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Eugenia, Racismo e teorias da inteligência

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Apresentação em tema: "Eugenia, Racismo e teorias da inteligência"— Transcrição da apresentação:

1 Eugenia, Racismo e teorias da inteligência
SOUSA, Ricardo Alexandre Santos. A extinção dos brasileiros segundo o Conde Gobineau. Revista Brasileira de História da Ciência, v.6, n.1, jan./jun., DEL CONT, Valdeir. Francis Galton: eugenia e hereditariedade. Scientle Studia, v.6, n.2, 2008.

2 Arthur de Gobineau Joseph Arthur de Gobineau (1816/1882) foi um diplomata, escritor e filósofo francês. Foi um dos mais importantes teóricos do racismo no século XIX.

3 Alexis de Tocqueville Tocqueville, reconhecendo o talento de Gobineau, o convidou para elaborar um trabalho na Académie des Sciences Morales e Politiques sobre a aplicação das doutrinas morais à política e à administração no século XIX (1842).

4 “Não há mais hierarquia na sociedade, nem classes determinadas, nem posições fixas: há um povo composto de indivíduos quase semelhantes e inteiramente iguais, uma massa confusa reconhecida como o único soberano legítimo, mas cuidadosamente privada de todas as faculdades que poderiam permitir-lhe dirigir e até controlar seu governo” (Tocqueville sobre a Revolução Francesa)

5 Em outras palavras, Tocqueville encarava a revolução como desnecessária e prejudicial por destruir tradições seculares sem erguer nada de consistente em seu lugar. Isso transformava a sociedade em indivíduos que compunham uma massa disforme e confusa. Contra essa sociedade massificada, formada por indivíduos sem hierarquia ou tradição, Gobineau também se posicionava de forma veemente. Porém, enquanto Tocqueville pensava o caso francês como diferenciado do inglês ou do americano e achava que cada um merecia uma análise dos fatores locais que causaram o surgimento da sociedade moderna e da democracia, Gobineau acreditava haver uma razão geral que fosse comum a todos os casos e que explicasse a história da humanidade como um todo.

6 Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas (1855), um dos primeiros trabalhos sobre eugenia.
Uma obra em quatro volumes, na qual procurava especular a razão da ascensão e queda de todas as grandes civilizações. “O tribunal da história é o único competente”.

7 Diversos exemplos são citados no Ensaio como possíveis causadores da decadência dos povos, todos eles refutados pelo autor: o fanatismo, o luxo, a preguiça, a corrupção de costumes, o abandono dos preceitos religiosos e os maus governos. “Então foi quando de induções em induções tive de me deixar convencer da evidência: que a questão étnica domina todos os demais problemas da história, constitui sua chave, e a desigualdade das raças, cujo concurso forma uma nação, basta para explicar todo o encadeamento do destino dos povos”.

8 Essa é, portanto, a chave encontrada pelo conde ao explicar a razão da decadência de todas as civilizações que um dia experimentaram o apogeu: a questão étnica seria para ele o dado fundamental à compreensão de todos os problemas da história. Uma civilização, que outrora fora vigorosa, se encontraria assim enfraquecida devido ao cruzamento com outras raças. Isso, no entanto seria inevitável, pois à medida que determinado povo cresce e se fortalece, tende a conquistar outros povos. Conquistadores e conquistados fatalmente sofreriam um processo de miscigenação, gerando uma prole que não guardaria as mesmas qualidades das raças originais (degenerescência).

9 Em outubro de 1853, Gobineau enviou ao amigo Tocqueville os dois primeiros volumes do Ensaio, que ainda estava escrevendo, para que o intelectual, mais experiente, desse suas impressões. “Mas é evidentemente o contrário. Que interesse pode haver em persuadir as pessoas que vivem na barbárie, na apatia ou na servidão, que assim se encontram por força da natureza da raça e que nada se pode fazer para melhorar suas condições, mudar seus costumes ou modificar seus governos? Não vê que vossa doutrina libera todo o mal da desigualdade permanente. O orgulho, a violência, o desprezo ao semelhante, a tirania e a abjeção em todas as suas formas?”.

10 O diálogo de Gobineau com a cultura e a ciência de seu tempo
A luta entre povos e classes como uma luta de raças Desde o século XVIII, a fisiologia vinha se desenvolvendo bastante no continente europeu, fornecendo novos campos de estudos aos homens das ciências e das letras que procuravam compreender a sociedade. O conceito de raça, deslocado do argumento teológico ou do mito fundador da nação, passava a calcar-se no caráter biológico e hereditário na nova perspectiva da fisiologia.

11 Uma das grandes discussões entre os pensadores do século XIX era quanto à questão da origem do homem: soltas as amarras da explicação teológica e frente à descoberta de diversas outras sociedades humanas naqueles últimos três séculos, o europeu questionava se teriam todos aqueles grupos advindos de um só casal. Estudiosos dividiam-se entre os monogenistas, crentes em uma única origem do gênero humano e poligenistas, aqueles que acreditavam haver surgido paralelamente diversos focos de hominídeos em diferentes lugares do globo. Poligenistas: Estudos craniológicos, sobre a forma da pélvis, a proporção relativa dos membros, a cor da pele e a natureza do sistema venoso.

12 Ministro da França no Brasil, como eram chamados os embaixadores (1869).
“O príncipe mais inteligente e erudito que existiu” (Gobineau sobre D. Pedro II). “Já não existe nenhuma família brasileira que não tenha sangue negro e índio nas veias; o resultado são compleições raquíticas que, se nem sempre repugnantes, são sempre desagradáveis aos olhos”. “Evitam mover uma palha para fazer qualquer coisa de útil, até mesmo para se afogarem”.

13 Somente após a sua morte, seus escritos começaram a ser divulgados, e, mesmo assim, não a partir do seu país de origem, mas da Alemanha, por meio de Ludwig Schemann que foi apresentado à obra do conde pelo compositor Richard Wagner, com o qual Gobineau desenvolveu fraterna relação nos últimos anos de sua existência.

14 Francis Galton (1822-1911) Eugenia Psicometria Psicologia Diferencial
Testes de inteligência

15 Diversas teorias especularam, principalmente na segunda metade do século XIX, sobre o processo de transmissão de características entre as gerações. Com o propósito de aplicar os pressupostos da teoria da seleção natural ao ser humano, Francis Galton, primo de Darwin, em 1883, reunindo duas expressões gregas, cunhou o termo “eugenia” ou “bem nascido”. Através de instrumentação matemática e biológica, identificar os melhores membros – como se fazia com cavalos, porcos, cães ou qualquer animal –, portadores das melhores características, e estimular a sua reprodução, bem como encontrar os que representavam características degenerativas e, da mesma forma, evitar que se reproduzissem.

16 Os primeiros passos para o estabelecimento de uma ciência eugênica se constituíram enquanto um conjunto de práticas envolvendo os trabalhos de Francis Galton e a influência que começou a exercer sobre um grupo de indivíduos – conhecidos como biometristas – preocupados em encontrar regularidades estatísticas que pudessem indicar a prevalência de certas características em um dado conjunto populacional. Compreensão do processo de transmissão de características dos progenitores à prole (tratamento laboratorial e cálculo matemático estatístico à questão da herança ).

17 Contribuições para a elaboração da teoria da herança galtoniana: Herbert Spencer ( ) e Augusto Weismann ( ). As idéias de Francis Galton sobre a herança apareceram pela primeira vez em dois artigos publicados em 1865 na Macmillan’s Magazine, que compunham as duas partes de um trabalho intitulado “Hereditary talent and characters”, (“Talento e caráter hereditários”), e quatro anos mais tarde e de forma definitiva, na obra Hereditary genius (O gênio hereditário), na qual Galton, utilizando-se de biografias familiares de pessoas famosas, dicionários biográficos e registros de antecedentes familiares de poetas, artistas, militares e intelectuais de diversas áreas, procurou defender a tese de que não somente os aspectos físicos, mas também o talento e a capacidade intelectual poderiam ser calculados, administrados e estimulados, por meio de casamentos criteriosos durante gerações consecutivas.

18 Com o propósito de estabelecer um conjunto de dados empíricos que justificassem a hereditariedade da genialidade na Exposição Internacional de Saúde de 1864, em Londres, Galton abriu o seu Anthropometric Laboratory, (Laboratório Antropométrico) com o qual procurou registrar, através de questionários, características físicas e intelectuais, oferecendo recompensas em dinheiro para a história familiar mais abrangente. Conseguiu 9000 registros familiares, muitos deles completos, que levaram dez anos para serem analisados. Os propósitos de suas pesquisas vinham descritos no panfleto promocional da seguinte forma:

19 Para uso daqueles que desejam ser medidos de diversas maneiras com exatidão, e também para conhecer a tempo defeitos remediáveis do desenvolvimento, e para conhecer os próprios poderes. Para guardar um registro metódico das principais medidas de cada pessoa, do qual poderá, com algumas restrições razoáveis, obter no futuro uma cópia. Colocando suas iniciais e data de nascimento, mas não o seu nome. Os mesmos serão registrados em livro à parte. Para obter informações sobre os métodos, práticas e usos das medidas humanas. Para experimentação e investigação antropométricas, e para obter dados para discussão estatística.

20 Os comportamentos considerados degenerados, como vadiagem, alcoolismo, prostituição, demência e doenças generalizadas, pudessem ser facilmente rastreados no histórico familiar dos indivíduos em gerações consecutivas, o que permitiria o controle reprodutivo dos que apresentassem traços degenerescentes. Para Galton, a análise tanto das características fisiológicas quanto dos talentos, através da utilização de ferramentas estatísticas, revelaria que a freqüência com que eram mantidas nas sucessivas gerações, em alguns casos, uma verdadeira dinastia de talentos, não poderia ser apenas uma bela coincidência ou obra do acaso, mas sim a evidência de uma regularidade natural ou biológica.

21 Francis Galton procurava sustentar que, se não houvesse um controle da qualidade reprodutiva dos indivíduos na sociedade, o resultado em pouco tempo seria o avanço reprodutivo de indivíduos degenerados. O que significaria, em termos estatísticos, que os melhores membros da sociedade seriam suplantados reprodutivamente pelos indivíduos menos qualificados, ampliando, conseqüentemente, a criminalidade, a prostituição, a delinqüência, a insanidade e todo tipo de distúrbio social. Nesse sentido, o controle reprodutivo permitiria, segundo Galton, não somente elevar o nível de qualidade da raça humana, mas também se constituiria em uma ferramenta de reforma das condições sociais degenerescentes.

22 No Reino Unido, Galton e James McKeen Cattell ( ) criam os primeiros testes de inteligência, que consistiam medidas de discriminação sensorial, de tempo e de reação.


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