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PublicouVergílio Cássio Madureira Flores Alterado mais de 6 anos atrás
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Considerações gerais acerca do pensamento platônico
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A vida de Platão se dá em um momento tumultuado politicamente, em face da derrota de Atenas diante de Esparta na guerra do Peloponeso.
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Platão, um homem de posse
Discípulo de Sócrates, Platão tinha uma origem diferenciada, pois nascera de uma família nobre. Enquanto Sócrates ensinava na rua, Platão criou a Academia. Nos diálogos, Sócrates aparece sempre sem dinheiro (despojamento).
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A sua condição social e econômica pode ter influenciado suas ideias sobre a justiça e o Estado (Pólis), sendo que a injusta condenação de Sócrates representou uma profunda marca em sua vida de discípulo.
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Mundo das ideias Doutrina metafísica: mundo das ideias (únicas coisas permanentes e verdadeiras). Formas puras e modelos universais de todas as coisas. Mundo do qual o nosso não passa de uma cópia imperfeita. Daí a importância que ele dá à matemática. No pórtico da Academia está escrito: não entre quem não souber geometria.
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A República Para Platão a sociedade e os sistemas políticos do seu tempo são todos imperfeitos. As ideias que vai projetar serão, em consequência, para alguns, sempre utópicas, não se referindo a qualquer realidade. Ele propõe um modelo aristocrático. Não uma aristocracia do dinheiro ou da família, mas da inteligência: o governo dos filósofos, os únicos capazes de ver o mundo verdadeiro, de terem uma visão dialética.
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A aristocracia da alma Platão tem uma visão comum do homem e das cidades, atribuindo-lhes atributos analógicos. Eis o esquema que serve tanto para os indivíduos como para as cidades:
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Cabeça (rascível) Governantes
Intelectuais Conhecimento (Sophia) Tronco (irascível) A emoção Guerreiros ou Cavaleiros Elemento impulsivo Membros inferiores(apetitiva) (Baixo ventre) Apetites concupiscentes Artesãos e produtores O desejo
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Justiça Na República (no diálogo sobre a Justiça) Sócrates (personagem) se mostra insatisfeito com as definições tradicionais, como p. ex. dar a cada um o que lhe é devido, pois não se pode fazer o mal aos inimigos. O mal não pode ser justo. O sofista Trasímaco afirma que o justo nada mais é do que a vontade do mais forte.
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Ética e Política Sócrates propõe estudar a justiça antes no Estado do que na alma do indivíduo. O problema da justiça se confunde com o da Política, na medida em que este está fundado na ética. (intrínseca relação entre ética e política no pensamento clásisico).
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Estado Platônico Nos livros seguintes da República Sócrates passa a dissertar sobre a gênese, natureza e estrutura do Estado, mas se trata do Estado ideal, diferente portanto dos Estados que existiram e dos historicamente possíveis. O Estado platônico somente pode ser concebido pelos filósofos, como uma busca da verdade e do bem absolutos
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Filodóxos ou Filósofos?
Os governantes ideais são os Filósofos e não philodóxos, que baseiam o conhecimento na doxa (opinião) cambiável e nos valores contingentes, sem condição de chegar ao conhecimento das Ideias e das formas imutáveis dos Seres ( A ciência do Bem).
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Estado Ideal O Estado platônico é ideal, embora alguns afirmem ser uma perspectiva realmente almejada por ele. O Estado ideal atende a uma imposição ética, é apresentado de forma diretiva. Logo, essa idealização não fica presa à constrição e rigidez formal do direito. No Estado platônico não haveria leis. Seriam desnecessárias. Nele haveria uma comunidade de bens e de mulheres. A educação das crianças seria restrita ao Estado. Platão abole, nessa idealização, a família e torna os nascimentos são cientificamente planejados.
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O Estado é um valor absoluto
O Estado é um valor absoluto. Não há forma de governo e nem governantes perfeitos. Tais não existem neste mundo, restando a como única possibilidade a criação de um Estado que outorgue leis aos governantes e que estes as obedeçam. Assim, o governo segundo a lei é o que distingue os governos melhores dos piores.
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A conduta ética e o pós-morte
A conduta ética e seu regramento possuem raízes no além morte de modo que o sucesso terreno dos perversos e o insucesso dos justos (Sócrates) não podem representar critérios de mensurabilidade do caráter de um homem.
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Estado e Justiça O Estado ideal platônico descrito sistematicamente na República é apenas meio de realização da justiça. De fato, porém, esse Estado não existe na Terra, e sim no Além(realidade transcendental, metafísica, ideal). Logo, a Constituição desse Estado é apenas instrumento da justiça, estabelecendo uma ordem jurídica.
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Bibliografia PLATÃO. A República. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. Curso de Filosofia do Direito. São Paulo: Atlas, 2002.
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