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Interpretação do aforismo 6 do terceiro capítulo ( “A ‘razão’ na Filosofia) da obra Crepúsculo dos Ídolos Friedrich Nietzsche.

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1 Interpretação do aforismo 6 do terceiro capítulo ( “A ‘razão’ na Filosofia) da obra Crepúsculo dos Ídolos Friedrich Nietzsche

2 Questão que precede a interpretação: O que é um aforismo? Aforismo é um estilo de escrita curto, breve e conciso na forma. Cada aforismo é completo em si mesmo e pode ser lido de modo independente dos demais. “O aforismo, a sentença, em que pela primeira vez sou mestre entre os alemães, são formas de «eternidade»: a minha ambição é dizer em dez frases o que o outro qualquer diz num livro – o que outro qualquer «não» diz nem num livro inteiro...”. Nietzsche. Crepúsculo dos Ídolos.

3 A análise do aforismo 6 Trata-se de um resumo das ideias centrais que compõem a crítica nietzschiana a toda e qualquer metafísica, isto é, a todas as filosofias e doutrinas religiosas que defendam a existência de um além-mundo. “Serei alvo de gratidão se resumir uma visão tão nova e essencial em quatro teses: assim facilito a compreensão e também desafio a contestação:”

4 Primeira tese

5 Crítica a Platão e à doutrina cristã que, para este filósofo, nada mais é do que “platonismo vulgarizado”. Ou seja, nesta primeira tese, Nietzsche critica às contraposições entre mundo sensível e inteligível; aparente e verdadeiro. As razões que fizeram “este” mundo ser designado como aparente.... “Este” mundo = mundo sensível, mundo material “Razões”  são justamente as próprias características deste mundo como: mutabilidade, perecibilidade, contraditoriedade etc.

6 ... justificam isso sim, a sua realidade – uma outra espécie de realidade é absolutamente indemonstrável. Tais características justificam a realidade deste mundo, pois são as características da própria realidade tal como a conhecemos. Uma outra forma de realidade não se apresenta a nós sendo, portanto, indemonstrável.

7 Segunda tese

8 As características dadas ao “verdadeiro ser” das coisas são as características do não- ser, do nada As características do suposto “verdadeiro ser” – imutabilidade, eternidade, não- contradição – são as características do que não se apresenta e nunca se apresentou a nós enquanto realidade e, portanto, são características do que não existe, do nada.

9 – construiu-se o “mundo verdadeiro” a partir da contradição ao mundo real: um mundo aparente, de fato, na medida em que é apenas uma ilusão ótico-moral. O suposto mundo verdadeiro foi criado a partir de características que se opunham à realidade, ou seja, foi criado a partir daquilo que contradiz o mundo real. O “mundo verdadeiro” é que é, portanto, o mundo aparente, uma ilusão de ótica, uma moral ilusória.

10 Terceira tese

11 Não há sentido em fabular acerca de um “outro” mundo, a menos que um instinto de calúnia, apequenamento e suspeição da vida seja poderoso em nós; Por que criar um mundo a partir de características que se opõem à realidade? E ainda passar a valorá- lo como superior e mais real do que a própria realidade? Por que submeter a realidade a um mundo imaginário que lhe contradiz? De acordo com Nietzsche, isso ocorreu pelo fato de que um instinto degenerado, que nega a vida como ela é, que não suporta a vida por ela ser sentida meramente como fonte de sofrimento, tornou-se dominante em nós.

12 ... nesse caso, vingamo-nos da vida com a fantasmagoria de uma vida “outra”, “melhor”. A criação do outro mundo, do além-mundo é uma vingança dos homens degenerados contra a vida. A vingança daqueles que não dispõem em si de uma plenitude de vida, de um excedente de força para com aqueles que dispõe de tal excedente. Dispor de um excedente de vida não está relacionado à capacidade de atingir a plena felicidade, mas simà de ser expressão da sua própria potência. Por falta de amor à vida é que criamos, de acordo com Nietzsche, a compreensão de que a morte seria a verdadeira vida, a passagem para uma vida “outra” e “melhor”.

13 Quarta tese

14 Dividir o mundo em um “verdadeiro” e um “aparente”, seja à maneira do cristianismo, seja à maneira de Kant (um cristão insidioso, afinal de contas), é apenas uma sugestão de décadence – um sintoma da vida que declina... Tanto o cristianismo, quanto Kant com a sua moral racionalista (que nada mais é do que uma espécie de cristianismo disfarçado) são sintomas de uma vida que degenera, de um homem que não é mais capaz de suportar o sofrimento inevitável à vida sem condená-la. A moralidade cristã, iluminista ou racionalista se baseiam, para Nietzsche, num sistema de valores que nega o valor da vida ou em um conjunto de ideias cuja verdade está relacionada ao fato de contradizer o caráter da existência.

15 O fato de o artista estimar a aparência mais que a realidade não é objeção a essa tese. Pois “a aparência” significa, nesse caso, novamente a realidade, mas numa seleção, correção, reforço... O artista estima mais a aparência da realidade do que a realidade mesma, posto que ele recria a realidade de modo que ela apareça se não mais bela, ao menos mais interessante, impactante. Mas esse mundo aparente do artista, não é o mundo aparente ao qual os filósofos e religiosos chamaram de “mundo verdadeiro”. Posto que o mundo aparente do artista não é baseado numa negação do mundo material e concreto, mas sim em uma recriação.

16 O artista trágico não é pessimista – ele diz justamente Sim a tudo questionável e mesmo terrível, ele é dionisíaco... O Artista trágico é aquele que reconhece o caráter absurdo (uma vez que não há uma finalidade racional ou espiritual para existência humana) e sofredor da existência. Contudo, ao invés de se apegar a um conjunto de valores já criados que contenham em si uma rejeição à existência, ele é capaz de dizer Sim à vida, inclusive no que nela há de mais terrível (como a nossa condição mortal). O artista trágico afirma a si mesmo como um criador de valores para a sua própria existência.

17 Até que ponto eu também havia descoberto, justamente com isso, o conceito “trágico”, o discernimento final sobre o que é a psicologia da tragédia, eu já o trouxe à baila várias vezes, a última delas no Crepúsculo dos Ídolos: “O dizer sim à vida, até mesmo em seus problemas mais estranhos e mais duros, a vontade para a vida, que se alegra em sua própria inesgotabilidade até mesmo no sacrifício de seus mais altos tipos – foi isso que eu chamei de dionisíaco, foi isso que eu entendi como ponte para a psicologia do poeta trágico” [...] Nesse sentido eu tenho direito de reconhecer a mim mesmo como o primeiro filósofo trágico [...] antes de mim não existiu essa transferência do dionisíaco para o pathos filosófico: faltava a sabedoria trágica. Nietzsche. Ecce Homo.


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