Tratamento ambulatorial de pacientes com ferida cirúrgica complexa: coorte histórica * Enfº José Ferreira Pires Júnior Estomaterapeuta TiSobest Profª Drª Eline Lima Borges Profª Drª Aidê Ferreira Ferraz Enfª Estomaterapeuta TiSobest Vera Lúcia de Araújo Nogueira Lima *Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, 2013.
INTRODUÇÃO FERIDAS são classificadas, de acordo com o tempo de reparação tissular: AGUDAS < 6 SEMANAS PARA FECHAR CRÔNICAS > 6 SEMANAS PARA FECHAR - Korting HC, Schollmann C, White RJ. Management of Minor Acute Cutaneous Wounds: Importance of Wound Healing in a Moist Environment. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2011;25:
INTRODUÇÃO FO deiscência ou infecção ou hematoma ou seroma = FCC Incidência de FCC: 0,5 a 3,0%; FCC: tempo de internação, custo e risco de mortalidade; Após alta:- demanda atendimento especializado; - causa grande impacto na qualidade de vida. - Carvalho DV, Borges EL. Tratamento ambulatorial de pacientes com ferida cirúrgica abdominal e pélvica. REME rev. min. enferm. 2011;15(1): Fonseca Neto OCL, Vasconcelos R, Mirian, AL. Fatores de risco associados à deiscência aponeurótica no fechamento da parede abdominal. Journal of Surgical Research. 2008; 21(1):21-4.
OBJETIVOS Identificar a taxa de cicatrização de pacientes com ferida cirúrgica complexa, atendidos em um serviço ambulatorial de um hospital de grande porte de Belo Horizonte (MG). Caracterizar sociodemografica e clinicamente esses pacientes. Identificar os fatores associados à cicatrização de ferida cirúrgica complexa.
MÉTODO Tipo de estudo: coorte realizado de 2003 a 2013; Amostra: 138 pacientes (alta do serviço, idade acima de 18 anos, com FCC em regiões da mama e abdome); Tratamento dos dados: frequências simples e relativa pelas medidas descritivas de centralidade (média, mediana), de dispersão (mínimo, máximo e desvio padrão), análises univariada e multivariada.
RESULTADOS Taxa de cicatrização: 71,74%; Tempo médio de tratamento: 3 meses.
RESULTADOS VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS Sexo81,9% feminino Cor58,7% parda Idade (média)47,4 anos VARIÁVEIS CLÍNICAS Área0,04 a 403,7cm 2 Profundidade0,1 a 10,0 cm Tecido necrótico em mais da metade da extensão55,8% Cobertura mais utilizadaAlginato de cálcio (81,2%) Alteração no peso64,5% Albumina <3,5 g/dL40,0% Hemoglobina <12,0g/%44,4% Glicemia em jejum >126 mg/dL18,2%
RESULTADOS ANÁLISE UNIVARIADA Fatores estatisticamente associados a um menor tempo de cicatrização da FCC: extensão menor que 17,3 cm 2 (RR = 2,88; IC 95% = 2,01-4,47); consumo de etanol superior a 20 gramas/dia (RR = 2,75; IC 95% = 1,33-5,73) tempo de existência da ferida menor que 15 dias (RR = 1,45; IC 95% = 1,00- 2,07). Fatores associados a um maior tempo até a cicatrização: uso de carvão com prata (RR = 0,56; IC 95% = 0,40-0,88); uso da tela de Marlex (RR = 0,17; IC 95% = 0,07-0,53).
RESULTADOS ANÁLISE MULTIVARIADA Fatores estatisticamente associados a um menor tempo de cicatrização da FCC: consumo de mais de 20 gramas/dia de etanol (RR = 2,71 IC 95% = 1,28-5,73); extensão da ferida menor que 17,3 cm 2 (RR = 2,43; IC 95%: 1,65-3,69); tempo de existência da ferida pré-tratamento ambulatorial inferior a 15 dias (RR = 1,55; IC 95%: 1,05-2,25). Fatores associados a um maior tempo até a cicatrização: uso de cobertura hidrocolóide (RR = 0,63; IC 95%: 0,42-0,95); tela de Marlex (RR = 0,22; IC 95%: ).
CONCLUSÃO taxa de cicatrização de pacientes com ferida cirúrgica complexa; foi possível identificar os fatores associados à cicatrização da FCC, além das características sociodemográficas e clínicas dos pacientes atendidos em serviço ambulatorial brasileiro; o conhecimento produzido contribuirá para o fortalecimento da prática clínica dos enfermeiros quanto à importância da avaliação dos pacientes com FCC.
Obrigada!