Introdução ao pensamento “filosófico”

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Transcrição da apresentação:

Introdução ao pensamento “filosófico”

O COTIDIANO SUAS EVIDÊNCIAS E CRENÇAS Que horas são? Que dia é hoje? Minha expectativa é a de que alguém, tendo um relógio ou um calendário, me dê a resposta exata. Em que acredito quando faço a pergunta e aceito a resposta? Que o tempo existe Que ele passa Pode ser medido em horas e dias O passado é diferente do presente O presente é diferente do futuro O passado pode ser lembrado ou esquecido O futuro pode ser desejado ou temido. Portanto, uma simples pergunta contém, silenciosamente, várias crenças não questionadas por nós.

O Tempo

Ele está sonhando quando julgo algo impossível ou improvável Crenças silenciosas: Que o sonho é diferente de estar acordado Que no sonho o impossível ou improvável se apresentam como possível e provável Que o sonho se relaciona com o irreal, enquanto a vigília se relaciona com o que existe realmente. Portanto, acredito que a realidade existe fora de mim, posso percebê-la e conhecê-la tal como é, sei diferenciar realidade de ilusão.

Ela ficou maluca Crenças silenciosas: Que sabemos diferenciar razão de loucura Maluca é a pessoa que inventa uma realidade só para ela Que a razão se refere a uma realidade que é a mesma para todos

Onde há fumaça, há fogo ou não saia na chuva para não se resfriar Crenças subjacentes: Que existem relações de ‘causa e efeito’ entre as coisas; Que onde houver uma coisa certamente houve uma causa para ela Portanto, acreditamos que a realidade é feita de causalidades, que as coisas, os fatos, as situações se encadeiam em relações causais que podemos conhecer e, até mesmo, controlar para o uso de nossa vida.

O sol é maior do que o vemos:

O Sol é maior do que o vemos Crenças subjacentes: Que nossa percepção alcança as coisas de modos diferentes Que vemos as coisas, ora como são em si, ora como nos aparecem Que o espaço existe, possui qualidades (perto, longe, alto, baixo) e quantidades (comprimento, largura, altura) Que nossa visão pode ver as coisas diferentes do que elas são Mas, nem por isso diremos que estamos sonhando ou que ficamos malucos.

O sonhador, o maluco, a ilusão e o mentiroso A afirmação: Consideramos a mentira diferente do sonho, da loucura e do erro porque o sonhador, o louco e o que erra se iludem involuntariamente, enquanto o mentiroso decide voluntariamente deformar a realidade e os fatos.

As diferenças: Tanto o erro e a mentira são falsidades, mas diferentes porque somente na mentira há a decisão de falsear Ao diferenciarmos erro de mentira manifestamos a crença de que somos seres dotados de vontade e que dela depende dizer a verdade ou a mentira.

Quando a mentira é aceitável: Quando alguém nos avisa que está mentindo, a mentira é aceitável (romances, novelas, filmes) Acreditamos que as pessoas que possuem vontade podem ser morais ou imorais. (a vontade é livre para o bem ou para o mal).

A objetividade e a subjetividade Objetividade o mundo fora Subjetividade o mundo dentro O mundo da ponte: A linguagem.

A vida cotidiana é toda feita de crenças silenciosas Nunca questionamos porque nos parecem naturais: O espaço e o tempo A realidade A qualidade e a quantidade A verdade A diferença entre realidade e sonho ou loucura A verdade e mentira Objetividade e subjetividade A existência da vontade, da liberdade, do bem e do mal, da moral

A atitude filosófica: A busca dos porquês! Em vez de: Que horas são ou que dia é hoje? O que é o tempo? Está sonhando ou ficou maluco? O que é o sonho? A loucura? A razão? Onde há fumaça, há fogo ou não saia na chuva para não se resfriar! O que á a causa? O que é o efeito? Sejas objetivo ou eles são muito subjetivos O que é a objetividade? O que é subjetividade? Esta casa é mais bonita que a outra ou em vez de dizer: mentiroso O que é mais? Menos? Belo? Verdade? Falso? Engano? Mentira?

A busca continua O que é o amor? O que é o desejo? O que são os sentimentos? O que é um valor? O que é um valor moral? O que é um valor artístico? O que é a moral? O que é a vontade? O que é a liberdade?

Uma primeira resposta: “O que é filosofia”: “A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidianas; jamais aceitá-los sem antes havê-las investigado e compreendido”.

A atitude crítica A negatividade: A positividade: Dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fatos e às ideias da experiência cotidiana, isto é, ao estabelecido. A positividade: A interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. Ou seja, é buscar: o que é? Por que é? Como é?

A filosofia começa ao afirmar que não sabe Sócrates: “sei que nada sei” Platão: A filosofia começa com a “admiração” Aristóteles: A filosofia começa com o “espanto”

Para que filosofia Pré-conceitos: A filosofia é uma ciência com a qual e sem a qual o mundo permanece tal e qual. Isto é, a filosofia não serve para nada. O filósofo é apresentado: distraído, com a cabeça no mundo da lua, pensando e dizendo coisas que ninguém entende e que são perfeitamente inúteis.

O que nossa cultura valoriza Valoriza aquilo que tiver alguma finalidade prática, muito visível e de utilidade imediata. Atitude filosófica: indagar: O que é: a coisa, o valor, a ideia Como é: a coisa, o valor, a ideia O por que é: a coisa, o valor, a ideia

A reflexão filosófica O significado do termo reflexão: Movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo. A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento volta-se para si mesmo, interrogando a si mesmo.

Perguntas sobre as quais a reflexão filosófica se volta Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos? O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que queremos fazer quando agimos? Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? Resumindo: O que é pensar, falar, agir?

Atitude filosófica X Reflexão filosófica Indaga: o que é? Como é? Por que é? Dirigindo-se ao mundo e aos seres humanos que nos rodeiam e como se relacionam; Perguntas sobre: a essência, a significação, a origem das coisas. A reflexão filosófica: Indaga: por quê? O quê? Para quê? Dirigindo-se ao pensamento, aos seres humanos no ato da reflexão; São perguntas sobre a capacidade e a finalidade humanas para conhecer e agir.

“A filosofia e a sistematização do pensamento.” “A filosofia trabalha com enunciados precisos e rigorosos, busca encadeamentos lógicos entre os enunciados, opera com conceitos ou idéias obtidos por procedimentos de demonstração e prova, exige a fundamentação racional do que é enunciado e pensado”. Exemplo: Todo homem é mortal. Sócrates é homem, Logo, é mortal. A prova da possibilidade (efeito de exemplo – Leibniz).

“Em busca de uma definição da filosofia” Duas grandes surpresas: Não há apenas uma definição da filosofia, mas várias. Além de várias definições, parecem contradizer-se. Aproximação de definições: Visão de mundo de um povo, de uma civilização ou de uma cultura. Filosofia corresponde ao conjunto de idéias, valores e práticas pelos quais uma sociedade apreende e compreende o mundo e a si mesma, definindo para si o tempo e o espaço, o sagrado e o profano, o bom e o mau, o justo e o injusto, o belo e o feio, o verdadeiro e o falso, o possível e o impossível, o contingente e o necessário. Esta definição não distingue a filosofia da religião, da arte, da ciência e confunde filosofia e cultura.

Sabedoria de vida. A filosofia seria uma contemplação do mundo e dos homens para nos conduzir a uma vida justa, sábia e feliz, ensinando-nos o domínio sobre nós mesmos, sobre nossos impulsos, desejos e paixões. Esta definição diz o que se espera da filosofia (sabedoria interior). Esforço racional para conceber o universo como uma totalidade ordenada de sentido. A filosofia procura discutir até o fim o sentido e o fundamento da realidade. Esta definição dá a filosofia a tarefa de oferecer uma explicação e uma compreensão totais sobre o universo, elaborando um sistema universal ou um sistema do mundo – essa tarefa é impossível.

Fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas: Objetivos da filosofia: A origem A forma e o conteúdo dos valores éticos, políticos, artísticos e culturais Com a compreensão das causas e das formas da ilusão e do preconceito no plano individual e coletivo Com as transformações históricas dos conceitos, das idéias e dos valores. A filosofia voltada para a consciência e suas modalidades: Percepção, imaginação, memória, linguagem, inteligência, experiência, reflexão Comportamento, vontade, desejo, paixões.

O interesse da filosofia: A filosofia se interessa por aquele instante em que a realidade natural (o mundo das coisas) e a história (o mundo dos homens) tornam-se: Estranhas Espantosas Incompreensíveis enigmáticas Quando o senso comum já não sabe o que pensar e dizer e as ciências e as artes ainda não sabem o que pensar e dizer.

A filosofia é análise: É reflexão: É crítica: (das condições da ciência, da religião, da arte, da moral). (isto é, volta da consciência para si mesma para conhecer-se enquanto capacidade para o conhecimento, o sentimento e a ação). (das ilusões e dos preconceitos individuais e coletivos, das teorias e práticas científicas, políticas e artísticas).

A filosofia não é: Ciência: Religião: Arte: É uma reflexão crítica sobre os procedimentos e conceitos científicos. Ciência: Religião: Arte: É uma reflexão crítica sobre as origens e formas das crenças religiosas; É uma interpretação crítica dos conteúdos, das formas, das significações das obras de arte e do trabalho artístico;

Sociologia-psicologia: É interpretação e avaliação crítica dos conceitos e métodos da sociologia e da psicologia; Política: É interpretação, compreensão e reflexão sobre a origem, a natureza e as formas do poder; História: É interpretação do sentido dos acontecimentos enquanto inseridos no tempo e compreensão do que seja o próprio tempo

A utilidade da filosofia Abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum; Não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e poderes estabelecidos; Buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história; Conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências, na política; Dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade.