OS CARACTERES DA REVELAÇÃO ESPÍRITA

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1 OS CARACTERES DA REVELAÇÃO ESPÍRITA
A GÊNESE - MÓDULO IV – AULA 01 133 SLIDES

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3 OBJETIVOS Definir o papel respectivo dos Espíritos e dos homens na obra da Doutrina Espírita, esclarecendo que na sua elaboração, a iniciativa pertence aos Espíritos, e não está formada pela opinião pessoal de nenhum deles, sendo a sua resultante de seus ensinamentos coletivos.

4 INTRODUÇÃO A parte mais importante da revelação do Cristo, no sentido em que ela é a fonte primeira, a pedra angular de toda a sua doutrina, é o ponto de vista inteiramente novo, sob o qual faz encarar a divindade. Não é mais o Deus terrível, ciumento e vingativo de Moisés, o Deus cruel e impiedoso que rega a terra com o sangue humano, que ordena o massacre e o extermínio dos povos, sem excetuar as mulheres, as crianças e os velhos, que castiga os que poupam as vítimas;

5 Não é mais o Deus injusto que pune todo um povo pela falta de seu chefe, que se vinga do culpado na pessoa inocente, que fere os filhos pela falta de seus pais, mas um Deus clemente soberanamente bom e justo, cheio de mansuetude e de misericórdia, que perdoa o pecador arrependido e dá a cada um segundo às suas obras; Não é mais o Deus de um só povo privilegiado, o Deus dos exércitos, presidindo aos combates para sustentar a sua própria causa contra o Deus dos outros povos; 

6 Mas um pai comum do gênero humano, que estende a sua proteção a todos os seus filhos e os chama todos a si; Não é mais o Deus que recompensa e castiga só pelos bens terrenos, que faz consistir a glória e a felicidade na escravização dos povos mais rivais e na multiplicidade da progenitura, mas que diz aos homens: “Vossa verdadeira pátria não é neste mundo, é no reino celeste; é lá que os humildes de coração serão elevados e os orgulhosos rebaixados.

7 ”Não é mais o Deus que faz da vingança uma virtude, ordena o olho por olho, dente por dente, mas o Deus de misericórdia, que diz: “Perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; fazei o bem pelo mal; não façais a outrem o que não quereis que vos façam. Não é mais o Deus mesquinho e meticuloso, que impõe, sob as mais rigorosas penas, a maneira pela qual quer ser adorado, que se ofende com a inobservância de uma fórmula, mas o Deus grande, que olha o pensamento e não se honra com a forma;

8 Enfim não é mais o Deus que quer ser temido, mas o Deus que quer ser amado. Toda a doutrina do Cristo está fundada no caráter que ele atribui à Divindade. Com um Deus imparcial, soberanamente justo, bom e misericordioso, ele pode fazer do amor de Deus e da caridade para com o próximo a condição expressa da salvação, e dizer: Aí estão toda a lei e os profetas; e não há outra. Apenas sobre esta crença pode ele assentar o princípio da igualdade dos homens perante Deus, e da fraternidade universal.

9 Contudo o Cristo acrescenta:
“Muitas das coisas que vos digo não podeis compreender agora; e teria muitas outras a vos dizer que não compreenderíeis. É por isso que vos falo por parábolas. Mas mais tarde eu vos enviarei o Consolador, o Espírito de Verdade, que restabelecerá todas as coisas e vo-las explicará todas. Se o Cristo não disse tudo o que poderia ter dito, é que julgou dever deixar certas verdades na sombra, até que os homens estivessem em estado de as compreender.

10 Por sua confissão, seu ensino, então, era incompleto, desde que anuncia a vinda daquele que o deve completar. Assim, ele previa que se enganassem quanto às suas palavras, que desviassem o seu ensino, numa palavra, que desfizessem o que ele havia feito, desde que todas as coisas devem ser restabelecidas. Ora, só se restabelece o que foi desfeito. Porque chama ele o novo Messias Consolador? Este nome significativo e sem ambiguidade é toda uma revelação. Então previa que os homens necessitariam de consolações, o que implica a insuficiência das que encontrasse na crença que iam adquirir. 

11 Talvez jamais o Cristo tenha sido mais claro e mais explícito do que nestas últimas palavras, às quais poucas pessoas prestaram atenção, talvez porque tivessem evitado trazê-las à luz e aprofundar o seu sentido profético. Se o Cristo não pôde desenvolver o seu reino de maneira completa, é que faltavam aos homens conhecimentos que só com o tempo poderiam adquirir, e sem os quais não podiam compreendê-lo. Há coisas que teriam parecido insensatas, no estado dos conhecimentos de então.

12 Completar, pois, o seu ensino deve entender-se no sentido de explicar e de desenvolver, muito mais do que no de acrescentar verdades novas; porque ali tudo se encontra em germe. Falta a chave para compreender o sentido das palavras. Allan Kardec. Revista Espírita. Estudo Espírita. Promovido pelo IRC-Espiritismo: - Centro Espírita Léon Denis.

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14 O QUE É REVELAÇÃO “Confiou Deus a certos homens a tarefa de revelar a sua Lei? Sim, por certo. Em todos os tempos houve homens que receberam essa missão: São Espíritos superiores, encarnados com o objetivo de fazer progredir a Humanidade“. A Lei de Cooperação e de Auxílios Mútuos reza que quem tem dê a quem não tem; que o forte proteja o fraco; que quem tem conhecimentos ensine a quem não tem; etc...

15 Os homens não estão todos no mesmo patamar evolutivo.
Mais da metade da população da Terra, 60 a 70% constitui-se de espíritos de mente fixa na região dos instintos.  Outra parte, 30 a 40%, está acima dos instintos, porém anseia pelo relevo pessoal. É prepotente, autoritária, vive a busca da evidência de sua personalidade. Pequeno grupo de 1 a 3% já se conscientizou da responsabilidade própria após realizar os mais altos padrões humanos, está no limiar da angelitude.

16 Se o crescimento do homem fosse deixado por sua própria conta, relacionando-se somente entre os seus iguais, os afins, a evolução da terra seria por demais lenta pois pouco aprenderiam uns com os outros.  Por isso há os reveladores, os que já reconhecem que o trabalho é que promove o crescimento próprio e de todos. Surgem os reveladores de segunda ordem, os que se dedicam a ensinar o que aprenderam ou estão aprendendo. 

17 Há ainda de primeira ordem ou o “revelador primitivo” os que usam suas próprias conquistas, seu cabedal, e buscam novas descobertas.  Nos últimos trinta e cinco anos aproximadamente, graças ao empenho desses homens altruístas, a humanidade amealhou mais conhecimentos do que em toda a sua história. As Ciências caminham atualmente a passos largos. A literatura científica é constantemente atualizada o que gera enorme dificuldade para os estudiosos em manterem-se atualizados. 

18 O Espiritismo ensina que jamais perdemos as conquistas feitas durante as encarnações.
Os homens de gênios, aqueles que mergulham em pesquisas laboriosas e que, com suas descobertas promovem avanços para a humanidade, em várias áreas, habilitam-se cada vez mais a trabalhar e a servir. A Bondade e a Perfeição das Leis Divinas fazem com que o homem servindo ao próprio homem avance intelectual e moralmente rumo ao seu aperfeiçoamento relativo.

19 OS CARACTERES DA REVELAÇÃO ESPÍRITA
Se no campo científico, o trabalho dos homens de gênio produzem novos conhecimentos, ou seja, novas revelações, no campo espiritual ou moral não poderiam ser diferentes. Há homens cuja evolução facultam-lhe serem intuídos sobre temas relacionados a fé, a moralidade. Esse são chamados de missionários pois trazem direcionamentos ao pensamento humano, que, por serem transcendentes, impõem a passividade completa. São revelações que estão no âmbito da fé.

20 Visto que a religião tem o condão de ser o processo de higienização da alma, muitas delas trouxeram verdades parciais como que preparando a sintetização religiosa no Cristianismo vindouro.  Uma destacou o monoteísmo; outra o bem e o mal, aqui alguma religião prega o afastamento da matéria, pelo fundamento panteísta, ali, outra promove a existência de entidades com poderes sobrenaturais.

21 Sidarta Gautama - o Buda - Confúcio, Maomé, Zarathustra, cada um na sua cultura e ao seu tempo trouxeram contribuições valiosas para a ligação orientada do homem com as coisas espirituais. O homem, insciente, com as ideias inatas ainda embrionárias, não raro, foi joguete nas mãos de pretensos profetas que os induziram a comportamentos que visavam mais atender aos seus interesses pessoais do que inseri-los no novo patamar evolutivo.

22 São os falsos profetas a que Jesus se refere e Allan Kardec estuda no capítulo 21 do Evangelho Segundo o Espiritismo. Diz-se que as revelações morais originam-se na Divindade. Tal afirmação pode ser considerada alegórica visto que, literalmente, poderíamos conceber o Antropomorfismo Divino, concepção que deve ser banida do pensamento do homem. No entanto podemos considerar que é real essa afirmação visto que o conhecimento revela-se por si mesmo.

23 Explicamos melhor: As Leis da Botânica são reveladas por ela mesma, as do Cosmo, da Terra, do Homem também. O estudo metódico dessas realidades faz emergir as suas revelações propiciando condições de convivência proveitosa com elas.  O conhecimento da Mediunidade faz com que o relacionamento do homem com o invisível se apresente natural e, com isso, todo o envoltório de alegorias e misticismos são desconsiderados no estudo e análise das revelações.

24 A Revelação para ser considerada Divina precisa conter a verdade
A Revelação para ser considerada Divina precisa conter a verdade. Aquelas que sofrem alterações não podem emanar de Deus. Entendemos que a certeza da veracidade é constatada pela explicação das Leis que regem a revelação. A explicação, estando de acordo com as Leis Naturais, faz com que a revelação adquira o caráter de Divina.  Moisés, no que concerne ao Decálogo, e Cristo são reveladores Divinos visto que as suas Doutrinas não foram desmentidas pelo avanço do conhecimento. 

25 As manifestações do plano espiritual sempre existiram.
Desde os contatos simbióticos na primitividade, passando pelos “daimon” ou demônios de Sócrates; pelos avisos do nascimento do Cristo a José e Maria; os ditos “milagres” de Jesus, seu diálogo com Moisés e Elias no monte; as Pitonisas tão comuns nos evangelhos, só para citar algumas mais conhecidas. Todos esses fatos mediúnicos foram relegados ao âmbito do sobrenatural, misterioso, ou mesmo como milagres.

26 Somente a partir de 1847 com os fenômenos ocorridos com a família Fox em Hydesville e depois as populares “mesas girantes” na Europa, quando a humanidade já estava amadurecida o suficiente é que a “invasão organizada” recebeu a atenção dos homens de gênio. Com Kardec os fenômenos passaram a ser considerados fatos reais e com isso passíveis de serem submetidos a análise. A análise metódica e a consequente explicação deles revelaram o mundo espiritual com o qual o homem sempre se relacionou.

27 Desvela-se o destino futuro para o homem
Desvela-se o destino futuro para o homem. A sociedade espiritual estava revelada, não como crença ou alegoria, mas depois das explicações das Leis que regem a sua existência, como fato real.  Esta sociedade que se apresenta para ser analisada não é passiva. Ela é inteligente, viva, e revela-se por si mesma. Assim, a sua revelação se constitui num conjunto Divino e Humano pois, por si só, manifesta-se. 

28 Mas o homem tem que assimilar essa manifestação
Mas o homem tem que assimilar essa manifestação. O homem não pode ser passivo nesse processo, não pode aceitar o que esse mundo se revele e seja aceito sem critérios próprios.  Diríamos que é como a relação entre o professor e o aluno. O aprendiz não pode simplesmente decorar o que o professor ensina, mas assimilá-lo pelo estudo para que se transforme em conhecimento próprio.

29 Tal critério ressalta-se na frase do codificador: 
“O que caracteriza a revelação espírita é que sua fonte é divina, sua iniciativa pertence aos espíritos e sua elaboração é fruto do trabalho do homem”.  A revelação espírita não é privilégio de ninguém pois seus fenômenos são naturais como são os da Física, da Química, da Astronomia etc... Por sua natureza, a revelação espírita tem um duplo caráter:

30 Ela tem ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica
Ela tem ao mesmo tempo da revelação divina e da revelação científica. Tem da primeira, no que sua chegada é providencial, e não o resultado da iniciativa de um plano premeditado do homem; Que os pontos fundamentais da doutrina são o fato do ensinamento dado pelos Espíritos encarregados por Deus de esclarecer os homens sobre as coisas que eles ignoravam, que não podiam aprender por eles próprios e que lhes importa conhece atualmente, e que são maduros para compreendê-los.

31 Obtém da segunda, no que, este ensinamento não é privilégio de nenhum indivíduo, mas que é dado a todos pela mesma via; que, aqueles que o transmitem e aqueles que o recebem não são seres passivos, dispensados do trabalho de observação e pesquisa; Que não fazem nenhuma abnegação de seu julgamento e de seu livre arbítrio; que o controle não lhe é nunca interditado, mas, ao contrário recomendado; enfim, que a doutrina nunca foi ditada em todos os pedaços, nem imposta à crença cega; 

32 Que ela é deduzida pelo trabalho do homem, da observação dos fatos que os Espíritos põem sob seus olhos, e das instruções que lhe dão, instruções que estuda, comenta, compara e do qual tira ele mesmo as consequências e as aplicações. Em uma palavra, o que caracteriza a revelação espírita, é que a fonte é divina, que a iniciativa coube aos Espíritos e que a elaboração é o resultado do trabalho do homem.

33 “Quanto ao modo de elaboração, o Espiritismo procede exatamente de maneira semelhante à das ciências positivas, isto é, aplica o método experimental”. Assim o codificador expressa claramente que a Doutrina Espírita aplica o método das ciências naturais para a elaboração dos seus princípios, ou fundamentos.  “Não estabelece nenhuma teoria preconcebida”, portanto, comporta-se como um observador neutro que se rende às evidências do processo empregado. 

34 “É, portanto, rigorosamente exato dizer que o Espiritismo é uma ciência de observação e não produto da imaginação”.  A metodologia científica ao revelar como concluiu pela existência de espíritos que desconheciam a sua condição de desencarnados; observando-lhes as manifestações espontâneas. Pela multiplicidade dos fatos e suas peculiaridades foi possível deduzir-lhes a existência.

35 Tal conclusão, embora fosse desnecessária, foi confirmada posteriormente pelos mentores espirituais que foram consultados pelo codificador. “Pensava-se que esse método fosse aplicável somente à matéria, ao passo que ele é igualmente aplicável a coisas metafísicas”.   Há então dois elementos gerais do Universo: A matéria e o Espírito? “Sim e acima de tudo Deus, o criador, o Pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal””

36 O codificador inicia o item 16 da “A Gênese” afirmando que “assim como a Ciência propriamente dita tem por objetivo o estudo das leis do princípio material, o objetivo especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual”. Há fenômenos que a Ciência Natural não consegue explicar. Tal impossibilidade está relacionada à desconsideração que ela faz da existência do princípio espiritual (muito justamente, aliás, pois o não detecta pelos instrumentos materiais).  

37 E é esse o objeto de estudo do Espiritismo. 
Para tanto ele aplica e utiliza o conhecimento que as ciências alcançaram. Todas as ciências se completam reciprocamente e o Espiritismo, como tal, insere-se oferecendo o seu conhecimento para elucidação dos fatos inexplicáveis pelas suas coirmãs. Uma vez que o objeto de estudo do Espiritismo não é material mas esse objeto é um dos elementos constitutivos da natureza, o Princípio Espiritual, o seu instrumento de verificação também não é material, mas natural; a mediunidade. 

38 “A mediunidade foi, para o mundo espiritual, o que o telescópio foi para o mundo astral e o microscópio para o dos infinitamente pequenos”.  Todas as ciências apoiam-se e se completam mutuamente. Em suas missões de trazer conforto aos homens, vão gradativamente desvendando os mistérios das Leis que regem os fenômenos do plano material. A cada passo aproximam-se da Divindade pois vislumbram a perfeição da criação. A humanidade sublima-se com as descobertas das ciências materiais.

39 Entretanto ainda faltava algo
Entretanto ainda faltava algo. Alguma coisa permanecia oculta que as Ciências não conseguem desvendar os mecanismos das Leis que regem a vida, o mecanismo que rege os sentimentos.  As descobertas científicas mostram que o acaso não existe, que tudo é regido por Leis de Causa e Efeito. Não poderia ser diferente para o sentimento, para o Espírito. As religiões mostram-se impotentes para atender a razão humana que se aprimora incessantemente.

40 Essa é a tarefa do Espiritismo, da nova Revelação.
Aos conhecimentos feitos pelas ciências naturais acrescentou o princípio espiritual, fruto da revelação do plano maior e da observação.  Esse novo elemento contém a chave que explica o que o conhecimento humano não consegue explicar. Como todas as revelações, os fundamentos do Espiritismo vieram gradativamente à medida do amadurecimento da inteligência.

41 É impossível que os seus primeiros movimentos não fossem titubeantes, imprecisos, carregados de mistérios e misticismos peculiares às mentes infantis. Tal estado, porém, hoje, já está superado. O conhecimento Espírita embasa-se no paradigma científico atual e mostra-se como tal.  Insere-se na comunidade científica como aquela que estuda um dos componentes imprescindíveis à vida, à unidade da matéria, o princípio espiritual.

42 Apresenta-o como o elo que é a causa primordial dos fenômenos a serem estudados. 
“Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará”. Através da mediunidade o Espiritismo revela o mundo espiritual. Não como uma aspiração, uma alegoria, mas apresenta-o objetivamente uma vez que a faculdade já comprovada cientificamente pela Parapsicologia, a Percepção Extra Sensorial ou Mediunidade dá essa possibilidade.

43 Tal revelação, entretanto, exige que se tenha cabedal para aceitá-la
Tal revelação, entretanto, exige que se tenha cabedal para aceitá-la. Diríamos que é como a chegada do homem à lua; muita gente ainda não aceita que esse fato tenha ocorrido pois lhes falta maturidade para tanto. É preciso ter “olhos de ver e ouvidos de ouvir” como diz Jesus. O mundo espiritual como no-lo apresenta o Espiritismo surge natural, uma continuidade da vida do homem, sem sectarismo, sem credo, sem raças, sem castas; é a sociedade de onde todos nós viemos e para onde vamos após a morte do corpo físico.

44 Uma visão completamente nova, sem alegorias, sem misticismos, sem dogmas, apenas um novo estado da mesma vida, que é única, a vida espiritual. São os próprios habitantes dessa sociedade invisível que nos vem informar como ela é. Assim sendo, pela universalidade, pelas consequências que essa revelação provoca é tida como a terceira das grandes revelações para a Humanidade.

45 A primeira foi a de Moisés entre os Hebreus
A primeira foi a de Moisés entre os Hebreus. No momento oportuno ele ratificou o conhecimento do Deus-Único, o monoteísmo, que brotou naturalmente, fruto da evolução. Apresentou-O como o concebemos, ou, conforme o nosso cabedal na época. Um Deus Justo, cioso, vingativo, ou seja, um Deus Antropomórfico. Incontestavelmente foi um avanço para a humanidade. Saímos do Politeísmo; a mente humana ajustou-se a um novo paradigma.

46 Jesus trouxe a segunda revelação.
Após o amadurecimento do pensamento humano que propiciou a consolidação do monoteísmo, das aquisições intelectuais da filosofia grega somada às virtudes da família romana, a humanidade adentrou um período chamado de “maioridade terrestre” e Jesus, o Espírito responsável pelos destinos da Terra encarnou Ele mesmo entre nós e trouxe a Lei de Amor. Apresentou Deus como Pai Criador, que ama a Sua criação.

47 Mostra que o Pai tem sempre as portas abertas ao crescimento e que Suas Leis sábias e justas não fazem distinção entre as criaturas. Todos temos as mesmas condições perante as Leis Divinas; somos todos Irmãos. O Espiritismo, pela sua Universalidade, por embasar-se nos conhecimentos adquiridos pelo homem através das revelações que o precederam e pelas consequências universais que o seu ensino acarreta, podemos afirmar que é a Terceira Revelação, o Consolador Prometido.

48 O homem em sua caminhada evolutiva sempre concebeu a existência de uma força superior que a conduzia. “Que dedução se pode tirar do sentimento instintivo, que todos os homens trazem em si, da existência de Deus? “A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? É ainda uma consequência do princípio - não há efeito sem causa”.

49 Essa concepção passou por várias metamorfoses mentais:
No primitivismo era Totêmico; depois Anímico.  Mais adiantado surgiu a ideia Politeísmo.  A tentativa de entender os muitos Deuses fez nascer a Mitologia. Vários deuses em suas mais diferentes formas e origens foram criados pela mente alegórica e fantasiosa do homem em evolução.

50 Entre os Hebreus prevaleceu lentamente a ideia monoteísta.
O Deus-Único tomava forma na mente daquele povo.  Moisés ratificou essa ideia. Ele realmente existia. Era antropomórfico. Tinha as mesmas qualidades e defeitos que os homens tem, só que elevados ao infinito; era Deus.

51 Era um Deus justo. Punia as faltas “olho por olho e dente por dente”.
Era, no entanto, impossível amá-Lo. Só respeitá-Lo, temê-Lo. Foi a primeira revelação. O homem continuou evoluindo impulsionado pela Lei do Progresso. “A força para progredir, haure-a o homem em si mesmo, ou o progresso é apenas fruto de um ensinamento?

52 “O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente
“O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente. Mas, nem todos progridem simultaneamente e do mesmo modo. Dá-se então que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, por meio do contato social”. Veio Jesus no momento aprazado. Sua revelação ratificou o Monoteísmo Judaico. A mente humana já burilada pelo amadurecimento da ideia Monoteísta, pela Filosofia Grega e pelo fortalecimento da célula da sociedade, a família, pode receber os novos ensinamentos do Cristo. 

53 Ele apresenta o Deus-Pai. O Deus que não castiga, não pune, que ama. 
O Cristo apresenta ainda o mundo espiritual, a vida futura, onde todos podem ser recompensados pelas suas lutas, seus sacrifícios. Ensina assim que o progresso espiritual está diretamente subordinado ao esforço de cada um em assimilar pelo trabalho as lições que a vida oferece. O cumprimento integral dos deveres tem como consequência a obtenção de qualidades e virtudes, fontes da felicidade.

54 O Deus que Jesus apresenta, revela, modifica profundamente o ânimo do homem. Ele se sente estimulado a cooperar e a sofrer pelo bem, pela harmonia, pela paz. Com Jesus o amor se instala no coração dos homens. Foi a segunda revelação. Jesus foi o portador da segunda revelação de Deus aos homens. Ele trouxe o conhecimento de Deus-Pai, do mundo espiritual e da vida futura.

55 Jesus viera no momento aprazado
Jesus viera no momento aprazado. Num momento em que a humanidade adquirira um estágio tal que não poderia ser perdido.  “O Cristo reúne as assembleias de seus emissários. A Terra não podia perder a sua posição espiritual, depois das conquistas da sabedoria ateniense e da família romana”. Mas Ele não pode dizer tudo. O homem não estava ainda estruturado intelecto e moralmente para receber-Lhe toda a luz.  Usou a técnica das Parábolas que atinge o nível intuitivo do aprendiz. 

56 Conhecedor da progressividade do conhecimento prometeu que no momento certo diria o que não podia dizer naquela ocasião. Mandaria seus Emissários para complementar o que Ele só podia lançar as bases. A esses emissários, Ele chamou de Consolador, que “vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. O Espiritismo assume essa designação.  O nome de Consolador à Doutrina Espírita é muito significativo.

57 Previa já o Cristo que o homem tatearia na escuridão da ignorância e sentir-se-ia desamparado pelas orientações que iria receber. Sua essência Divina, ávida por verdades que iluminariam sua caminhada, permaneceria órfã até que as claridades do conhecimento da realidade lhe pudessem lhe ser oferecidas. Essa é a tarefa do Espiritismo, do Consolador. Ao revelar ao homem de onde ele vem, o que faz no presente e para onde vai, todo o emaranhado de dúvidas e sofrimentos se esvai e ele se sente feliz, consolado, por reconhecer-se filho do Pai Amantíssimo que o conduz através de Suas Leis sábias e perfeitas.

58 Todo ensinamento é evolutivo
Todo ensinamento é evolutivo. A revelação se caracteriza por ser algo novo, desconhecido. Mas revelar algo implica em que ele possa ser assimilado. O receptor necessita estar munido de intuição suficiente para assimilar a novidade, se não no momento, pelo menos num futuro próximo. Revelar algo que não pode ser absorvido pelo receptor suscita a criação de fantasias e conjecturas absurdas, em suma, não é revelação. Constitui-se antes num obstáculo para a obtenção da verdade.

59 Na época em que Jesus veio trazer a sua revelação à humanidade passava por um processo de transição, estava adentrando ao estado de maioridade. As conquistas não poderiam ser perdidas, urgia que a sequência do conhecimento fosse proporcionada. A base intuitiva estava formada. Desse modo entende-se que as muitas coisas que Jesus não pode explicar na sua época devia-se a necessidade de amadurecimento do pensamento.

60 Jesus, sabedor dessa progressividade, prometera que no momento adequado enviaria um sistema que complementaria o que Ele não podia dizer naquele momento. A esse sistema Ele denominou de Consolador, como que retratando o seu amor pela humanidade que tem sob sua responsabilidade.  Trazer novas verdades não significa retificar ensinamentos mas atualizar conhecimentos, complementando-os, ao nível intelectual e moral que o receptor se encontra. 

61 O Espiritismo, pois, não estabelece como princípio absoluto senão o que se acha evidentemente demonstrado, ou o que ressalta logicamente da observação. Entendendo com todos os ramos da economia social, aos quais dá o apoio das suas próprias descobertas, assimilará sempre todas as doutrinas progressivas, de qualquer ordem que sejam, desde que hajam assumido o estado de verdades práticas e abandonado o domínio da utopia, sem o que ele se suicidaria.

62 Deixando de ser o que é, mentiria à sua origem e ao seu fim providencial.
Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará”.

63 “Por guardar respeito aos Textos Sagrados, dever-se-ia obrigar a Ciência a calar-se?
Fora tão impossível isso, como impedir que a Terra gire. As religiões, sejam quais forem, jamais ganharam coisa alguma em sustentar erros manifestos. A Ciência tem por missão descobrir as leis da Natureza. Ora, sendo essas leis obra de Deus, não podem ser contrárias a religiões que se baseiem na verdade. Lançar anátema ao progresso, por atentatório à religião, é lançá-lo à própria obra de Deus.

64 É ao demais, trabalho inútil, porquanto nem todos os anátemas do mundo seriam capazes de obstar a que a Ciência avance e a que a verdade abra caminho. Se a Religião se nega a avançar com a Ciência, esta avançará sozinha”. Jesus nada escreveu. Seus ensinos ficaram grafados na Bíblia, principalmente pelos quatro evangelistas. Criou-se, entretanto, uma aura mística, sobrenatural, em derredor do chamado livro sagrado que se convencionou que somente as autoridades poderiam interpretá-lo. 

65 E assim ele permaneceu por muitos séculos, com sua leitura restrita.
Somente as autoridades, ou os Teólogos, teriam acesso aos seus segredos.  As conclusões a que chegavam eram, como não podia deixar de ser, condizentes com o saber da época, e de seus interpretes. Ideias preconcebidas eram sustentadas visando confirmá-las desconsiderando as Leis que as regeriam.

66 Muitos equívocos foram sustentados e impostos como verdades, até que a Ciência mostrou que estavam em erro. Toda teoria não se sustenta sem explicação. Como estaria ainda hoje a teoria Heliocêntrica se ficasse apenas no campo da crença; sem as descobertas das leis que regem a sua existência? As Leis que o Espiritismo revela corroboram as das Ciências. Complementam-se mutuamente e oferecem a chave para explicações que confirmam ou derrubam teorias.

67 Aquelas que são universais, ou seja, que estão de acordo com Lei Natural são as que vingam ao passo que as outras embasadas em crenças ou elucrubações são inevitavelmente lançadas no rol das tentativas de explicações. “(...) pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente”. Toda revelação é progressiva e cumulativa. O Espiritismo é a sequência das Revelações acerca da natureza humana.

68 Moisés, intelectualmente consolidou o Monoteísmo e moralmente apresentou a Justiça. 
Jesus ratificou o Deus-Único e acrescentou o Amor e a vida futura. O Espiritismo objetivamente compatibiliza o avanço intelectual e moral já conquistados e mostra as consequências morais da Lei de Causa e Efeito na vida futura Mostra que o ser criado por Deus é eterno e se destina ao aperfeiçoamento relativo.

69 Essa revelação não é mais subjetiva, alegórica, embasada em crença ou opinião. É científica pois explica as suas teorias com base no paradigma intelectual e moral do homem. Explica a Lei de Reencarnação e tira o véu do emaranhado de dúvidas que pairava sobre o futuro. Os homens compreendem que são da mesma essência, que têm a mesma origem e o mesmo destino, que nenhum será deserdado do Amor Maior do Pai Criador.

70 Os anjos e demônios que sempre povoaram nossas mentes infantis desaparecem e em seus lugares surgem os irmãos mais ou menos adiantados que, como todos nós, atingirão o desiderato Divino.  Os homens sentem-se iguais, irmãos. A fraternidade flui com naturalidade. A mediunidade desenvolve-se e o relacionamento com o plano espiritual surge natural. A vida espiritual e a material confundem-se. A morte adquire a conotação verdadeira de fenômeno natural, de encerramento de uma etapa e de início de outra para o espírito eterno. 

71 O Espiritismo é Ciência teórico-experimental
O Espiritismo é Ciência teórico-experimental.  Ele observa que além dos cinco sentidos físicos, o homem possui a Mediunidade, ou PES (Percepção Extra Sensorial) que lhe dá possibilidade de obter conhecimentos do mesmo modo que através dos sentidos físicos. Através desse instrumento o Espiritismo analisa a sociedade espiritual e constata objetivamente que a morte do corpo físico não modifica o homem, nem intelectual, nem moral, e podemos dizer até fisicamente, pois o homem continua a viver num corpo físico semelhante ao organismo que deixou, formado com a matéria do plano espiritual, o perispírito.

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73 Assim sendo, o homem é livre para iniciar a libertação dos estados que o mantém jungido ao passado a qualquer momento.  A pluralidade das existências materiais, associada à Lei do Progresso e com o benefício do esquecimento do passado, surge ainda como porta sempre aberta ao exercício de aquisição de qualidades e virtudes que o ajudarão a galgar novos degraus evolutivos. A doutrina das penas eternas seja em estado de beatitude ou de sofrimento perde a validade e a vida se adapta a Bondade e Sabedoria Divinas.

74 O homem livra-se da crença cega e tem a certeza de que é eterno e que vive sob as Leis Divinas, Leis Sábias e perfeitas, pois provém do Criador do Universo.  O sentimento de fraternidade e igualdade emerge natural, a consolação consequente incentiva à ligação com o bem, com o belo, com o amor universal enfim. O que caracteriza a revelação espírita é a capacidade de mostrar objetivamente a continuidade da vida, ou seja, que o ser criado por Deus é eterno, só tem uma vida.

75 Os milhares de corpos orgânicos que ele utiliza, desde os Reinos anteriores ao Hominal, são apenas vestes materiais das quais se desfaz pela morte e toma outro para a sequência do processo evolutivo a que está inserido. Ao período em que vive no plano material o Espiritismo denomina de encarnado, na carne, e quando vive no plano espiritual de desencarnado, fora da carne. Essencialmente o ser continua a mesma individualidade. Com as mesmas ligações afetivas e o mesmo grau de emotividade.  

76 Entretanto, a cada período, a cada experiência, novos recursos, novas qualidades e virtudes lhe são acrescentadas. É a Lei da Reencarnação. Sem a unicidade da vida, ou por outra, sem o conhecimento da eternidade da vida, a própria vida perde o sentido. Apenas essa revelação produz efeito moral maior do que todos os dogmas e preceitos religiosos, que, antes o tornavam mais dependente de vontades exteriores do que de suas próprias iniciativas.

77 Desaparecem o misticismo e os mitos que sempre lhe povoaram a mente, aliás, entes naturais em considerando as fases evolutivas pelas quais passa. A Lei do Progresso surge naturalmente e o homem se conscientiza de que é herdeiro de si mesmo.  Nota que tem conquistas efetuadas pela automatização do procedimento Legal bem como desvios a serem corrigidos, pois ainda não consegue adequar muitos comportamentos à Lei Divina que o conduz. 

78 Percebe que não será punido nem recompensado pelos erros e virtudes alheias, mas sim que será ele mesmo o fator do seu destino. O Espiritismo experimental estudou as propriedades dos fluidos espirituais (a) e sua ação sobre a matéria. Demonstrou a existência do perispírito, suposto desde a antiguidade, e designado por São Paulo sob o nome de Corpo Espiritual, ou seja, corpo fluídico da alma após a destruição do corpo tangível. Sabemos atualmente que este envoltório é inseparável da alma; 

79 Que é um dos elementos constitutivos do ser humano; que é o veículo de transmissão do pensamento e que, de acordo com a vida do corpo, serve de liame entre o Espírito e a matéria. O perispírito realiza um papel tão importante no organismo e em grande quantidade de afecções, que se liga tanto à fisiologia quanto à psicologia. O estudo das propriedades do perispírito, dos fluidos espirituais e dos atributos fisiológicos da alma, abre novos horizontes à Ciência e dá a chave de um bando de fenômenos incompreendidos justamente pela falta de conhecimento da lei que os rege;

80 Fenômenos negados pelo materialismo, porque se referem à espiritualidade, qualificados por outros de milagres e sortilégios, conforme as crenças. Tais são, entre outros, o fenômeno da dupla visão, da visão à distância, do sonambulismo natural e artificial, dos efeitos psíquicos da catalepsia e da letargia, da presciência, dos pressentimentos, das aparições, das transfigurações, da transmissão do pensamento, da fascinação, das curas instantâneas, das obsessões e possessões, etc.

81 Em demonstrando que estes fenômenos repousam também em leis naturais como os fenômenos elétricos e as condições normais nos quais podem se reproduzir, o Espiritismo destrói o império do maravilhoso e do sobrenatural, e, por conseguinte, a fonte da maior parte das superstições. Se faz crer na possibilidade de certas coisas olhadas por alguns como quiméricas, ele impede de crer em muitas outras em que demonstra a impossibilidade e a irracionalidade.

82 O Espiritismo, bem longe de negar ou de destruir o Evangelho, vem ao contrário, confirmar, explicar e desenvolver, pelas novas leis da natureza que revela, tudo o que disse e fez o Cristo; Leva a luz sobre os pontos obscuros de seu ensinamento, de tal sorte que para aqueles para os quais certas partes do Evangelho eram ininteligíveis, ou pareciam inadmissíveis, compreendem-nas sem sacrifício com a ajuda do Espiritismo e as admitem; veem melhor o alcance e podem separar a parte da realidade e da alegoria; Cristo lhes parece maior: este não é mais simplesmente um filósofo, é um Messias divino.

83 Se considera, de outra forma, o poder moralizador do Espiritismo pela meta que ele assinala a todas as ações da vida, por consequências do bem e do mal que faz tocar seu dedo; A força moral, a coragem, as consolações que dá nas aflições por uma inalterável confiança no porvir, pela imaginação de ter perto de si os seres que tenha amado, a segurança de os rever, a possibilidade de se entreter com eles;

84 Enfim, pela certeza que, de tudo que se faça, de tudo que se adquira em inteligência, em ciência, em moralidade, até a última hora da vida, nada se perde, que tudo se aproveita ao adiantamento, reconhece-se que o Espiritismo realiza todas as promessas do Cristo à atenção do Consolador anunciado. Ou, como é o Espírito Verdade que preside o grande movimento da regeneração, a promessa de sua vinda encontra-se de fato realizada, porque, pelo feito, é ele que é o verdadeiro Consolador.

85 Se a estes resultados ajuntar-se a rapidez inusitada da propagação do Espiritismo, apesar de tudo o que se tem feito para abatê-lo, não se pode desconvir que sua vinda não seja providencial, já que ele triunfa contra todas as forças e má vontade humanas. A facilidade com a qual é aceito por um tão grande número, e isto sem contratempo, sem outros meios além do poder da ideia, prova que ele responde a uma necessidade: A de crer em alguma coisa, após a vida gravada pela incredulidade e que, por consequência, veio a seu tempo.

86 Os aflitos são em grande número, não é, pois, surpreendente que tantas pessoas acolham uma doutrina que consola de preferência àqueles que se desesperam; porque é aos deserdados, mais que aos felizardos do mundo, que se endereça o Espiritismo. O doente vê vir o médico com mais satisfação que o que se porta bem; ora, os aflitos estão doentes e o Consolador é o médico. Vós, que combateis o Espiritismo, se quereis que o deixemos para vos seguirdes, dai-nos mais e melhor que ele; combatei mais seguramente as feridas da alma.

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88 Daí, pois mais consolo, mais satisfação ao coração, esperanças mais legítimas, certezas maiores;
Fazem do porvir um quadro mais racional, mais sedutor; mas, não penseis dominá-lo, vós, com a perspectiva do nada, vós, com a alternativa das flamas do inferno ou da beatitude e inútil contemplação perpétua. A primeira revelação foi personificada em Moisés, a segunda em Cristo, a terceira não o é em nenhum indivíduo.

89 As duas primeiras são individuais, a terceira é coletiva; eis aí um caráter essencial de grande importância. Ela é coletiva neste sentido de que não tenha sido feita por privilégio de ninguém; que ninguém, por consequência, possa se dizer o profeta exclusivo. Ela tem sido feita simultaneamente sobre toda a Terra, para dez milhões de pessoas,  de todas as idades, de todos os tempos e de todas as condições, desde o mais inferior até o mais elevado da escala, conforme esta predição referida pelo autor dos Atos dos Apóstolos:

90 “Nos últimos tempos, disse o Senhor, verterei de meu Espírito sobre toda carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão; vossas jovens pessoas terão visões e vossos anciãos terão sonhos”. Não saiu de nenhum culto especial, a fim de servir, um dia a todos, de ponto de referência.  As duas primeiras revelações, sendo o produto de um ensinamento pessoal, estão forçosamente localizadas, isto é, que elas tiveram lugar sobre um só ponto, em torno do qual a ideia se expandiu de perto em perto;

91 Mas, foi preciso muitos séculos para que atingissem a extremidade do mundo, sem invadi-lo por inteiro. A terceira tem isso de particular, que, não estando personificado em um indivíduo, ela se produziu simultaneamente sobre milhares de pontos distintos, que todos estão se tornando em centros ou focos de radiação. Estes centros se multiplicando, seus raios tornam-se a juntar pouco a pouco, como os círculos formados por uma porção de pedras lançadas na água; de tal sorte, em dado tempo, acabarão por cobrir a superfície inteira do globo.

92 Entretanto, estes centros disseminados poderiam permanecer ainda por longo tempo isolados uns dos outros, confinados como estão alguns em países distantes. Era preciso entre eles um traço de união que os colocasse em comunicação de pensamento com seus irmãos em crença, ensinando o que se fizesse alhures. Este traço de união, que teria faltado ao Espiritismo na antiguidade, encontra-se na publicação que vão por toda parte, que condensam, sob uma forma única, concisa e metódica, o ensinamento dado em toda parte sob formas múltiplas e em línguas diversas.

93 De fato, se a comprimirem sobre um ponto, em um país, é materialmente impossível comprimir sobre todos os pontos, em todos os países. Por um lugar em que seja entravada, haverá mil lugares onde florirá. E mais, se a atentarem num indivíduo, não poderão atingi-la nos Espíritos, que lhe são a fonte. Ora, como os Espíritos estão em toda parte e que os haverá eternamente, si, por impossível, se os conseguisse sufocar por todo globo;

94 Tal é uma das causas da rápida propagação da doutrina
Tal é uma das causas da rápida propagação da doutrina. Se ela houvesse surgido em um só ponto, se fosse obra exclusiva de um só homem, formaria seita em torno dele; Mas um meio século seria talvez decorrido antes que houvesse atingido os limites do país onde tivesse tomado nascimento, tanto que após dez anos, ela tem estacas plantadas de um polo a outro. Esta circunstância inusitada na história das doutrinas, dá-lhe uma força excepcional e um poder de ação irresistível;

95 Ela reapareceria a qualquer momento após, porque repousa sobre um fato, que este fato está na natureza, e que não se pode suprimir as leis da natureza. Eis isto, pois devem se persuadir os que sonham com o assentimento do Espiritismo Revista. Espírita, Fev. 1865, p. 38: Perpetuidade do Espiritismo.

96 As duas primeiras revelações só poderiam ser o resultado de um ensinamento direto; elas deviam se impor por sua vez, pela autoridade da palavra do mestre, não estando os homens assaz avançados para concorrer em sua elaboração. Observemos, todavia, entre elas um matiz bem sensível que apresenta no progresso dos costumes e das ideias, se bem que tinham sido feitas entre o mesmo povo no mesmo meio, mas após dezoito séculos de intervalo.

97 A doutrina de Moisés é absoluta, despótica, não admite discussão e se impõe a todos pela força.
A de Jesus é essencialmente Conselheira; é livremente aceita e só se impõe pela persuasão; É controversa de vivência ainda, de seu fundador, que não desdenhava discutir com seus adversários.

98 A terceira revelação, vinda em uma época de emancipação e de maturidade intelectual, onde a inteligência desenvolvida não pode se resumir a um papel passivo, onde o homem não aceita nada às cegas, mas quer ver onde se lhe conduza, saber o porque e o quê de cada coisa, devia ser, por sua vez, o produto de um ensinamento e o fruto do trabalho da busca e do livre exame.

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100 Os Espíritos ensinam justamente o que é necessário para colocar sobre a estrada a verdade, mas abstêm-se de revelar o que o homem pode encontrar por si próprio, deixando-lhe a atenção de discutir, de controlar, e de submeter tudo ao cadinho da razão, deixando-o mesmo frequentemente adquirir experiência às suas expensas. Dão-lhe o princípio, os materiais, para que ele tire proveito e se ponha em obra. 

101 Os elementos da revelação espírita tendo sido dados simultaneamente a uma variedade de pontos, a homens de todas as condições sociais e de diversos graus de instrução, fica bem evidente que as observações não podiam ser feitas por toda parte com o mesmo fruto; Que as consequências a tirar, a dedução das leis que regem esta ordem de fenômenos, numa palavra, a conclusão que devia assentar as ideias, só podiam sair do conjunto e da correlação dos fatos. 

102 Ora, cada centro isolado circunscrito em um círculo restrito, vendo apenas, no mais frequente, uma ordem particular de fatos, por vezes de aparência contraditória, só tendo geralmente relação com uma só categoria de Espíritos e, no mais, entravado pelas influências locais e Espíritos partidaristas, encontrava-se na impossibilidade material de abranger o conjunto e, por isso mesmo, incapaz de reunir as observações isoladas a um princípio comum. 

103 Cada qual apreciando os fatos sob o ponto de vista de seus conhecimentos e de suas crenças anteriores, ou da opinião particular dos Espíritos que se manifestam, havia tido logo tantas teorias e sistemas quanto centros e, do que alguns não poderiam ser completos por falta de comparação e de controle. Em uma palavra, cada qual estaria imobilizado em sua revelação parcial, crendo possuir toda verdade, falta de saber que, em cem outros endereços obtinha-se mais e melhor.

104 É de notar, além disso, que em nenhuma parte o ensinamento espírita não tem sido dado de maneira completa; toca a um tão grande número de observações, a causas tão diversas que exigem, tanto, conhecimentos como aptidões mediúnicas especiais, que seria impossível reunir sobre um mesmo ponto todas as condições necessárias. O ensinamento, devendo ser coletivo e não individual, os Espíritos dividiram o trabalho disseminando o assunto de estudo e de observação, como em certas fábricas, a confecção de cada parte de um mesmo objeto é repartida por diversos obreiros.

105 A revelação assim se faz parcialmente, em diversos lugares e por uma multidão de intermediários e é desta maneira que ela se propaga ainda neste momento, já que nem tudo está revelado. Cada centro encontra, em outros centros, o complemento do que se obtém, e é o conjunto, a coordenação de todos os ensinamentos parciais que têm constituído a Doutrina Espírita.

106 Deste estado de coisas resultou uma dupla corrente de ideias: umas, indo das extremidades para o centro, outras retornando do centro à circunferência. É assim que a doutrina marchou prontamente sobre a unidade, malograda a diversidade das fontes de onde foi emanada; Que os sistemas divergentes estão gradativamente caindo, pelo fato do seu isolamento, ante a ascendência de opiniões da maioria, falta de aí encontrar ecos simpáticos. 

107 Uma comunhão de pensamentos, desde então, estabeleceu-se entre os diferentes centros parciais; falando a mesma língua espiritual, eles se compreendem e simpatizam-se duma extremidade do mundo à outra. Não é nenhuma ciência que esteja saída em todas as peças do cérebro de um homem; todas, sem exceção, são o produto de observações sucessivas apoiando-se sobre as observações precedentes, como sobre um ponto conhecido para chegar ao desconhecido.

108 É assim que os Espíritos procederam com o Espiritismo; é porque seu ensinamento é gradual; só abordam questões à medida que os princípios sobre os quais elas devam se apoiar estejam suficientemente elaborados e que a opinião esteja madura para se lhes assimilar.  É mesmo considerável que todas as vezes que os centros particulares tenham querido abordar questões prematuras, só obtiveram respostas contraditórias não concludentes. Quando, ao contrário, o momento favorável é vindo, o ensinamento é idêntico sobre toda a linha em quase toda universalidade dos centros.

109 Um último caráter da revelação espírita, e que ressalta das condições próprias nas quais é feita, é que, apoiando-se sobre os fatos, ela é e só pode ser essencialmente progressiva como todas as ciências de observação. Por sua essência, ela contrai aliança com a ciência que, expondo as leis da natureza em uma certa ordem de fatos, não pode ser contrário à vontade de Deus, o autor destas leis. As descobertas da ciência glorificam Deus em lugar de rebaixá-Lo; elas só destroem o que os homens tenham baseados sobre ideias falsas que fizeram de Deus.

110 Qual é a utilidade da doutrina moral dos Espíritos, já que ela não é outra coisa mais do que a do Cristo? O Homem, tem ele necessidade de uma revelação, e não pode encontrar nele mesmo tudo o que lhe seja necessário para se conduzir? No ponto de vista moral, Deus tem, sem dúvida dado ao homem um guia em sua consciência que lhe diz: “não faças a outrem o que tu não quiseres que te lhe faça”.

111 Os Espíritos não ensinam outra moral senão a do Cristo, pela razão de que não o há melhor.
Poderia se dizer igualmente da moral do Cristo que foi ensinada há quinhentos anos antes dele por Sócrates e Platão e em termos quase idênticos; de todos os moralistas que repetem a mesma coisa, sobretudo os tons e sob todas as formas. Pois bem! Os Espíritos vêm tão simplesmente aumentar o número dos moralistas, com a diferente de que se manifestando por toda parte, eles se fazem entender tanto na cabana como também no palácio, pelos ignorantes como pessoas instruídas.

112 O que o ensinamento dos Espíritos ajunta à moral do Cristo é o conhecimento dos princípios que reatam os mortos e os vivos, que completam as noções vagas que tinham dado da alma, de seu passado e de seu porvir, e que dão por sanção à sua doutrina as próprias leis da natureza. Com o auxílio das novas luzes trazidas pelo Espiritismo e os Espíritos, o homem compreende a solidariedade que une todos os seres; a caridade e a fraternidade tornam-se uma necessidade social; ele faz por convicção o que só fazia por dever e o faz melhor.

113 A autoridade da revelação espírita, já que emana de seres cujas luzes são limitadas e que não são infalíveis, a objeção seria levada a sério se esta revelação só consistisse nos ensinamentos dos Espíritos; Se a devêssemos ter exclusivamente deles e aceitar de olhos fechados; Ela se torna sem valor desde o instante que o homem a ela leva o concurso de sua inteligência e de seu julgamento; Que os Espíritos se limitam a colocar sobre a via de deduções que podem tirar de observações dos fatos. 

114 Ora, as manifestações e suas inumeráveis variedades são fatos;
O homem as estuda e procura-lhes a lei; É ajudado neste trabalho pelos Espíritos de todas as ordens que são na maior parte das vezes colaboradores do que mesmo reveladores no sentido usual do termo; Ele submete seus ditos ao controle da lógica e do bom senso; Desta maneira ele se beneficia de conhecimentos especiais que devem à sua posição, sem abdicar do uso de sua própria razão.

115 Mas, não o são somente os Espíritos superiores que se manifestam, são também os Espíritos de todas as ordens e isto era necessário para nos iniciar no verdadeiro caráter do mundo espiritual, em nos mostrando sob todas as suas faces; Por aí, as relações entre o mundo visível e o mundo invisível estão mais íntimas, a conexão é mais evidente; vemos mais claramente de onde nós viemos e para onde vamos,  tal é o objetivo essencial destas manifestações.

116 Todos os Espíritos em qualquer grau que estejam chegado nos ensinam, pois, alguma coisa;
Mas, como eles são mais ou menos esclarecidos, está em nós discernir o que haja neles de bom ou de mau, e de tirar o proveito que caiba em seus ensinamentos; Ora, todos, quaisquer que sejam, podem nos ensinar ou nos revelar coisas que ignoramos e que sem eles não saberíamos. Os grandes Espíritos encarnados são individualidades poderosas, sem contradições, mas, cuja ação é restrita e necessariamente lenta a se propagar.

117 Os grandes Espíritos encarnados são individualidades poderosas, sem contradições, mas, cuja ação é restrita e necessariamente lenta a se propagar. Que apenas um dentre eles, seja Elias ou Moisés, Sócrates ou Platão, quer vindo nestes últimos tempos revelar aos homens o estado do mundo espiritual, quem teria provado a verdade de suas assertivas, nestes tempos de cepticismo? Não teria ele sido visto como um sonhador ou um utopista? E em admitindo-o que fosse em verdade absoluta, séculos se escoassem antes que suas ideias fossem aceitas pela massa.

118 Deus, em sua sabedoria, não quis que o fosse assim;
Quis que o ensinamento fosse dado pelos próprios Espíritos, e não pelos encarnados, a fim de convencê-los de sua existência, e que tivesse lugar simultaneamente por toda a Terra, quer para se propagar mais rapidamente, quer para que se encontrasse na coincidência de ensino uma prova da verdade, cada qual tendo assim os meios de se convencer por si próprios.

119 Os Espíritos não vieram isentar o homem do trabalho, do estudo e das pesquisas; eles não lhe ocasionam nenhuma ciência completamente feita; sobre o que ele próprio possa encontrar, eles o deixam a suas próprias forças; é o que sabem perfeitamente, hoje, os espíritas. Após longo tempo, a experiência tem demonstrado o erro de opinião que atribuía aos Espíritos todo saber e todo conhecimento, e que era suficiente de se dirigir ao primeiro Espírito vindo para conhecer todas as coisas.

120 Saídos da humanidade, os Espíritos o são uma das faces; como sobre a Terra, nada tem de superiores e de vulgares; muitos, o sabendo, pois cientificamente e filosoficamente menos que certos homens; Eles dizem o que sabem, nem mais, nem menos; como entre os homens, os mais adiantados podem nos ensinar sobre mais coisas, dar-nos opiniões mais judiciosas que os atrasados. Pedir conselhos aos Espíritos, não é, pois dedicar a poderes sobrenaturais, mas a seus pares, aos próprios a quem se tenham endereçado em sua vida, a seus parentes, a seus amigos ou a indivíduos mais esclarecidos que nós.

121 Eis, pois, o que importe de se persuadir e o que ignorar os que não tenham estudado o Espiritismo, fazem uma ideia completamente falsa sobre a natureza do mundo dos Espíritos e das relações de além-túmulo. A utilidade destas manifestações, ou, se o quisermos, desta revelação, se os Espíritos não o sabem mais que nós, ou se eles não nos dizem tudo o que sabem, a princípio, como dissemos, eles se abstêm de nos dar o que possamos adquirir pelo trabalho;

122 Em segundo lugar, há coisas que não lhes é permitido revelar, porque nosso grau de adiantamento não o comporta. Mas eis à parte, as condições de sua nova existência estendem o círculo de suas percepções. Veem o que viam sobre a terra; libertos dos entraves da matéria, deliberados dos cuidados da vida corpórea, julgam as coisas de um ponto mais elevado e por isso mesmo, mais sadiamente; sua perspicácia abrange um horizonte mais vasto; compreendem seus erros, retificam suas ideias e se desembaraçam das presunções humanas.

123 É nisso que consiste a superioridade dos Espíritos sobre a humanidade corpórea, e que seus conselhos podem estar tendo atenção a seu grau de progresso, mais judicioso e mais desinteressado que o dos encarnados. O meio no qual se encontram lhes permite, além disso, de nos iniciarmos nas coisas da vida futura que ignoramos e que não podemos alcançar de onde estamos. Até este dia, o homem só tinha criado hipóteses sobre seu porvir; eis porque suas crenças sobre este ponto têm estado repartidas em sistemas tão numerosos e tão divergentes, desde o negativismo até as fantásticas descrições do inferno e do paraíso. 

124 Atualmente, são as testemunhas oculares, os atores mesmo da vida de além-túmulo que vêm nos dizer o que ela seja, e que apenas, poderiam fazer. Estas manifestações têm, pois, servido para nos fazer conhecer o mundo invisível que nos envolve, e que não supúnhamos; e este conhecimento apenas será de uma importância capital, supondo que os Espíritos fossem incapazes de nada nos ensinar a mais.

125 Mas outros resultados vêm fecundar esta revelação.
Deus julgando a humanidade madura para penetrar nos mistérios de seu destino e contemplar de sangue frio as novas maravilhas, permitiu que o véu que separava o mundo visível do mundo invisível fosse levantado. O fato das manifestações não tem nada de extra-humano; é a humanidade espiritual que vem falar com a humanidade corpórea e lhe diz:

126 “Nós existimos, logo, o nada não existe; eis o que somos, e eis o que vocês serão; o futuro está para vocês como o é para nós. Vocês marcham na treva, nós viemos clarear a rota de vocês e lhes abrir a visão; vocês iam ao acaso, nós lhes mostramos o alvo. A vida terrestre era tudo para vocês porque nada viam além; viemos lhes dizer, em lhes mostrando a vida espiritual: a vida terrestre não é nada. A sua vista se detinha na Tuma e nós lhes mostramos além um horizonte esplêndido. 

127 Não sabiam porque sofriam na Terra; agora, no sofrimento, veem a justiça de Deus; o bem tornava-se sem frutos aparentes para o porvir, de hoje em diante terá uma finalidade e será uma necessidade; a fraternidade era apenas uma bela teoria, e agora esta assente sobre uma lei da natureza. Sob o império da crença que tudo acaba com a vida, a imensidão é vazia, o egoísmo reina como mestre entre vocês, e sua palavra de ordem é: ‘cada um por si’;  com a certeza do futuro, os espaços intermináveis se povoam a infinito, o vazio e a solidão não são sem valor, a solidariedade reata todos os seres além e aquém do túmulo;

128 É o reino da caridade com o lema: ‘cada um por todos e todos por um’.
Enfim, ao termo da vida vocês dizem um eterno adeus aos que lhes são caros, agora, dirão: ‘até breve’”. Tais são, em resumo, os resultados da revelação nova; Ela veio satisfazer o vácuo criado pela incredulidade, levantar as coragens abatidas pela dúvida ou a perspectiva do nada, e dar a todas as coisas a razão de ser.

129 Este resultado é ele, pois, sem importância, por que os Espíritos não vêm resolver os problemas da Ciência, dar o saber aos ignorantes, e, aos preguiçosos o meio de se enriquecer sem trabalho? Entretanto, os frutos que o homem deve recolher não são somente para a vida futura; Ele os colherá sobre a Terra pela transformação que estas novas crenças devam necessariamente operar sobre seu caráter, seus gostos, suas tendências e, por decorrência, sobre os hábitos e as relações sociais.

130 Colocando fim ao reino do egoísmo, do orgulho e da incredulidade, elas preparam o do bem, que é o reino de Deus. A revelação tem, pois, por objetivo de colocar o homem na posse de certas verdades que não poderia adquirir por si próprio, e aí em vista de ativar o progresso.

131 Estas verdades se cercam em geral dos princípios fundamentais destinados a pôr sobre seu caminho de buscas e não a de conduzir para os confins; são marcos que lhe mostram a meta; a ele a tarefa de estudá-los e de deduzir-lhe as aplicações; longe de libertar do trabalho, são os novos elementos fornecidos à sua atividade. A Gênese - Cap. I – Caracteres de Revelação Espírita. Encontrado em:

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133 FONTES DE PESQUISAS Revista. Espírita, Fev. 1865, p. 38: Perpetuidade do Espiritismo. Revista Espírita. Estudo Espírita. Promovido pelo IRC-Espiritismo: - Centro Espírita Léon Denis. A Gênese - Cap. I – Caracteres de Revelação Espírita, de KARDEC, Allan. Encontrado em:


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