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Aulas Multimídias – Santa Cecília Prof. Pecê. Professor: Pecê Rodrigues.

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1 Aulas Multimídias – Santa Cecília Prof. Pecê

2 Professor: Pecê Rodrigues

3 Contexto histórico Guerra Fria – O mundo, após a 2ª Guerra Mundial, dividido entre dois blocos econômicos: o Capitalismo, liderado pelos Estados Unidos, e o Socialismo, liderado pela extinta União Soviética.

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5 Corrida espacial, que resultou na chegada do homem à lua (1969). Revolução Cubana (1958). No Brasil, o “desenvolvimentismo” promovido por Juscelino Kubitschek: construção de Brasília e incentivo à chegada de montadoras de automóveis ao Brasil. Surgimento da Bossa Nova, como um símbolo de um Brasil moderno e sofisticado.

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7 Advento e popularização da televisão. Aumento do poder e da influência das multinacionais, sobretudo com a modernização da propaganda. Conceito de que a identidade do sujeito é determinada a partir de sua relação com o outro (“estágio do espelho”); noção de que o sujeito é um ser em constante construção, em contínuo “processo de identificação” (Jacques Lacan).

8 CARACTERÍSTICAS Retomada da preocupação com a forma, revitalização do soneto, já iniciada por Vinícius de Moraes na 2ª geração. Neoparnasianismo (Lêdo Ivo, Geir Campos). Poesia mais objetiva, menos sentimentalista (João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar). Experimentalismo linguístico, uso de uma linguagem inovadora, ousada, reinventada (Guimarães Rosa). Prosa introspectiva, fluxo da consciência (Clarice Lispector, Guimarães Rosa). Questionamentos metafísicos, existenciais.

9 JOÃO CABRAL DE MELO NETO (1920–1999)

10 Sua poesia destacou-se pelo trabalho cuidadoso com a linguagem. Para João Cabral, a poesia não nasce da inspiração, e sim da “transpiração”, ou seja, do trabalho intelectual exaustivo com a palavra, a busca da palavra exata. O trabalho do poeta, portanto, assemelha-se ao do engenheiro. Negação do lirismo, abandono dos excessos sentimentalistas e da consequente prolixidade que eles implicam. Poesia socialmente participante, preocupada com a situação do homem oprimido, sobretudo o sertanejo.

11 Seus temas mais frequentes foram: o Recife; o Rio Capibaribe; o sertanejo retirante e sua condição degradante; Sevilha (Espanha) e sua relação com o sertão nordestino; a arte, em especial, a poesia. OBRAS DE DESTAQUE: “O Engenheiro”; “O Cão sem Plumas”; “Morte e Vida Severina”; “Educação pela Pedra”

12 TEXTOS PARA ANÁLISE A EDUCAÇÃO PELA PEDRA Uma educação pela pedra: por lições; para aprender da pedra, frequentá-la; captar sua voz inenfática, impessoal (pela de dicção ela começa as aulas). A lição de moral, sua resistência fria ao que flui e a fluir, a ser maleada; a de poética, sua carnadura concreta; a de economia, seu adensar-se compacta: lições de pedra (de fora para dentro, cartilha muda), para quem soletrá-la. Outra educação pela pedra: no Sertão (de dentro para fora, e pré-didática). No Sertão a pedra não sabe lecionar, e se lecionasse, não ensinaria nada; lá não se aprende a pedra: lá a pedra, Uma pedra de nascença, entranha a alma.

13 MORTE E VIDA SEVERINA O poema dramático “Morte e Vida Severina” foi escrito como um auto (peça teatral em versos, de caráter religioso), tem como subtítulo “Auto de Natal Pernambucano”. Narra a história de Severino, um sertanejo retirante que deixa sua região seca e miserável em busca de melhores condições de vida na cidade grande (Recife). Severino dirige-se à capital seguindo o curso do rio Capibaribe. Ao longo da caminhada, Severino depara-se com várias cenas de morte (por doença, pela fome, por crimes relacionados à ocupação da terra), e só no final encontra a vida, no nascimento de um menino pobre, filho de Seu José, mestre carpina. Isso explica o título “Morte e Vida”, em vez de “Vida e Morte”. O termo Severina, do título, é um adjetivo, que significa “dos Severinos” ou “dos sertanejos”.

14 MORTE E VIDA SEVERINA O retirante explica ao leitor quem é e a que vai — O meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias. Mais isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria. Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias? Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias, lá da serra da Costela, limites da Paraíba. Mas isso ainda diz pouco: se ao menos mais cinco havia com nome de Severino filhos de tantas Marias mulheres de outros tantos, já finados, Zacarias, vivendo na mesma serra magra e ossuda em que eu vivia. Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta.

15 E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida). Somos muitos Severinos iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima, a de tentar despertar terra sempre mais extinta, a de querer arrancar alguns roçados da cinza. Mas, para que me conheçam melhor Vossas Senhorias e melhor possam seguir a história de minha vida, passo a ser o Severino que em vossa presença emigra. (...)

16 Encontra dois homens carregando um defunto numa rede, aos gritos de: “Ó irmãos das almas! Não fui eu que matei não!” — A quem estais carregando, Irmãos das almas, Embrulhado nessa rede? Dizei que eu saiba. — A um defunto de nada, Irmão das almas, Que há muitas horas viaja À sua morada. — E sabeis quem era ele, Irmãos das almas, Sabeis como ele se chama Ou se chamava? — Severino lavrador, Irmão das almas, Severino Lavrador, Mas já não lavra. (...) — E foi morrida essa morte, Irmãos das almas, Essa morte foi morrida Ou foi matada? — Até que não foi morrida, Irmão das almas, Esta morte foi matada, Numa emboscada. (...) — E o que havia ele feito, Irmãos das almas, E o que havia ele feito Contra tal pássara? — Ter uns hectares de terra, Irmão das almas, De pedra e areia lavada Que cultivava.

17 Assiste ao enterro de um trabalhador de eito e ouve o que dizem do morto os amigos que o levaram ao cemitério (funeral do lavrador) — Essa cova em que estás, Com palmos medida, É a conta menor Que tiraste em vida. — É de bom tamanho, Nem largo nem fundo, É a parte que te cabe Deste latifúndio. — Não é cova grande, É cova medida, É a terra que querias Ver dividida. DIÁLOGO COM JOSÉ, MESTRE CARPINA, EM RECIFE (...)— Severino, retirante, O meu amigo é bem moço; Sei que a miséria é mar largo, Não é como qualquer poço: Mas sei que para cruzá-la Vale bem qualquer esforço. — Seu José, mestre carpina, E quando é fundo o perau? Quando a força que morreu Nem tem onde se enterrar, Por que ao puxão das águas Não é melhor se entregar? — Severino, retirante, O mar da nossa conversa Precisa ser combatido, Sempre, de qualquer maneira, Porque senão ele alaga E devasta a terra inteira.

18 APÓS O NASCIMENTO DA CRIANÇA, O CARPINA FALA COM O RETIRANTE. — Severino, retirante, Deixe agora que lhe diga: Eu não sei bem a resposta Da pergunta que fazia, Se não vale mais saltar Fora da ponte e da vida; Nem conheço essa resposta, Se quer mesmo que lhe diga; É difícil defender, Só com palavras, a vida Ainda mais quando ela é Esta que vê, severina; Mas se responder não pude À pergunta que fazia, Ela, a vida, a respondeu Com sua presença viva. E não há melhor resposta Que o espetáculo da vida: Vê-la desfiar seu fio, Que também se chama vida, Ver a fábrica que ela mesma, Teimosamente, se fabrica, Vê-la brotar como há pouco Em nova vida explodida; Mesmo quando é assim pequena A explosão, como a ocorrida; Mesmo quando é uma explosão Como a de há pouco, franzina; Mesmo quando é a explosão De uma vida severina.


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