CONSCIÊNCIA NEGRA ASPECTOS COMPARATIVOS DO TRÁFICO DE AFRICANOS PARA O BRASIL Marina Batista Bigogno Fernandes.

Apresentações semelhantes


Apresentação em tema: "CONSCIÊNCIA NEGRA ASPECTOS COMPARATIVOS DO TRÁFICO DE AFRICANOS PARA O BRASIL Marina Batista Bigogno Fernandes."— Transcrição da apresentação:

1 CONSCIÊNCIA NEGRA ASPECTOS COMPARATIVOS DO TRÁFICO DE AFRICANOS PARA O BRASIL Marina Batista Bigogno Fernandes Equipe PIP/CBC

2 Conjunturas, volume, rotas
A descoberta do ouro pelos paulistas, ocorrida em algum momento entre 1693 e 1695, desencadeou um aumento nunca antes visto da demanda por escravos no Brasil, propiciando o imediato incremento dos desembarques de africanos através do porto de Salvador. Da Bahia eles eram redistribuídos para Minas Gerais, costeando os rios São Francisco e das Velhas, percorrendo ao final algo em torno de km. Até a segunda década do século XVIII os traficantes baianos eram os principais fornecedores de trabalhadores escravizados para as minas.

3 Gráfico 2 : Destino dos escravos importados no Brasil, 1501-1867
Gráfico 1:Região de origem dos escravos desembarcados na Bahia, Gráfico 2 : Destino dos escravos importados no Brasil,

4 Tabela 1:Estimativas de escravos desembarcados na Bahia, 1582-1851

5 “Perdas em trânsito” O risco era uma das características intrínsecas aos negócios negreiros. Desde as trocas efetuadas na esfera africana até as realizadas no Brasil, eram grandes as probabilidades de fuga, roubo e sobretudo de morte dos escravos recém-adquiridos. Naus negreiras eram constantemente atacadas por corsários e piratas mouros, franceses, ingleses, espanhóis, norteamericanos e holandeses, que lhes roubavam milhares de caixas de açúcar, toneladas de couros, tabaco, algodão e âmbar, além de milhares de escravos, logo levados para diversos portos das Américas, da África e mesmo do Mediterrâneo. Negreiros baianos eram constantemente atacados enquanto esperavam o preenchimento de sua arqueação. Pode-se também imputar as mortes no mar à escassez de mantimentos e água, aos maus-tratos, à miséria física e espiritual que não raro assolava soldados vencidos, e aos surtos de morbidades que grassavam nos portos africanos de embarque, cujos efeitos podiam estender-se às naus em trânsito, comprometendo até mesmo o acesso dos traficantes aos portos abastecedores. Tal aspecto pode ter estado na origem do aumento das taxas de mortalidade dos negreiros baianos que se abasteciam em Angola na primeira década do século XIX. Óbvio, embora se saiba que a dureza das condições a bordo fazia com que também os tripulantes dos negreiros perecessem, nada se apresentava tão propício ao desenvolvimento de enfermidades como um receptor já extremamente debilitado. Eis o motivo pelo qual a travessia ceifava sobretudo os escravos, vitimados, de acordo a fontes pernambucanas da década de 1820, especialmente por disenteria, presente em escravos provenientes de todos os portos da África banta, embora os que vinham de Luanda registrassem também doenças como varíola, escorbuto, sarampo, oftalmia e maculo (diarréia com prolapso da mucosa do ânus e relaxamento do esfíncter anal).

6 África Central Atlântica
Tabela 2:Taxas (%) de mortalidade nos navios negreiros provenientes da África que atracaram na Bahia entre 1790 e 1819 Região 1790-9 1800-9 1810-9 A B África Ocidental 8,2 (113) 6,0 (132) 7,0 (100) África Central Atlântica 7,8 (67) 8,9 (28) 5,6 (33) África Oriental 28,1 3.827 (8) Obs: Os números entre parênteses indicam o total de navios com mortalidade indicada nas fontes. Não há informações para Salvador nos anos de 1800 e 1801. A. Taxa de mortalidade (por 100). B. Total de escravos exportados em viagens com informações sobre mortalidade.

7 Outro aspecto registrado é a confirmação, ao menos parcial, da tendência ao aumento da mortandade de acordo com o crescimento da distância entre o porto brasileiro e a região africana de embarque

8 Conclusão Os dados demonstram um forte paralelismo em alguns dos padrões encontrados para os negócios negreiros do Rio de Janeiro, Salvador e Recife, marcados simultaneamente por altos graus de concentração e de atuação especulativa. Em última instância, tais características resultavam da natureza restrita do mercado brasileiro. Estabeleceram-se ainda estimativas regionais inéditas acerca da mortalidade escrava durante a travessia oceânica, o que permitiu esclarecer novos aspectos da variável que mais influenciava o grau de lucratividade dos negócios. Por certo, confirmou-se a tendência à variação das mortandades a bordo de acordo com a duração da travessia oceânica. Bibliografia Afro-Ásia, 31 (2004), Site:

9 Atividades De acordo com o Gráfico 1, de qual região mais se originavam escravos desembarcados na Bahia nos anos de ? Com os dados relatados no Gráfico 2, construa um gráfico de barras posicionando os quatro estados brasileiros de destinação dos escravos importados no Brasil no eixo das abscissas (x), e a porcentagem de escravos importados no Brasil no eixo das ordenadas (y). A tabela 1 representa as estimativas de escravos desembarcados na Bahia nos anos de Com base nos dados apresentados na tabela resolva as questões abaixo: a) Em quais intervalos anuais estima-se o maior e o menor número de escravos desembarcados na Bahia e quais são esses números? b) Qual a diferença entre as estimativas feitas no exercício anterior? Diante dos vários motivos que levaram parte da frota de escravos à mortalidade nos navios negreiros, observe a tabela 2 e responda em qual região Africana aconteceram a maior e a menor taxa de mortalidade e em qual período? Qual foi esse número? Qual o total de escravos exportados? E qual o total de navios provenientes dessa região? Na tabela 3 identificamos a duração média (em dias) da travessia dos negros da África para os portos brasileiros. Com base nos dados, identifique a rota, a duração (em dias) e o ano em que ocorreu a mais demorada travessia.


Carregar ppt "CONSCIÊNCIA NEGRA ASPECTOS COMPARATIVOS DO TRÁFICO DE AFRICANOS PARA O BRASIL Marina Batista Bigogno Fernandes."
Anúncios Google