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PublicouELIMÁRIA OLIVEIRA LIMA MARA Alterado mais de 4 anos atrás
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A SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA NA PESQUISA ACADÊMICA Palestrantes: Elimária Oliveira Lima & Letícia Gantzias Abreu Orientadores: Profa. Dra. Cibelle Corrêa Béliche Alves Prof. Dr. José de Ribamar Mendes Bezerra
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SOCIOLÍNGUISTICA: PERCURSO HISTÓRICO Tarallo considera que “podem se chamados de sociolinguistas todos aqueles que entendem por língua um veículo de comunicação, de informação, e de expressão entre os indivíduos da espécie humana. Assim sendo, tem-se em Ferdinand Saussure um Sociolinguista! O modelo de análise proposto por Labov apresenta-se como uma reação à ausência do componente social no modelo gerativo.” (TARALLO, 1990)
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A SOCIOLINGUÍSTICA COMO CAMPO DE ESTUDO - A Sociolinguística é uma das subáreas da Linguística e estuda a língua em uso no seio das comunidades de fala, voltando a atenção para um tipo de investigação que correlaciona aspectos linguísticos e sociais. (MOLLICA, 2017) - Principais teóricos: LABOV (0000), TARALLO (1990), BORTONI-RICARDO (1985), GUY (2007) e ZILLES (2007). - Áreas de interesse da Sociolinguística: contato entre línguas, questões relativas ao surgimento e extinção linguística, multilinguismo, variação e mudança constituem temas de investigação da área.
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A SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA - Também chamada de: 1) Sociolinguística Laboviana 2) Sociolinguística Quantitativa 3) Teoria da Variação e Mudança Linguística - As três principais fases de qualquer análise quantitativa, podem ser resumidas em: 1) Coleta de dados 2) Redução e apresentação de dados 3) Interpretação e explicação de dados.
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SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA: NOÇÕES IMPORTANTES Variação e variante Para LABOV (1972), variação linguística é quando duas ou mais variantes têm o mesmo significado, a mesma referência e o mesmo valor de verdade. Exemplo: “tu” e “você” (para segunda pessoa do singular) – Dissertação Letícia “nós” e “a gente” (para primeira pessoa do plural) – Dissertação Elimária -Observação: Dois requisitos devem ser cumpridos para que duas ou mais formas possam ser chamadas variantes: 1)Elas devem ser intercambiáveis no mesmo contexto; 2)Elas devem manter o mesmo significado referencial \representacional;
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A predominância de uma determinada variante linguística coloca o pesquisador frente a duas possibilidades: a) trata-se da instalação gradual de uma nova variante na língua (mudança linguística); b) trata-se de uma diferenciação linguística etária que se repete a cada geração.
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METODOLOGIA DA PESQUISA SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA Procedimentos: 1 - Escolha do objeto de estudo 2 - Escolha do universo de análise 3 - Seleção de informantes 4 - Recolha da amostra 5 - Estratificação das variáveis de análise 6 - Análise da amostra 7 - Resultados 8 - Considerações finais
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REESTRUTURAÇÃO DO PARADIGMA PRONOMINAL PESSOASPARADIGMA 1PARADIGMA 2 P1EU P2TUTU ~ VOCÊ P3ELE(A)ELA(A) P4NÓSNÓS ~ A GENTE P5VÓSVOCÊS P6ELES(AS)ELES
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REESTRUTURAÇÃO DO PARADIGMA VERBAL PARADIGMA 1PARADIGMA 2 EU ANDO/EESCREVO/VOU TU ANDAS/ESCREVES/VAISTU ANDA(S)/ESCREVE(S)/VAI(S) ~ VOCÊ ANDA/ESCREVE/VAI ELE(A) ANDA/ESCREVE/VAI NÓS ANDAMOS/ESCREVEMOS/VAMOSNÓS ANDA(MOS)/ESCREVE(MOS)/VAI(MOS) ~ A GENTE ANDA (MOS)/ESCREVE(MOS)/VAI(MOS) VÓS ANDAIS/ESCREVEIS/IDESVOCÊS ANDA(M)/ESCREVE(M)/VAI(ÃO) ELES(AS) ANDAM/ESCREVEM/VÃOELES ANDA(M)/ESCREVE(M)/VAI(ÃO)
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LETÍCIA GANTZIAS ABREU ORIENTADOR: PROF. DR. JOSÉ DE RIBAMAR MENDES BEZERRA A VARIEDADE LINGUÍSTICA MARANHENSE NA ESCRITA DIGITAL: UM ESTUDO DA ALTERNÂNCIA NO USO DOS PRONOMES TU, VOCÊ E CÊ EM CONVERSAÇÕES NO WHATSAPP.
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SOBRE A PESQUISA Estudo de natureza sociolinguística sobre a alternância no uso dos pronomes de segunda pessoa do singular tu, você e cê, em amostras de escrita da variedade linguística maranhense, no ambiente digital, mais particularmente no aplicativo Whatsapp. Objetivo: investigar o modo como o internauta maranhense se dirige a seu interlocutor no ciberespaço.
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A SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA NA PESQUISA Variação Linguística: Teoria da Variação Linguística proposta por Weinreich, Labov e Herzog (1968) e Labov (1972) Variação e reorganização do sistema dos pronomes pessoais no português brasileiro: Cardoso (2015); Scherre et al. (2015), Bortonni-Ricardo; Benveniste (1995); Funcionalismo linguístico: Halliday (1985); Castilho (2018); Linguagem na Internet: Crystal (2002); Recuero (2009); Teoria Chomskiana: Chomsky (1998) Linguística textual: Marcuschi (2000)
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Considerando que a variedade dos pronomes de tratamento em São Luís é o reflexo de suas raízes histórico-culturais, assim como de recursos linguísticos selecionados pelo falante durante uma interação, e, mais ainda, assumindo que as relações sociais entre os indivíduos e o contexto de fala se refletem na língua, quando analisamos o uso dos pronomes tu, você e cê no uso do português falado no Maranhão, examinam-se dados recolhidos em prints de diálogos entre usuários do Whatsapp, levando-se em conta a influência dos seguintes fatores: tipo de relação entre os internautas interlocutores; sexo e faixa etária dos internautas, por exemplo. A SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA NA PESQUISA
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1º momento: Projeto de pesquisa 1- Pesquisa bibliográfica | 2- Objeto de pesquisa 2º momento: Recolha dos dados 1- Perfil dos interactantes | 2- Escolha da amostra (prints) - Conversas no aplicativo 3º momento: Interpretação e análise dos dados Fatores de análise baseado na teoria de “Variação e variante” (LABOV, 1972) METODOLOGIA
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CONSIDERAÇÕES NÃO FINAIS Com a pesquisa ainda em desenvolvimento, a análise preliminar dos dados apontam como resultado: 1- A variação entre as formas tu, você, cê, com uma leve prevalência do pronome você, principalmente por conta das abreviações, se igualando (em quantidade de uso) ao tu, forma mais utilizada no falar maranhense. 2- Que na interação online, os informantes da primeira faixa etária fazem uso tanto da forma tu quanto da forma você, quer seja em contexto formal ou em contexto informal; 3- Que os falantes de ambos os sexos também utilizam você em vários contextos de interação online, principalmente em contextos mais formais ou de menor proximidades do falantes. 4- O você abreviado (vc, vcê, vce, vcê, cê, ce) aparece sempre em contextos informais. Assim, podemos deduzir que, na língua escrita no whatsapp, o você pode ser formal e informal dependendo do contexto e de como como está escrito.
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ELIMÁRIA OLIVEIRA LIMA ORIENTADORA: PROF.ª. DRª. CIBELLE CORRÊA BÉLICHE ALVES O USO DO NÓS E A GENTE NO PORTUGUÊS FALADO NO MARANHÃO
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SOBRE A PESQUISA Trata-se de uma pesquisa sociolinguística sobre o uso do pronome pessoal de primeira pessoa do plural na cidade de Barra do Corda e na capital São Luís. Objetivo: Investigar o processo variacional representado pela alternância dos pronomes nós e a gente, especificamente na posição de sujeito, na fala barra-cordense e ludovicense.
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A SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA NA PESQUISA Pressupostos da Teoria da Variação e Mudança propostos por LABOV (2008 [1972]); Ainda, outros estudiosos da área da sociolinguística, como BORTONI-RICARDO (1985), TARALLO (1990), GUY (2007); E estudiosos do pronome pessoal no português brasileiro, como LOPES (2004), SCHERRE (2006), OMENA (2003), Alves (2015), entre outros.
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A SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA NA PESQUISA 1.Com que frequência as formas pronominais nós / a gente ocorrem nas comunidades estudadas? 2.Que grupos de fatores linguísticos e/ou sociais condicionam as realizações dessas formas pronominais? 3.Os fatores que condicionam a variação entre nós e a gente em Barra do Corda são os mesmos que são verificados em São Luís?
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1º momento: Projeto de pesquisa 1- Pesquisa bibliográfica | 2- Objeto de pesquisa 2º momento: Recolha dos dados 1- Definição do informantes | 2- Aplicação da pesquisa 3º momento: Interpretação e análise dos dados Variáveis de análise (linguísticas e extralinguísticas) através do programa Goldvarb (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005) METODOLOGIA
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VARIÁVEIS ANALISADAS ExtralinguísticasLinguísticas Sexo do FalantePreenchimento do sujeito Faixa etáriaParalelismo formal EscolaridadeConcordância Verbal LocalidadeTipo de referência
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PREENCHIMENTO DO SUJEITO “Eu achou que da... acho que sim, di certa forma sim... por que, por exemplo, no caso eu.. eu... eu tava falando do você, geralmenti a genti usa você quando tá conhecendo alguém, que é uma forma de sê mais delicado, num sei... sê mais educado, Ø vamos dizê assim... aí... eu... eu, geral... eu particularmente gosto mais de usá o tu, pra qualqué pessoa, intendeu? Mas a pessoa usa muito você pra essa questão di...” (INF.05)
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PARALELISMO LINGUÍSTICO “Ah, a gente convessa, a gente sai, a gente vai tomá sovete né... a gente convessa bastante” (INF.04) “Por exemplo, eu tenho mais relação cum meu amigo da sala di aula, qui to aqui todo dia cum ele du que cum meu vizinhuo... não é purquê... lógico qui nós mudamos um pôco... mas não é purquê: ah, agora as pessoas são totaumenti fechadas, não... é purquê casa não é mais u lugá qui a genti fica lá... a genti tá todu tempu: iscola longi, impregu, trabalhu, violência... acaba sendu, realmenti, só um pontu di passagem.. qui a genti vai lá... só pra praticamente durmi... passá a noiti...” ( INF.05)
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CONCORDÂNCIA VERBAL “ Armário. É. Justamente nesse formato aí, que agora, principalmente nós aqui da cidade só usa imbutido na parede, né? Aqueles armário de aço e tal, né?” (INF.03) “Eh... tem... tem outrus nomi, mais... o pessual chama di mixirica, tangerina, eh... já aprendi até otrus nomis mais aqui a genti... a genti... chama mais di tanja...”(INF.05)
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TIPO DE REFERÊNCIA “ É muita coisa assim que a henti esquece das coisa assim quando a henti precisa, depois quando não tá precisando que a henti lembra. Tramela, não?” (INF.03) “É ele tem 38 anos, 39. E eu tenho 25. Aí até hoje nós tamo juntos, já faz três anos.” (INF.02)
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PERCENTUAIS DE NÓS E A GENTE NA FALA LUDOVICENSE
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PERCENTUAIS NÓS E A GENTE EM RELAÇÃO AO SEXO DO FALANTE
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PERCENTUAIS DE NÓS E A GENTE EM RELAÇÃO À CONCORDÂNCIA VERBAL
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PERCENTUAIS DE NÓS E A GENTE EM RELAÇÃO AO PARALELISMO FORMAL
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PERCENTUAIS DE NÓS E A GENTE EM RELAÇÃO AO PREENCHIMENTO DO SUJEITO
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CONSIDERAÇÕES NÃO FINAIS Resultados preliminares, a partir de uma análise percentual, permitiram constatar que forma a gente parece já estar incorporada à gramática discursiva da comunidade maranhense, sendo esta a forma pronominal preferida para representar a primeira pessoa do plural, embora ainda em concorrência com o pronome nós.
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REFERÊNCIAS BORTONI-RICARDO, S. M. Nós cheguemu na escola, e agora?: sociolinguística & educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. COELHO, Izete Lehmkuhl. et al. Para conhecer sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2015. GATTI, Bernardete A. A construção da pesquisa em educação no Brasil. Brasília: Plano Editora, 2002. (Série Pesquisa em Educação) GUY, G. R.; ZILLES, A. Sociolinguística quantitativa: instrumental de análise. São Paulo: Parábola, 2007. LABOV, W. Sociolinguistic patterns. Tradução de Marcos Bagno. São Paulo: Parábola, 2008 [1972]. LOPES, C. R. dos S. A inserção de a gente no quadro pronominal do português. Frankfurt/Madri: Vervuert/ Iberoamericana, vol. 8. 2004. OMENA, N. A referencia à primeira pessoa do discurso no plural. In: OLIVEIRA e SILVA, M.; SCHERRE, M. (orgs). Padrões sociolinguísticos: estudos de fenômenos variáveis do português falado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UFRJ Editora, 1996. SANKOFF, D.; TAGLIAMONTE, S,; SMITH, E. Goldvarb X: a variable rule application for Macintosh and Windows. Department of Linguistics, University of Toronto, 2005. TARALLO, F. A pesquisa sociolingüística. 3. ed. São Paulo: Ática, 1990.
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