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SIGNO NUMA PERSPECTIVA DIACRÓNICA

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Apresentação em tema: "SIGNO NUMA PERSPECTIVA DIACRÓNICA"— Transcrição da apresentação:

1 SIGNO NUMA PERSPECTIVA DIACRÓNICA

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4 “ISTO NÃO É UM CACHIMBO”
“O famoso cachimbo... Como fui censurado por isso!
E, entretanto... Vocês podem encher de fumo o meu cachimbo?
Não, não é mesmo?
Ele é apenas uma representação.
Portanto, se eu tivesse escrito sob o meu quadro: "Isto é um cachimbo", eu teria mentido.” Magritte in FOUCAULT, Isto não é um cachimbo.

5 O SIGNO DIACRONICAMENTE
(1) Período Clássico; (2) Período Medieval; (3) Racionalismo; (4) Empirismo Britânico; (5) Iluminismo.

6 Período Clássico Platão: (428/27-347 a. C.)
(1) Os signos verbais, naturais ou convencionais, são representações incompletas da verdadeira natureza das coisas; (2) O estudo das ideias nada revela sobre a verdadeira natureza das coisas, uma vez que a realidade das ideias é independente das representações sob a forma de palavras; (3) O conhecimento mediado por signos é indirecto e inferior ao conhecimento imediato, e a verdade sobre as coisas através das palavras é inferior ao conhecimento da verdade em si.

7 Período Clássico (cont.)
Aristóteles ( a. C.): “Um nome é um som falado significante por convenção. Eu digo por convenção, porque nenhum nome é natural, mas apenas quando se torna um símbolo”. Signos: (1) Marcas escritas são símbolos de sons falados; (2) Sons falados são signos e símbolos de impressões mentais; (3) Impressões mentais são cópias das coisas; (4) Enquanto os eventos mentais e as coisas são os mesmos para a humanidade, o discurso não é.

8 Período Clássico (cont.)
Estóicos (Zenão de Cítio, séc. III a. C.): O signo liga três componentes: (1) o significante material; (2) o significado ou sentido; (3) o objecto externo referente. Enquanto o significante e o objecto são entendidos como entidades materiais, o significado é considerado incorpóreo.

9 Período Medieval Santo Agostinho (Agostinho de Hipona, 354-430) :
Signo: (1) Plano semântico: “um signo é o que se mostra a si mesmo ao sentido, e que, para além de si, mostra ainda alguma coisa ao espírito”; (2) Plano comunicacional: “a palavra é o signo de uma coisa que pode ser compreendida pelo auditor quando é proferida pelo locutor”.

10 Período Medieval (cont.)
Para Todorov, Santo Agostinho é o primeiro semiótico: (1) os seus estudos têm propósitos cognitivos; (2) estuda os signos em geral e não apenas os linguísticos.

11 Racionalismo Descartes (1596-1650):
(1) negação da zoosemiótica: os animais caracterizam-se, não só pela ausência de linguagem, como pela ausência de razão; (2) axioma das ideias inatas: pressupõe a prioridade do conhecimento intelectual sobre a experiência perceptual; (3) variabilidade dos sons e constância das ideias.

12 Racionalismo (cont.) Leibniz (1646-1716):
(1) visão pansemiótica: inclui, nos signos, palavras, letras, símbolos químicos e astronómicos, caracteres chineses, hieróglifos, marcas musicais, algébricas e aritméticas e outros signos que usamos, em vez das coisas, quando pensamos. (2) “Um signo é aquilo que percepcionamos e, por outro lado, consideramos conectado com outra coisa, em virtude da nossa ou da experiência de outrem”;

13 Racionalismo (cont.) (3) os signos são ferramentas úteis e necessárias que servem de abreviatura a concepções semânticas mais complexas que representam.

14 Empirismo Britânico John Locke (1632-1704): Signos (dois tipos):
(1) ideias; (2) palavras. Rejeita o axioma das ideias inatas: “as ideias provêm das sensações dos objectos externos”, por reflexão. A mente percepciona e reflecte (cada uma per si).

15 Iluminismo Francês Diderot (1713-1784):
(1) Distinção entre signos linguísticos e não linguísticos; (2) Superioridade da linguagem não verbal: a linguagem dos gestos, não é só mais expressiva, mas também mais lógica que a linguagem verbal: no seu ponto de vista, a linearidade da linguagem falada implica uma visão distorcida da realidade.

16 Semiologia / Semiótica
Ciência do século XX Pais: Ferdinand de Saussure reivindica a ciência“que estudaria em que consistem os signos, que leis os regem”, e propõe a designação “semiologia” (do grego semeion, “sinal"). Charles Sanders Peirce entendia a Semiótica, enquanto doutrina formal dos signos, como apenas um outro nome da ciência da Lógica.

17 Semiologia / Semiótica (cont.)
Peirce e Charles Morris concebem a Semiótica como a ciência das ciências, incluindo todas as demais. “A Semiótica tem uma dupla relação com as ciências: ela é simultaneamente uma ciência entre as ciências e um instrumento das ciências” (“meta-ciência”). Charles Morris

18 O SIGNO

19 Ferdinand de Saussure (1857-1913)

20 O SIGNO (Sausurre) “entidade psíquica de duas faces”
“combinação do conceito e da imagem acústica” “une não uma coisa e um nome, mas um conceito e uma imagem acústica”

21 SIGNO – COMPONENTES (Sausurre)
IMAGEM ACÚSTICA – parte sensível, sensorial e é só, neste sentido, que é material; a marca ou impressão psíquica desse som, a sua representação mental facultada pelo testemunho dos sentidos; CONCEITO – parte psíquica, imagem mental, é mais abstracto que a imagem acústica. As imagens acústicas são variáveis consoante as línguas; os conceitos são universais. (Aristóteles)

22 SIGNO – COMPONENTES (Sausurre)
Conceito Imagem acústica Significado Significante “árvore” Psíquico Sensível Substância Forma Conteúdo Expressão

23 CIRCUITO DA FALA (Sausurre)

24 CIRCUITO DA FALA (Sausurre)
Pode dividir-se em: 1. parte exterior (vibração dos sons no seu trajecto boca-ouvido) / parte interior (tudo o resto); 2. parte psíquica (cérebro e processos a ele associados) / parte não psíquica (factos fisiológicos com sede nos órgãos: fonação e audição, e factos físicos exteriores ao sujeito, possibilitados através das ondas sonoras); 3. parte activa (centro de associação do sujeito emissor ao ouvido do outro) / parte passiva (o que se processa do ouvido deste ao seu centro de associação); 4. cérebro: parte executiva (activa) e parte receptiva (passiva).

25 SIGNO – PRINCÍPIOS QUE O ASSISTEM (Saussure)
1. ARBITRARIEDADE; 2. LINEARIDADE DO SIGNIFICANTE; 3. IMUTABILIDADE; 4. MUTABILIDADE.

26 ARBITRARIEDADE O traço que une o significante ao significado é arbitrário, o. s., não assenta numa relação lógica, racional, motivada nem natural. Ex.º: a ideia de pé não está ligada por nenhuma relação à cadeia de sons “p” + “é”. Podia ser perfeitamente representada por outra cadeia de sons, provando-o as diferenças entre as várias línguas. Os sinais puramente arbitrários realizam melhor do que os outros o ideal do processo semiológico.

27 ARBITRARIEDADE OBJECÇÕES: Onomatopeias; Exclamações;
Protótipos de composição e derivação vocabulares.

28 ARBITRARIEDADE Não deve dar a ideia de que o significante depende da livre escolha do sujeito falante: não está em poder do indivíduo alterar o signo, desde que ele tenha sido aceite por um grupo linguístico. Arbitrariedade sim, mas na relação do signo ao significado, com o qual não tem qualquer ligação natural.

29 ARBITRARIEDADE Um sistema é arbitrário, quando os seus signos são estabelecidos, não por contrato, mas por decisão unilateral. Roland Barthes

30 LINEARIDADE DO SIGNIFICANTE
O significante, por ser de natureza auditiva, desenvolve-se no tempo e, ao tempo, vai buscar os seus atributos: A) representa uma extensão; B) essa extensão é mensurável numa só dimensão: é uma linha. Todo o mecanismo da língua, para deter sentido, carece deste princípio.

31 IMUTABILIDADE O signo é imutável, porque resiste a qualquer substituição arbitrária. A massa social não é consultada e o significante, escolhido pela língua, não poderia ser substituído por qualquer outro. A comunidade linguística não tem soberania sobre uma só palavra. O factor linguístico da transmissão domina totalmente a língua e exclui qualquer modificação linguística geral e repentina.

32 IMUTABILIDADE Explicações:
A soma dos esforços, que exige a aprendizagem da língua materna, impossibilita uma modificação geral; A reflexão não intervém na prática de um idioma: os sujeitos falantes são, na sua larga maioria, inconscientes das leis da língua e, se não se apercebem delas, não podem, sobre elas, reflectir e modificá-las; E mesmo se os sujeitos falantes fossem conhecedores, seria preciso recordar que os factos linguísticos não provocam grandes críticas, pois cada povo está geralmente satisfeito com a língua recebida.

33 IMUTABILIDADE Explicações (cont.):
Carácter arbitrário do signo: coloca a língua ao abrigo de qualquer tentativa de mutação; A enorme quantidade de signos necessários para constituir qualquer língua; Carácter demasiado complexo do sistema: uma língua constitui um sistema, ponto em que reina uma certa disciplina e em que se denota mais a incompetência da comunidade para a transformar; Resistência da inércia colectiva a todas as inovações linguísticas: a língua é o sistema de que mais se servem os indivíduos e é, de todas as instituições sociais, a que oferece menor margem a iniciativas factor de conservação.

34 MUTABILIDADE Apesar de a solidariedade para com o passado anular a liberdade de escolha e, assim, garantir a estabilidade do signo, o TEMPO, que assegura a continuidade da língua, tem um outro efeito sobre esta: o de alterar, mais ou menos rapidamente, o signo linguístico. Daí podermos falar simultaneamente em imutabilidade e mutabilidade do signo. O signo altera-se, porque permanece.

35 MUTABILIDADE É uma das consequências da arbitrariedade do signo.
A língua é radicalmente impotente para se defender, instante a instante, dos factores que desviam a relação entre significante e significado. Ex.ºs: o latim plicare (matar) evoluiu para o francês noyer (afogar); o árabe suq (mercado) evoluiu para o português açougue (talho; matadouro). É uma das consequências da arbitrariedade do signo. O tempo altera tudo: não há motivos para que a língua seja excepção a esta lei universal.

36 SIGNO - CONCEPÇÃO “é um estímulo – isto é, uma substância sensível – cuja imagem mental está associada no nosso espírito à de um outro estímulo que ele tem por função evocar com vista a uma comunicação”. Pierre Guiraud

37 SIGNO – PRINCÍPIOS QUE O ASSISTEM (Pierre Guiraud)
1. Comunicação: o signo é sempre a marca de uma intenção de comunicar um sentido. Exclui os índices naturais. 2. Codificação: a relação entre o significante e o significado é convencional, o. s., resulta de um acordo entre os seus utentes, que a reconhecem e a respeitam no emprego do signo. 3. Motivação: relação natural entre o significante e o significado, parte da sua natureza. A motivação não exclui a convenção.

38 SIGNO – PRINCÍPIOS QUE O ASSISTEM (Pierre Guiraud)
3. Motivação (cont.) “a maior parte das vezes os signos são motivados no seu princípio; todavia, a evolução histórica tende a obliterar a motivação e deixando esta de ser notada, o signo funciona por convenção”. Pierre Guiraud

39 SIGNO – PRINCÍPIOS QUE O ASSISTEM (Pierre Guiraud)
4. Monossemia (um significante faz-se corresponder a um significado e vice-versa) e polissemia (um significante pode combinar-se com vários significados e um significado com vários significantes); 5. Denotação (constituída pelo significado concebido objectivamente e apenas como tal) e conotação (expressa por valores subjectivos ligados ao signo, resultantes da sua forma e função). Ex.º: Um uniforme denota o grau e uma função; conota o prestígio e autoridade que lhe estão associados.

40 SIGNO – PRINCÍPIOS QUE O ASSISTEM (Pierre Guiraud)
6. Matéria (ou veículo sensível), substância (ideia, conceito) e forma (valor).

41 VALOR LINGUÍSTICO (Sausurre)
Tratar o signo, não pela sua composição, mas pelas suas imediações: é o problema do valor. O valor está intrinsecamente relacionado com a noção de língua: leva a despsicologizar a Linguística e a aproximá-la da Economia. Abordagem de um sistema de equivalências.

42 VALOR LINGUÍSTICO (Sausurre)
Para que haja SIGNO ou valor económico, é necessário: 1. a troca de coisas dissemelhantes; 2. a comparação de coisas similares entre si. O sentido só fica verdadeiramente fixado, depois desta dupla determinação: significação e valor.

43 VALOR LINGUÍSTICO (Sausurre)
O valor não é a significação: ele provém, diz Saussure, “da situação recíproca das peças da língua”; é mesmo mais importante do que a significação: “que há de ideia ou de matéria fónica num signo tem menos importância do que o que existe à volta dele nos outros signos”.

44 Charles Sanders Peirce (1839-1914)

45 Peirce e os seus Sistemas Triádicos
A. Divisão da Semiótica: (1) Pragmática: estuda o sujeito falante, independentemente do código empregue; (2) Semântica: estuda a relação entre os signos e as coisas significadas; (3) Sintaxe: estuda as relações formais entre os signos.

46 Peirce e os seus Sistemas Triádicos (cont.)
B. Composição do Signo: a) O signo propriamente dito ou representamen (Morris chamar-lhe-á "veículo sígnico"): é "aquilo que representa"; b) o interpretante ou "imagem mental": é o signo criado na mente de alguém (o "intérprete") pelo representamen; c) o objecto: é aquilo (algo) que é representado, o referente, a coisa. O signo liga-se ao objecto através do interpretante.

47 Peirce e os seus Sistemas Triádicos (cont.)
Semiosis ou semiose: criação ininterrupta de significados associados ao signo inicial, possível num indivíduo, o intérprete.

48 Peirce e os seus Sistemas Triádicos (cont.)
C. Tipologia dos Signos: (1) Índice: a relação entre o signo e o objecto assenta numa relação de contiguidade, de transitoriedade, em que se observa a passagem de um estado para outro. Ex.º: nuvens que ameaçam chuva (2) Ícone: a relação estabelecida entre o signo e o objecto assenta na semelhança. Dispensa, por isso, a aprendizagem de um código. Ex.º: foto

49 Peirce e os seus Sistemas Triádicos (cont.)
(3) Símbolo: a relação entre o signo e o objecto está convencionada, exigindo, para a sua descodificação, uma aprendizagem. “O Homem é mais um ser simbólico do que racional”. Charles Morris Pode dizer-se que o índice antecede, o ícone está presente e o símbolo representa.

50 Semiologia e Semiótica - comparação
Contaminadas pelos seus fundadores Eduardo Prado Coelho: (1) ponto de partida: Saussure parte do acto sémico entendido como facto social que, por via do circuito da fala, estabelece uma relação entre, pelo menos, dois interlocutores; Peirce parte da ideia de semiosis, que explana a lógica de funcionamento do signo e que exige a intervenção de uma personagem: o intérprete;

51 Semiologia e Semiótica – comparação (cont.)
(2) limites das ciências: a Semiologia confronta-se com limites e existem objectos exteriores ao seu âmbito, o. s., não semiotizáveis: a Semiologia inclui-se na Psicologia Social; Peirce entende que tudo é semiotizável, pelo que a Semiótica não tem freios; (3) concepção do signo: Saussure perspectiva o signo como entidade psíquica de duas faces – significante e significado – que se condicionam mutuamente; em Peirce, o signo é sobretudo um processo de mediação, que tende para a infinitude.


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