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Aulas Multimídias – Santa Cecília Profº Jam Carlos.

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1 Aulas Multimídias – Santa Cecília Profº Jam Carlos

2 A ERA VARGAS (1930-1945) Prof. Jam Carlos Santos

3 A “Política do café-com-leite” (PRP-com-PRM) e a “Revolução de 1930” Washington Luís Oligarquias de e Oligarquias de SP e MG  Antonio Carlos Ribeiro de Andrada (MG)   Júlio Prestes (SP)   vice: Vital Soares ALIANÇA LIBERAL Oligarquias de MG/RS/PB  Antonio Carlos Ribeiro de Andrada (MG) Getúlio Vargas vice: João Pessoa

4 Antes mesmo do Golpe de 1930, o governador mineiro Antônio Carlos de Andrada proferiu uma frase que expressava bem os temores das elites brasileiras naqueles anos: “Façamos a revolução antes que o povo a faça!”. A frase foi aproveitada por Affonso Ávila para escrever um poema. ÁVILA, Affonso. Frases feitas. In: ÁVILA, Affonso. Código de Minas & poesia anterior. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969. p. 17. Façamos a Revolução antes que o povo a faça antes que o povo à praça antes que o povo a massa antes que o povo a raça antes que o povo: A FARSA

5 1. O PODER COM GETÚLIO VARGAS Didaticamente, costuma-se dividir a era Vargas, isto é, o período em que Getúlio Vargas ficou à frente dos destinos do Brasil, em três etapas: Governo Provisório (1930-1934); Governo Constitucional (1934-1937) e; Estado Novo (1937-1945).

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7 Características da Era Vargas CCCCentralização político-administrativa, diminuindo a autonomia dos estados; NNNNacionalismo econômico no qual o Estado intervia na economia e reservava para si áreas economicamente estratégicas; CCCCrescente processo de industrialização e urbanização; PPPPrática do populismo, ou seja, de uma política na qual o Estado, por meio de líder carismático (como era Vargas), assumiu o papel de arbítrio dos conflitos sociais, mantendo as estruturas e os privilégios dominantes, embora fazendo concessões aos setores populares no intuito de controlá-los; CCCCriação de leis de proteção e assistência aos trabalhadores e; RRRRepressão e perseguição aos oposicionistas.

8 O PODER COM GETÚLIO VARGAS GOVERNO PROVISÓRIO (1930-1934)

9 1930 marca também a consagração de Carmem Miranda com a marcha carnavalesca Taí. Taí Eu fiz tudo pra você gostar de mim Oh meu bem não faça assim comigo não Você tem, você tem Que me dá seu coração

10 Assumindo em novembro de 1930 a chefia de um governo provisório, Getúlio Vargas determinou:  Dissolução dos partidos políticos;  Do Congresso Nacional;  Das Assembleias Legislativas e das Câmaras Municipais;  Revogação da Constituição de 1891;  De substituir os governadores dos estados por fiéis interventores federais (quase todos tenentes) e;  De atribuir a si o direito de elaborar decreto-lei.

11 C riou-se na prática uma ditadura em nome da “revolução”, embora se prometesse a eleição de uma futura Assembleia Constituinte e a volta à égide legal.

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13 A “Revolução” de 1932 Foi chamada “revolução constitucionalista” de 1932, logo derrotada pelas tropas leais a Getúlio Vargas; Este, entretanto, sabendo o peso econômico e político de São Paulo, logo procurou a reconciliação com o Estado, convocando em 1933 uma Assembleia Constituinte, e promulgando em 1934, uma nova Constituição.

14 A Constituição de 1934 possuía orientação liberal-democrática, apresentando como pontos inovadores: Manutenção do regime federativo, presidencialista e dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário); Extinção do cargo de vice-presidente, cabendo ao presidente da Câmara assumir a presidência, no caso de impedimento do presidente; Mandato presidencial de 4 anos; Eleições diretas para presidente, com exceção do primeiro, que seria eleito pela Assembleia para exercer o cargo até 3 de maio de 1938; Instituição do voto secreto e feminino (não votavam analfabetos); Legislação trabalhista (previdência social, 8 horas de trabalho diário, salário-mínimo, férias etc.); Medidas nacionalistas defendendo as riquezas naturais do país; Criação da justiça eleitoral (moralizando as eleições); Criação do mandado de segurança para defender o cidadão contra abusos do Estado. Essa constituição acabou revogada em 1937, com o golpe do Estado Novo.

15 O PODER COM GETÚLIO VARGAS GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934-1937)

16 Direita e Esquerda na Luta fundada em 1932 por Plínio Salgado, que defendia: AIB – Ação Integralista Brasileira, fundada em 1932 por Plínio Salgado, que defendia:  A criação de um Estado totalitário;  Militarista;  Chauvinista (demasiadamente nacionalista);  Defensor da propriedade privada e da “civilização cristã”;  Contra os inimigos liberais e comunistas.

17 Direita e Esquerda na Luta ANL – Aliança Nacional Libertadora, seu líder de honra o marxista Luís Carlos Prestes, lutando contra: OOOO latifúndio; OOOO fascismo e o imperialismo e; DDDDefendendo um governo popular propagou- se rapidamente pelo Brasil.

18 Acostumados com a vida dura da ilegalidade, apenas os comunistas permaneceram na ANL; No mês de novembro de 1935, tentaram em Natal, Rio de Janeiro e Recife uma revolta armada que ficou conhecida como intentona comunista, facilmente derrotada pelo governo.

19 O PODER COM GETÚLIO VARGAS ESTADO NOVO (1937-1945)

20 O Nascer de uma Ditadura  A intentona foi uma dádiva para Vargas;  Ele decretou Estado de sítio e iniciou uma sistemática repressão não só aos comunistas, mas também a qualquer opositor;  10 de novembro de 1937, estabeleceu de fato uma nova ditadura;  Nessa data usando o fantasioso plano Cohen, Vargas:  Fechou o Congresso Nacional e demais órgãos legislativos;  Dissolveu os partidos;  Censurou a imprensa;  Pôs soldados nas ruas e instalou o Estado Novo, uma brutal ditadura nos moldes nazifascistas.

21  O Estado Novo constituiu uma página negra de nossa história;  O censurava e controlava os meios de comunicação, ao mesmo tempo que fazia a propaganda do governo;  O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) censurava e controlava os meios de comunicação, ao mesmo tempo que fazia a propaganda do governo;  Existia um forte culto:  À pátria;  Ao nacionalismo e, sobretudo;  Um endeusamento do ditador, o “pai dos pobres”;  O movimento sindical foi totalmente controlado pelo governo;  enquanto o departamento administrativo do serviço público (DASP) submetia por completo a máquina estatal, inclusive os interventores dos estados.  Intensificou-se a “caça” aos oposicionistas:  Prisões ilegais, torturas, mortes;  Integralistas, foram perseguidos e massacrados após uma tentativa de levante em abril de 1938.  A censura e o crescimento econômico a anestesiavam;  Para ela, Vargas era apenas o “guardião da liberdade, da família e do espírito cristão, o “pai dos pobres””...

22 A Constituição de 1937 Outorgada logo após o golpe havia sido elaborada por um único jurista, o ministro da justiça Francisco Campos. Devido à semelhança de boa parte de seus artigos com a Carta fascista da Polônia, foi chamada de Polaca. Eram características da Constituição de 1937: Centralização política, com o fortalecimento do poder do presidente; Extinção do legislativo, cujas funções passariam a ser exercidas pelo executivo; Subordinação do judiciário ao executivo; Acabar com os partidos políticos; Acabar com a liberdade de imprensa, por meio da censura prévia – só podia ser publicado aquilo que era aprovado pelos censores do governo; Indicação dos “interventores” (governadores) dos estados pelo presidente; Legislação trabalhista. A Constituição nunca chegou a entrar em vigor, pois precisava ser aprovada pelo Congresso. Fechado durante o golpe por Getúlio, o Congresso não foi reaberto durante todo o período do Estado Novo Enquanto isso, o presidente podia governar por meio de decretos-lei.

23 Por promover a vadiagem parou na censura um samba de Ataulfo Alves e Wilson Batista seria liberado com nova letra

24 “Quem trabalha é que tem razão Eu digo e não tenho medo de errar O bonde São Januário Leva mais um operário: Sou eu que vou trabalhar. Antigamente eu não tinha juízo Mas hoje eu penso melhor no futuro Graças a Deus: Sou feliz, vivo muito bem, A boemia não dá camisa a ninguém. Passe bem!” As letras de música eram censuradas pelo DIP. O exemplo mais famoso foi um samba composto por Ataulfo Alves e Wilson Batista, O Bonde de São Januário (1941). A letra original exaltava a figura do “malandro” esperto, que vivia na boemia, que não era trouxa de virar operário e entrar “no bonde de São Januário” (bairro industrial) que leva mais um otário para trabalhar. O DIP marcou em cima e a letra teve de ser mudada.

25 A exemplo da Itália o governo brasileiro passa a taxar os solteiros. É NEGÓCIO CASAR.

26 O Estado Novo veio Para nos orientar No Brasil não falta nada Mas precisa trabalhar Tem café, petróleo e ouro Ninguém pode duvidar E quem for pai de quatro filhos O presidente manda premiar É negócio casar (É NEGÓCIO CASAR. Citado por PILETTI, N. "História do Brasil. São Paulo": Ática, 1997.) A propaganda foi uma importante chave para a consolidação da figura de Vargas como líder e responsável pelo crescimento do Brasil. A política econômica do Estado Novo teve como características: o planejamento da economia por iniciativa do Estado, o investimento do Estado na indústria de base, o desencadeamento da industrialização brasileira e a criação de órgãos públicos para promover fomento de atividades econômicas: Instituto do Açúcar e do Álcool, Instituto do Chá e do Mate, Conselho Nacional do Petróleo.

27 ditadura interventores Implantada a ditadura, Vargas outorgou uma nova constituição para o país. A carta de 1937 fortaleceu o executivo, acabando com a autonomia dos estados, que passaram a ser governados por interventores (indicados pelo presidente); dissolver o congresso nacional, as assembléias legislativas e as câmaras municipais (na realidade, esses órgãos inexistiram no estado novo, pois foram todos dissolvidos); suspendeu as garantias individuais e extinguiu os partidos e organizações políticas. A constituição de 1937 nunca foi verdadeiramente aplicada, uma vez que deveria ser legitimada por um plebiscito – jamais ocorrido. Getúlio Vargas preferia decretos-leis.

28 O conflito europeu se alastra. Em dezembro de 1941 Getúlio fala do perigo de agressão.

29 Dias depois o ministro Oswaldo Aranha anuncia o rompimento do Brasil com as potências do Eixo.

30 De fevereiro à julho de 1942 vários navios brasileiros são torpedeados. Alvarenga e Ranchinho evocam esse momento que provocou a entrada do Brasil na Guerra.

31 O PODER COM GETÚLIO VARGAS O BRASIL E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1944-1945) Historiador comenta sobre a participação brasileira nesse conflito.

32 Sua posição geográfica e a extensão de seu litoral foram algumas características que fizeram com que nosso país não ficasse neutro durante a Segunda Guerra Mundial por muito tempo. No início de 1942, o governo brasileiro rompeu com o Eixo — Alemanha, Itália e Japão — e se posicionou a favor dos Aliados. Mas, em agosto desse mesmo ano, após navios brasileiros serem torpedeados supostamente por submarinos alemães e por causa da pressão dos EUA, o Brasil decidiu participar da guerra, contra a Alemanha e a Itália. Mais de 25 mil homens fizeram parte da Força Expedicionária Brasileira — FEB — e desembarcaram em Nápoles, Itália. Eles tiveram conquistas importantes, mas também sofreram preconceitos durante a guerra e quando voltaram para casa. Leia a seguir a entrevista com Dennison de Oliveira e entenda mais sobre a participação brasileira nesse fato histórico que mudou o mundo. Dennison de Oliveira é bacharel e licenciado em História (UFPR, 1987), mestre em Ciência Política (Unicamp, 1990) e doutor em Sociologia (Unicamp, 1995).

33 Por que o Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial?

34 A posição geográfica do país — que ocupa a parte mais estreita do Atlântico próximo à África —, seu tamanho e população tornavam, no mínimo, difícil a manutenção da neutralidade do Brasil. Desde 1940, os EUA nos pressionavam para que fizessem uma ocupação "preventiva" do território nordestino e a instalação, ali, de bases aéreas que permitissem escala para os vôos rumo à África e ao Oriente. Ao mesmo tempo, pretendiam impedir que essa rota aérea e esses locais para bases fossem ocupados por países do Eixo. Em meados de 1941, seis meses antes da entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial, essas bases e rotas aéreas já eram uma realidade. Por aqui, passaram dezenas de milhares de aeronaves armadas e municiadas para combate, rumo aos campos de batalha africano e asiático. Simultaneamente, o Brasil passou a fornecer importantes materiais estratégicos aos Aliados, como minerais, borracha, etc. Diante desses fatos, os alemães perceberam que a neutralidade do Brasil era apenas teórica e passaram a atacar maciçamente nossos navios mercantes. Os sucessivos torpedeamentos de nossos navios é que levaram nosso país a declarar guerra aos países do Eixo.

35 Qual era o perfil de nossos soldados e como foi seu treinamento?

36 Pouquíssimos soldados profissionais, com longo tempo de serviço, foram aproveitados. Metade dos oficiais subalternos eram reservistas, e também cerca de metade dos efetivos eram recém- recrutados (a maioria oriunda da zona rural e com baixos níveis de saúde e educação). A maior parte do oficialato da ativa conseguiu escapar do envio para a guerra. Justamente os mais pobres e menos instruídos, com poucos contatos sociais influentes que lhes permitissem se evadir, é que foram recrutados. Como admitiu o chefe do Estado-Maior da Força Expedicionária Brasileira (FEB) ao embarcar no navio que levaria nosso primeiro escalão de combatentes para a Europa: "A bordo, só estavam os que não conseguiram escapar". Dos 25 mil homens enviados para a luta, menos de 1.500 eram voluntários. A artilharia teve oportunidade de treinar aqui no Brasil usando o mesmo tipo de material que seria empregado na linha de frente, mas a infantaria não teve a mesma sorte. Dos três regimentos de infantaria enviados, apenas um recebeu treinamento condizente com a realidade da luta que seria travada (treino esse quase todo feito por instrutores norte- americanos). Os outros, como admitiu o próprio comandante da FEB, partiram do Brasil "praticamente sem instrução". Pior ainda, a FEB jamais realizou um treino em conjunto, que permitisse detectar falhas na sincronização das manobras.

37 Sabe-se que a maior parte das tropas aliadas que participaram da Segunda Guerra era segregada, isto é, os negros ficavam de um lado; e os brancos, de outro. Como era a situação das tropas brasileiras?

38 A 1.ª Divisão de Infantaria da FEB que lutou nos campos da batalha da Itália na Segunda Guerra Mundial foi a única tropa racialmente integrada que foi empregada em combate naquele front e em qualquer outro. Naquela mesma frente, lutaram divisões de infantaria das mais diversas nacionalidades, como norte- americana, inglesa e francesa. Entre os primeiros, cabe destacar a política oficial de segregação que apresentavam: brancos e negros jamais lutavam juntos, havendo uma unidade específica para os negros (a 92.ª Divisão de Infantaria) e um regimento inteiramente composto por descendentes de japoneses (o 442.º Regimental Combat Team). Nessas formações, os cargos de oficial superior eram preenchidos predominantemente ou totalmente por brancos, cabendo às outras etnias integrar “o grosso” do efetivo da tropa. No caso da FEB, está confirmada a recorrência das ordens para se excluírem os soldados que não fossem brancos dos desfiles e demonstrações públicas ou, no caso de isso não ser possível, colocá-los no interior das fileiras, onde seriam menos vistos. Havia ainda total exclusão dos negros na formação de guardas de honra, em particular aquelas que se destinassem à recepção de autoridades estrangeiras. Enfim, apesar da integração, a FEB padecia do mesmo tipo de racismo que era típico da sociedade brasileira naquela época.

39 Com relação às operações, sabe-se que as tropas brasileiras davam apoio ao exército norte-americano. Nas campanhas de que nosso exército participou, qual foi a participação brasileira e a americana?

40 Responder a essa pergunta exigiria uma descrição detalhada da campanha toda, o que não é possível porque tomaria muito espaço. Resumindo ao máximo, pode-se afirmar que, das cinco tentativas de tomar o famoso Monte Castelo, as três últimas foram feitas exclusivamente com tropa e comando brasileiros. A tomada de Montese e a captura da 148.ª Divisão de Infantaria alemã também foram efetuadas exclusivamente por tropa brasileira. Na fase final da campanha da Itália, a FEB agia conjuntamente com a 10.ª Divisão de Montanha norte-americana, levada para esse front justamente para precipitar o fim da guerra na Itália.

41 As enfermeiras brasileiras tiveram participação fundamental durante a Segunda Guerra, e as que participaram do conflito ganharam a patente de oficial. Por quê?

42 Era um procedimento comum no exército norte-americano que o comando brasileiro achou válido imitar.

43 Em Natal (RN), estava instalada a maior base militar americana fora dos EUA. Qual foi a importância dela e como era o cotidiano naquele lugar? Existiram outras bases aliadas no Brasil?

44 Originalmente, os EUA pretendiam construir bases por todo o nosso continente para impedir a invasão da região por parte do Eixo. Posteriormente, decidiram concentrar seus esforços no Nordeste do país porque por ali poderiam enviar aeronaves diretamente para as frentes de luta. Com o inverno rigoroso no Atlântico Norte, os aviões que faziam a rota da Groelândia rumo à Grã-Bretanha tiveram, por causa das horríveis condições climáticas, que realizar a rota do Brasil. Enfim, a região teve uma importância fundamental na vitória dos Aliados na guerra.

45 Qual foi o grande feito do Brasil durante a Segunda Guerra?

46 Houve vários. Por ordem de importância, eu cito os seguintes: ter servido como ponte aérea para o envio de grandes aeronaves dos EUA para todas as frentes de batalha; fornecer alimentos e matérias-primas para o esforço industrial norte- americano; cooperar com o patrulhamento do Atlântico e ajudar a impedir o tráfego de navios e submarinos do Eixo naquela área; e disponibilizar uma divisão de infantaria para lutar na Itália. No contexto italiano de operações, gostaria de destacar dois grandes feitos da FEB. O primeiro é a tomada de Montese, em 14 de abril de 1945, que praticamente salvou o dia. Tratava- se do primeiro dia da Ofensiva da Primavera, o esforço final para acabar com a guerra na Itália. A tomada de Montese atraiu para a área da FEB a maior parte do fogo defensivo de artilharia do inimigo, aliviando consideravelmente a pressão sobre a 10.ª Divisão de Montanha, que liderava a ofensiva. O segundo é a captura em combate da 148.ª Divisão de Infantaria alemã e dos remanescentes das Divisões Itália e Monte Rosa (que constituíam o chamado Exército da Ligúria, última formação importante ainda em condições de combater na Itália). A captura dessas formações ajudou a apressar o fim da guerra na Itália, que se deu poucos dias depois.

47 O Brasil sofreu muitas baixas durante a guerra?

48 A FEB teve 443 mortos, uns 1.500 feridos e aproximadamente 8 mil doentes — a maioria vítima do clima pavoroso (até 20 graus negativos) nas montanhas dos Apeninos durante o inverno. No mar, morreram certa de 900 pessoas em decorrência de torpedeamentos. São baixas pouco expressivas se comparadas às que os outros combatentes sofreram. De longe, quem sofreu as maiores perdas foram os russos, que tiveram aproximadamente 20 milhões de cidadãos e 5 milhões de combatentes mortos.

49 E qual foi o papel da Força Aérea Brasileira (FAB) no conflito?

50 Foi enviado um único esquadrão de caça, que foi inteiramente equipado e treinado pelos norte- americanos e estava subordinado a um de seus grupos de caça. Composto de cerca de 60 pilotos, usava aviões de caça monomotores, os famosos P-47. A inexistência de aeronaves alemãs naquele front limitou os pilotos às missões de ataque ao solo, ação muito mais perigosa que o combate entre aeronaves. A contribuição desse esquadrão para o esforço de guerra na Itália foi notável. Com menos de 6% das aeronaves desse grupo, os brasileiros destruíram mais de 12% dos alvos. Esse desempenho colocou o grupo brasileiro entre os melhores de toda a Segunda Guerra Mundial.

51 Como foi o retorno dos pracinhas brasileiros? Como eles foram recebidos em nosso país?

52 A recepção foi eufórica, fazendo dos veteranos da FEB pessoas muito prestigiadas. Contudo, essa euforia durou pouco, e aos ex-combatentes restou uma rotina penosa de readaptação à realidade da vida civil, nem sempre possível para muitos. Traumas psicológicos de todo tipo e a rotina da luta pela sobrevivência no mercado de trabalho dificultaram o retorno de milhares de brasileiros que estiveram nos campos de batalha à vida normal. As primeiras leis de amparo aos ex-combatentes só foram aprovadas em 1947. Além disso, na ânsia de se livrarem da FEB, tida como politicamente não-confiável pelo presidente Vargas, os pracinhas foram rapidamente desmobilizados sem que tivessem se submetido a exames médicos, que mais tarde seriam fundamentais para que obtivessem pensões e auxílios no caso de doenças ou ferimentos adquiridos no front. Para provar incapacidade decorrente do serviço na linha de frente e, assim, receber as pensões, os pracinhas tiveram de se submeter a todo tipo de vexames e sacrifícios, os quais seriam dispensáveis se sua desmobilização tivesse ocorrido de forma racional e planejada. Ao longo do tempo, várias leis de apoio aos ex-combatentes foram sendo promulgadas, até chegarmos à famigerada Lei da Praia, criada nos anos 60. De acordo com essa lei, qualquer pessoa que tivesse sido enviada à "zona de guerra" teria direito aos auxílios, pensões e promoções que estavam sendo reservados para aqueles que, de fato, foram à Itália. Mas acontece que, em todo o litoral do Brasil, vias navegáveis e cidades economicamente importantes se encontravam dentro dessa "zona de guerra". Dessa forma, o sujeito que estava de sentinela num fox hole (abrigo individual) nos Montes Apeninos, suportando temperaturas subárticas e todos os riscos de morte e invalidez, estava na "zona de guerra" tanto quanto o bancário ou o PM que havia sido transferido para uma cidade litorânea do Brasil. Ou seja, se essa lei auxiliou de fato os ex-combatentes, beneficiou também um enorme conjunto de servidores públicos, civis e militares que, ainda hoje, gozam de polpudas pensões, que fazem deles autênticos "marajás" entre os aposentados do serviço público.

53 Houve mudanças no Exército brasileiro em decorrência da guerra?

54 Não. O Exército fez o possível para marginalizar e desconsiderar quem esteve na linha de frente. Havia enorme preconceito e inveja daqueles que estiveram com a FEB e que, com seu sacrifício e dedicação, conquistaram numerosas glórias militares. Também o “varguismo” fez o possível para erradicar a FEB e suas memórias, justamente por causa do papel que seus membros exerceram na luta contra o nazi- fascismo. Toda experiência militar adquirida na luta contra o Eixo foi desprezada, esquecida e inutilizada, contrariando até mesmo o conselho dos EUA de que se visse a FEB como núcleo de um esforço de renovação e modernização de nosso Exército. Por Gizáh Szewczak Para saber mais: http://www.academiamontese.rg3.net http://www.academiamontese.rg3.net

55 "Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam, não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente. (...) Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História." (in Silva, Hélio. 1954: "Um tiro no coração". Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. p. 347-8) Os trechos anteriores são parte da carta-testamento de Getúlio Vargas escrita em 24 de agosto de 1954. Ele chegou ao poder com a Revolução de 1930, comandou o Estado brasileiro por 15 anos ininterruptos (até ser deposto, em 1945), retornou eleito em 1950 e, no dia 24 de agosto de 1954, no palácio do Catete, matou-se com um tiro no coração. O legado dessa fase da história do Brasil foi tão duradouro que, recentemente, declarou-se chegada a hora de encerrar a "Era Vargas".


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