A apresentação está carregando. Por favor, espere

A apresentação está carregando. Por favor, espere

Os efeitos a longo prazo da apnéia persistente na oxigenação cerebral de recém-nascidos pré-termo The Longitudinal Effects of Persistent Apnea on Cerebral.

Apresentações semelhantes


Apresentação em tema: "Os efeitos a longo prazo da apnéia persistente na oxigenação cerebral de recém-nascidos pré-termo The Longitudinal Effects of Persistent Apnea on Cerebral."— Transcrição da apresentação:

1 Os efeitos a longo prazo da apnéia persistente na oxigenação cerebral de recém-nascidos pré-termo
The Longitudinal Effects of Persistent Apnea on Cerebral Oxygenation in Infants Born Preterm. Horne RS, Fung AC, NcNeil S, Fyfe KL, Odoi A, Wong FY. J Pediatr Mar;182: doi: /j.jpeds Epub 2017 Jan 4. PMID:   Apresentação: Letícia Rodrigues de Moraes (R3 em Neonatologia do HMIB/SES/DF) Coordenação Evely Mirela França Brasília, 11 de novembro de 2017

2 Introdução Em todo o mundo, 8 -10% de todas as crianças nascem prematuras (<37 semanas de gestação). Com melhorias nas técnicas de cuidados neonatais, o número de bebês prematuros que sobrevivem em idades gestacionais mais jovens aumentou dramaticamente. No entanto, uma proporção substancial de bebês sobreviventes nascidos antes das 28 semanas de gestação crescerá com comprometimento significativo do desenvolvimento neurológico (1). Existe uma necessidade urgente de se compreender os mecanismos envolvidos para que estes desfechos possam ser melhorados.

3 Introdução O desenvolvimento do controle respiratório começa no início da gestação. Os movimentos respiratórios são um dos primeiros comportamentos motores, essenciais para o crescimento e desenvolvimento normal do pulmão no período antenatal (2). Mesmo em bebês nascidos a termo, o controle respiratório é imaturo e requer semanas a meses para ficar tão estável quanto em adultos. Em recém- nascidos prematuros, o controle do sistema respiratório é ainda menos maduro, e esta imaturidade é freqüentemente manifestada como apneia da prematuridade (3) um dos diagnósticos mais comuns na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (4).

4 Introdução A apneia da prematuridade é definida como a cessação da respiração por > 20 segundos ou pausas de menor duração se houver associado bradicardia (<100 bpm), cianose ou palidez evidente (4,5). A apneia da prematuridade está inversamente relacionada com a idade gestacional e ocorre em mais de 85% dos bebês nascidos <34 semanas de gestação e em quase todos os bebês nascidos <28 semanas (6). Como breves pausas na respiração são freqüentemente associadas a bradicardia ou hipoxemia, a maioria das apneias são menores que 20 segundos (4). Apneia da prematuridade é normalmente resolvida na idade equivalente de termo, quando a incidência relatada não excede a de crianças a termo (7).

5 Introdução Estudos demonstraram que a apneia excessiva ou persistente da prematuridade está associada a um pior desenvolvimento neurológico a longo prazo (8,9), o que sugere ser resultado de lesão cerebral hipóxica(10). Além disso, baixos níveis de oxigenação cerebral regional em recém-nascidos prematuros na Unidade Neonatal foram associados a um pior desenvolvimento neurológico aos 18 meses (11). Estudos que examinam os efeitos da apneia na oxigenação cerebral em recém-nascidos pré-termo antes de serem liberados para casa mostrou que, mesmo as apneias curtas estão associadas com quedas da oxigenação cerebral medida usando espectrofotometria de infravermelho (NIRS)(12-22).

6 Introdução Anteriormente, os autores publicaram os efeitos da respiração periódica na oxigenação cerebral (23). Até o momento, nenhum estudo avaliou a incidência e os efeitos cerebrais de eventos apneicos únicos persistentes após a idade equivalente do termo em bebês nascidos prematuros.

7 OBJETIVO DO ESTUDO O presente estudo pretendeu avaliar a incidência e o impacto da apneia persistente durante o sono na freqüência cardíaca (FC), saturação de oxigênio (SpO2) e no índice de oxigenação do tecido cerebral (TOI) nos primeiros 6 meses de idade corrigida.

8 Metodologia O Centro Médico Monash e o Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da universidade de Monash (Australia) deram aprovação ética para este projeto, e os pais forneceram o consentimento informado por escrito.

9 Metodologia Em um estudo maior de polissonografia, 35 recém-nascidos (RN) pré-termo saudáveis foram recrutados de Monash Newborn, Monash Medical Center e do “Special Care Nursery “ em Jessie Macpherson Private Hospital, Melbourne, Austrália (24). Para o estudo atual, como estavam investigando os efeitos longitudinais de apneias persistentes, apenas dados dos 24 bebês que completaram os 3 estudos às 2-4 semanas de idade corrigida (IC), 2-3 meses de IC e 5-6 meses de IC foram analisados. Dados sobre os efeitos da respiração periódica na oxigenação cerebral neste grupo de crianças foi anteriormente publicado (23)

10 Metodologia As crianças foram estudadas usando polissonografia diurna na Melbourne Children's Sleep Center, Monash Medical Center. Todos os eletrodos e dispositivos de aferição para polissonografia foram colocados durante a alimentação matinal das crianças, e elas foram então deixadas a dormir naturalmente num carrinho em uma sala escura a temperatura constante. Os bebês dormiam nas posições prona e supina com a posição inicial aleatória. O estado do sono foi avaliado como sono profundo ou não usando eletroencefalograma, padrão comportamental, frequência cardíaca (FC) e padrão respiratório (25).

11 Metodologia As gravações polissonográficas incluíram monitoramento contínuo de eletroencefalograma (C4 / A1; O2 / A1), eletrooculograma, eletromiograma submentoniano, eletrocardiograma, movimentos de respiração torácica e abdominal (Resp-ez Piezoelectric sensor; EPM Systems, Midlothian, Virginia), fluxo de ar do nariz e da boca (Breathsensor, Thermal Airflow Sensor; Mortora Instruments Austrália, Sydney, New South País de Gales, Austrália) e SpO2 arterial com uma média de tempo de 2 segundos (Oxímetro Radical Masimo, Masimo Corporation, Irvine, Califórnia).

12 Metodologia Além disso, mediram a oxigenação cerebral (Espectrofotômetro NIRO-200, Hamamatsu Photonics KK, Tóquio, Japão) com optodes posicionados a 4 cm de distância na região frontal como descrito anteriormente (26). NIRS depende da transparência relativa do tecido biológico à luz na região do espectro próximo ao infravermelho. NIRS permite aferição não invasiva da TOI.

13 Metodologia Apneias foram definidas como aqueles episódios que duraram ≥ 3 segundos (27). Apneias que ocorrem em episódios de respiração periódica, (definidos como 3 ou mais apneias seqüenciais durando ≥ 3 segundos interrompidas por respiração durando ≤ 20 segundos), foram excluídas. A freqüência de apneia foi determinada para cada criança como o número total de eventos registrados e também como um índice de apneia calculado como o número de apneias por hora ocorrido em cada estado e posição do sono.

14 Metodologia Os valores de FC, SpO2 e TOI foram extraídos beat-to-beat do LabChart e uma porcentagem máxima (nadir) de alteração da linha de base para cada evento foi calculada para eventos que eram artefatos de movimento livres para permitir diferenças individuais entre os bebês. Para permitir o intervalo de tempo para registro da SpO2 e TOI, os nadirs foram calculados durante o evento e até 15 segundos após o término do evento.

15 Análise Estatística Os dados foram primeiramente testados para normalidade (teste Shapiro-Wilk) e igual variância. Os efeitos do estado do sono e posição do sono sobre a freqüência de apneia, duração, índice de apneia, juntamente com os efeitos cardiovasculares (variação percentual do nadir em FC, SpO2) e oxigenação cerebral (TOI) foram testados em cada idade com ANOVA de 2 vias seguido de um pós-hoc teste de Student-NewmanKeuls se necessário. Os efeitos da idade pós-natal foram testados com Kruskal-Wallis 1-way ANOVA em Ranks com método de Dunn post hoc teste se necessário.

16 Análise Estatística A relação entre duração de eventos apneicos e idade gestacional e variação percentual de nadir em FC, SpO2 e TOI foram testados com análise de correlação de Pearson. Os resultados são expressos como média ± SD; e um valor de P de <0,05 foi considerado estatisticamente significante.

17 Resultados RN (13 masculinod / 11 femininos) nasceram entre 27,3 e 36,2 semanas de idade gestacional (média de 31,2 ± 0,5 semanas, média ± SEM) com pesos de nascimento entre 925 e 3060 g (média 1698 ± 112 g). Todos os bebês nasceram com peso de nascimento adequado para a idade gestacional.

18 Resultados As pontuações de Apgar variaram de 2 a 9 (mediana 6) no 1º minuto e 4 a 10 (mediana 9) no 5º minuto. 13 dos 24 RN receberam cafeína pela apneia da prematuridade durante sua internação, e nenhum deles estava com cafeína no momento dos estudos. Nenhum dos bebês foi diagnosticado com hemorragia intraventricular significante (graus III ou IV) e nenhum estava em oxigênio suplementar no momento dos estudos.

19 Resultados Os bebês foram estudados às 2-4 semanas de idade corrigida (IC) (média 43 ± 0.1 semanas de idade pós-concepcional), 2-3 meses (média 51 ± 0,2 semanas de idade pós-concepcional) e 5-6 meses (63 ± 0,3 semanas de idade pós- concepcional). Média total do tempo de sono com 2-4 semanas foi de 3,5 ± 0,1 hora; com 2-3 meses 2,9 ± 0,1 hora; e com 5-6 meses 2,3 ± 2,6 horas.

20 Resultados Todos os bebês apresentaram apneias em cada idade estudada.
Foram registradas um total de 253 apneias em 2-4 semanas, 203 em 2-3 meses, e 148 em 5-6 meses. Os lactentes tiveram 2 a 27 apneias com 2-4 semanas, 1-27 entre 2-4 meses e com 5-6 meses , com uma média de 3 por hora em todos os 3 tempos de estudo. A duração da apneia variou de 3,0 a 15,7 segundos com 2-4 semanas, de 3.1 a 7.3 segundos a 2-3 meses, e de 3,0 a 8,1 segundos em 5-6 meses.

21 Resultados Não houve efeito da idade gestacional ao nascimento no número total de apneia, índice de apneia ou duração da apneia em qualquer estudo. Os efeitos do estado de sono e posição do sono no número de apnéia, índice de apneia e duração da apnéia são apresentados na Tabela I.

22 Resultados

23 Resultados Com 2-4 semanas, apneias foram mais frequentes em sono tranquilo na posição supina comparado com o sono tranquilo na posição prona (p<0,05), e sono agitado em posição supina comparado com sono tranquilo em posição prona (p< 0,05).

24 Resultados Com 2-3 meses, não houve diferenças em relação à posição ou estado do sono. Com 5-6 meses, apneias foram mais frequentes em sono agitado em posição supina comparado com sono tranquilo em posição prona (p< 0,001).

25 Resultados Não houve diferença no índice de apneia entre os estados e posições do sono com 2-4 semanas. Em 2-3 meses, o índice de apnéia foi significativamente maior no sono agitado em posição prona comparado com sono tranquilo em posição prona e supina (p<0,01 para ambos).

26 Resultados Com 5-6 meses, o índice de apneia foi significativamente maior no sono agitado em ambas as posições (prona e supina) comparado com o sono tranquilo.

27 Resultados O número total de apnéias analisadas diminuiu no sono agitado prona, sono tranquilo supina e sono tranquilo prona com o avançar da idade pós – natal. Não houve diferença significativa no índice de apneia entre as idades no sono agitado prona, sono tranquilo supina, ou sono tranquilo prona. No entanto, no sono agitado supina, o índice de apneia foi significativamente maior com 5-6 meses comparado com 2-4 semanas (p<0,05).

28 Resultados Os efeitos do estado do sono e posição do sono nas variáveis cardiovasculares e oxigenação cerebral durante as apneias estão apresentadas na Tabela 1. Não houve efeito do estado ou posição do sono no nadir da FC ou SpO2 em nenhum estudo. Nadir IOT foi estatisticamente significativo menor no sono tranquilo prona (-7,0 ± 0,7%) em comparação com sono tranquilo supina (-4,5 ± 0,4%) com 2-4 semanas, no entanto, isso foi apenas aproximadamente 2,5% e não considerado clinicamente significativo. Os dados foram então combinados para o estado e a posição do sono.

29 Resultados Medidas de linha de base combinadas para FC, SpO2 e IOT em cada estudo são apresentados na Tabela 2. A Idade Corrigida também teve um efeito nas variáveis ​​cardiovasculares . Com 2-4 semanas, os nadirs em FC (-11,1 ± 1,2 bpm) e IOT (-4,4 ± 0,1,0%) foram significativamente inferiores com 2-3 meses (nadir FC: -13,5 ± 1,2 bpm; p<0,05 e nadir IOT: 7,5 ± 1,1%, p<0,05) e com 5-6 meses (nadir FC: 13,2 ± 1,3 bpm; p <0,01 e nadir IOT: 9,3 ± 1,2%, p<0,01). Não houve efeito da Idade Corrigida no nadir da SpO2 e nem no índice de apneia.

30 Resultados A duração da apneia foi correlacionada positivamente com nadirs em FC e SpO2 com 2-4 semanas (R2 = 0,071, P <0,001; R2 = 0,145, P <0,001); respectivamente. Em 2-3 meses, nadirs em FC, SpO2 e IOT foram todos correlacionados com a duração da apneia (R2 = 0,033, P <0,01; R2 = 0,053, P <0,001; R2 = 0,040, P <0,01, respectivamente), Com 5-6 meses, os nadirs de FC e SpO2 foram correlacionados positivamente com duração da apneia (R2 = 0,034, P <0,05; R2 = 0,067, P <0,01). (Figura)

31 Resultados

32 Discussão Este estudo observou os efeitos da apneia na oxigenação cerebral durante os primeiros seis meses de idade corrigida em lactentes que nasceram prematuros. Descobriu - se que, embora a frequencia geral de apneia diminuiu com a idade, as apneias ocorreram em todos os bebês com 2-4 semanas, 2-3 meses e 5-6 meses de IC, e a sua frequência aumentou no sono agitado na posição supina.

33 Discussão Não houve efeitos da idade gestacional ao nascimento na freqüência ou duração das apneias em qualquer idade estudada. Curiosamente, o estudo mostrou que os efeitos sobre a FC e a oxigenação cerebral foram mais marcados nas idades mais avançadas do que com 2-4 semanas. Em contraposição, a duração da apneia teve efeitos mais acentuados nessas variáveis nas idades mais jovens.

34 Discussão Este estudo mostrou que a apneia persiste nos lactentes que foram prematuros e está associada a quedas na oxigenação cerebral. Estudos anteriores que examinaram os efeitos da apneia da prematuridade em prematuros antes das 40 semanas de idade gestacional também identificaram quedas na oxigenação cerebral. Estudos anteriores com foco na hemodinâmica cerebral identificaram que o volume de sangue (14,28) e velocidade do fluxo sangüíneo cerebral (29)diminuem durante uma única apneia.

35 Discussão Esse estudo ainda foi além, identificando que a oxigenação cerebral é afetada pela apneia durante os primeiros 6 meses de idade corrigida. Sugere-se que uma redução de 10% no TOI pode comprometer a oxigenação cerebral em recém-nascidos prematuros na Unidade Neonatal (30).

36 Discussão Os valores de TOI tiveram redução de 10% ou mais no geral em 2-3 e 5-6 meses (Fig. C) e mais especificamente em posição prona (Tabela 1). As descobertas de que os efeitos sobre FC, SpO2 e oxigenação cerebral foram mais evidentes nas idades mais avançadas do que com 2-4 semanas foram surpreendentes. No entanto, encontramos relatos anteriores de quedas de oxigenação cerebral associadas à respiração periódica, relacionada à idade (23).

37 Discussão Sugere-se que a maior percentagem de queda de oxigenação cerebral pode ser em parte por causa da menor taxa de oxigenação cerebral basal aos 2-3 meses de idade, que foi relatado em estudos prévios tanto no termo (26) como nos recém-nascidos pré-termo (24).

38 Discussão Fisiologicamente sugere-se que essa queda na oxigenação cerebral relacionada à idade se deve à imaturidade do controle de fluxo sanguíneo cerebral juntamente com um aumento na demanda de O2 devido ao rápido crescimento cerebral nesse período. Associado à isso, aos 2-3 meses, ocorre uma anemia fisiológica, contribuindo ainda mais para essa queda da oxigenação cerebral (31).

39 Discussão Portanto, qualquer redução no SpO2 e no débito cardíaco (conforme indicado pelas quedas na FC), como ocorre durante a apneia, provavelmente terá um efeito mais significativo na oxigenação cerebral. Em uma análise retrospectiva de dados de um estudo de mais de 1000 prematuros que sobreviveram a uma idade pós-menstrual de 36 semanas, o risco de morte ou incapacidade aos 18 meses de IC, foi positivamente associado à porcentagem de tempo que os bebês experimentaram hipoxia intermitente (32).

40 Discussão Sabe-se que a oxigenação cerebral é menor nos pré-termos comparados com os RN termo aos 06 meses de IC. Apesar de nenhum estudo ter examinado os efeitos da apneia persistente sobre a oxigenação cerebral em lactentes a termo, esses estudos anteriores indicam que os bebês prematuros provavelmente mostrarão quedas mais significativas na oxigenação cerebral. Mais estudos sobre os efeitos da apneia persistente no lactante do termo saudável seriam úteis como comparação. Além disso, o acompanhamento do desenvolvimento neurológico na população pré-termo seria necessário para determinar se essas pequenas quedas em oxigenação cerebral estão associadas com déficits neurocognitivos.

41 Discussão Não foi encontrado nenhum efeito da posição do sono ou do estado do sono na duração da apneia ou nas alterações na FC, SpO2 ou oxigenação cerebral. Isso difere de um estudo anterior, que identificou maior duração da apneia e maiores diminuições no fluxo sanguíneo e saturação da hemoglobina cerebral durante apnéia em decúbito supino em comparação com a posição prona em bebês de semanas de idade pós-concepcional (28).

42 Discussão No entanto, esse estudo (28), não levou em conta o estado do sono, e estudos posteriores mostraram que quando o estado do sono é levado em conta, a posição do sono não tem uma relevância nas variáveis respiratórias (33).

43 Discussão O achado de não haver interferência da posição nas apneias é provavelmente devido à curta duração dos eventos apneicos analisados neste estudo.

44 Discussão Embora hajam poucos estudos no efeitos da apneia na idade equivalente ao termo, estudos em RN termo mostraram um índice de apneia central de 5,5 eventos/ hora com 1 mês e 4,1 eventos/ hora com 3 meses com máximo de 44,3 eventos/hora e 27,3 eventos/hora com 01 mês e 3 meses, respectivamente (34). Apneias mistas ou obstrutivas foram raras.

45 Discussão Albani et al (27) relataram que, em idade equivalente a termo, o índice de apneia foi significativamente maior nos pré-termo s(126/100 minutos; 76 / hora) em comparação com bebês a termo (49/100 minutos; 29 / hora). No entanto, aos 3 meses de idade corrigida, os RN pré-termo tiveram significativamente menos apneias (20/100 minutos, 12 / hora) em comparação com lactentes termo (51/100 minutos; 31 / hora), e aos 6 meses, não houve diferença

46 Discussão Semelhante ao nosso estudo, os eventos foram mais freqüentes no sono agitado em comparação com sono tranquilo em ambos os grupos. Não está claro por que os recém-nascidos prematuros neste estudo anterior (27) tiveram significativamente mais eventos do que o relatado presente estudo.

47 Discussão Semelhante ao presente estudo, todas as apneias ≥3 segundos foram registradas, no entanto, crianças prematuras foram nascidas em idades gestacionais posteriores (32,2-36,6 semanas de gestação era). Estudos aos 3 e 6 meses foram realizados à noite, e o estudo do termo não controlou a hora do dia e apenas 1 ciclo de sono agitado e sono tranquilo foram registrados em cada estudo. Além disso, em contraste com o presente estudo, que encontrou taxas semelhantes de média de 3 eventos / hora nas 3 idades pós-termo, o estudo por Albani et al (27), encontrou uma redução no índice de apneia às 52 semanas comparado com 40 e 60 semanas de idade pós-concepcional.

48 Discussão Reconhece-se que a principal limitação do presente estudo foi o pequeno tamanho da amostra e o amplo intervalo de idade gestacional dos 24 bebês. No entanto, essa análise mostrou que a idade gestacional não afeta a incidência ou duração da apneia, e o desenho do estudo permitiu análise de medidas repetidas para examinar os efeitos do estado de sono e posição de dormir na oxigenação cerebral, FC e SpO2.

49 Discussão Os critérios de exclusão daqueles lactantes diagnosticados com hemorragia intraventricular significativa (graus III ou IV) e aqueles que estavam em oxigênio suplementar no momento dos estudos limita as descobertas a um grupo relativamente saudável de recém-nascidos prematuros. Também reconhece-se que os estudos foram realizados durante o dia com bebês dormindo 2-3 horas em cada estudo.

50 Discussão No entanto, os autores não tem motivos para esperar que a duração da apneia, sua frequência ou os efeitos sobre FC, SpO2 ou TOI seria diferente se os estudos tivessem sido conduzidos durante a noite, uma vez que bebês dessas idades habitualmente dormem durante o dia e a noite com intervalos semelhantes de sono.

51 Discussão Apneia em RN pré-termo persiste durante os primeiros 6 meses de idade corrigida e está associada a quedas na FC, SpO2 e taxa de oxigenação cerebral. O significado clínico desses eventos é ainda desconhecido, mas tem potencial para afetar o neurodesenvolvimento. São necessárias mais pesquisas para elucidar os efeitos da apneia persistente no crescimento e desenvolvimento.

52

53 Resumo Objetivo: Avaliar a incidência e impacto da apneia persistente na freqüência cardíaca (FC), saturação de oxigênio (SpO2), e índice de oxigenação do tecido cerebral (TOI) ao longo de 6 meses de idade corrigida em recém-nascidos pré-termo.

54 Desenho do estudo: Vinte e quatro recém nascidos prematuros nascidos entre 27 e 36 semanas de idade gestacional foram estudados com polissonografia diurna de 2- 4 semanas, 2-3 meses e 5-6 meses de idade corrigida pós-termo. Apnéias durando ≥3 segundos foram incluídas e as alterações percentuais máximas (nadir) em FC, SpO2 e índice de oxigenação tecidual (TOI,NIRO-200 Hamamatsu) da linha de base foram analisados.

55 Resultados: Um total de 253 apneias foram registradas entre 2-4 semanas, 203 em 2-3 meses e 148 em 5-6 meses. Não houve efeito da idade gestacional ao nascimento, estado do sono ou posição do sono na duração da apneia, nadir FC, SpO2 ou TOI. Com 2-4 semanas, os nadires em FC(-11,1 ± 1,2 bpm) e TOI (-4,4 ± 1,0%) foram significantemente inferiores aos 2-3 meses: (HR: -13,5 ± 1,2 bpm, P <0,05; TOI: -7,5 ± 1,1%, P <0,05) e 5-6 meses (HR: -13,2 ± 1,3 bpm, P <0,01; TOI: -9,3 ± 1,2%, P <0,01).

56 Conclusões Em recém-nascidos prematuros, as apneias foram frequentes e associadas a diminuição da freqüência cardíaca e da oxigenação cerebral. Tal associação foi mais marcada em 2-3 meses e 5-6 meses do que em 2-4 semanas. Mesmo os eventos sendo curtos, eles podem contribuir para os desfechos neurocognitivos adversos que são comuns em RNs pré-termo.

57 Referências 1. Doyle LW, Roberts G, Anderson PJ, Victorian Infant Collaborative Study Group. Outcomes at age 2 years of infants < 28 weeks’ gestational age born in Victoria in J Pediatr 2010;156:49-53, e1. 2. Carroll JL, Agarwal A. Development of ventilatory control in infants. Paediatr Respir Rev 2010;11: 3. Di Fiore JM, Martin RJ, Gauda EB. Apnea of prematurity–perfect storm. Respir Physiol Neurobiol 2013;189: 4. Eichenwald EC, Committee on Fetus and Newborn, American Academy of Pediatrics. Apnea of prematurity. Pediatrics 2016;137. 5. National institutes of health consensus development conference on infantile apnea and home monitoring, Sept 29 to Oct 1, Pediatrics 1987;79:292-9. 6. Henderson-Smart D. The effect of gestational age on the incidence and duration of recurrent apnoea in newborn babies. Aust Paediatr J 1981;17:273-6.

58 Referências 7. Hunt CE, Corwin MJ, Baird T, Tinsley LR, Palmer P, Ramanathan R, et al. Cardiorespiratory events detected by home memory monitoring and oneyear neurodevelopmental outcome. J Pediatr 2004;145: 8. Janvier A, Khairy M, Kokkotis A, Cormier C, Messmer D, Barrington KJ. Apnea is associated with neurodevelopmental impairment in very low birth weight infants. J Perinatol 2004;24:763-8. 9. Pillekamp F, Hermann C, Keller T, von Gontard A, Kribs A, Roth B. Factors influencing apnea and bradycardia of prematurity - implications for neurodevelopment. Neonatology 2007;91: 10. Martin RJ, Wang K, Koroglu O, Di Fiore J, Kc P. Intermittent hypoxic episodes in preterm infants: do they matter? Neonatology 2011;100: 11. Alderliesten T, Lemmers PM, van Haastert IC, de Vries LS, Bonestroo HJ, Baerts W, et al. Hypotension in preterm neonates: low blood pressure alone does not affect neurodevelopmental outcome. J Pediatr 2014;164: 12. Jenni OG, Wolf M, Hengartner M, Siebenthal K, Keel M, Bucher HU. Impact of central, obstructive and mixed apnea on cerebral hemodynamics in preterm infants. Biol Neonate 1996;70:

59 Referências 13. Watkin SL, Spencer SA, Dimmock PW, Wickramasinghe YA, Rolfe P. A comparison of pulse oximetry and near infrared spectroscopy (NIRS) in the detection of hypoxaemia occurring with pauses in nasal airflow in neonates. J Clin Monit Comput 1999;15:441-7. 14. Urlesberger B, Kaspirek A, Pichler G, Muller W. Apnoea of prematurity and changes in cerebral oxygenation and cerebral blood volume. Neuropediatrics 1999;30:29-33. 15. Livera LN, Spencer SA, Thorniley MS, Wickramasinghe YA, Rolfe P. Effects of hypoxaemia and bradycardia on neonatal cerebral haemodynamics. Arch Dis Child 1991;66:

60 Referências 16. Payer C, Urlesberger B, Pauger M, Muller W. Apnea associated with hypoxia in preterm infants: impact on cerebral blood volume. Brain Dev 2003;25: 17. Pichler G, Urlesberger B, Muller W. Impact of bradycardia on cerebral oxygenation and cerebral blood volume during apnoea in preterm infants. Physiol Meas 2003;24: 18. Yamamoto A, Yokoyama N, Yonetani M, Uetani Y, Nakamura H, Nakao H. Evaluation of change of cerebral circulation by SpO2 in preterm infants with apneic episodes using near infrared spectroscopy. Pediatr Int 2003;45:661-4. 19. Petrova A, Mehta R. Near-infrared spectroscopy in the detection of regional tissue oxygenation during hypoxic events in preterm infants undergoing critical care. Pediatr Crit Care Med 2006;7: 20. Petrova A, Mehta R. Regional tissue oxygenation in association with duration of hypoxaemia and haemodynamic variability in preterm neonates. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 2010;95:F213-9. 21. Baerts W, Lemmers PM, van Bel F. Cerebral oxygenation and oxygen extraction in the preterm infant during desaturation: effects of increasing FiO2 to assist recovery. Neonatology 2011;99:65-72.

61 Referências 22. Schmid MB, Hopfner RJ, Lenhof S, Hummler HD, Fuchs H. Cerebral oxygenation during intermittent hypoxemia and bradycardia in preterm infants. Neonatology 2015;107: 23. Decima PF, Fyfe KL, Odoi A, Wong FY, Horne RS. The longitudinal effects of persistent periodic breathing on cerebral oxygenation in preterm infants. Sleep Med 2015;16: 24. Fyfe KL, Yiallourou SR, Wong FY, Odoi A, Walker AM, Horne RS. Cerebral oxygenation in preterm infants. Pediatrics 2014;134: 25. Anders TF, Emde R, Parmelee A. A manual of standardized terminology, techniques and criteria for scoring of states of sleep and wakefulness in newborn infants. Los Angeles (CA): UCLA Brain Information Services/BRI Publications Office; 1971.

62 Referências 26. Wong FY, Witcombe NB, Yiallourou SR, Yorkston S, Dymowski AR, Krishnan L, et al. Cerebral oxygenation is depressed during sleep in healthy term infants when they sleep prone. Pediatrics 2011;127:e 27. Albani M, Bentele KH, Budde C, Schulte FJ. Infant sleep apnea profile: preterm vs. term infants. Eur J Pediatr 1985;143:261-8. 28. Pichler G, Schmolzer G, Muller W, Urlesberger B. Body positiondependent changes in cerebral hemodynamics during apnea in preterm infants. Brain Dev 2001;23: 29. Perlman JM, Volpe JJ. Episodes of apnea and bradycardia in the preterm newborn: impact on cerebral circulation. Pediatrics 1985;76:333-8. 30. van Bel F, Lemmers P, Naulaers G. Monitoring neonatal regional cerebral oxygen saturation in clinical practice: value and pitfalls. Neonatology 2008;94: 31. Strauss RG. Anaemia of prematurity: pathophysiology and treatment. Blood Rev 2010;24:221-5.

63 Referências 32. Poets CF, Roberts RS, Schmidt B, Whyte RK, Asztalos EV, Bader D, et al. Association between intermittent hypoxemia or bradycardia and late death or disability in extremely preterm infants. JAMA 2015;314: 33. Elder DE, Whale J, Galletly D, Campbell AJ. Respiratory events in preterm infants prior to discharge: with and without clinically concerning apnoea. Sleep Breath 2011;15: 34. Brockmann PE, Poets A, Poets CF. Reference values for respiratory events in overnight polygraphy from infants aged 1 and 3months. Sleep Med 2013;14: 35. Berry RB, Budhiraja R, Gottlieb DJ, Gozal D, Iber C, Kapur VK, et al. Rules for scoring respiratory events in sleep: update of the 2007 AASM Manual for the Scoring of Sleep and Associated Events. J Clin Sleep Med 2012;8:

64 Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto. Consultem também
Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto. Consultem também! Aqui e Agora! Estudando Juntos!

65 Deficiente desenvolvimento neuromotor no recém-nascido de muito baixo peso com apnéia
Janvier A et al. Luís Alberto de Souza Cunha Machado, Pedro Carvalho Brandão, Paulo R. Margotto             2004 Dados do Royal Victoria Hospital, Montreal, Quebec, Canada, determinaram se a apnéia dos pré-termos é associada com comprometimento do neurodesenvolvimento aos 3 anos de idade após correções (para a gestação, sexo, restrição do crescimento intra-uterino, hemorragia intraventricular, leucomalácia periventricular, esteróides pré e pós-natal e educação materna). Foram determinados o número de dias de apnéia e bradicardia em 175 RN prematuros internados com menos de 1250g ou menos que 32 semanas de idade gestacional. Os autores relataram que o número de dias que a apnéia foi registrada durante a hospitalização foi associada com pior prognóstico (comprometimento do neurodesenvolvimento), sendo atribuído a este fato, a possibilidade de lesão cerebral pelas múltiplas crises de hipóxia e bradicardia. NO ENTANTO... A hiperoxia resultante do uso frequente de O2 no manejo da apnéia pode ocasionar a liberação de radicais livres que leva à injúria celular do córtex em desenvolvimento

66 Cafeína diminui a hipoxemia intermitente nos pré-termo próximo a idade gestacional equivalente a termo Dobson NR, Rhein LM, Darnall RA et al. Apresentação:Aline Magalhães, Mayara Carvalho, Nathália Mialichi, Paulo R. Margotto             2017 Ao suspendermos a cafeína após não ter mais indicação clínica, pode ocorrer em alguns recém-nascidos episódios intermitentes de hipoxia. Os autores especulam que a falta de redução desses episódios após 36 semanas de idade gestacional pós-concepção (IGPc), provavelmente foi causada por insuficiência de concentrações de cafeína devido ao aumento progressivo do metabolismo da cafeína após 36 semanas de IGPc. O presente estudo sugere o aumento da dose e tempo da cafeína devido a provavelmente insuficiência de concentrações de cafeína devido ao aumento progressivo do metabolismo da cafeína após 36 semanas de idade gestacional pós-concepção, indicando que estes episódio de hipoxia intermitentes sejam devidos a imaturidade do sistema respiratório. Efeitos adversos dos episódios intermitentes de hipoxemia, quanto ao desenvolvimento neurológico em um ano em bebês prematuros: respiração afeta negativamente o desempenho cognitivo Porém, se desconhece se esta terapia atenua lesões agudas ou resultados adversos posteriores.

67 OBRIGADO! OBRIGADA! Dra. Letícia
Staffs e Médicos Residentes na Unidade de Neonatologia do HMIB/SES/DF


Carregar ppt "Os efeitos a longo prazo da apnéia persistente na oxigenação cerebral de recém-nascidos pré-termo The Longitudinal Effects of Persistent Apnea on Cerebral."

Apresentações semelhantes


Anúncios Google