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Noção de estrutura na lógica e na linguística: conjunção e disjunção Disciplina:Informação e linguagem na contemporaneidade Profa. Dra. Vânia Mara Alves.

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1 Noção de estrutura na lógica e na linguística: conjunção e disjunção Disciplina:Informação e linguagem na contemporaneidade Profa. Dra. Vânia Mara Alves Lima PPGCI/ECA/USP 2015 1

2 Semântica Ciência das significações das linguas naturais. Interessa-se pelas relações entre os signos na fala, no discurso, compreendido como a atualização da língua na fala. Investiga a relação existente entre as expressões linguísticas e o mundo. A semântica, portanto, passa a considerar como objeto de estudos os signos, mas em situação de enunciação (aquilo que foi efetivamente proferido). 2

3 Objeto da Semântica Descrever as línguas naturais na qualidade de conjunto significantes. Problema: as línguas naturais só se deixam traduzir em si mesmas ou por outra língua natural. O universo semântico se fecha sobre si mesmo. É necessário estabelecer a hierarquia da linguagem, isto é, a relação de pressuposição lógica entre dois conteúdos ou sentidos: a percepção de um sentido pressupõe a percepção de outros sentidos que o definam. 3

4 Semântica estrutural Saussure (pioneiro da semântica estrutural) concebe o signo como uma unidade significante mais significado; postula que uma palavra deveria ser descrita a partir do conjunto de relações que a situam: nas classes da langue (paradigmática) nos enunciados da parole (sintagmática)‏ 4

5 A parole se desenvolve sintagmaticamente, ao longo de um eixo virtual de sucessões, onde cada elemento (palavra) ocupa uma posição significativa. O significado provém: da posição que o elemento ocupa em relação aos outros elementos co- ocorrentes em seu contexto (eixo sintagmático); A velha bibliotecária se aposentou. A bibliotecária velha se aposentou. dos elementos ausentes desse mesmo contexto, mas por ele evocados, na memória implícita da langue (eixo paradigmático). A velha professora se aposentou. bibliotecária 5

6 6 Saussure O significado de um elemento linguístico fica determinado num duplo enquadramento: o sintagmático o paradigmático (associativo) Todo e qualquer elemento da langue se deixa colocar no interior de uma classe onde se associa a outros membros formando sistema: “escola”; “aprendizagem” ; “ ensino” são memorizáveis como elementos da mesma classe de sentidos (“Educação”) porque possuem a mesma marca semântica na sua base ( o sema “Educação”).

7 7 Saussure Relações paradigmáticas: são relações entre elementos comutáveis no mesmo contexto. Exemplo: marido e mulher; bom e mau Relações sintagmáticas: são as que unem por exemplo: cabelos e loiros, latir e cão, bater e pés.  uma palavra deve ser descrita a partir do conjunto de relações que a situam, como palavra- tipo, nas classes da língua (paradigmática) situando-a, ao mesmo tempo como palavra-evento, nos enunciados da parole (sintagmática).

8 8 Hjelmslev Sema: unidades menores do que o signo, componentes do signo, que ordenadas em feixes constroem sememas. Homem: macho, humano, adulto S1 S2S3

9 9 Hjelmslev Análise componencial de sentido HomemMulherCriança TouroVacaBezerro Galo Galinha Pintinho Componente semântico = Sema = aquilo que as palavras dos diferentes grupos possuem em comum.

10 10 Semântica (Saussure + Hjelmslev) Isolar os semas. Descrever o mecanismo de sua combinatória semêmica. Descrever coerentemente a organização interna dos diferentes campos semânticos das línguas naturais. Descrever o mecanismo através dos quais esses diferentes campos semânticos se integram formando sistema na unidade maior que forma a estrutura semântica própria a cada língua natural.

11 11 Semântica Lógica Hipótese de base da semântica estrutural: os significados constituem estruturas dentro das línguas naturais e a introdução de uma nova palavra no léxico da língua não altera a estrutura semântica da língua, pois cada nova unidade léxica é absorvida no interior de um campo semântico afim. As palavras se agrupam em campos semânticos.

12 12 Campos semânticos Se forma coerentizando internamente determinada parte do material léxico da cada língua, e, ao mesmo tempo, delimitando-se exteriormente por outros campos semânticos da mesma língua. Divide-se em subsistemas que incluem novas divisões, formando campos associativos

13 13 Embarcaçãoveleiroproa canoacasco iatevela jangada Veleiro = /embarcação/ + /vela/ Jangada = /embarcação/ + /de paus roliços/ Os elementos da primeira coluna pertencem à mesma classe paradigmática, porque qualquer um deles pode designar, por si mesmo, uma embarcação e, no tocante a essa designação, a presença de um deles, numa frase, exclui automaticamente a presença de qualquer outro membro da mesma classe na frase.

14 Greimas – Estrutura mínima da significação A língua é feita de oposições Percebemos o significado do real através das diferenças -É através de diferenças que o mundo organiza-se em formas, à nossa frente. Assim, perceber diferenças quer dizer: Apreender pelo menos dois termos-objetos, como sendo simultaneamente dados sob o aspecto de seus parciais iguais (operação de conjunção), e Apreendê-los, ao mesmo tempo, sob o aspecto de seus parciais diferentes (operação de disjunção) 14

15 15 O vínculo entre esses dois termos-objetos que se requerem mutuamente constitui uma relação. 1ª. definição de estrutura de Greimas: “ presença de dois termos vinculados por uma relação” a) Um único termo-objeto não comporta nenhum tipo de significação. b) A significação pressupõe a existência da relação.  Sem relação não há significação.

16 16 A relação é um mecanismo perceptual conjuntivo e disjuntivo 1 Para que possamos apreender conjuntamente dois termos-objeto, é necessário que eles tenham alguma coisa em comum (problema da redundância, da semelhança e da identidade). 2 Para que dois termos-objetos possam ser distinguidos é necessário que eles sejam de algum modo diferentes (problema das variantes, da diferença e da não-identidade)

17 17 A relação tem, pois, uma dupla natureza: ela é simultaneamente conjunção (de invariantes) e disjunção (de variáveis).

18 18 disjunção governo federal vs governo estadual conjunção Cada termo da relação possui dois termos sendo um deles conjuntivo e o outro disjuntivo. É aqui que devem ser procuradas as unidades significativas elementares.

19 19 Eixos semânticos No plano semântico as oposições branco/preto, grande/pequeno discrimina-se dentro de um eixo comum a cada par de termos opostos. Coloração no primeiro e Medida de grandeza no segundo são os eixos semânticos dessas relações.

20 Descrição estrutural da relação A / está em relação (S) com / B ou A / r (S) com B Conteúdo da relação = Eixo semântico = resultado da descrição totalizadora que reúne, as semelhanças e as diferenças que opõem A e B. 20

21 21 Exemplo /p/ : /b/ o eixo da sonoridade (S) pode ser interpretado como a relação (r) entre o elemento sonoro (s 1 ) e o elemento não- sonoro (s 2 ). Assim, o termo-objeto B (/b/) possuirá a propriedade s 1 (sonoro) e o termo-objeto A (/p/) terá a propriedade s 2 (não-sonoro). /p/ (não-sonoro) vs /b/ (sonoro) A (s 2 ) r B (s 1 )

22 22 Portanto, s1 e s2 são elementos mínimos de significação denominados semas; uma estrutura elementar de significação pode ser concebida quer sob a forma de um eixo semântico, quer sob a forma de uma descrição sêmica, isto é, de traços distintivos, semas. no eixo semântico privilegia-se o que os termos-objetos A e B possuem em comum: ela é conjuntiva; na descrição sêmica privilegia-se as qualidades polares que, situadas no mesmo eixo semântico, distinguem A e B: ela é disjuntiva.

23 23 Termos sêmicosRepresentaçãoConteúdo sêmico correspondente Positivospresença do sema s Negativonão-spresença do sema não-s Neutro-sausência de s e de não-s Complexos + não-spresença do eixo semântico S

24 Sema Na relação: moça r (sexo) moço A r (S) B moça (feminilidade) r moço (masculinidade)‏ A (s1) r B (s2) No mesmo eixo semântico a primeira descrição privilegia o que A e B tem em comum: é conjuntiva, na segunda privilegia a diferença: é disjuntiva. 24

25 Quadrado semiótico (Greimas e Rastier)‏ O eixo semântico S, que representa a substância do conteúdo, articula-se, ao nível da forma do conteúdo, em dois semas contrários, s1 e s2: S s1 s2 relação hirárquica hiponímica: s1 e s2 são partes de S. 25

26 “paixão” S “amor” “ódio” s1 s2 “simpatia” “antipatia” s2 s1 “ausência de ódio” “ausência de amor” S “ausência de paixão” (= “indiferença”)‏ 26

27 27 Semântica das Línguas Naturais Greimas utiliza a estrutura elementar s 1 s 2 para descrever os modos pelos quais o sentido emerge, nos usos metalinguisticos das línguas naturais. Do ponto de vista da lógica temos as seguintes relações lógicas: (a) partindo dos semas, s 1, s 2, para o todo, S = relação hiponímica; (b) partido do todo, S, para os semas, s 1, ou s 2, = relação hiperonímica; (c) partindo de um sema (s 1, ou s 2 ) para o sema contrário (s 2, ou s 1 ), pertencentes ambos, à categoria S = relação antonímica.

28 “quantidade relativa” S s1 s2 /grande quantidade/ vs /pequena quantidade/ alto baixo (dimensão vertical)‏ longo curto (dimensão horizontal) largo estreito (dimensão lateral)‏ grosso fino (ao volume)‏ ======> Eixo semântico da Espacialidade 28

29 29 Espacialidade DimensionalidadeNão-dimensionalidade Horizontalidade VerticalidadeSuperfícieVolume (alto/baixo) (vasto/x) (espesso/delgado) Perspectividade Lateralidade (longo/curto)(largo/estreito) São semas (unidades metalinguisticas) de cuja combinatória resulta um conjunto sêmico provisório capaz de descrever o plano do conteúdo (semema) que pode assumir diversas coberturas lexemáticas na instancia de manifestação das LN. Sememas lexicalizados = Lexemas

30 cada lexema (cjto de semas ligados entre si por relações hierárquicas) caracteriza-se pela presença de alguns semas e pela ausência de outros da esquerda para à direita => relações hiperonímicas da direita para à esquerda => relações hiponímicas Importante: o lexema pertence à parole e por isso está subordinado à história e à cultura 30

31 Semema É o lugar (virtual) de encontro de semas hierarquizados, provenientes de diferentes sistemas sêmicos. Pode ser definido: a partir do sema (ex. no sistema sêmico da espacialidade)‏ a partir do lexema (unidade linguistica pela qual se manifesta na instância da parole)‏ Exemplo: lexema “cabeça” = parte (do corpo) unida ao corpo pelo pescoço; recoberta pela pele e cabelos, unicamente a parte óssea. Dessa definição derivam todos os sentidos figurados que a palavra cabeça assume nos diferentes contextos em que possa aparecer. 31

32 32 Situado em diferentes contextos o lexema “cabeça” possui uma constelação de sentidos diferentes, mas qualquer que seja a diferença perceptivel em relação ao sentido contextualizado, é evidente que parte do sentido de “cabeça” permanece invariável através de todas as frases. A esse conteúdo positivo inváriável de um lexema (semema), Greimas chama núcleo sêmico. Núcleo sêmico = subconjunto de semas invariantes Portanto, as variações de sentido só podem provir do contexto semas contextuais

33 Núcleo sêmico Conteúdo positivo invariável de um lexema (semema). Exemplos: quebrar a cabeça (meditar sobre um problema)‏ ser um cabeça dura (teimoso)‏ não caber na cabeça (ser inadmissível)‏ bater a cabeça (cometer tolices)‏ todas tem um único “efeito de sentido” capaz de ser traduzido por “parte óssea da cabeça”, pois óssea contém os traços semânticos /objeto/+/material/+/rígido/ e pode combinar-se na mesma frase com quebrar, caber, bater. 33

34 Semema Efeito de sentido resultante da combinatória de um núcleo sêmico mais semas contextuais. Semema (Sm) = Núcleo Sêmico (Ns) + Semas Conceituais (Cs ) 34

35 Classemas (semas contextuais)‏ Sema comum à classe toda. - em cão, raposa, cachorro-do-mato o classema é latir. - em Sócrates, policial, político o classema é humano. 35

36 36 Sema contextual Deve pertencer, forçosamente, ao núcleo sêmico de outros sememas que formam sintagma com o semema que desejamos descrever.

37 Exemplos de eixos semânticos de articulações sêmicas diferentes, em que essas articulações sêmicas diferentes traduzem caracterizações diferentes de ver o mundo (substância do conteúdo), através de recortes diferentes (formas de conteúdo) que definem formas diferentes e específicas de cultura e de civilização: Inglês Português Francês Inglês Portugês carneiro mutton (a carne desse animal) sheep (o animal carneiro) singe ape monkey macaco mico bugio sagui 37

38 Valência semântica Dado um termo, é possível estabelecer novos tipos de associação. Ensino – Aprendizagem, Pesquisa, Escolas, Alunos, Professores 38

39 Estrutura dos tesauros A estrutura dos tesauros e de grande parte dos vocabulários controlados segue a mesma lógica: conjunções, disjunções e associações não hierárquicas. TERMO GENÉRICO (gênero, todo) Termos específicos (espécies, partes) TERMOS RELACIONADOS 39

40 Estrutura dos tesauros RECURSO MINERAL TECARVÃO TELIGNITE TEPETRÓLEO PETRÓLEO TGRECURSO MINERAL TEGASOLINA TEÓLEO DIESEL TEÓLEO MINERAL TRBETUME TRDERRAMAMENTO DE PETRÓLEO TR PARAFINA 40

41 Referências GREIMAS, A.J. (1973). Estrutura elementar da significação._________. Semântica estrutural. São Paulo; Cultrix, 1973. p.27-41. LOPES, E. (1987). A semântica estrutural de Greimas. In: ____. Fundamentos da lingüística contemporânea. São Paulo : Cultrix. cap.6.4, p.310-335. FIORIN, J. L. (1995?). As abordagens estruturais em semântica. In: MARI, H.; DOMINGUES, I.; PINTO, J., org. Estruturalismo: memória e repercussões. Rio de Janeiro : Diadorim ; UFMG. p. 79-84. (Textos apresentados no Simpósio Nacional Estruturalismo: memória e repercussões, 1995 41


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