E A INDÚSTRIA CULTURAL A ESCOLA DE FRANCOFORTE. Objetivos Trabalhar o modo de funcionamento do ‘Sistema Capitalista’ segundo o pensamento da Escola de.

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Transcrição da apresentação:

E A INDÚSTRIA CULTURAL A ESCOLA DE FRANCOFORTE

Objetivos Trabalhar o modo de funcionamento do ‘Sistema Capitalista’ segundo o pensamento da Escola de Francoforte.

A INDÚSTRIA CULTURAL É IDEOLÓGICA Para funcionar o “sistema” usa-se como instrumentos: –a) Indústria Cultural: “Mass-media” = Meios de Comunicação de Massa: 1 – Cinema 2 – Televisão 3 – Rádio 4 – Discos 5 – Publicidade 6 – Rotogravura Criam: Valores Comportamento Necessidades Linguagem Uniformes Amorfos Assépticos Não: Emancipam Estimulam a criatividade

“Esses valores, necessidades, comportamentos e linguagem são uniformes porque devem alcançar a todos (...); são amorfos (indefinidos – informes) Assépticos (conjunto de medidas adotadas para evitar a chegada de germes a local que não os contenha) (...); não emancipam, nem estimulam a criatividade; pelo contrário, bloqueiam-na, porque acostumam a receber passivamente as mensagens”.

A cultura industrial faz do homem um ser genérico: –Ser consumível: Cada um pode ser consumido pelo outro –Ser substituível: Cada um pode substituir o outro. –O homem não tem nada que é próprio seu. Vejamos uma citação: –“A indústria cultural realizou perfidamente o homem como ser genérico. Cada qual é cada vez mais somente aquilo pelo qual pode substituir qualquer outro: ser consumível, apenas exemplar. Ele próprio, como indivíduo, é o absolutamente substituível, o puro nada (...). E isso pode ser visto também no divertimento, que não é mais o lugar da recreação, da liberdade, da genialidade, da verdadeira alegria. É a indústria cultural que fixa o divertimento e seus horários. E o indivíduo se submete. Como se submete às regras do ‘tempo livre’, que é tempo programado pela indústria cultural. A apoteose do tipo médio pertence ao culto do que é barato”.

Indústria cultura e ideologia: –Ela própria é a ideologia – aceitação dos fins estabelecidos pelo sistema. –O iluminismo que queria eliminar os mitos, mas criou-os desmedidamente. Desse modo, comenta Reale, “a indústria cultural não vincula propriamente uma ideologia: ela própria é ideologia, a ideologia da aceitação dos fins estabelecidos por outros”.

Falam as autoridades: a) KANT – “O iluminismo é a saída do homem de estado de minoridade do qual ele próprio é culpado. Minoridade é a incapacidade de valer- se do seu próprio intelecto sem a guia de outro”. b) HORKHEIMER – “Entretanto, hoje o indivíduo é zero, sendo guiado por outros. Outrora, dizia- se que o destino do indivíduo estava escrito no céu; Hoje, podemos dizer que é fixado e estabelecido pelo sistema”.

Max Horkheimer – ( ) O ECLIPSE DA RAZÃO: –a) O lucro e o planejamento como geradores de repressão. O fascismo está dentro das leis do capitalismo: por detrás da pura Lei Econômica = Lei do mercado e do lucro. A tendência ao lucro acaba no que sempre foi: a tendência ao poder social. O comunismo, que é capitalismo de estado, constitui uma variante do estado totalitário. –Capitalismo = lucro –Comunismo = (administração centralizada e burocratizada = controle do plano.

–Geraram repressão e escravidão: o que estrutura a sociedade industrial é uma lógica pérfida, isto é, uma lógica enganadora. –Objetivo de HORKHEIMER: “Examinar o conceito de racionalidade que está na base da moderna cultura industrial e procurar estabelecer se esse conceito não contém defeitos que o viciem de modo essencial”.

b) A razão instrumental: –O conceito de ‘racionalidade’ podre pela raiz, segundo Horkheimer: “ Se quiséssemos falar de doença da razão, essa doença deveria ser entendida não como mal que atacou a razão em dado momento histórico, e sim como algo inseparável da natureza da razão na civilização, assim como a conhecemos até aqui. A doença da razão está no fato de que ela nasceu da necessidade humana de dominar a natureza ”. Vontade Dominar a natureza Compreendes suas leis Para submetê-la Exigiu a instauração de uma Organização burocrática e impessoal, Que, em nome do triunfo da razão Sobre a natureza, chegou a Reduzir o homem a simples Instrumento.

Para dominar a natureza se criou: a) Uma organização burocrática e impessoal. b) Reduziu o homem a simples instrumento. c) Em nome do triunfo da razão sobre a natureza. – O homem “Iluminado” a) Temos hoje coisas que só existiam nos sonhos b) Mas, temos a sensação de medo, desilusão... c) Porque tais sensações: –1 – Por um lado: os conhecimentos técnicos ampliam o horizonte do pensamento e da ação humana. –2 – Por outro: os conhecimentos técnicos diminuem a autonomia do indivíduo, a força de sua imaginação e a sua independência de juízo.

Citemos Horkheimer: –“O progresso dos recursos técnicos, que poderia servir para ‘iluminar’ a mente do homem, se acompanha pelo processo de desumanização, de ta modo que o progresso ameaça destruir precisamente o objetivo que deveria realizar: a ideia do homem”. –A sua criatividade A civilização industrial substituiu os fins pelos meios e transformou a razão em instrumento para atingir fins, dos quais a razão não sabe mais nada.

O que cabe ao indivíduo: –“Só existe um modo de abrir caminho no mundo, o de renunciar a si mesmo. Só se alcança o sucesso através de limitações (...). O indivíduo, pois, deve a salvação ao mais antigo expediente biológico de sobrevivência, o mimetismo”. A filosofia: Da “razão objetiva”: a razão é um princípio imanente à realidade Da “razão subjetiva”: a razão unicamente como a capacidade de calcular As probabilidades e coordenar os meios adequados com dado fim Horkheimer critica este modo de filosofia justamente por não decidir sobre os fins: Citemos nosso filósofo: “nenhum fim é razoável em si e não teria sentido procurar Estabelecer, entre dois fins, qual pode ser mais razoável do que outro”. Horkheimer Explica de um outro modo, afirma ele: “o pensamento pode servir para qualquer Objetivo, bom ou mau. É instrumento de todas as ações da sociedade, mas não Deve procurar estabelecer as normas da vida social ou individual, que se supõem Serem estabelecidas por outras forças”.

A razão ANCILLA ADMINISTRATIONIS: –A razão perde o caráter de objetividade e fica só no âmbito da subjetividade. A razão então não nos dá verdades objetivas e universais. Nos dá simplesmente instrumentos para objetivos já estabelecidos pelo “Sistema”. Vejamos como Reale sintetiza esta ideia de Horkheimer: –A razão, diz ele, “não é ela que fundamenta e estabelece o que sejam o bem e o mal, como base para orientarmos nossa vida; quem decide sobre o bem e o mal é agora o sistema, ou seja, o poder”.

A razão renuncia sua autonomia e se torna instrumento: –“O sistema, a administração, ou seja, a civilização industrial, põe o homem em sua ‘prateleira’ e a ele circunscreve o ‘seu destino’; Transforma as idéias em ‘coisas’ desde que ‘a verdade não é mais fim suficiente em si mesmo’; degrada a natureza a simples matéria, que deve ser dominada sem outro fim senão, precisamente, o de dominá-la”.

c)A filosofia como denúncia da razão instrumental: A arte: –“Hoje sequer a arte consegue ‘captar’ ou ‘dar’ significado à realidade”. Filosofia de serviço: (escreve HORKHEIMER): –“Outrora, a arte, a literatura e a filosofia esforçavam-se por expressar o significado das coisas e da vida, dar voz ao que é mudo, dotar a natureza de um órgão graças ao qual ela pudesse dar a conhecer os seus sofrimentos ou, podemos dizer, de chamar a realidade por seu verdadeiro nome. Hoje, tirou-se da natureza toda a faculdade de falar. Outrora, acreditava-se que cada frase, palavra, grito ou gesto tivesse significado intrínseco; hoje, constituem apenas um incidente”.

Vejamos como HORKHEIMER vê a realidade: 1 A natureza é concebida como simples instrumento do homem: –A natureza está destituída de objetivos em si mesma; 2 O pensamento que não atende interesses de grupos constituídos é supérfluo e inútil; 3 A decadência do pensamento favorece a obediência aos poderes constituídos; 4 A cultura de massa “procura vender” aos homens o modo de vida que já levam; 5 Os homens subordinados à técnica; 6 A deificação da atividade industrial não conhece limites: –O ócio pelo ócio não é cabível; 7 O significado da produtividade é medido com critérios de utilidade em relação à estrutura de poder, não mais em relação às necessidade de todos. O papel da filosofia: - O maior serviço que a razão poderia prestar à humanidade seria o da denúncia do que é comumente chamado de razão.

d) HORKHEIMER e a NOSTALGIA do totalmente outro: Não se pode absolutizar nada: –“Todo ser finito – e a humanidade é finita – que se pavoneia como o valor último, supremo e único torna- se ídolo, que tem sede de sacrifícios de sangue”. –A solidariedade que vai além da solidariedade de determinada classe: “É a solidariedade entre todos os homens, a solidariedade que deriva do fato de que todos os homens devem sofrer, devem morrer e são finitos”.

O interesse originariamente humano: “O de criar um mundo no qual a vida de todos os homens seja mais bela, mais longa, mais livre da dor e, gostaria de acrescentar, mas não posso acreditar nisso, um mundo que seja mais favorável ao desenvolvimento do espírito”. A necessidade de uma teologia: –a) Não como ciência do divino ou de Deus –b) Deve expressar a consciência de que: O mundo é fenômeno O mundo não é a verdade absoluta Somente a realidade última pode ser absoluta –“A teologia (...) é a esperança de que, apesar desta injustiça que caracteriza o mundo, pode não ser que essa injustiça constituía a última palavra”.

A teologia como expressão de uma “NOSTALGIA”: –a) Segundo a qual o assassino pode não triunfar sobre a sua vítima inocente. –b) Nostalgia de perfeita e consumada justiça