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ENDOCARDITE INFECCIOSA
Paulo Roberto Cruz Marquetti
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Conceitos Infecção microbiana do endocárdio ou endotélio vascular
Lesão característica – vegetação A incidência e mortalidade não diminuiram nos últimos 30 anos Espectro amplo de apresentações Diretrizes por consenso de especialistas, pela baixa incidência, ausência de estudos randomizados e poucas meta-análises.
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Epidemiologia Incidência – 3 a 10/100.000 pessoas/ano
70 a 80 anos – 14.5/ pessoas/ano Homens/mulheres – 2:1 Drogaditos – 11,6 / pessoas/ano Próteses – 1,5 a 3%/1º ano – 3 a 6%/5 anos Mudanças no perfil epidemiológico: Antes: jovens com valvopatias reumáticas Hoje: idosos submetidos a procedimentos, próteses, PVM, valvopatias degenerativas e usuários de drogas intravenosas
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Classificação Localização da infecção e material:
Em valva nativa esquerda Em valva prostética esquerda precoce (<1 ano) Em valva prostética esquerda tardia (>1 ano) Em valva direita Relacionada a dispositivos (MP/CDI)
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Classificação Modo de aquisição:
Adquirida na comunidade (sintomas <48 h após a admissão) Associada aos cuidados de saúde: Nosocomial (sintomas >48 h após admissão) Não nosocomial (sintomas <48 h após admissão, em homecare, QT, HD <30d, internados há <90d, ou insitucionalizados) Usuários de drogas intravenosas
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Patogênese Escovação – até 100 UFC/ml sangue por <10 minutos
O endotélio normal é estéril Rotura causa endocardite trombótica não bacteriana, a qual depois sofre colonização Inflamação endotelial libera integrina 1, à qual adere a fibronectina da bactéria Bacteremia Escovação – até 100 UFC/ml sangue por <10 minutos Aderência bacteriana depende de fatores do hospedeiro e do patógeno
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Risco de Endocardite População geral não cardiopata – 5/ pts/ano Prótese valvar por EI – 2.160/ pts/ano PVM sem sopro – 4,6/ pts/ano PVM com sopro IM – 52/ pts/ano E. Aórtica congênita – 271/ pts/ano CIV – 145/ pts/ano Cardiopatia reumática – / pts/ano Endocardite prévia – 740/ pts/ano
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Risco Alto de EI ou Desfecho Adverso
1. Próteses valvares 2. Endocardite infecciosa prévia 3. Cardiopatias congênitas: a) Cianóticas não corrigidas, incluindo “shunts” e condutos paliativos b) Com correção completa, com prótese ou dispositivo por cirurgia ou cateterismo, durante 6 meses após, até a endotelização c) Corrigida com defeitos residuais no local ou adjacentes a retalhos ou dispositivos prostéticos (que inibem a endotelização) 4. Receptores de transplante cardíaco com valvopatias (AHA)
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Classificação Atual das Endocardites
EVN – Endocardite de Valva Nativa EDA – Endocardite em Drogaditos EPP – Endocardite Precoce em Prótese Valvar (até 1 ano) ETP – Endocardite Tardia em Prótese Valvar (após 1 ano)
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Etiologia (%) AGENTE EVN EDA EPP ETP Estreptococo S. viridans <5 25 S. bovis 15 <5 <5 25 S. faecalis 10 8 <5 <5 Outros <5 <5 <5 <5
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Etiologia (%) AGENTE EVN EDA EPP ETP Estafilococo P.C P.C. - <5 < Fungos < Polimicrobiana < Outras <5 5 5 <5 Cultura negativa 5-10 <5 <5 <5
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Localização da Vegetação (%)
LOCALIZAÇÃO SUB-AGUDA AGUDA DROGADITO Esquerda Aórtica Mitral Ambas Direita Tricúspide Pulmonar 1 Rara 2 Ambas Rara Rara 3 Direita + Esquerda Rara Outras
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Quadro Clínico A maioria das manifestações e dos achados de exame físico é inespecífica Originam-se de 3 aspectos: 1. Infecção sistêmica (citocinas) 2. Lesão estrutural cardíaca ou vascular 3. Manifestações imunológicas Podem se originar predominantemente das complicações
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Quadro Clínico EVN, EVP, EDA compartilham sintomas, sinais e achados laboratoriais Curso cínico depende do agente infeccioso Aguda – estreptococos -hemolíticos, St. aureus, pneumococos Sub-aguda – St.viridans, enterococos,HACEK, estafilococos plasmocoagulase negativos Indolentes – Bartonella, Tropheryma whipplei
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Quadro Clínico - Sintomas (%)
Febre – AVC – Calafrios – Cefaléia – Sudorese – 25 Náusea/vômito Anorexia – Mialgia/artralgia Emagrecimento - 30 Dor torácica (EDA) 8-35 Mal-estar – Dor abdominal – 5-15 Dispnéia – 25 Dor em dorso – 7-10 Confusão – 10-20
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Quadro Clínico - Sinais (%)
Febre – Baqueteamento – Sopro – Nódulos de Osler Sopro novo / H. sub-ungueais Alt.Neurológicas Petéquias – Embolizações – Lesões de Janeway – 6-10 Esplenomegalia – M. Roth – 4-10
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Complicações Insuficiência cardíaca Embolização – ESA 12-40, EA 40-60%
Cérebro 20%, pulmões 15%, coronárias 6%, baço 6%, membros 6%, intestino 3% Perturbações da condução % BAV 1º grau 45%, BAV 3º grau 20%, BAV 2º grau 15%,Bloqueio de ramo 15%
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Complicações Neurológicas – 29-50% Aneurismas micóticos – 3-15%
Isquêmicas – 80% Hemorrágicas – 20% Reação meníngea – 7-15% Como sintoma inicial – 10-15% Aneurismas micóticos – 3-15% Aorta proximal 25%, vísceras 24%, membros 22%, cérebro 15%
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Quando suspeitar de EI ? Sopro regurgitante novo
Eventos embólicos de origem desconhecida Sepse de origem desconhecida Febre associada a prótese, EI prévia, cardiopatia congênita, imunodepressão, uso de droga IV, procedimento invasivo recente, fenômenos vasculares, sinais neurológicos focais, TEP, abscessos periféricos de causa desconhecida, HC + para germe compatível.
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Ecocardiograma na EI Fazer ETT ante a suspeita
Se ETT normal, fazer ETE Se ETE normal, com suspeita clínica forte, repetir após 1 semana Repetir ETT e ETE ante a suspeita de complicação estrutural ou para monitorar o tamanho da vegetação Repetir ETT ao final do tratamento
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Critérios de Duke Modificados - Maiores
Hemoculturas positivas (1 dos abaixo) (Colher 3 amostras venosas de 10 ml) Microorganismo típico em 2 separadas Duas positivas com intervalo > 12 horas, Três em 3 com intervalo > 1 hora, ou a maioria de pelo menos 4 em > 1 hora Ecocardiograma (1 dos abaixo) Massa oscilante na valva, fluxo ou prótese, Discinesia parcial nova de prótese, ou Regurgitação valvar nova
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Critérios de Duke Modificados - Menores
Predisposição: cardiopatia / drogadição Febre: >/= 38C Vasculares: Embolia em artéria calibrosa Infarto pulmonar séptico Aneurisma micótico AVC hemorrágico Hemorragia conjuntival Lesões de Janeway
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Critérios de Duke Modificados - Menores
Imunológicos: Glomerulonefrite Nódulos de Osler Manchas de Roth Fator reumatóide positivo Microbiológicos: Hemocultura com uma amostra positiva Sorologia de infecção ativa por germe compatível com EI
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Diagnóstico Definido Critérios patológicos:
Microorganismo em cultura ou histologia de material cirúrgico ou de necrópsia Critérios clínicos: Dois critérios maiores, um maior e três menores ou cinco menores
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Diagnóstico Possível: 1 critério maior e 1 menor ou 3 menores
Afastado: Diagnóstico alternativo firme para o quadro Resolução com antibiótico em até 4 dias Nenhuma evidência patológica em peça cirúrgica ou necrópsia, após antibiótico por até 4 dias Critérios insuficientes para EI possível
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Princípios de Tratamento
Objetivos: Erradicar o microorganismo Indicação cirúrgica adequada Tratar as eventuais complicações Princípios: Antibiótico bactericida / parenteral Tempo de tratamento prolongado Combinações sinérgicas (organismos atípicos)
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EVN por Estreptococos Pen.G Cristalina ou Ceftriaxona x 4 semanas
Pen.G Cristalina ou Ceftriaxona 2 semanas + Gentamicina x 2 semanas Resposta rápida e sem complicações: PGC 2-4 semanas, possível alta após 7 dias Pts > 65 a, e/ou Cr, lesão de 8º par craniano ou alérgicos: Ceftriaxona x 4 sem. Pts alérgicos: Vancomicina x 4 sem. Resistentes: Vancomicina + Gentamicina x 6 semanas
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EVN por Estafilococos MSSA em pts não alérgicos à penicilina
Oxacilina x 6 semanas + Gentamicina x 3-5 dias iniciais do tratamento MSSA em pts alérgicos à penicilina Cefazolina x 6 semanas + gentamicina x 3-5 dias iniciais. MRSA – Vancomicina x 6 semanas
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EVP por Estafilococos MSSA – Oxacilina + Rifampicina x 6-8 semanas + Gentamicina x 2 semanas MRSA – Vancomicina + Rifampicina x 6-8 semanas + Gentamicina x 2 semanas
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EI pelo Grupo HACEK* Ceftriaxona x 4 semanas ou Ampicilina 12 g/d IV x 4 semanas em infusão contínua ou dividida em doses cada 4 horas + Gentamicina x 4 semanas. * Haemophilus / Actinobacillus / Cardiobacterium / Eikenella / Kingella
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EI com Hemoculturas Negativas ou com Etiologia Não Identificada
EVN e EVP > 1 ano Ampicilina + Gentamicina, ambos x 4-6 semanas Alérgicos: Vancomicina + Gentamicina + Ciprofloxacino, todos 4-6 semanas EVP até 1 ano Vancomicina x 6 s + Rifampicina x 6 s + Gentamicina x 2 s + Cefepime x 6 semanas Suspeita de Bartonella Ceftriaxona x 6 s. + Gentamicina x 2 s. + Doxiciclina x 6 semanas
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Doses dos Antibióticos na EI
PGC – Milhões U/d (estreptococo sensível) 20-24 Milhões U/d (estr. Interm/resistente) Gentamicina – 3 mg/Kg/d em 3 doses Ceftriaxona – 2 g/d em dose única Vancomicina – 30 mg/Kg/d em 2 doses Oxacilina – 8-12 g/d IV em 4 doses Rifampicina – 900 mg/d em 3 doses IV/VO Ciprofloxacino – 800 mg/d em 2 doses Cefepime – 6 g/d em 3 doses Doxiciclina – 200 mg/Kg/d em 2 doses IV/VO
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Anticoagulação Evitar exceto indicações urgentes (TEP)
Interromper cumarínicos se for possível Prótese mecânica manter RNI 2,5 a 3,5 Evitar antibióticos IM se o paciente estiver anticoagulado
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Indicações de Cirurgia
I.C. por regurgitação mitral / aórtica aguda Infecção não controlada após 8 dias de tto. Infecção não controlada localmente Vegetações > 10 mm ou aumentando “Kissing vegetations” na valva mitral Agentes muito destrutivos ou pouco responsivos ao tratamento EPP (< 12 meses da cirurgia) EPT com escape, obstrução, perturbações da condução, abscessos, hemoculturas positivas persistentes
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COMO EVITAR ?
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Bacteremia Provável Procedimentos dentários c/ risco de sangrar
Broncoscopia rígida Cistoscopia com infecção urinária Biópsia de trato urinário e próstata Amigdalectomia e adenoidectomia Dilatação esofágica e escleroterapia Instrumentação de vias biliares obstruídas Prostatectomia transuretral Litotripsia Procedimentos ginecológicos com infecção
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Piercing Penetração com jóias em orifícios feitos nas sobrancelhas, helix da orelha, lábios, língua, nariz, umbigo, mamilos e genitais Crescente na cultura ocidental contemporânea 2002 – Universitários em New York – Homens – 42% Mulheres – 60% EUA/França – 10-20% têm infecção local por Staphylococcus aureus, estreptococos do grupo A, Pseudomonas sp.
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Piercing x Endocardite
1991 a 1999 – 3 casos 2001 a casos Todos – Cardiopatia com sopro sistólico Língua > Orelha > Nariz > Mamilo/umbigo Média de idade – 20 anos Sintomas 1 mês após o procedimento St. Aureus PC (-) e epidermidis – 62% Outros – Neisseria, Haemophilus, Streptococcus
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Casos Publicados Sexo – Idade – Local – Intervalo – Lesão – Agente
F Nariz Semanas Sem St. Aureus F Ouvido Semanas SS ejetivo St. Epid. M Mamilo Mês V.Ao.Bic.+Co.Ao St. Epid. F Língua Mês Insufic. Mitral N. mucosa M Língua Meses Valvoplast. Ao H.aphroph. F Umbigo Mês SS ++/ St.aureus M Ouvido ? CIV St.Grupo A 47% dos pais de crianças com cardiopatias congênitas não conheciam endocardite infecciosa 29% tinham orientação de profilaxia de endocardite
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Endocardite por Haemophilus aphrophilus
Agosto/2002
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Tatuagem Pigmentos industriais orgânicos com alta carga de impurezas e microorganismos Infecções virais: hepatites B,C,D, HIV, Papilomavirus, Vaccinia Bactérias: St. aureus, St. Pyogenes, Pseudomonas sp., Clostridium tetani, Haemophilus ducreyi, Treponema pallidum, Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium leprae Fungos: esporotricose e zygomicose
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Tatuagem Há um caso relatado de EI após tatuagens repetidas em um induvíduo com valvopatia conhecida.* 63 amostras de tinta destinadas a tatuagens e maquiagens permanentes foram semeadas antes do uso: 18% positivas para bactérias e fungos 7 amostras acima de bact/ml 10% positivas para pseudomonas 5% positivas para pseudomonas aeruginosa.** * Satchithananda DK et al – Heart2001 Jan:85(1):11-2 ** Reus HR et al – ND COS 012, November 2001
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Piercing é Alto Risco para EI ?
O procedimento é altamente invasivo A flora local é compatível com EI O tempo de cicatrização é longo: língua 6 semanas e umbigo até 1 ano Profissionais não qualificados e higiene precária Jóia com contaminação microbiana Higiene deficiente depois (língua, umbigo)
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EQUIPE CIRÚRGICA
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CENTRO CIRÚRGICO
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Piercing e Tatuagem “A educação de pacientes em risco de EI é fundamental, e os procedimentos de piercing e tatuagem devem ser desencorajados. Se realizados, devem ser feitos em condições estritamente estéreis, apesar de não se usar profilaxia.” European Society of Cardiology Guidelines, Sept. 2009
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Bacteremia em Procedimentos Dentários
Extração % Cir. Periodontal % Proc. Endodônticos - até 20% Limpeza dental - até 40% Matriz p/ elásticos % Escovação % Uso de palitos % Jato de água % Mastigação de alimentos %
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Porém... Parece não haver diferença clinicamente significante na freqüência, natureza, magnitude e duração da bacteremia associada aos procedimentos dentários comparados às atividades rotineiras diárias. Em pacientes com má higiene oral, a incidência de bacteremia antes de extração dentária pode ser semelhante à de bacteremia após a extração. Não há evidência de que sangramento visível em procedimentos seja um bom preditor de bacteremia.
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Dúvidas Qual procedimento dentário requer profilaxia para endocardite ? Os procedimentos têm mais risco de bacteremia que as rotinas diárias ( mastigação, bochechos, escovação ) ? Duas escovações diárias em 1 ano têm vezes mais risco de bacteremia que uma extração. Rotinas diárias durante 1 ano têm 5,6 milhões de vezes mais risco de bacteremia que uma extração. Não existe um estudo prospectivo, randomizado, controlado por placebo para profilaxia de EI.
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Estimativa de Risco Risco de EI para 1 procedimento dentário:
População geral – 1: Prolapso de valva mitral – 1: Cardiopatia congênita – 1: Endocardite prévia: 1:95.000 Cardiopatia reumática: 1: Prótese: 1: Mesmo que a eficácia dos antibióticos profiláticos fosse 100%, o número de EI prevenidas seria muito baixo.
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Indicações de Profilaxia para EI Classe IIa - Evidência C
1. Próteses valvares ou reparos com material prostético 2. Endocardite infecciosa prévia 3. Cardiopatias congênitas: a) Cianóticas não corrigidas, incluindo “shunts” e condutos paliativos b) Com correção completa, com prótese ou dispositivo por cirurgia ou cateterismo, durante 6 meses após, até a endotelização c) Corrigidas com defeitos residuais no local ou adjacentes a retalhos ou dispositivos prostéticos (que inibem a endotelização) 4. Receptores de transplante cardíaco com regurgitações valvares por alterações estruturais (AHA)
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Profilaxia para EI Não Indicada
Estenose aórtica Estenose mitral Prolapso da valva mitral, sintomático ou assintomático Valvopatias nativas em adolescentes e adultos jovens Estenose pulmonar com valvotomia por balão
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Indicações de Profilaxia para EI
Procedimentos dentários com: 1. Manipulação de gengivas 2. Manipulação periapical dos dentes 3. Perfuração das mucosas Não é indicada em anestesia em tecido não infectado, colocação, ajuste ou retirada de próteses e dispositivos ortodônticos, perda da 1ª dentição ou trauma aos lábios e mucosa oral.
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Profilaxia - Procedimentos Dentários
Amoxicilina 2 g VO ½ a 1 hora antes do procedimento dentário (crianças 50 mg/Kg) Alérgicos e/ou incapazes de deglutir: Clindamicina 600 mg (crianças 20 mg/Kg) VO, IM ou IV
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ACC/AHA 2008 Guideline Update on Valvular Heart Disease: Focused Update on Infective Endocarditis Circulation 2008:118: August 19, 2008. “Os clínicos devem estar disponíveis para discutir as razões para estas novas mudanças com seus pacientes, incluindo a falta de evidência científica para demonstrar um benefício provado na profilaxia da endocardite infecciosa.” “ Com o tempo e a educação continuada,o Comitê prevê aceitação crescente das novas diretrizes entre médicos e pacientes.”
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AUSÊNCIA DE EVIDÊNCIA A FAVOR NÃO SIGNIFICA EVIDÊNCIA CONTRA
Ponto a Ponderar AUSÊNCIA DE EVIDÊNCIA A FAVOR NÃO SIGNIFICA EVIDÊNCIA CONTRA
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Guidelines on the Prevention, Diagnosis and Treatment of Infective Endocarditis European Society of Cardiology – Sept. 2009 “Após revisão informada e discussão com o paciente, muitos médicos podem decidir continuar com a profilaxia, e esta visão deve ser respeitada.”
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Prevention of Infective Endocarditis Guidelines from the American Heart Association Circulation 2007:116: May 8, 2007. “...A manutenção de boa higiene oral e o acesso a cuidados dentários de rotina provavelmente são mais importantes na redução do risco de endocardite por toda a vida que a administração de profilaxia antibiótica para um procedimento dentário.”
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