofia alemã (Idealismo de Hegel) Socialismo utópico francês (Política de Saint Simon, Fourrier, Owen, Marat) Economia política clássica inglesa (Economia de Ricardo e Adam Smith)

A dialética histórica e materialista Analisa a história como um processo, um movimento Movimento produzido pelas próprias ações dos homens: Ação que o produz e é produzido Reflexão crítica sobre a realidade Somente a dialética consegue apreender os movimentos do real Papel central do pensamento na apreensão do real, Concreto pensado, ação sobre o pensamento O pensamento está inserido no próprio real

A infra-estrutura como base da sociedade Todo o sistema de pensamento de Marx é construído a partir do modo de produção As formas e conteúdos da sociedade deve ser procurada na análise concreta e historicizada das relações de produção

O modo de produção capitalista É composto pelos meios de produção e as relações de produção Meios de produção: Maquinas, ferramentas, tecnologia, força de trabalho Relações de produção: Somente por meio delas se realiza a produção. Elas variarão de acordo com os meios de produção. São as próprias relações e organizações entre os homens

O modo de produção capitalista É apenas na troca entre relações de produção e forças produtivas que se transformam em capital, somente por meio do trabalho essa relação é concretizada As relações de produção dão forma e conteúdo às relações sociais O capital é também uma relação social de produção. Relação de produção da sociedade burguesa (Tanto na produção, quanto na ideologia, formas de organização social, e consumo)

O capital como relação social de produção O capital não se constitui somente como meio de subsistência (valor de uso), de instrumento de trabalho e de matéria prima Forma o chamado valor de troca, em que todos os produtos de que ele se constitui são mercadorias

A mercadoria Unidade básica do MPC, pela qual se estrutura o sistema capitalista Valor de Uso: Utilidade da mercadoria (Qualitativo) Valor de Troca: Pode ser trocada por uma porção de outra mercadoria (Quantitativo) Todas as mercadorias são produto da cristalização do trabalho humano e que o valor de troca é proporcional a quantidade de trabalho humano investido em cada uma dessas mercadorias

A troca É a própria troca entre mercadorias; assim o valor de uma mercadoria se exprime em uma mercadoria diferente O dinheiro para Marx é como uma outra mercadoria qualquer. O dinheiro é visto como o equivalente universal de troca

O segredo da mercadoria Os homens em sociedade (capitalista) têm relações humanas em vista da produção das mercadorias, mas seus trabalhos organizados adquirem a forma de uma relação social dos produtos do trabalho Isso significa que produzem mercadorias e só se comunicam entre si por intermédio dos produtos do trabalho, ou seja, por intermédio das mercadorias Expressão da supremacia do Valor de Troca sobre o Valor de Uso. É a mercantilização de todas as relações sociais

A exploração capitalista sobre o trabalhador Mais Valia: é a quantidade de trabalho não paga ao trabalhador Duas formas de extração da mais-valia Absoluta: Aumento da jornada de trabalho Relativa: Aumento da intensidade do trabalho. Que pode se dar pelo incremento de tecnologia na produção, aumentando a produtividade da produção

A exploração capitalista sobre o trabalhador O valor da força de trabalho e a mais-valia variam em direções opostas É só por meio da exploração da força de trabalho que o Capital consegue reproduzir seu ciclo: M-T-M’ e D-M-D’ Somente o trabalho humano gera valor, por isso a necessidade do capitalismo explorar o trabalho

Duas características do MPC 1) A mercadoria constitui o caráter dominante e determinante dos seus produtos Assim os agentes deste modo de produção (burgueses e proletários) são vistos como encarnações do capital e do trabalho assalariado. (trabalho concreto e trabalho abstrato) 2) Produção da mais-valia: finalidade direta e o móvel determinante da produção.

As contradições do MPC As duas características do MPC não podem ser compreendidas por si só, mas como produtos das relações de produção que produzem o capitalismo Assim entre o operário e o capitalista existe uma contradição, que é produzida desde o princípio de suas relações A contradição inicia-se logo no início do sistema capitalista, quando produtor e meios de produção são separados A própria apropriação desigual do trabalho está na base desta contradição. O resultado do trabalho alienado não pertence ao trabalhador

As contradições do MPC A burguesia cria, sem parar, meios de produção mais poderosos. Mas as relações de produção permanecem inalteradas O regime capitalista é capaz de produzir cada vez mais mercadorias, porém a miséria permanece para a maioria

As contradições do MPC Os meios de produção capitalistas se transformam incessantemente, sua base é revolucionária, ao passo que os modos de produção anteriores eram essencialmente conservadores Essa constante revolução se da às custas dos operários: pois o trabalho se torna parcelar; o próprio trabalhador não reconhece o produto do seu trabalho Uma massa de trabalhadores é despejada no chamado exército de reserva industrial, pois o próprio sistema capitalista necessita deste exército para manter os salários a um nível baixo.

A resolução das contradições do MPC Para Marx os antagonismos do MPC desembocam na revolução proletária Essa revolução será resultado das próprias ações dos capitalistas, que produzirão os meios de sua destruição e seus próprios coveiros (o proletariado).

As classes sociais Duas classes fundamentais para entender o capitalismo Burguesia: detentora dos meios de produção Proletariado: Vendedor de sua própria força de trabalho

O conflito da produção expresso na Superestrutura O antagonismo entre burguesia e proletariado se expressa também na superestrutura É o que Marx chama de Luta de Classes, que para além da dimensão de luta econômica existe também a luta política

O Estado na análise de Marx A luta de classes seria mera ilustração sem a análise do Estado capitalista O Estado precisa ser compreendido como uma colossal superestrutura e o poder organizado de uma classe social em seu relacionamento com as outras

Estado e Sociedade O Estado não está descolado da sociedade O Estado é produto das contradições inerentes à própria sociedade O Estado é a expressão essencial das relações de produção específicas do capitalismo O monopólio do aparelho estatal, diretamente ou por meio de grupos interpostos, é a condição básica do exercício da dominação O poder político é na verdade o poder organizado de uma classe para a opressão das outras

Infra-estrutura e superestrutura Meios de produção Relações de produção Produção de mercadorias Estado Direito Justiça Religião Ideologias

Infra-estrutura e superestrutura: Existência e Consciência É a infra-estrutura que condiciona o modo de vida dos homens O modo de produção da vida material condiciona o processo de vida social, política e intelectual. Não é a consciência dos homens que determina a realidade; ao contrário, é a realidade social que determina sua consciência

As análises de Marx para entender a contemporaneidade Mercantilização de todas as relações humanas A política também se torna mercantilizada A ciência como trabalho morto é utilizada cada vez mais para explorar o trabalhador A globalização (ou a mundialização) do capital foi um fenômeno previsto por Marx em suas análises