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Discussão de Caso Clínico Sífilis congênita

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Apresentação em tema: "Discussão de Caso Clínico Sífilis congênita"— Transcrição da apresentação:

1 Discussão de Caso Clínico Sífilis congênita
Residente: Vanessa Barros Vieira Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Universitário de Brasília Coordenação: Dra. Márcia Pimentel de Castro Brasília, 20 de outubro de 2016

2 Caso clínico Paciente: - RN de G.S.A DN: 04/09/16
# Dados do pré-natal: Mãe 18 anos, primigesta Consultas no pré-natal: 06, iniciadas no 1º trimestre TS mãe: A+ Realizou vacinação para hepatite B e reforço dTPa

3 Caso clínico # Dados da mãe- Sorologias: (2º Trimestre)
HIV: não reagente (NR) Sífilis: em cartão: não reagente, 2º trimestre *após nascimento, em exame laboratorial trazido pela mãe, sorologia reagente Hepatite B: anti-HBC NR Hepatite C: anti-HCV NR Toxoplasmose: IgM e IgG: negativo - Em admissão: Teste rápido HIV: NR Teste rápido para sífilis: Reagente

4 Caso clínico # Dados do parto:
Parto normal, 04:41 h do dia 04/09/16, no HUB IG: 33 sem + 6 dias (DUM) Apgar: 07 (1º min) e 08 (5º min) P: 1940g Comp: 41 cm PC: 33 cm Bolsa rota: no ato Líquido amniótico: claro

5 Caso clínico # Em sala de parto:
RN nasceu de parto normal, chorou forte ao nascer, mas deprimiu ao ser colocado em berço aquecido, realizado um ciclo de VPP, sem necessidade de maiores intervenções. RN evoluiu com desconforto respiratório (gemência), deixado em CPAP facial sendo levado a UTI para ser acompanhado e colocado em CPAP nasal.

6 Caso clínico # Em UTI: RN foi mantido em observação e colocado em CPAP nasal. Ao exame físico foi verificado descamação importante de mãos e pés , hepatoesplenomegalia, além de rinite serossanguinolenta. Ainda em admissão, foi realizado hemograma, solicitado VDRL sérico e punção lombar.

7 Caso clínico # Laboratório da admissão:
Líquor: límpido, células: 3; proteínas: 110 mg/dl; glicose: 51; VDRL líquor RN: reagente ½ VDRL sérico RN: reagente 1/256 Hemograma: Hb: 15,1 HT: 44,7 GL: 8520 (Eos: 1%, Bast: 3%, Seg 61%, Linf 27% e Mon 8%); plaq: 63 mil

8 Caso clínico

9 Caso clínico # Evolução em UTI:
Após realização de exames, foi prescrito antibioticoterapia. Foi iniciado ceftriaxona (mantido até D2) devido dificuldade em encontrar penicilina cristalina. No dia 06/09, iniciou troca de ceftriaxona por penicilina cristalina que foi feito até D10 conforme discussão com CCIH, devido VDRL positivo em líquor configurando o diagnóstico de neurossífilis.

10 Caso clínico # Evolução em UTI: - Durante a internação, além de hemograma e coleta de líquor, paciente realizou radiografia de ossos longos e fundoscopia.

11 Caso clínico # Exames realizados:
Fundo de olho (09/09/16): sem alterações RX de ossos longos (19/09): ossos de estrutura conservada e configuração anatômica. Espaços e superfícies articulares íntegras. Partes moles sem alterações. Não há sinais de fratura.

12 Caso clínico

13 Caso clínico

14 Caso clínico (08/09):Na 140, k: 4,36; Ca 9,4; Mg: 2,4; Cl: 107; Uréia: 22; Cr: 0,7; BT: 9,51; BI: 0,51; BD: 9,0; FA: 267; TGO: 221; TGP: 132; GGT: 267 (Normal: 40U/L); PROT TOT: 5,1; ALB: 2,8; (13/09): HT 37,8; Hb 13,5; GL (bast 1% 131; seg 44% ; linf 45% ; monoc 7% - 922; NT: 5926; NI: 131; NI/NT: 0,02; plaq 162 mil; BT: 7,03 (BI 0.8; BD 6,23); FAL: 661; TGO: 413; TGP: 234; GGT 237; PCR 1,36. Caracterizando quadro colestático!

15 Caso clínico # Evolução em UTI: - Ao longo da internação, RN apresentou melhora do padrão respiratório escalonando de oxigenioterapia até ar ambiente. Paciente não apresentou demais intercorrências, teve alguns episódios de hipertermia, mas que melhoraram ao desligar incubadora e uso de compressas.

16 Caso clínico # Evolução em UTI:
- Paciente evoluiu bem, recebeu alta em 19/09 após ter realizado esquema completo de antibioticoterapia para neurossífilis (com penicilina cristalina por dez dias), em bom estado geral, respirando em ar ambiente, com boa aceitação de leite materno complementando volume em copinho, sem sinais de infecção ao exame físico.

17 Caso clínico

18 Sífilis congênita - Introdução
Sífilis congênita é o resultado da disseminação hematogênica do Treponema pallidum para o seu concepto, por via transplacentária. Agente descoberto em 1905; Alta mortalidade até o século XIX (cerca de 80%) Com a descoberta da penicilina, chegou-se a prever a erradicação da sífilis.

19 Sífilis congênita - Introdução
Sífilis permanece como grande problema de saúde pública no Brasil. Das doenças transmitidas durante a gestação, possui as maiores taxas de transmissão. Desde 1986 é uma doença de notificação compulsória. Elementos fundamentais: ações de diagnóstico e prevenção precisam ser reforçadas.

20 Sífilis congênita - Epidemiologia
50 mil parturientes infectadas e 12 mil nascidos vivos com sífilis congênita no Brasil em 2005 Aumento da notificação dos casos 1,7% em 2003 1,9% em 2005 2007: Plano para Redução da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis no Brasil (MS)

21 Sífilis congênita - Transmissão
Transmissão vertical: Disseminação hematogênica em qualquer fase da gestação ou estágio clínico. Taxas de transmissão: fases 1º e 2º: 70 a 100% em mulheres não tratadas; 30% nas fases tardias (latente e terciária). Possibilidade de transmissão direta: se lesões no canal de parto Transmissão vertical X aleitamento: não é contra-indicado, apenas se lesão próxima ao mamilo. Já se constatou T.pallidum em fetos a partir da 9º semana.

22 Sífilis congênita - Transmissão
Transmissão vertical: Gestante não tratada: 40% de aborto espontâneo ou natimorto. >50% das crianças infectadas são assintomáticas ao nascimento. Sintomas no lactente surgem geralmente nos primeiros 03 meses. Por isso, a importância da triagem sorológica. Natimorto: > 22 semanas ou >= 500g.

23 Sífilis congênita – clínica e diagnóstico materno
Lesão genital da sífilis primária: cancro duro, indolor e geralmente passa despercebida (sífilis primária) Lesões cutaneomucosas e manifestações sistêmicas (sífilis secundária - após semanas ou meses) Lesões desaparecem e inicia-se o estágio latente (sífilis terciária)

24 Sífilis congênita – Apresentação clínica
Sífilis precoce (< 2 anos): Prematuridade RCIU/ PIG Hepatomegalia Lesões cutâneas: pênfigo palmar e plantar Condiloma plano (perianal) Rinite sero-sanguinolenta Pneumonia – insuficiência respiratória Laboratório: anemia, trombocitopenia, leucocitose ou leucopenia

25 Sífilis congênita

26 Sífilis congênita – Apresentação clínica
Sífilis tardia (> 2 anos): Tíbia em lâmina de sabre Articulações de clutton Fronte olímpica Nariz em sela Rágades periorais Dentes de hutchinson Ceratite intersticial Surdez neurológica Atentar a possibilidade de a criança ter sido exposta por transmissão sexual. Dentes de hutchinson: incisivos medianos superiores deformados.

27 Sífilis congênita

28 Caso clínico

29 Sífilis congênita - Diagnóstico
Pesquisa do T. pallidum: Difícil de ser visualizado em microscopia de campo escuro. Imunofluorescência direta para análise microscópica de tecidos: maior sensibilidade lesão cutaneomucosas, biópsias, placenta ou cordão umbilical Testes sorológicos: os mais importantes para a triagem e diagnóstico da sífilis. Impossibilidade de isolamento em cultura. A pesquisa do material coletado de lesão cutâneo-mucosa, de biópsia ou necropsia, assim como de placenta e cordão umbilical é um procedimento útil. Imediatamente após coleta: campo escuro. Diagnostico definitivo: pesquisa direta e histopatologico. Testes sorológicos: o significado de testes positivos, treponêmicos ou não, no soro dos recém-nascidos, é limitado em razão da transferência passiva de anticorpos IgG maternos que, no entanto, tendem progressivamente a declinar. Ideal após não treponemico em gestantes é confirmar com não treponemico.

30 Sífilis congênita – Diagnóstico
Sorologia não treponêmica (VDRL/ RPR): - Alta sensibilidade, possível titular. A partir de 1:1 é considerado reagente. Desvantagens: falso positivo (reações cruzadas) e falso negativo (efeito prozona) - Negativa com o tratamento. - Limitação nos lactentes: passagem transplacentária de anticorpos maternos. Os resultados falso positivos possíveis podem ser explicados pela ocorrência de reações cruzadas com outras infecções treponêmicas ou outras doenças tais como lupus, artrite reumatóide, hanseníase entre outras. E os resultados falso-negativos pelo excesso de anticorpos. Mesmo sem tratamento, o teste apresenta queda progressiva dos títulos; com a instituição do tratamento há queda tendendo à negativação, podendo, porém, se manter reagente por longos períodos, mesmo após a cura da infecção (“memória imunológica”). Títulos persistentemente positivos, mesmo após tratamento adequado, podem, significar infecção persistente ou re-exposição, especialmente se os títulos forem superiores a 1:4. Por outro lado, a negatividade sorológica do recém nascido não exclui a infecção, especialmente quando a infecção materna se dá no período próximo ao parto. Bom repetir teste aos 3 meses.

31 Sífilis congênita – Diagnóstico
Sorologia treponêmica: - TPHA (Treponema pallidum Hemaglutination) - FTA-Abs (Fluorescent Treponemal Antibody – Absorption) - ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). - Testes mais complexos: maior custo. - Anticorpos específicos contra o treponema. - Confirmação diagnóstica (após 18 meses) A pesquisa de anticorpos IgM no soro de recém-nascido pode resultar em aproximadamente 10% de resultados falso-positivos e de 20 a 40% de resultados falso-negativos.

32 Sífilis congênita – Diagnóstico
Sorologia treponêmica: Persistem positivos após o tratamento (memória imunológica)

33 Sífilis congênita – pré-natal
VDRL na 1ª consulta pré-natal (idealmente no 1º Trimestre da gravidez) e no início do 3º Trimestre (28ª semana) repetir na admissão para parto ou aborto ausência de teste confirmatório (treponêmico), considerar para o diagnóstico de sífilis as gestantes com VDRL reagente, em qualquer titulação, desde que não tratadas anteriormente de forma adequada.

34 Sífilis congênita – Diagnóstico neonatal
Exame do RN: - VDRL (não utilizar sangue de cordão umbilical); - Radiografia de ossos longos; - Punção lombar; - Hemograma completo; - Outros exames laboratoriais a depender do quadro clínico. A ocorrência de alterações no LCR é muito mais freqüente nas crianças sintomáticas com outras evidências de sífilis congênita, do que nas crianças assintomáticas. leucocitose (mais de 25 leucócitos/mm3) e a elevada concentração de proteínas (mais de 150 mg/dl) no LCR em um recém-nascido com suspeita de sífilis congênita devem ser consideradas como evidências adicionais. VDRL positivo no LCR deve ser diagnosticada como portadora de neurossífilis, independentemente de haver alterações na celularidade e/ou na concentração de proteínas. Acima de 28 dias de vida, as alterações no LCR incluem: VDRL positivo e/ou concentração de proteínas de 40 mg/dl ou mais e/ou contagem de leucócitos de 5 células/mm3 ou mais. A utilização das alterações radiológicas como critério diagnóstico da sífilis congênita em crianças assintomáticas apresenta uma sensibilidade ainda desconhecida. Mesmo assim, justifica-se a realização nos casos suspeitos de sífilis congênita já que entre 4% a 20% dos recém-nascidos assintomáticos infectados, as imagens radiológicas representam a única alteração.

35 Definição de caso

36 Sífilis congênita Medidas de controle:
Oferecer pré-natal adequado (início precoce) Realização de teste não-treponêmico Instituir tratamento e seguimento adequado (incluindo o parceiro) Documentar sorologias na caderneta da gestante Notificação compulsória!!!

37 Sífilis congênita - Tratamento
Orientar quanto a importancia da não doacao de sangue. Opções terapêuticas alternativas, com a exceção do estearato de eritromicina , são contra-indicados em gestantes e nutrizes. Na impossibilidade, deverão ser tratadas com eritromicina (estearato) 500 mg, por via oral, de 6 em 6 horas durante 15 dias, para a sífilis recente, ou durante 30 dias, para a sífilis tardia; entretanto, essa gestante não será considerada adequadamente tratada para fins de transmissão fetal. Não manter prática sexual durante o tratamento ou usar preservativo. Controle de cura mensal por meio do VDRL. A elevação de títulos de em quatro ou mais vezes acima do último VDRL realizado, justifica um novo tratamento. Gestante apresente-se na fase secundária da doença, a primeira dose do tratamento deverá ser realizada, idealmente, em ambiente hospitalar devido a possibilidade de desenvolvimento da Reação de Jarish- Herxheimer 4 e risco potencial de abortamento.

38 Sífilis - Tratamento Tratamento inadequado:
Terapia não penicilínica ou penicilínica incompleta. Tratamento inadequado para a fase clínica. Tratamento finalizado dentro de 30 dias antes do parto. Tratamento não documentado. Ausência de queda de títulos após tratamento adequado. Não tratamento do parceiro ou incompleto ou sem informação disponível.

39 Sífilis – Tratamento do RN
Mãe não ou inadequadamente tratada: Independente do VDRL do RN, realizar: hemograma, RX de ossos longos e punção lombar A1: Se alterações clínicas e/ou sorológicas e/ou radiológicas e/ou hemato: pen G cristalina ou procaína – 10 dias A2- Alteração liquórica: pen G cristalina – 10 dias O sangue do cordão umbilical não deve ser utilizado para fins de diagnóstico sorológico devido à presença de sangue materno e ocorrência de atividade hemolítica. Se não puder realizar punção lombar, considerar como neurossífilis. TTO: penicilina G cristalina na dose de UI/Kg/dose, por via endovenosa, a cada 12 horas (nos primeiros 7 dias de vida) e a cada 8 horas (após 7 dias de vida), durante 10 dias; ou penicilina G procaína UI/Kg, dose única diária, IM, durante 10 dias.

40 Sífilis – Tratamento do RN
Mãe não ou inadequadamente tratada: A3- Sem alterações alterações clínicas e/ou sorológicas e/ou radiológicas e/ou hemato e/ou liquóricas: pen G benzatina IM (DU) + acompanhamento OBRIGATÓRIO. Se não pode garantir acompanhamento, tratamento por dez dias (A1- pen G cristalina ou pen G procaína) Pen benzatina: UI/KG DU.

41 Sífilis – Tratamento do RN
Mães adequadamente tratadas: Realizar VDRL: Titulação > materna e/ou alterações clínicas: realizar hemograma, RX de ossos longos e análise de líquor: B1: Sem alterações liquóricas: A1- pen G cristalina ou procaína – 10 dias B2: Alterações liquóricas: pen G cristalina dias

42 Sífilis – Tratamento do RN
Mães adequadamente tratadas: Realizar VDRL: C1- VDRL não reagente e assintomático: acompanhar clinicamente. Se impossibilidade: pen G benzatina (DU). C2- Titulação < materna e assintomático: acompanhar clinicamente. Se impossibilidade: investigar e tratar como A1 ou A2 – conforme alteração do líquor. * biossegurança: precaução de contato por até 24 horas após iniciar tratamento

43 Sífilis – Tratamento pós-neonatal
Pós-neonatal: investigação clínica e sorológica sugestivos. Se confirmar: proceder o tratamento conforme preconizado, observando-se o intervalo das aplicações que, para a penicilina G cristalina, deve ser de 4 em 4 horas, e para a penicilina G procaína, de 12 em 12 horas.

44 Sífilis – seguimento do RN
Consultas ambulatoriais: mensais até o 6º mês de vida e bimensais do 6º ao 12º mês; VDRL: 1 mês, 3, 6, 12 e 18 meses. Interrupção: 2 exames consecutivos negativos. TPHA ou FTA-Abs: após 18 meses (confirmar caso). Manifestações clínicas: repetir sorologia mesmo que não esteja no momento previsto. Elevação do título sorológico ou da sua não negativação até os 18 meses de idade, reinvestigar o paciente e proceder ao tratamento;

45 Sífilis – seguimento do RN
Líquor alterado: realização liquórica a cada seis meses. Acompanhamento oftalmológico, neurológico e audiológico semestral por dois anos. Crianças tratadas de forma inadequada, na dose e/ou tempo do tratamento preconizado, deve-se convocar a criança para reavaliação clínico-laboratorial, e reiniciar o tratamento da criança, obedecendo aos esquemas anteriormente descritos.

46 Sífilis – seguimento do RN
# A literatura considera que os dados em relação à eficácia de tratamentos feito com os não-penicilínicos para sífilis congênita são insuficientes. Caso seja utilizada esta escolha terapêutica, o recém-nascido ou a criança com sífilis congênita deverá ser acompanhada em intervalos mais curtos (a cada 30 dias) e o profissional avaliar quanto à necessidade de retratamento devido à possibilidade de falha terapêutica.

47 Nota Informativa-Ausência global da Matéria - Prima da Penicilina

48 Nota Informativa-Ausência global da Matéria - Prima da Penicilina
Recomenda o uso exclusivo da penicilina G benzatina para gestantes com sífilis e da penicilina cristalina apenas para crianças com sífilis congênita. # Dos tratamentos alternativos: Neurossífilis: ceftriaxona: 2g IV ou IM uma vez ao dia, por 10 a 14 dias. Sífilis congênita, na indisponibilidade de penicilina cristalina, penicilina G benzatina e penicilina G procaína, constitui-se opção terapêutica: ceftriaxona: 25 a 50mg/kg por peso, uma vez ao dia, IV ou IM, por 10 a 14 dias.

49 Referências 1- Brasil: Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST/AIDS. Diretrizes para controle da sífilis congênita: manual de bolso. 2a ed. Brasília: Ministério da Saúde, Critérios Diagnósticos e Tratamento da Sífilis Congênita – Departamento de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. Guinsburg. R., Santos. São Paulo, 20 de dezembro de 2010.

50 Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto Consultem também
Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto Consultem também!Aqui e Agora!

51 Caso Clínico: Neurossífilis
Pedro Henrique Silva Almeida, Raulê de Almeida, Paulo R. Margotto             Clicar Aqui com o eslide aberto! A ocorrência de alterações no LCR é muito mais frequente nas crianças sintomáticas com outras evidencias de sífilis congênitas do que nas crianças assintomáticas apesar de infectadas. Caso não haja contraindicações, recomenda-se realizar punção lombar para a coleta de LCR para avaliar a celularidade, o perfil proteico e o VDRL, em todos os casos de sífilis em crianças, para exclusão do diagnóstico de neurossífilis. A presença de leucocitose (mais de 25 leucócitos/mm³) e a elevada concentração de proteínas( mais de 150mg/dl) no LCR em recém – nascidos com suspeita de sífilis congênita devem ser consideradas como evidencias adicionais para o diagnóstico. Criança com VRDL positivo no LCR deve ser diagnosticada com portadora de neurossífilis, independentemente de haver alterações na celularidade e/ou na concentração de proteínas do LCR. Todo criança com diagnóstico ou com suspeita de neurossífilis deve ser tratada para neurossífilis.

52 RN de parto normal, 37semanas1 dia, 2110g, PIR simétrico; hepatoesplenomegalia;nariz em sela
Cordão umbilical: 2 Artérias e 1 veia bastante calibrosa com uma placa esbranquiçada em sua parede. A genitora informa que fez o teste da mamãe, no final da gestação, e que o resultado para sífilis foi positivo assim como o exame do companheiro , motivo pelo qual foi encaminhada para Goiânia e posteriormente para este hospital. Relata ainda após o diagnosticados dos progenitores não ter recebido tratamento.

53 Fundo de Olho com lesão em “sal e pimenta”
Exames: LCR: Glicose: 28, Celularidade:105 , Proteína: 126,7 , Leucócitos: 0,0 Hemácias: 85/mm3 VDRL (Sangue RN ) , Material: Soro , Método: Floculação VDRL : Reagente ,Título: 1:256  Nota: Títulos inferiores a 1:2 devem ser repetidos a critério médico. Reação de VDRL (Liquor) ,Material: Líquor , Método: Floculação Reação de VDRL: Reagente , Título: 1:2  Nota: Títulos inferiores a 1:2 devem ser repetidos a critério médico. VDRL (Sangue mãe): Reação de VDRL: Reagente , Título: 1:128 Fundo de Olho: (dado da literatura) Fundo de Olho com lesão em “sal e pimenta”

54 Caso Clínico: Neurossífilis
Merenciana Duarte, Paulo R. Margotto       RN DE PARTO NORMAL, 33SEM+1DIA, 1670G;AIG; VDRL da mãe no final da gravidez: 1/32 (SEM TRATAMENTO). Recém-nascido teve VDRL de 1/128 e VDRL do Líquor céfalorraquidiano reagente. Placenta:Biópsia de placenta: P= 280g (SEM CORDÃO E MEMBRANAS), do 3° trimestre gestação, com sinais de infecção hematogênica e/ou ascendente (vilosite histiocítica; subcoriomnionite aguda; corioamnionite aguda; flebite umbilical necrosante).

55 Placenta do Caso Clínico: histologia
Cordão umbilical: periflebite nerosante umbilical PLACENTA: histologicamente há vilosites focais com proliferação endo e perivascular, com imaturidade das mesmas, que se tornam alargadas e com projeções bolhosas. Pode-se visualizar um processo inflamatório na matriz do cordão umbilical. Treponemas podem ser visualizados com coloração de prata, embora artefatos de tecido possam dificultar esta visualização. Infectious diseases of the fetus e newborn infant,1995 Ingall D, Sánchez PJ, Musher DM. Syphilis. In.Remington, J.S e Klein, J.O. Infectious deseases of the fetus e newborn infant, W.B. Saunders Company, Philadelphia, Fourth Edition, 1995, p Vilite: proliferação de células Hofbauer

56 RX ossos longos do Caso Clínico: reação periostial em MMSS e MMII
SISTEMA ESQUELÉTICO: seu envolvimento generalizado é característica desta doença. Osteocondrite, osteomielite e periostite estão presentes especialmente em ossos longos e costelas.Osteocondrite: acomete grosseiramente a zona de calcificação provisória.As trabéculas são irregulares, descontinuas, e variam de tamanho e forma. O excesso de fibrose acomete as junções cartilaginosas com tecido de granulação sifílica e grande quantidade de vasos sanguíneos ao redor do infiltrado inflamatório. Resultando em mudanças não específicas na formação do osso endocondral.Estas alterações são curáveis sem tratamento antibiótico específico. Ingall D, Sánchez PJ, Musher DM. Syphilis. In.Remington, J.S e Klein, J.O. Infectious deseases of the fetus e newborn infant, W.B. Saunders Company, Philadelphia, Fourth Edition, 1995, p

57 Pesquisa de Sífilis Congênita no momento do parto: soro materno ou sangue do cordão? (Pesquisa de sífilis congénita al momento del parto: ¿Suero materno o sangre de cordón?) Fernando Abarzúa C., Cristián Belmar J., Alonso Rioseco R., Jacqueline Parada B., Teresa Quiroga G. y Patricia García C. Apresentação: Talita Viana, Tereza I B Dias, Tatiane Sampaio,Paulo R. Margotto       Estudo prospectivo de amostras de soro materno e sangue de cordão de todos os binômios mãe-RN atendidos na maternidade do Hospital Clínico da Pontifícia Universidade Católica do Chile entre junho de 1999 e agosto de 2001. Vejam que 3 casos de 9 (33%) não seriam diagnosticados sem o teste não treponêmico materno (e portanto, NÃO TRATADOS!) Maiores taxas de falso negativo são observadas em amostra do sangue do cordão (5%) que em soro materno (0,5%).

58 ASSIM.... Conclusão: Mesmo quando a taxa de falso positivo no soro materno seja alta, tem melhor sensibilidade para o diagnóstico de Sífilis congênita do que o o sangue do cordão, sendo então sugerido realizar o screening com o soro materno ao invés do sangue do cordão

59 Noções Básicas de Infecções congênitas e Perinatais
Liu Campello Porto             Cinco aspectos desta infecção ainda presente no nosso meio, merecem destaque, como 1) o efeito pró-zona: Grande quantidade de anticorpos do paciente infectado não ocorre a reação de aglutinação do teste e o resultado parecerá negativo ( falso negativo). Deve-se fazer, de rotina, a reação de VDRL (veneral disease research laboratory) com soro puro (1:1) e soro diluído (1:10) e solicitar testes confirmatórios 2) VDRL do cordão não serve, pois não tem sensibilidade nem especificidade para diagnóstico de sífilis (maior número de casos falso negativos com o sangue do cordão; no estudo de Abarzúa et al, no Chile mostrou que 33% dos recém-nascidos deixariam de ser identificados se colhesse apenas o VDRL do cordão! 9veja nos links) 3) Interpretação do VDRL: Os resultados são representados em títulos, sendo positivo  1/1; quando persistentemente estáveis até 1/8 são considerados cicatriz sorológica; o tratamento é considerado eficaz caso haja queda de 4x dos títulos; anticorpos passivos negativam até aos 3 meses; a negativação dos títulos de pacientes infectados após tratamento ocorre entre 1 e 2 anos e meio 4) Mãe inadequadamente tratada: não uso de penicilina, dose inadequada à fase; nos últimos 30 dias antes do parto e parceiro não tratado 5) neurossífilis: criança com VRDL positivo no LCR deve ser diagnosticada com portadora de neurossífilis, independentemente de haver alterações na celularidade e/ou na concentração de proteínas do LCR ; na impossibilidade de fazer o LCR, tratar como neurossífilis; o tratamento inclui dosagem de penicilina G cristalina de UI/kg por 10 dias; Em caso de alteração liquórica, a punção lombar deverá ser repetida a cada 6 meses: caso o teste confirmatório seja positivo aos 18 meses de vida, confirma-se, retrospectivamente, o diagnóstico de sífilis congênita e o retratamento deve ser feito conforme esquemas já apresentados. Paulo R. Margotto

60 Dras. Elis, Vanessa, Márcia Pimentel de Castro e Fátima


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