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O sector agrícola no sistema capitalista (1)

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Apresentação em tema: "O sector agrícola no sistema capitalista (1)"— Transcrição da apresentação:

1 O sector agrícola no sistema capitalista (1)
A partir do século XI e XII, assistiu-se a um abandono da terra a todos os trabalhadores que dela quisessem tirar proveito mediante o pagamento de um modesto juro anual devido ao antigo proprietário. Este tipo de arrendamento processava-se numa época em que o trabalhador era mais procurado do que a terra. Consequentemente, em diversas regiões estabeleceu-se «uma certa liberdade camponesa» [Braudel]. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

2 O sector agrícola no sistema capitalista (2)
Estas vantagens não estão, contudo, vertidas no direito. O senhor «continua ainda a possuir sobre a terra um direito superior» [Braudel]. Com os progressos materiais do mundo moderno capitalista, estas vantagens vão ser novamente postas em causa. Nos sécs. XVI e sobretudo no séc. XVII, o capitalismo chega à terra. Novas tipologias de propriedade (quintas, granjas, parcelas), geralmente nas mãos de um único proprietário, constituem-se em prejuízo da terra camponesa. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

3 O sector agrícola no sistema capitalista (3)
Estes proprietários são tomados por um «verdadeiro espírito capitalista» [Braudel] na porfia do rendimento e do lucro. Entretanto, o camponês contrai dívidas com os prestamistas até que a terra lhes é subtraída ou onerada em favor dos grandes senhores. O camponês vê-se enredado por um regime senhorial mais funesto que o anterior. O senhor - «chefe da exploração, empresário, comerciante de trigo» [Braudel] – para dar vazão ao acréscimo na procura de cereais insta os camponeses a intensificar as corveias. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

4 O sector agrícola no sistema capitalista (4)
Porém, a Revolução Francesa - e a posterior difusão dos seus ideais pela Europa na Era Napoleónica - irá libertar a terra camponesa dos direitos feudais que sob ela impendiam. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

5 História Geral da Civilização
O Estado Moderno (1) Na época Moderna (a partir do séc. XV), as cidades passam a estar sujeitas ao Estado. «Afirma-se uma economia territorial que substitui a economia urbana, o estádio anterior. Mas a economia territorial continua a ter uma orientação urbana» [Braudel]. A monarquia moderna desenvolveu-se primeiro em Estados onde a revolução urbana não havia tido uma grande repercussão: Espanha, França, Inglaterra. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

6 História Geral da Civilização
O Estado Moderno (2) Oficiais (i.e. funcionários), legistas (com formação em direito romano), grandes agentes, ministros passam a fazer parte da máquina estatal. O Estado vê a sua legitimidade reforçada «pela veneração das massas populares que vêm no monarca um protector natural contra a Igreja e os nobres». [Braudel] O Estado Moderno nasce da necessidade de prover o esforço de guerra. O armamento, as frotas de combate, os efectivos militares tornam a guerra cada vez mais dispendiosa. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

7 História Geral da Civilização
O Estado Moderno (3) O Estado Moderno não acatará qualquer autoridade, seja ela o Imperador do Sacro Império Romano-Germânico ou o papado. Vigora a razão de Estado (i.e. justificação de actos de governo eventualmente contrários à lei, com base na necessidade de preservação do Estado). O Estado é superior às leis civis, estando somente sujeito às leis naturais e divinas. A vontade do soberano invade o Estado. O Eu torna-se o Estado (Luís XIV em França). [Braudel] História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

8 História Geral da Civilização
O Estado Moderno (4) Houve uma modificação nas formas políticas ocidentais que de uma «realeza tradicional, paternalista e mística [passaram a uma] monarquia moderna dos juristas». [Braudel] As capitais são centros da actividade estatal. Anafadas pelas despesas do Estado, a estas cidades afluem homens e capitais. Elas alcançam, por esta via, um novo estatuto o de super cidades (e.g. Londres, Madrid, Paris). História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

9 Renascimento e Humanismo (1)
Quando falamos de humanistas referimo-nos a um grupo de homens que no século XV e XVI postulavam «a grandeza do homem como indivíduo, exalta[v]m a sua inteligência (…) o poder das suas criações.» [Braudel]. O humanismo valoriza o homem, liberta-o, minorando o papel de Deus, ainda que não o anule. Este movimento pugna pela emancipação progressiva do homem: o homem é capaz de alterar e melhorar o seu destino. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

10 Renascimento e Humanismo (2)
O humanismo do Renascimento estabeleceu pontes entre a civilização cristã e a civilização antiga. Os humanistas vão «reler, editar, comentar com paixão, para reabilitar as obras e a língua dos Antigos – Gregos e Latinos (…)» [Braudel] Humanismo e Renascentismo confundem-se tanto no tempo como no espaço. O Renascimento tem o seu epicentro na cidade de Florença, mas afectou todo o Ocidente. Segundo Braudel, este movimento vigorou entre 1337 e 1530. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

11 Renascimento e Humanismo (3)
O Renascimento embora sendo um movimento de elites, não se confinou a um um número restrito de cidades ou cortes. «Esse punhado de espíritos espalhou-se através da Europa, unidos por assíduas relações epistolares.» [Braudel] O Renascimento distanciou-se do ensino tradicional da escolástica, adoptando a literatura pagã da Antiguidade como modelo. Contudo, este movimento não se rebelou contra a Igreja. O ateísmo só pôde solidificar-se com os progressos ulteriores da ciência. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

12 Renascimento e Humanismo (4)
O Renascimento distingue-se do cristianismo da Idade Média por ser uma época de exultação, de alegria. Passa-se de uma mentalidade em que a morte é uma «passagem calma a uma vida melhor» vigente na Idade Média para a ideia de que «é na terra que o homem deve organizar o seu reinado.» postulado caro ao Renascimento. [Braudel] História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

13 História Geral da Civilização
A Reforma (1) A corrente religiosa da Reforma surge entre os sécs. XV e XVI e tem como primeiro acto a afixação na Igreja do Castelo de Wittemberg, em 1517, das 95 teses de Lutero questionando a utilidade das indulgências e a autoridade do papa. Indulgências: é o perdão total ou parcial das penas temporais do cristão devidas a Deus pelos pecados cometidos, mas já perdoados pelo sacramento da Confissão, na vida terrena. (*) (*) http//pt.wikipédia.org História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

14 História Geral da Civilização
A Reforma (2) A Reforma é uma época conturbada. As guerras de religião que se iniciam em 1546 e findam em 1648 envolvem o povo em geral (ao contrário do humanismo do Renascimento, mais elitista). Para defenderem o seu credo, as populações sucumbem a guerras civis, à repressão violenta (Revogação do Édito de Nantes, 1685), ou ao exílio para um país do Novo Mundo ou para países que acolham a sua fé. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

15 História Geral da Civilização
A Reforma (3) No século XVIII, a situação religiosa pacifica-se. Do movimento da Reforma sobrevêm várias Igrejas protestantes, principalmente nos países anglo-saxónicos e germânicos. Com vinte anos de permeio, «sucederam-se dois protestantismos, duas longas vagas» [Braudel]: uma encabeçada por Martinho Lutero ( ) a outra Calvino ( ). História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

16 História Geral da Civilização
A Reforma (4) Entre 1480 e 1520, uma elite religiosa procurou dar a conhecer os abusos, as incongruências, a deterioração da Igreja, a degradação do clero, uma devoção «feita mais de gestos do que de verdadeiro fervor» [Braudel]. Lutero defende que a salvação se alcança pela fé (e não pelas obras). E uma relação pessoal ou mesmo solitária com Deus (o individualismo estende-se agora à religião.) História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

17 Mapa religioso da Europa Fonte: http://images.encarta.msn.com
História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

18 História Geral da Civilização
A Reforma (5) Luteranismo e calvinismo advogam a tradução da Bíblia para a língua vernácula, a interpretação do Livro Sagrado pelos crentes (livre exame, corolário do individualismo), o fim do culto da Virgem e dos Santos. Defendem ainda que o único intermediário entre o homem e Deus é Jesus Cristo (rejeita a autoridade do papa); a supressão do clero regular, a redução dos sacramentos de sete para dois (eucaristia e baptismo). História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

19 História Geral da Civilização
A Reforma (6) Perante estas convulsões, o Sul da Europa, mais chegada às tradições religiosas pretéritas, em estreita ligação a Roma, mantém o laços. Por seu turno, a Europa Central e do Norte adere à causa protestante. Calvino, outro reformador, defende a predestinação para a Salvação («em todos os tempos os eleitos foram escolhidos»). A sua carta sobre a usura (1545) liberta «a cristandade do interdito que pesava até aí, sobre o empréstimo a juros.» (**) (**) Soulier, Gérard ([1994]). A Europa: História, Civilização, Instituições. Lisboa: Instituto Piaget. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

20 História Geral da Civilização
A Reforma (7) Isto levou a que se tenha visto no protestantismo a fonte de uma nova mentalidade que teria permitido o ímpeto do capitalismo, do pensamento científico, da liberdade de consciência (i. e. do mundo moderno). História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

21 A Revolução Científica (1)
Segundo Needham [apud Braudel], «a Europa não criou uma ciência qualquer, mas a ciência mundial». A Europa conheceu várias explicações gerais do universo. É este «sistema geral de referências» que serve de rumo e permite «raciocínios ou hipóteses frutuosas» que ditarão o progresso do Velho Continente [Braudel]. O primeiro sistema foi o de Aristóteles (séc. IV a. C.), reintroduzido no Ocidente, pelas traduções de Toledo e dos comentários de Averróis. Este sistema perdurará na Europa até ao séc. XVII. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

22 A Revolução Científica (2)
A teoria aristotélica é altamente elaborada, ainda que se forje a partir de dados do senso comum. Ela é alheia à formalização matemática. A ciência é mais teórica do que prática e pouco se preocupa em verificar pela experimentação, se a teoria estava certa. O sistema da ciência clássica, contribuição original do Ocidente, vai ser favorecido pelos progressos materiais do séc. XVI e pela difusão da ciência grega através da imprensa. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

23 A Revolução Científica (3)
Evolução nas matemáticas: geometria analítica de Fermat (1629) e de Descartes (1637); aritmética superior de Fermat ( ); análise combinatória (1654); dinâmica de Galileu ( ) e de Newton ( ); gravitação universal de Newton ( ). O sistema geocêntrico de Ptolomeu resiste até ser ultrapassado pelo sistema heliocêntrico de Copérnico ( ) e de Kepler ( ). História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

24 A Revolução Científica (4)
Um outro sistema geral vigora até ao séc. XX, «o universo abstracto, geometrizado de Descartes e, mais ainda de Newton» (teoria da gravitação universal) [Braudel]. Descartes, por seu turno, instaura uma matemática de pura abstracção e faz evoluir a teoria das equações. Ocorre uma «matematização do mundo, explosão do cosmos fechado do pensamento antigo e medieval» (***) «…unificação radical de um universo infinito e geométrico, pelo apagamento das velhas oposições entre mundo sublunar e mundo sideral, fim da física das qualidades, identificação da matéria a longo prazo.» (***) História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

25 A Revolução Científica (5)
«Pouco importa que os construtores do mundo moderno fossem crentes, Kepler, Descartes, Leibniz, Newton, já que o mundo saído do seu pensamento não tem Deus.» (***) O impulso económico e técnico que a Europa testemunhou no séc. XVIII terá estimulado a ciência. Haverá uma conexão entre ciência e industrialização. (***) Chaunu, Pierre (1987). A Civilização da Europa Clássica. Lisboa: Editorial Estampa. Vol II. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

26 A Revolução Científica (6)
Como já vimos, a China teve, muito mais cedo que o Ocidente, uma protociência «bastante hábil e avançada», mas não sentiu o estímulo do capitalismo (cujas primícias remontam ao crescimento das cidades mercantis da Idade Média) para passar «à etapa decisiva» [Braudel]. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

27 Revolução Industrial (1)
A economia de mercado estabelece-se nos sécs. XVI e XVII impulsionada pela expansão dos instrumentos de crédito e pela chegada de metais preciosos da América. Com o início da Idade Moderna, o centro de gravidade da economia-mundo europeia situa-se por instantes em Lisboa, posteriormente oscila entre Sevilha e Antuérpia, até ao último quartel (i.e. 25 anos) do século XVI. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

28 Revolução Industrial (2)
Seguidamente, no início do séc. XVII, reina Amesterdão, até ao dealbar do séc. XVIII, sendo depois superada por Londres, até ao início da Primeira Grande Guerra, ou mesmo da Segunda. A Europa engendrou a Revolução Industrial, que se repercutiu por todo o planeta. Este fenómeno não se realizou de uma só vez. Houve alguns sectores que não acompanharam logo este ímpeto. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

29 Revolução Industrial (3)
Braudel distingue 4 revoluções industriais clássicas: a do vapor, a da electricidade, a do motor de explosão e a da energia nuclear. «A Revolução Industrial não foi um efectivamente um episódio com princípio e fim (…) O processo ainda está em curso» (****) Já no séc. XII, como já vimos, houve uma primeira revolução industrial tida como a generalização no espaço europeu dos moinhos de água e de vento. (****) Hobsbawm, Eric (2001[1978]). A Era das Revoluções. Lisboa: Editorial Presença. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

30 Revolução Industrial (4)
Antes do séc. XVIII, porém, só se pode falar de uma pré-indústria: «o artesanato local, com um curto raio de acção, quase sempre basta às necessidades da população» [Braudel]. Contudo, em sectores como os produtos de luxo (manufacturas reais em França a partir do séc. XVII) e na indústria têxtil, certas empresas começam a trabalhar para grandes mercados. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

31 Revolução Industrial (5)
A Revolução Industrial, nasce na Inglaterra no séc. XVIII e posteriormente expande-se pelo continente europeu – em França, na Bélgica, no Oeste da Alemanha, no Norte da Itália e em certas partes da Península Ibérica. Na Inglaterra, duas indústrias beneficiam das inovações técnicas: os têxteis (sobretudo) e as minas; que se irão reflectir noutros sectores da economia. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

32 Revolução Industrial (6)
A máquina a vapor de James Watt (1776), veio aperfeiçoar a máquina a vapor de Newcomen ( ) - menos económica no consumo de carvão. A máquina a vapor foi essencial para a Revolução Industrial: a energia a vapor substituiu a força humana e animal, bem como a energia hidráulica e eólica, até então as energias motrizes. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

33 História Geral da Civilização
Gravura da máquina a vapor 1774 projetada por Boulton e Watt Fonte: wikipédia História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

34 Revolução Industrial (7)
A indústria têxtil «foi e continuou a ser até meados do séc. XIX (até ao caminho-de-ferro), a indústria motriz: arrasta as outras, ao mesmo tempo como indústria de primeira necessidade e indústria de luxo.» [Braudel]. Foi neste sector, especificamente no algodão, que se desenvolveram as primeiras fábricas. É uma indústria estreitamente ligada ao trato das Índias, da África e da América e ao tráfico de escravos; ao comércio triangular - beneficia dos seus capitais acumulados. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

35 Comércio triangular Fonte: wikipédia
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36 Revolução Industrial (8)
Esta indústria, favorecida pelas inovações técnicas vai-se desenvolver ininterruptamente, essencialmente devido à grande procura das costas africanas e posteriormente da América Latina e Mediterrâneo. A Inglaterra, que durante muito tempo havia importado para consumo próprio, da Europa e do Mundo, os tecidos de algodão das suas feitorias nas Índias, vai agora, pela acção das suas manufacturas, imitar o êxito alcançado, destruindo os tecidos indianos rivais. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

37 Revolução Industrial (9)
Não é de estranhar, portanto, que estas indústrias assaz requisitadas convoquem a si ou causem progressos técnicos. A técnica responde à procura. Aparecem máquinas novas (e.g. spinning jenny, de Hargraves (1764); mule-jenny, de Campton (1799)). A partir do séc. XVIII, a ciência, para além da técnica, passa a ser solicitada pela indústria (e.g. utilização do ácido sulfúrico para o branqueamento de tecidos). «Foi o surto industrial que pôs a ciência em estado de agir.» [Braudel]. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

38 Revolução Industrial (10)
A Inglaterra invade o mercado mundial com os seus produtos, manifestando uma supremacia incontestada, já que «o aumento de produção é acompanhado (…) por uma fabulosa queda nos preços de custo.» [Braudel] A Revolução Industrial, foi permitida também pela Revolução Gloriosa de 1688, que criou uma monarquia constitucional em Inglaterra e pela fundação do Banco de Inglaterra. A sociedade inglesa está assim receptiva ao capitalismo. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

39 Revolução Industrial (11)
Por outro lado, a sua economia é favorecida por vários investimentos de cariz geral: estradas e canais. A Inglaterra também beneficiou de um incremento demográfico muito considerável que lhe permitiu dispor de uma mão-de-obra «superabundante e barata» [Braudel]. A agricultura inglesa testemunhou importantes inovações que vieram mitigar «o velho torniquete da insuficiência tradicional de produção alimentar.» [Braudel]. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

40 Revolução Industrial (12)
As mutações são a introdução dos enclosures e métodos científicos, bem como a introdução e apuro de novas espécies vegetais e animais. Enclosures: expropriação de pequenas propriedades (minifúndios), junção de parcelas dispersas, apropriação de terras comunais, liberdade de cercar as novas propriedades resultantes desse processo. Em inglês, enclosures, campos fechados por sebes ou cercas (****). (****) Disponível na www: <URL: História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

41 Revolução Industrial (13)
A Revolução Industrial posteriormente, com a construção do caminho-de-ferro, vai, num segundo momento, incidir na metalurgia. Os caminhos-de-ferro são grandes consumidores de ferro, ferro fundido e aço. Doutro modo, «a revolução dos navios com cascos de metal, movidos a vapor, vai transformar a construção naval inglesa numa grande indústria pesada.» [Braudel]. O algodão, neste momento, perde a sua prioridade para a economia britânica. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

42 Revolução Industrial (14)
Se a descolagem da indústria britânica, como na Nova Inglaterra, se fez através do algodão, em países como a França, Alemanha, Canadá, Rússia e Estados Unidos foram os caminhos-de-ferro o sector propulsor, e na Suécia a madeira de construção e as minas de ferro. «A indústria assim estimulada aumenta a sua produção, aperfeiçoa a sua técnica, organiza o seu mercado, depois anima o resto da economia.» [Braudel] História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

43 Revolução Industrial (15)
Depois da descolagem dos caminhos-de-ferro (i.e. do ferro, do carvão, da indústria pesada) seguiram-se o aço, as construções navais modernas, a química, a electricidade e as máquinas-ferramentas. A Revolução Industrial foi secundada por uma revolução do crédito. O capitalismo internacional difunde-se pelas praças comerciais da Europa, e igualmente no Comércio das Índias ou da China (em Cantão) ou ao serviço dos Estados. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

44 Revolução Industrial (16)
Com o sucesso da Revolução Industrial a banca e a vida financeira vão-se desenvolver. A partir de 1860, as redes dos bancos exponenciar-se-ão. Os bancos vão-se especializar: bancos de crédito, de depósitos, de negócios. A banca capta uma vasta clientela: público aforrista, caminhos-de-ferro, indústrias, companhias de navegação. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

45 Revolução Industrial (17)
Acresce que há uma tendência para um capitalismo de Estado: «o estado torna-se industrial e não menos banqueiro. A proliferação do fisco e dos vales postais, das caixas económicas, dos títulos do tesouro, põem à sua disposição enormes somas de dinheiro.» [Braudel] O Estado investe uma parte do rendimento nacional para estimular a economia e assegurar políticas sociais eficazes. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

46 História Geral da Civilização
Liberalismo (1) O termo liberalismo compreende simultaneamente: Uma doutrina política – que visa aumentar os poderes legislativo e judicial limitando o poder executivo; Uma doutrina económica – que sob a divisa laissez faire laissez passer pretende subtrair ao Estado o poder de intervir na esfera económica. Uma doutrina filosófica – que defende a liberdade de pensar e a liberdade religiosa (que deve consagrar a ideia de tolerância, de respeito pelos outros e pela natureza humana.) História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

47 História Geral da Civilização
Liberalismo (2) Paulatinamente, de forma lacunar «o Estado liberal, constitucional organiza-se com as suas liberdades fundamentais (liberdade de opinião de imprensa, parlamentar, liberdade individual, extensão do direito de voto.)» [Braudel] O liberalismo representa os interesses duma classe em ascensão económica: a burguesia e a aristocracia dos negócios. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

48 História Geral da Civilização
Liberalismo (3) O liberalismo empreendeu primeiramente uma luta não desinteressada contra o Antigo Regime de pendor aristocrático. Com as revoluções de que dividiram de forma irreversível burguesia e proletariado – foi adoptado o sufrágio universal. O liberalismo doravante adoptou a feição democrática e estendeu-se a todas as classes sociais. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

49 Revolução Política e Social (1)
Antes de 1789, na Europa já haviam sucedido duas de revoluções dignas de menção: as duas em Inglaterra (uma violenta: a Puritana ( ) e uma pacífica: a Gloriosa (1688)). Contudo, a Revolução Francesa, repercutiu-se em toda a Europa de 1789 a 1815, abalando as fundações Antigo Regime e constituindo-se como um poderoso símbolo. Há vários momentos na Revolução Francesa. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

50 Revolução Política e Social (2)
No começo ela é uma Revolução liberal, moderada, «com alguns episódios dramáticos» [Braudel]: tomada da Bastilha e o Grande Medo. Segue-se uma fase violenta interna e externamente, que é desencadeada pela declaração de guerra à Áustria (1792). Os jacobinos - que pretendem aprofundar a revolução - liderados pela pequena burguesia e os sans-culottes, massa popular parisiense, assumem o poder. Esta fase termina com a capitulação de Robespierre. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

51 Fig. 8 – Tomada da Bastilha Fonte: www.aticaeducacional.com.br
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52 Revolução Política e Social (3)
Posteriormente, um período que inclui a Revolução do Terminador (que reactiva o projecto político da burguesia) e a República do Directório (retorno da Alta Burguesia ao poder). Finalmente, uma quarta fase que inclui o Consulado e o Império. Napoleão assume as rédeas da Revolução controlando-a e exportando-a. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

53 Revolução Política e Social (4)
É em nome da Revolução que Napoleão expande o seu Império na Europa. «Onde quer que se instale o regime napoleónico, as leis, os costumes, os corações guardarão as suas marcas, mau grado os rancores e os ódios suscitados pela ocupação.» [Braudel] A Restauração que se seguiu à capitulação de Napoleão não alterou os privilégios sociais abolidos: fim dos direitos feudais e a salvaguarda direitos do indivíduo. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

54 História Geral da Civilização
O Império de Napoleão no seu apogeu em 1811 (a castanho escuro temos o Império Francês, a castanho claro os estados vassalos e a bêge os estados aliados do Império. Fonte: wikipédia) História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

55 Revolução Política e Social (5)
«A Revolução é a violência ao serviço de um ideal[…] direito, igualdade e justiça social» [Braudel]. A Revolução vai influenciar movimentos sociais ulteriores. A separação da Igreja e do Estado, o sufrágio universal, conquistas evanescentes da primeira fase da revolução, são antecipações de futuras conquistas sociais. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

56 Revolução Política e Social (6)
A Revolução Industrial produziu chagas sociais. O crescimento urbano dita a degradação das condições de vida da massa operária. «Miséria, mendicidade, banditismo, delinquência, crianças sem lar, epidemias, criminalidade, tudo se agrava com a acumulação rápida de trabalhadores na indescritível promiscuidade das paredes estreitas.» [Braudel] A despeito das más condições urbanas, nos campos ainda se vive pior. O êxodo da província continua a afluir às cidades. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

57 Revolução Política e Social (7)
A resposta a estes problemas foi dada, segundo Braudel, em 3 fases: A fase revolucionária e ideológica (1815 a 1871), dos reformadores sociais, da queda de Napoleão à Comuna de Paris. A fase das lutas operárias organizadas (sindicatos e partidos operários) de 1871 a 1914. A fase estatal. Na qual o Estado chama a si a prossecução dos programas sociais depois de 1919 e 1929 (Grande Guerra e Grande Depressão, respectivamente). História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

58 Revolução Política e Social (8)
Distingue-se um socialismo utópico (Saint-Simon, Fourier, Blanc, Owen, Proudhon) corrente assim denominada pelos seus antagonistas marxistas por expor os princípios de uma sociedade ideal sem referir os meios para a alcançar. De um socialismo dito científico. Em 1848, surge o manifesto do Partido Comunista, da autoria de Marx e Engels, livro referência da acção comunista. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

59 Revolução Política e Social (9)
Defende–se o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes e firmada na propriedade comum e no controle dos meios de produção e da propriedade em geral. O comunismo, segundo Marx seria a fase final na sociedade humana, o que seria alcançado através de uma revolução proletária. Todas estas escolas de pensamento criticam o liberalismo, propondo a substituição da propriedade privada pela propriedade socialista. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

60 Motivos para as descobertas *****
Motivos comerciais: procura de novas vias de acesso às riquezas da Ásia. Motivos políticos: a vontade de poder das nações e a rivalidade que elas transpõem da Europa para os teatros externos. Motivos religiosos: universalidade do cristianismo, vontade de difundir até aos confins do globo a mensagem evangélica. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

61 Meios para as descobertas *****
Meios científicos: aperfeiçoamento dos instrumentos de navegação, progressos ligados à astronomia e à hidrografia. Meios técnicos: o navio é o meio de transporte mais habitual, aperfeiçoamento das embarcações (e. g. caravela com vela triangular, naus com duas ou três ordens de velas sobrepostas e vela latina à ré, introdução de bocas-de-fogo) com maior capacidade. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

62 Efeitos da colonização ***** (1)
A essência da colonização reside numa relação de desigualdade (política, económica, militar, económica e cultural) e dependência entre colónias e metrópoles. Frequentemente, os conquistadores europeus aquando da sua chegada à colónia deparavam-se com sociedades primitivas. Mas quando diante de si se apresentavam Estados constituídos, reinos ou impérios, eles derribavam-nos (e.g. impérios pré-colombianos) (*****) Rémond, René (1994). Introdução à História do Nosso Tempo: do Antigo Regime aos Nossos Dias. Lisboa: Gradiva. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

63 Efeitos da colonização ***** (2)
No séc. XVIII, subsistem impérios coloniais de antiguidade desigual: os impérios português e espanhol, já em declínio; o das Províncias Unidas (antecessora dos Países Baixos); e o Francês e Inglês em plena expansão. À colónia não se reconhece existência política, não participa nas decisões que lhe dizem respeito, tais medidas são tomadas na metrópole, a milhares de quilómetros de distância. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

64 Efeitos da colonização ***** (3)
A colónia não tem liberdade nem soberania, ela pertence integralmente à metrópole. Não tem personalidade reconhecida, ao contrário do protectorado. O protectorado (e.g. Marrocos, Indochina, Egipto) praticado por França e Inglaterra, pressupõe uma dependência moderada. Aplica-se a Estados a quem se reconhece o passado e a unidade política, mantendo muitas vezes a autoridade das dinastias reinantes. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

65 Efeitos da colonização ***** (4)
A par destes Estados existem outros cuja soberania prevalece ficticiamente, aos quais a Europa impõe condições discriminatórias, mas cuja independência é normalmente respeitada. É o caso da China, que foi obrigada a assinar tratados desiguais (a China era obrigada a consignar vantagens à Europa e E.U.A., sem reciprocidade, e.g. guerra do ópio). A desigualdade nas colónias estende-se aos indígenas que estão vinculados a um regime jurídico diverso do dos cidadãos da metrópole. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

66 Efeitos da colonização ***** (5)
O princípio da separação de poderes consagrado no Ocidente desde o séc. XVIII, não se aplica nas colónias, onde os administradores podem ser simultaneamente juízes e parte interessada. Há uma desigualdade económica, as remunerações nas colónias são muito inferiores às praticadas na metrópole e as populações beneficiam apenas de uma reduzida parte do lucro obtido na exploração dos recursos naturais. A colónia depende dos capitais da metrópole. Pelo regime do pacto colonial, as metrópoles têm o monopólio do mercado e do transporte. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

67 Efeitos da colonização ***** (6)
Subsiste ainda uma desigualdade cultural, «a Europa transporta a sua civilização, inculca as suas ideias e impõe os seus valores, com o sistema de ensino. O recíproco não existe, pois a Europa nada toma das civilizações não-europeias.» [Rémond] A Europa assegura ainda a valorização e a exploração dos recursos que ela própria descobre nestes países e redistribui à escala global géneros alimentares, homens e capitais. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

68 Efeitos da colonização ***** (7)
Analogamente à Europa, países como a Turquia e o Japão dotam-se de uma constituição, que instituem governos à Ocidental com assembleias representativas e instituições parlamentares. Criam-se partidos segundo o modelo inglês e francês (e.g. Partido do Congresso na Índia, estimulado pela administração inglesa, posteriormente estará implicado na independência indiana.) História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

69 Efeitos da colonização ***** (8)
Os exércitos, as marinhas, o direito civil, a língua, os costumes (vestuário e desporto) são influenciados pelos seus congéneres da Inglaterra e da França. A língua: em alguns casos a língua do colonizador torna-se língua nacional (francês, português, espanhol, inglês são faladas no mundo inteiro). O ensino secundário, dos colégios, das missões laicas também é uma exportação europeia. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

70 Efeitos da colonização ***** (9)
Não existindo universidade nas colónias, as elites vão estudar para as universidades da metrópole – cria-se uma elite ocidentalizada (dividida entre a cultura tradicional e a cultura estrangeira). Por outro lado, através da evangelização, as variantes do cristianismo, catolicismo ou protestantismo do Ocidente penetram nas populações animistas da África Negra (não logram penetrar no campo islâmico) História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

71 Efeitos da colonização ***** (10)
A expansão da religião europeia propaga consigo a «distinção tradicional entre sociedade civil e sociedade religiosa (aforismo cristão: «dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus»[Rémond]). O Islão, como já vimos, confunde direito canónico e direito civil. Esta aquisição da Europa levará, por seu turno, a uma secularização da sociedade, dos costumes das civilizações. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

72 Fig. 9 – Impérios coloniais em 1800 Fonte: wikipédia
História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

73 O tráfico de escravos (1) ******
Os primeiros africanos chegaram à América no início do séc. XVI. O aumento do número dos escravos deveu-se à devastação das populações indígenas (devido ao contacto com os colonizadores europeus) por um lado e pelo desenvolvimento das bases negreiras dos portugueses em África. Luanda é criada em 1576. (******) Fradera, Josep Maria (s.d.). Tráfico de hombres, El País Semanal. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

74 O tráfico de escravos (2) ******
Os escravos africanos «ocupavam um espaço vital nos ofícios urbanos, na marinha e no transporte e mineração do ouro» [Fradera]. E também nas regiões onde se desenvolveu uma agricultura de larga escala (nas plantações de açúcar, algodão, tabaco) orientada para os mercados urbanos nascentes e para o mercado atlântico. Houve escravatura e servidão em todas épocas. No mundo clássico, na Ásia e na África durante séculos e na sociedade pré-colombiana. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

75 O tráfico de escravos (3) ******
A escravatura foi tão lesiva em territórios sob domínio de potências católicas como o foi em terras sob o jugo de colonizadores protestantes. Desde as primeiras remessas de escravos trazidas pelos portugueses, através de São Tomé, até à década de 1870, 11 a 13 milhões de africanos foram exportados para a América (15% a 20% morreram durante a travessia do Oceano). 10 milhões deles foram escravizados, um terço dos quais no Brasil. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

76 O tráfico de escravos (4) ******
Foi a migração mais volumosa até 1850 e também a mais cruel; o resultado teve impacto em ambas as sociedades: a americana e a africana. Portugal, Holanda, Inglaterra, França e em menor grau a Dinamarca e a Suécia (por ordem de entrada no negócio) participaram do tráfico negreiro. Espanha, mal estabelecida em África, foi sobretudo um importador. O tráfico foi abolido em 1807 pela Inglaterra, ainda que se tenha continuado a fazer de forma clandestina. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

77 O tráfico de escravos (5) ******
As razões para a abolição prendem-se com a pressão do humanismo protestante e o «crescente peso da ideia de superioridade do trabalho livre.» [Fradera]. O Reino Unido perseguiu o tráfico entre África e América até ao seu término, exerceu medidas coercivas e impôs tratados bilaterais de abolição. A escravatura foi abolida em 1848 nas Antilhas francesas, em 1865 nos E.U.A., 1886 em Cuba e em 1871 no Brasil. História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA

78 História Geral da Civilização
Fig. 10 – Escravatura Fonte: História Geral da Civilização GAT: 1º ano - IPCA


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