Literatura Quarto de Despejo Carolina Maria de Jesus Regina Brasil.

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1 Literatura Quarto de Despejo Carolina Maria de Jesus Regina Brasil

2 Jornalista Adáulio Dantas
Literatura Regina Brasil

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4 Literatura Regina Brasil

5 Literatura Regina Brasil

6 Nas folhas brancas que do lixo recolhia
Ela escrevia o drama de sua gente Sua própria história de tristeza E a pobreza de todo aquele ambiente Deus satisfaz o seu desejo Do teu “Quarto de despejo” Viu seu dia de ventura Hoje todo mundo fala nela Não mora mais na favela Mora na literatura (Samba de B. Lobo, gravado por Ruth Amaral). Literatura Regina Brasil

7 Quarto de Despejo, Maria Carolina de Jesus, Diário da Literatura Contemporânea ( ), publicado em (Traduzido em 14 idiomas para mais de 50 países) Características: escrita feminina, testemunhal, dos oprimidos e afro; relato autobiográfico de experiências vividas; questionamento/crítica social e política; questionamento sobre a violência, não só a doméstica; retrato e denúncia dos excluídos, das desigualdades sociais, de alcoolismo; linguagem simples, “rasurada”, Literatura Regina Brasil

8 “reciclada”, coloquial e afastamento da norma culta; preconceito linguístico, social, étnico e de gênero; busca pela história recente do país; avessamente a Aluísio de Azevedo, a favela não é O Cortiço determinista acuado sob as leis finisseculares de 1800; retrato da condição degradante a que milhares de crianças, homens e mulheres eram submetidos à época, do cotidiano, da dor, do sofrimento, da fome e das angústias dos favelados; lirismo. Literatura Regina Brasil

9 Personagens: Carolina, Vera Eunice (filha mais nova, 2 anos); João José, José Carlos (filhos); Dona Rosa, Maria dos Anjos, Nair Mathias, Dona Florela, Dona Anália, Dona Aparecida, Dona Cecília, Florenciana, Maria Puerta (espanhola) Sílvia (mulher que apanha do marido), Maria José – Zefa (alcoolista); Dona Mariana (casada com Lino); Dona Geralda (vizinhas); Arnaldo (dono de uma vendinha); Antônio Lira (peixeiro); Heitor (responsável pela luz); Ireno Venâncio da Silva (marceneiro); Manoel (comprador de sucata); Ismael (alcoolista); Antônio Andrade (vizinho). Literatura Regina Brasil

10 Intertextualidade: HST: década de 50 (Carlos Lacerda, Adhemar de Barros, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros); GEO: favelização e posterior ocupação da favela do Canindé para se criar a Marginal Tietê. Literatura Regina Brasil

11 Fragmentos: “Ontem eu ganhei metade de uma cabeça de porco no frigorífico. Comemos a carne e guardei os ossos. E hoje puis os ossos para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos estão sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles não são exigentes no paladar” ” …Eu não ia comer porque o pão era pouco. Será que é só eu que levo esta vida? O que posso esperar do futuro? um leito em Campos Literatura Regina Brasil

12 de Jordão?. Eu quando estou com fome quero matar o Jânio, quero enforcar o Adhemar e queimar o Juscelino. As dificuldades corta o afeto do povo pelos políticos”. 10 de maio de 1958 Literatura Regina Brasil

13 Exercícios: 1. Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, tem como traço recorrente: 01. denúncia contra o racismo 02. crítica ao descaso do governo com a favela 04. linguagem padrão 08. repetição da rotina da autora 16. retrato das mazelas sociais Literatura Regina Brasil

14 Gabarito: 27 Literatura Regina Brasil

15 2. Assinale a(s) alternativa(s) coerente(s), em relação à obra Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus: 01. A obra é um retrato literário que nos faz ouvir e amplificar a voz de quem nos oferece a lucidez de que há seres e problemas humanos demais, concretos demais, apesar das instituições que representam apenas o aglomerado da esfera pública. 02. É uma obra de uma escrita testemunhal sobre o cotidiano da autora e dos moradores da Literatura Regina Brasil

16 da Favela do Canindé, em meio a explosão urbana que o Rio de Janeiro passava na época, com os consequentes sofrimentos, indignações, revoltas e angústias que a população marginalizada era obrigada a superar diante de sua situação de miséria e desamparo. 04. A autora, mulher negra, favelada, catadora de lixo e escritora, escreveu seu diário em cadernos que encontrava nos lixos da cidade. A autora escreve em forma de diário as tarefas e os acontecimentos de seus dias, não poupando Literatura Regina Brasil

17 expressões para detalhar suas dores e os absurdos da vida que levava em condições de extrema marginalização. 08. A obra surgiu quando um jornalista, visitando a Favela do Canindé, conheceu a autora por acaso e se encantou com seu diário, promovendo e auxiliando na publicação do mesmo como um livro. 16. A obra foi um sucesso de vendas no Brasil e no exterior e, na época do lançamento, levantou uma curiosa polêmica acerca da veracidade de sua composição, suspeitava-se que um jornalista Literatura Regina Brasil

18 teria forjado a narrativa para alcançar o sucesso comercial, diante de relatos tão caprichosos e intensos houve a desconfiança infundada e preconceituosa de que não poderia realmente ser uma mulher negra, pobre e pouco letrada a real autora da obra. Literatura Regina Brasil

19 Gabarito: 29 Literatura Regina Brasil

20 3. Assinale a(s) alternativa(s) coerente(s), em relação à obra Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus: 01. Os relatos da obra são tristes e cruelmente reais. As frases curtas, impactantes, e a linguagem real e cheia de vida, transformam a leitura das memórias em algo vívido e perturbador. 02. O título Quarto de Despejo é uma alusão à metáfora que a autora utiliza em algumas oportunidades para expressar a posição da Literatura Regina Brasil

21 favela e de seus moradores em relação à cidade. 04
favela e de seus moradores em relação à cidade. 04. O motor do livro é a indignação. A situação de pobreza e marginalização não é nunca naturalizada, a autora manifesta seus desgostos, sua indignação, reclama de seu sofrimento e sonha com mudanças pessoais e também com mudanças na esfera política que façam a situação coletiva prosperar. 08. Em conversas com outros moradores às vezes o assunto é política, políticos, eleições, governo, Literatura Regina Brasil

22 economia, e também os acontecimentos cotidianos da própria comunidade, pessoas que chegam e que vão, brigas entre moradores, problemas conjugais, entre outros. 16. Um dos aspectos que mais marcam a dor viva da autora e o incômodo que a leitura causa é a fome que, além de Carolina, também é personagem principal do livro. As palavras pão, água, café, ao lado da própria fome, repetem-se em quase todos os dias do diário. A luta contra a fome – sua e de seus filhos – é constante e Literatura Regina Brasil

23 conduz toda a vida de Carolina no período do diário.
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24 Gabarito: 31 Literatura Regina Brasil

25 4. Assinale a(s) alternativa(s) coerente(s), em relação à obra Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus: 01. Além da condição de pobreza e fome, outros temas que incomodam Carolina são abordados diversas vezes e chamam a atenção pela atualidade e pelo seu conteúdo jurídico; o modo que a autora descreve e encara as situações permite notar uma visão do direito e de sua relação com a população de um ponto de Literatura Regina Brasil

26 vista mais humano e concreto, da forma como as questões aparecem em seu cotidiano. 02. Há, na obra, inúmeras descrições de violência doméstica entre moradores da favela, que é colocada como uma questão complexa e ligada a muitos outros fatores que condicionam a vida daquelas pessoas, além de assédios, abusos, estupros e do evidente caráter misógino de nossa sociedade. 04. A autora descreve comparecimentos ao Juizado de Menores para buscar pelo menos um de seus filhos, que estava nas ruas enquanto ela Literatura Regina Brasil

27 trabalhava, ou esclarecer problemas de condutas consideradas como crimes. Também relata suas idas ao Juízo para retirar o dinheiro da pensão paga pelo pai de seus filhos, enfrentando filas, atrasos de pagamento, e burocracias que complicavam ainda mais a sua situação econômica, tendo que sustentar três filhos sozinha. 08.O problema do alcoolismo na comunidade tem importante espaço no relato da autora. O álcool ligado muitas vezes às brigas conjugais, familiares e entre moradores, é normalmente Literatura Regina Brasil

28 normalmente combustível para violência física ou verbal na comunidade
normalmente combustível para violência física ou verbal na comunidade. 16. As ocorrências de delitos, dentro e fora da favela, chamam a atenção no relato da autora. Sobre isso, ela menciona a criminalização seletiva da população da favela por parte da polícia, em que pessoas com o estereótipo de “negro, pobre e favelado” normalmente são as selecionadas pela polícia. Literatura Regina Brasil

29 Gabarito: 31 Literatura Regina Brasil

30 5. Sobre o livro Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, Assinale a(s) alternativa(s) correta(s): 01. A autora – mulher, negra, mãe solteira – assinala a sua escrita com a consciência do que é estar no “quarto de despejo” da grande cidade de São Paulo. 02. O ato cotidiano de recolher resíduos da sociedade paulistana é uma evasão de uma mulher que se sente marginalizada. 04. O diário Quarto de despejo é constituído de fragmentos de vida reunidos em cadernos Literatura Regina Brasil

31 encontrados nas ruas. 08. Os relatos diários são marcados por um olhar de denúncias e pela descrição da rotina marginal de sua autora. Literatura Regina Brasil

32 Gabarito: 13 Literatura Regina Brasil

33 6. O título do livro pode sugerir algumas inferências
6. O título do livro pode sugerir algumas inferências. Assinale a(s) que pode(m) ser comprovada(s) pelo relato. 01. O ambiente onde Carolina escreve assemelha-se a um quarto de despejo. 02. Tal qual os objetos que Carolina recolhe nas ruas, ela e seus filhos são restos ignorados pelo poder público. 04. Os relatos da vida da autora são comparados aos pertences deixados em um quarto de despejo. 08. Há uma alusão ao local onde vivem as Literatura Regina Brasil

34 pessoas que trabalham com serviços domésticos em casas de luxo.
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35 Gabarito: 07 Literatura Regina Brasil

36 O texto a seguir é um trecho da obra autobiográfica “Quarto de Despejo – Diário de uma favelada”(1960), de Carolina Maria de Jesus, escritora negra que produziu nos anos 1950 e “(…) Chegaram novas pessoas para a favela. Estão esfarrapadas, andar curvado e os olhos fitos no solo como se pensasse na sua desdita por residir num lugar sem atração. Um lugar que não se pode plantar uma flor para aspirar o seu perfume, para ouvir o zumbido das abelhas ou o colibri acariciando-a com seu frágil biquinho. O Literatura Regina Brasil

37 único perfume que exala na favela é a lama podre, os excrementos e a pinga. (…) Nós somos pobres, viemos para as margens do rio. As margens do rio são os lugares do lixo e dos marginais. Gente da favela é considerado marginais. Não mais se vê os corvos voando as margens do rio, perto dos lixos. Os homens desempregados substituíram os corvos. (…) As oito e meia eu já estava na favela respirando o odor dos excrementos que mescla com o barro podre. Quando estou na cidade tenho a impressão que estou na sala de visita com seus Literatura Regina Brasil

38 lustres de cristais, seus tapetes de veludos, almofadas de cetim
lustres de cristais, seus tapetes de veludos, almofadas de cetim. E quando estou na favela tenho a impressão que sou um objeto fora de uso, digno de estar num quarto de despejo.” 7. Assinale a(s) alternativa(s) que contenha(m) uma interpretação possível do texto: 01. Descreve a chegada de novos moradores na favela do Canindé e a situação de precariedade social que os aguardava naquela vida, já conhecida pela escritora. Literatura Regina Brasil

39 02. As metáforas dos desempregados como corvos, dos pobres às margens e da cidade como sala de visitas dão o tom lírico ao texto e revelam uma estética também “marginal” criada pela escritora. 04. Segundo a autora, ausência de colibris é problema primordial para a marginalização do local onde vive. 08. A metáfora do quarto de despejo remete a um lugar que abriga os elementos indesejáveis que não se quer visíveis na sala de visitas, ou seja, na cidade. Literatura Regina Brasil

40 Gabarito: 11 Literatura Regina Brasil

41 8. Na obra Quarto de despejo: diário de uma favelada, Carolina Maria de Jesus retrata, em uma dimensão sociológica e literária, suas impressões sobre o cotidiano dos moradores de uma favela. Para responder à questão, leia a seguir dois excertos, transcritos integralmente, da referida obra. Texto I 20 DE MAIO (...) Quando cheguei do palácio que é a cidade os Literatura Regina Brasil

42 meus filhos vieram dizer-me que havia encontrado macarrão no lixo
meus filhos vieram dizer-me que havia encontrado macarrão no lixo. E a comida era pouca, eu fiz um pouco do macarrão com feijão. E o meu filho João José disse-me: – Pois é. A senhora disse-me que não ia mais comer as coisas do lixo. Foi a primeira vez que vi a minha palavra falhar. (...) Texto II 30 DE MAIO Literatura Regina Brasil

43 (. ) Chegaram novas pessoas para a favela
(...) Chegaram novas pessoas para a favela. Estão esfarrapadas, andar curvado e os olhos fitos no solo como se pensasse na sua desdita por residir num lugar sem atração. Um lugar que não se pode plantar uma flor para aspirar o seu perfume, para ouvir o zumbido das abelhas ou o colibri acariciando-a com seu frágil biquinho. O único perfume que exala na favela é a lama podre, os excrementos e a pinga. (...) Literatura Regina Brasil

44 A noção de contexto e de repertório social sugerida pela narradora-personagem revela o/a: a. resistência de moradores ao novo ambiente. b. visão de contraste entre o lugar ideal e o real. c. impacto dos novos moradores a ambiente infértil. d. embate entre pessoas que residem em ambientes distintos. e. ambição de pessoas que residem em lugares insalubres. Literatura Regina Brasil

45 Gabarito: B Literatura Regina Brasil

46 Obrigada


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