Parnasianismo.

Apresentação em tema: "Parnasianismo."— Transcrição da apresentação:

1 Parnasianismo

2 Introdução Propôs uma poesia objetiva, racionalista, perfeita do ponto de vista formal, defendendo o princípio da Arte pela Arte. O nome Parnasianismo foi inspirado na publicação francesa Le Parnasse Contemporain, que reunia poemas de diversos autores e evocava o monte Parnasus, na Grécia.

3 Introdução O Parnasianismo é a manifestação poética da época do Realismo/Naturalismo, embora ideologicamente se distancie da prosa dos realistas e dos naturalistas. Querendo evitar os exagerados derramamentos sentimentais dos românticos, os parnasianos acabaram caindo muitas vezes no extremo oposto, transformando a poesia em uma exibição de técnica e preciosismo formal.

4 Introdução O termo parnasianismo surgiu na França, para nomear os poetas reunidos nas antologias de poesia intituladas Le Parnasse Contemporain, publicadas a partir de Entre os poetas mais importantes do movimento francês estava Théophile Gautier, principal divulgador do princípio da "arte pela arte" - a arte voltada para si mesma, sem intenções políticas, morais, didáticas ou de qualquer outro tipo, princípio que sintetizava os objetivos do movimento.

5 Introdução No Brasil, Teófilo Dias publicou o livro de poesias Fanfarras, considerado o marco inicial do Parnasianismo, em seguida surgem outros autores, como Alberto de Oliveira, Olavo Bilac, Raimundo Correia e Vicente de Carvalho. Em Portugal, o movimento não foi muito importante, tendo como autores Gonçalves Crespo (que na verdade era um escritor brasileiro que se casou com uma portuguesa e se mudou para Portugal), João Penha, António Feijó e Cesário Verde.

6 Características Os poetas parnasianos viam certos princípios românticos, como simplicidade da linguagem, valorização da paisagem nacional, emprego de sintaxe e vocabulário mais brasileiros, sentimentalismo, tudo isso ocultara as verdadeiras qualidades da poesia. Em seu lugar propuseram, então, uma poesia objetiva de elevado nível vocabular, racionalista, perfeita do ponto de vista formal e voltada para temas universais.

7 Características A arte pela arte
Os poemas parnasianos não apresentam problemas pessoais do autor, ou da sociedade em que ele vive, pois o sentido de fazer arte está na própria arte. Culto da forma Os poetas são extremamente cuidadosos quanto à linguagem dos poemas e quanto ao respeito com a métrica, números de sílabas, rimas ricas e posição das sílabas.

8 Características Objetividade temática
Seu objeto de temático está fora do homem; está nos objetos de arte, nas cenas históricas. São frequentes as alusões a elementos da mitologia grega e latina. Linguagem A poesia parnasiana é elitizada. Os versos eram planejados, racionalmente elaborados com “vocábulo dicionarizante”.

9 Principais autores Antônio Mariano Alberto de Oliveira
Principais obras de Alberto de Oliveira: Canções Românticas Meridionais Sonetos e Poemas Versos e Rimas Poesias escolhidas

10 Principais autores Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac
Principais obras de Olavo Bilac: Letra do Hino Nacional Brasileiro Panóplias Via Láctea Sarças de Fogo Alma Inquieta As Viagens O Caçador de Esmeralda Tarde

11 Principais autores Raimundo da Mota de Azevedo Correia
Principais obras de Raimundo Correia: Primeiros Sonhos Sinfonias: Versos e Versões Aleluias Poesias

12 Principais autores Vicente Augusto de Carvalho
Principais obras de Vicente de Carvalho: Ardentias Relicário Poemas e canções Versos da mocidade Verso e prosa A voz dos sinos

13 Análise de poemas O Muro É um velho paredão, todo gretado,
Roto e negro, a que o tempo uma oferenda Deixou num cacto em flor ensangüentado E num pouco de musgo em cada fenda. Serve há muito de encerro a uma vivenda; Protegê-la e guardá-la é seu cuidado; Talvez consigo esta missão compreenda, Sempre em seu posto, firme e alevantado. Horas mortas, a lua o véu desata, E em cheio brilha; a solidão se estrela Toda de um vago cintilar de prata; E o velho muro, alta a parede nua, Olha em redor, espreita a sombra, e vela, Entre os beijos e lágrimas da lua. Alberto de Oliveira rachado oferta

14 Análise de poemas O Muro Construção em forma de soneto;
Métrica do decassílabo; Preocupação maior com a medida do metro do que com o ritmo do poema; Exotismo; Poesia objetivista quanto ao conteúdo; Defesa da “arte pela arte”.

15 Análise de poemas Mal Secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora N’alma, e destrói cada ilusão que nasce, Tudo o que punge, tudo o que devora O coração, no rosto se estampasse; Se se pudesse o espírito que chora Ver através da máscara da face, Quanta gente, talvez, que inveja agora Nos causa, então piedade nos causasse! Quanta gente que ri, talvez, consigo Guarda um atroz, recôndito inimigo, Como invisível chaga cancerosa! Quanta gente que ri, talvez existe, Cuja a ventura única consiste Em parecer aos outros venturosa! Causa grande dor Atroz: horrível Recôndito: escaninho

16 Análise de poemas Mal Secreto Construção em forma de soneto;
Rimas do tipo ABAB e CCD; Métrica do decassílabo; Ritmo marcado pela sonoridade.

17 Análise de poemas Vila Rica
O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre;  Sangram, em laivos de ouro, as minas, que ambição  Na torturada entranha abriu da terra nobre:  E cada cicatriz brilha como um brasão. O ângelus plange ao longe em doloroso dobre,  O último ouro de sol morre na cerração.  E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre,  O crepúsculo cai como uma extrema-unção. Agora, para além do cerro, o céu parece  Feito de um ouro ancião, que o tempo enegreceu...  A neblina, roçando o chão, cicia, em prece, Como uma procissão espectral que se move...  Dobra o sino... Soluça um verso de Dirceu...  Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove. vermelho sinais Ângelus: oração Plange: soa triste rigoroso penhasco segreda

18 Análise de poemas Vila Rica
Sugestões cromáticas relacionadas ao ouro e ao negro; Técnicas de construção unidas a um rico conteúdo histórico; Sofrimento apenas sugerido; Objetividade parnasiana evoluída para uma postura mais intimista e subjetiva.