Quebra-se a hegemonia da Igreja Católica A Reforma Quebra-se a hegemonia da Igreja Católica

Causa imediata da Reforma: Venda de indulgências espirituais: Para construção da basílica de São Pedro Para financiar as cruzadas Causas mais profundas: O secularismo político da hierarquia da Igreja, desfigurava sua integridade espiritual; Povo mergulhado em devoções e grande pobreza; Clero – nada de religioso – mas socialmente e economicamente privilegiado; O espírito nacionalista dos alemães contra as ambições universais do papado romano (agora não havia um poder superior, internacional e espiritual, a que todos os estados respondessem.

Causa ou fator mais profundo: “O espírito anti-helênico com que Lutero procurou purificar o cristianismo e devolvê-lo à base bíblica de seus primórdios”. Tudo isso associado: Ao espírito de individualismo auto-determinante; O crescente ímpeto para a independência intelectual e espiritual; A fé no poder redentor de Deus revelado através de Cristo na Bíblia, e somente esta fé, proporcionou a Lutero a experiência da salvação; Somente Cristo poderia salvar os homens e somente a fé em Cristo poderia justificar o homem perante Deus (somente a graça – a fé – a escritura).

Tudo que não estava no Novo Testamento era questionado: Sacramentos, rituais e arte; As complexas estruturas organizacionais; A hierarquia sacerdotal e sua autoridade espiritual; A infalibilidade do Papa; O celibato do clero; A teologia racional própria dos escolásticos; A crença no purgatório; A transubstanciação eucarística; O tesouro de méritos dos Santos; A veneração popular da virgem Maria; A própria Santa Madre Igreja (tradição).

Autoridade para os protestantes: Somente: A fé A graça A escritura A fé do indivíduo na graça redentora de cristo – justificativa somente pela fé O crente responsável direto perante Deus estaria livre para sentir a graça divina A única fonte de autoridade teológica era o significado literal da Sagrada Escritura Visão objetiva da escritura

Importância da reforma para a modernidade Afirmação da consciência individual contra a estrutura organizacional e as determinações sobre a crença e os rituais estabelecidos pela Igreja; A autoridade religiosa residia unicamente em cada indivíduo cristão: Vejamos o que expressa Lutero: “A menos que esteja convencido pela Escritura e pela simples razão, eu não aceito a autoridade de papas e concílios, pois uns contradizem os outros; minha consciência está presa à Palavra de Deus. Não posso e não me retratarei por nada, pois ir contra a consciência não é correto nem seguro. Deus me ajude. Amém”.

A reforma significou: A afirmação decisiva de individualismo rebelde; A afirmação de consciência pessoal; A afirmação de julgamento crítico privado contra a autoridade monolítica da Igreja institucional.

Derrubando a autoridade teológica internacional, a reforma possibilitou: O Pluralismo religioso; O caminho para o ceticismo religioso; Completo rompimento na visão homogênea do mundo cristão; O sacerdócio de todos os crentes e a autoridade da consciência individual na interpretação da escritura, derrubava toda ortodoxia; Os reformadores limitavam a mente humana ao conhecimento deste mundo. Deus é o totalmente outro – diferente da criatura – por isso este mundo deveria ser apreendido segundo seus próprios processos materiais dinâmicos e distintos, desprovidos da referência direta a Deus e sua realidade transcendente (visão cada vez mais naturalista do cosmo); O homem é o sujeito da natureza (objeto).

A Reforma e a questão da “Verdade” Para os católicos: Verdade – revelação = escritura = tradição = teologia = doutrina Protestantes: A verdade está objetivamente na Palavra de Deus revelada e somente a fidelidade a essa verdade inalterável pode trazer a certeza teológica; O método: Necessidade de descobrir a verdade objetiva sem distorção – sem os preconceitos da tradição – com isso, apoiava o desenvolvimento da mentalidade científica crítica. Observação: Com o tempo, a própria palavra estaria sujeita a esse novo espírito crítico e o secularismo triunfaria. A verdade passou a ser cada vez mais uma verdade sentida pelo ego.

Conseqüência da reforma a nível político e social Não havia mais um poder superior internacional, espiritual, a que todos os estados respondem: A reforma passara o poder da igreja para o Estado, como o passara do sacerdote para o leigo; Secularização da sociedade e da política: Estabelecimento de igrejas identificadas por estado; Divisão de igreja e estado; Tolerância religiosa; Predomínio de sociedade secular; Trabalho como aquele que traz o reino à Terra.